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Capa B+: Entrevista exclusiva com a atriz em cartaz nos cinemas Monique Hortolani

"Foi uma alegria enorme estar em CIC! É um filme muito diferente do que a gente costuma ver no Brasil, porque junta espionagem e ação com o humor cearense, que tem um ritmo e uma sagacidade únicos. O resultado é uma comédia de ação cheia de identidade".

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Monique Hortolani está no filme “CIC – Central de Inteligência Cearense”, com direção de Halder Gomes, que estreiou nos cinemas no dia 28 de agosto. No longa, a atriz interpreta a agente secreta Divina, que é o cérebro por trás da CIC e braço direito do chefe Espírito Santo (Nill Marcondes).  Para dar vida à personagem, ela mergulhou no universo das artes marciais.

 Aos 37 anos e 12 de carreira, Monique tem no currículo o musical infantil “Maísa no ar” e os espetáculos “Viúva, porém Honesta” e “Bonitinha, mas ordinária”. No cinema, fez parte do elenco do longa-metragem “Divaldo, o mensageiro da paz”. Na TV, atuou na série “A vida secreta dos casais”, da HBO, na novela “Gênesis”, da Record e na série “O Cangaceiro do Futuro”, da Netflix

Baiana, Hortolani é autora e roteirista, e atualmente desenvolve um longa-metragem inspirado em histórias reais. Também é idealizadora do projeto Destrava, dedicado ao ensino de comunicação e oratória, por meio de cursos e consultorias para pessoas e empresas que buscam destravar o seu potencial comunicativo.

A atriz é Capa do Correio B+ desta semana, e em entrevista ao Caderno ela fala sobre carreira, escolhas e estreias.

A atriz Monique Hortolani é capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Nicole Kruger - Diagramação: Denis Felipe - Por: Flávia Viana

 CE - Monique você está em cartaz nos cinemas com o filme “CIC – Central de Inteligência Cearense”. Conte sobre esse trabalho e sobre a dobradinha com Halder Gomes, diretor do projeto com quem você já trabalhou antes.
MH -
 Foi uma alegria enorme estar em CIC! É um filme muito diferente do que a gente costuma ver no Brasil, porque junta espionagem e ação com o humor cearense, que tem um ritmo e uma sagacidade únicos. O resultado é uma comédia de ação cheia de identidade, que fala a nossa língua, valoriza a nossa cultura e, ao mesmo tempo, dialoga com o grande público. 

A minha personagem, a Divina, chega nesse universo com um jeito muito próprio: moderna, cabelo azul, batom preto, meio rock and roll (risos). Ela é uma agente nada óbvia, que não tem nada daquela espiã clássica dos filmes de fora e é justamente isso que torna tudo tão divertido. E trabalhar novamente com o Halder foi muito especial. Ele tem esse olhar generoso para os atores e uma paixão enorme por colocar o Nordeste no centro das narrativas.

Já tínhamos feito O Cangaceiro do Futuro, na Netflix, juntos, e reencontrá-lo em CIC foi como retomar uma parceria criativa muito bonita. Halder é aquele diretor que sabe o que quer, mas também dá liberdade pro elenco propor, arriscar e criar. Isso faz toda a diferença na hora de dar vida a uma personagem como a Divina.

CE - O filme mistura comédia com ação. Como é pra você como atriz fazer um trabalho diferente do que está acostumada?
Aliás, todo artista diz que fazer rir é mais difícil: e pra você?
MH - 
Foi um desafio e, ao mesmo tempo, uma delícia! Eu nunca tinha feito um trabalho que misturasse ação com humor, então foi muito especial. A comédia tem essa liberdade de brincar com gêneros, de não se levar tão a sério… então colocar espionagem, cenas de ação e, no meio disso, agentes meio atrapalhados e meio super-heróis brasileiros foi divertidíssimo.

A Divina, por exemplo, não luta no filme, mas eu quis que o corpo dela tivesse essa prontidão de agente secreta. Por isso comecei a treinar artes marciais durante a preparação. Achei que seria só pro filme, mas acabei me apaixonando (risos). Hoje sigo treinando, virou parte da minha rotina, até já conquistei a faixa camuflada, acredita? (risos). Esse treino me ajudou muito a entender fisicamente como habitar esse universo, mesmo sem ter cenas de luta. Agora, sobre fazer rir… é realmente uma arte!

Exige ritmo, escuta, generosidade em cena. E o mais bonito é que a graça não vem de algo forçado, mas do encontro, da troca com o outro. No caso da Divina, o humor nasce muito da forma como ela se relaciona com os personagens, dessa sagacidade que ela tem. Pra mim, foi um desafio super gostoso, porque eu não sou comediante, mas adoro humor. Foi um aprendizado enorme! Cada trabalho nesse gênero me dá a chance de experimentar coisas novas e crescer como atriz.

CE - E como é fazer cinema nacional neste momento em que as produções brasileiras estão sendo aclamadas pelo mundo?
Você cogita carreira internacional incentivada pelo sucesso a arte brasileira lá fora?
MH -
 A gente tá vivendo um momento muito especial do cinema nacional. Essas grandes premiações mostraram pro Brasil e pro mundo que as nossas histórias têm força, originalidade e qualidade técnica pra competir de igual pra igual com qualquer produção internacional. Ver o cinema brasileiro sendo aplaudido lá fora é emocionante demais e dá um orgulho enorme! 

Ao mesmo tempo, eu vejo esse momento também como uma responsabilidade, a gente precisa aproveitar essa visibilidade pra abrir portas, trazer mais diversidade de narrativas e continuar formando público. Porque o reconhecimento é incrível, mas o desafio mesmo é transformar essa conquista de agora em algo constante, num movimento contínuo de valorização do nosso cinema. Eu acredito demais que o cinema brasileiro tem força pra dialogar com qualquer público.

As nossas histórias são universais, mas sempre carregadas da nossa identidade, que é riquíssima. E claro, penso sim em carreira internacional, mas não como um objetivo isolado. Vejo mais como uma consequência natural de um trabalho que nasce aqui, com raízes brasileiras. Acho lindo quando a nossa arte atravessa fronteiras e chega a outras culturas e, se um dia eu tiver a oportunidade de levar a minha trajetória pra fora, vou abraçar com certeza (risos).

CE - Monique é baiana e mora em SP por conta da carreira. Como você enxerga essa necessidade de tantos artistas nordestinos e de todo país que precisam se mudar para o eixo Rio-SP em busca de oportunidades profissionais nas artes?
MH -
 Olha, eu acho que ainda existe uma concentração muito grande de oportunidades no eixo Rio-São Paulo. Foi por isso que me mudei pra cá há 16 anos.. queria estar perto do mercado, onde as coisas estavam acontecendo com mais frequência. Não é que faltem bons profissionais em outros lugares, muito pelo contrário, o Brasil é riquíssimo em artistas, professores e escolas incríveis em todas as regiões, mas historicamente os maiores projetos e produções estavam aqui. Então, pra mim, foi um passo natural na época.

Mas é muito bonito ver como esse cenário vem mudando. Hoje tem cada vez mais produções surgindo no Nordeste, mais artistas da região ganhando visibilidade e mais histórias locais ocupando espaço nacional. CIC é um ótimo exemplo, um filme de humor cearense, cheio de identidade, estreando em todo o Brasil. Claro que ainda tem muito caminho pela frente. O ideal seria que os artistas não precisassem sair das suas cidades para ter oportunidades. 

CE - Inclusive, estamos vendo cada vez mais artistas e produções nordestinos em evidência no país. Como você observa esse movimento? Acha que já impactou sua carreira?
MH -
 A gente tá vivendo um momento muito especial pro mercado de atores nordestinos. Claro que ainda tem um caminho pela frente, mas é visível que estamos conquistando mais espaço e mais respeito. E o público, cada vez mais, está aberto a ver e ouvir personagens com diferentes sotaques do Brasil e isso é lindo demais. É emocionante ver tantas obras com atores nordestinos protagonizando, isso me deixa imensamente feliz. Na minha carreira, com certeza já impactou. A minha primeira experiência no cinema foi interpretando a Georgetta em Divaldo, O Mensageiro da Paz, uma personagem baiana muito especial pra mim.

Mas naquela época eu sentia que ainda havia menos visibilidade para atores nordestinos. Hoje, alguns anos depois, é emocionante perceber como esse cenário se abriu e como estamos ocupando cada vez mais espaço. Estar em projetos como O Cangaceiro do Futuro, na Netflix, e agora em CIC é resultado direto desse movimento de valorização dos artistas e das produções nordestinas. São personagens muito diferentes, com sotaques distintos, e que me deram a chance de mostrar justamente essa versatilidade que faz parte do ofício do ator.

Mas também é fato que algumas barreiras ainda existem. Muitas vezes, se você não se encaixa no imaginário que certas pessoas ainda têm sobre “como deve ser” um nordestino, pode ser mais difícil conquistar determinados espaços. Por isso é tão importante reforçar: o Brasil é miscigenado, diverso, e não existe isso de “ter cara de tal lugar”. O ator precisa ter liberdade pra transitar, interpretar personagens da sua região, mas também de qualquer outra parte do país. 

A atriz Monique Hortolani é capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Nicole Kruger - Diagramação: Denis Felipe - Por: Flávia Viana

CE - Como Monique Hortolani decidiu se dedicar à carreira artística? Sabemos que a trajetória nas artes é difícil. Já cogitou desistir?
MH - 
Desde criança eu sonhava em ser atriz, e o cinema sempre foi a minha paixão. Lá em casa a gente tinha um hábito muito gostoso...minha mãe alugava vários filmes e séries, a gente se juntava pra maratonar, fazia pipoca, e todo mundo comentava depois como se fosse crítico de cinema (risos). Esse clima de família, de estar todo mundo junto, de conversa em volta das histórias…”, me marcou muito e plantou essa sementinha de querer estar dentro desse universo.

Mas, claro, a trajetória artística não é fácil. Eu penso em desistir todos os dias (risos). É uma carreira muito difícil, cheia de desafios, de incertezas, de espera… e de muita rejeição também. Mas, ao mesmo tempo, é o que me move, é onde encontro sentido. Cada vez que eu entro em cena, ou vejo um trabalho pronto e sinto a reação do público, tudo se renova. Essa troca me lembra por que comecei e me dá força pra continuar.

A verdade é que eu não consigo desistir, se eu conseguisse, já teria feito há muito tempo (risos). Eu acredito que ser artista não é exatamente uma escolha, a gente nasce assim. Sou completamente apaixonada por contar histórias, seja atuando, escrevendo ou produzindo. E, no fim das contas, acho que é esse amor que me faz seguir em frente, mesmo diante das dificuldades.

CE - Você se assiste? É muito crítica consigo mesma?
MH -
 Eu me assisto sim, até porque acho importante pra ver onde posso melhorar. Mas olha… não me assisto muito, não (risos). Eu sou muito crítica comigo mesma! Sempre acho que poderia ter feito diferente, escolhido outro caminho, sabe? Então, geralmente assisto uma ou duas vezes e pronto, porque senão começo a implicar comigo (risos). No fim, acho que essa autocrítica faz parte, me ajuda a querer sempre evoluir. Mas tento não me levar tão a sério e lembrar que cada trabalho também é um aprendizado.

CE - O que deseja realizar na profissão que ainda não teve oportunidade?
MH
- Vixe… muita coisa! (risos) Quero fazer mais filmes, mais séries e também uma novela, que é um formato que ainda não tive a chance de explorar como gostaria. Tenho muita vontade de voltar ao palco também, em peças dirigidas por pessoas que admiro, dividindo cena com atores com quem ainda não tive a sorte de trabalhar. Um dos meus maiores sonhos é ver os filmes que eu escrevo ganhando vida nas telonas… acho que vai ser um dos momentos mais felizes da minha vida quando eu puder sentar na poltrona do cinema e assistir a uma história minha acontecendo diante do público.

E claro, também sonho com uma carreira internacional. No dia em que eu trabalhar com o Wagner Moura e com a Viola Davis eu zerei a vida! (risos) E, aqui no Brasil, tenho uma admiração enorme pela Maeve Jinkings e pela Alice Carvalho, que são minhas atrizes favoritas e com quem eu espero muito dividir cena um dia. Enfim, tem muito sonho dentro de mim, viu?

CE - Atualmente, você está escrevendo o projeto de um roteiro de cinema. O que pode adiantar sobre ele? E pensa em investir nessa carreira de autora? Quais suas referências? 
MH - 
É um sonho antigo que finalmente estou vivendo. É um filme inspirado em fatos reais, no estilo true crime, que carrego com muito carinho por ser um projeto que também traz um alerta social muito importante. É uma história forte, que fala sobre manipulação e relações de poder, mas também sobre coragem e solidariedade.

O que eu posso adiantar é que, além de escrever, eu também atuo nele (risos). E tem outro detalhe que me enche de orgulho... é um projeto feito por mulheres e desenvolvido por mulheres, que pra essa história em especial é fundamental. Escrever tem sido um processo transformador, porque é muito diferente de atuar. Quando estou na frente das câmeras, entro no universo que alguém já criou, mas escrevendo, eu mesma construo esse universo do zero. Isso me dá uma liberdade criativa imensa.

Claro que é um grande desafio, mas estou apaixonada por esse lugar da escrita. E sim, penso em investir cada vez mais nessa carreira de autora. Quero muito continuar criando histórias e, quem sabe, também produzindo mais lá na frente. Acho que é uma forma de ampliar minha voz como artista, não só interpretar, mas também colocar no mundo as histórias que eu acredito que precisam ser contadas.

Tenho muitas! (risos) Eu adoro o Spike Lee, porque ele consegue unir entretenimento com reflexão social de um jeito muito poderoso. Também admiro demais a Greta Gerwig, tanto pela sensibilidade quanto pela coragem de contar histórias sob uma ótica feminina, com tanta autenticidade. O Tarantino é outra referência que eu amo, pelo estilo único, pelos diálogos afiados, pela maneira como ele cria tensão e, ao mesmo tempo, surpreende o espectador.

Já o Charlie Kaufman me inspira pelo mergulho psicológico, pela capacidade de explorar o absurdo e o íntimo ao mesmo tempo, criando narrativas que desafiam a gente a olhar pra dentro. Acho que o que mais me fascina nesses autores é justamente essa mistura... cada um, à sua maneira, mostra que roteiro não é só sobre contar uma boa história, mas sobre oferecer um olhar, provocar o público, abrir novas camadas de entendimento.

                                     Cangaceiro do Futuro - Divulgação

CE - Em paralelo, você tem um trabalho em que ensina oratória pra pessoas comuns e profissionais que dependem da comunicação. Como surgiu essa ideia? E como 
MH
- O Destrava nasceu de forma muito natural, da minha experiência como atriz e também da trajetória da minha sócia, Carol Rossi. A gente trouxe muita coisa do teatro, porque ali aprendemos que comunicar não é só falar bonito, é também escutar, ajustar o tom, o ritmo, a energia… E percebemos que essas técnicas poderiam ajudar qualquer pessoa no dia a dia. Então desde 2021, temos trabalhado com pessoas de perfis muito diferentes... já passaram por nós juízes, médicos, publicitários, líderes de empresas, jovens começando a carreira… e cada um chega com seu jeito, seus trejeitos, suas inseguranças. 

É muito especial ver cada um descobrindo o seu jeito de se comunicar, do jeito mais verdadeiro possível. Hoje temos um curso online, consultorias individuais e também treinamentos em empresas. E o mais bonito é que eu sinto que aprendo tanto quanto ensino. Como atriz, observo o humano o tempo todo, e no Destrava tenho contato com realidades que acabam me inspirando até na criação de personagens. No fim das contas, uma coisa alimenta a outra: a arte me deu as ferramentas, e o Destrava me dá a chance de compartilhar isso de forma simples, ajudando outras pessoas a se comunicarem com mais confiança.

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Cinema B+: Os primeiros sinais do Critics Choice 2026

A lista de indicações revela forças, silêncios e tendências que devem marcar toda a temporada de premiações. Sinners domina, Wagner surpreende e Cynthia fica de fora.

13/12/2025 14h00

Cinema B+: Os primeiros sinais do Critics Choice 2026

Cinema B+: Os primeiros sinais do Critics Choice 2026 Foto: Divulgação

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As indicações ao Critics’ Choice deste ano chegaram com aquela mistura deliciosa de obviedades confirmadas, surpresas estratégicas e ausências que vão ecoar pelas próximas semanas. Não é exagero dizer que, com essa lista, o jogo realmente começou e já com algumas peças bem posicionadas no tabuleiro.

Sinners no comando absoluto

O grande fato é inescapável: Sinners saiu da largada como o filme da temporada. São 17 indicações, um número que não deixa espaço para debate. Ele entra em tudo: Filme, Diretor, Ator, Roteiro, categorias técnicas, Elenco, Trilha, Canção. Quando uma produção aparece em quase todos os campos possíveis, ela naturalmente assume o posto de eixo gravitacional do ano. É aquele combo que a crítica adora: força dramática, acabamento técnico, ambição estética e performances que sustentam o pacote. Sinners não só lidera, ele estabelece o tom.

Logo atrás, One Battle After Another surge com 14 indicações, enquanto Hamnet e Frankenstein empatam com 11. É um grupo que revela o gosto de 2025/2026: cinema com assinatura, com textura, com direção que guia narrativa e atmosfera. Nada de lugar-comum — mesmo quando lidam com obras literárias ou universos de fantasia, esses filmes chegam com personalidade.

Bugônia cresce, Avatar diminui

Entre os movimentos mais reveladores da manhã está Bugônia entrando em Melhor Filme. Até pouco tempo, muitos tratavam a presença de Avatar: Fire and Ash como automática nas listas amplas, mas a vaga ficou com Bugônia. E isso não é acidental: o filme também aparece em Melhor Atriz (Emma Stone) e em Roteiro Adaptado, o que sinaliza que não é um candidato “alternativo”, mas uma força real na temporada. Avatar, ao contrário, ficou restrito ao espaço inevitável: Efeitos Visuais. Para um projeto concebido como megaevento, é um baque. O Critics’ Choice deixa claro que a escala, sozinha, não define relevância este ano.

Wagner Moura atravessa fronteiras

Um dos momentos simbólicos — e históricos — da lista é a indicação de Wagner Moura em Melhor Ator por O Agente Secreto, somada à presença do filme em Melhor Filme em Língua Estrangeira. Não é comum um protagonista de um filme internacional furar a bolha das categorias principais de atuação. Quando isso acontece, desloca a conversa. A indicação reforça tanto a força do filme quanto o impacto da performance. É um marco real para a presença latina nas premiações americanas e abre caminho para que O Agente Secreto circule mais amplamente na temporada.

Melhor Ator: a categoria mais competitiva do ano

A lista de Melhor Ator deixa claro que a corrida está mais apertada do que parecia. Além de Wagner, aparecem nomes que já estavam no radar e outros que chegam para consolidar suas chances:

• Joel Edgerton, por Train Dreams • Ethan Hawke, por Blue Moon • Mais Michael B. Jordan, Lee Byung-hun, George Clooney, entre outros
Com tantos filmes fortes aparecendo também em categorias de topo, essa é uma daquelas disputas que pode mudar semana a semana. Train Dreams, por exemplo, cresceu muito: entrou em Filme, Ator e Roteiro Adaptado e isso automaticamente fortalece Edgerton. Já Hawke, vindo de um filme mais isolado, depende do carinho dos votantes.

A categoria perfeita com o buraco mais comentado: Melhor Atriz

O grupo de indicadas a Melhor Atriz está impecável no conjunto, mas não sem um peso: a ausência de Cynthia Erivo por Wicked: For Good. Com seis vagas, deixar de fora a protagonista de um filme indicado em várias categorias, inclusive Melhor Filme, não passa despercebido. O Critics’ Choice abraça Amanda Seyfried, Emma Stone, Rose Byrne, Chase Infinity e outras grandes performances, mas o silêncio em torno de Erivo fala alto. Ela era tratada como nome praticamente garantido, e essa esnobada agora se torna um fantasma que a temporada precisará exorcizar — ou confirmar — nas próximas rodadas.

Direção: del Toro dentro, outros nomes fortes de fora

Na categoria de Direção, o espaço para Guillermo del Toro por Frankenstein já era esperado: o filme é um projeto de paixão e chegou com a marca emocional e visual que os votantes costumam prestigiar. Mas sua entrada implica ausências significativas: diretores que vinham sendo tratados como fortes na temporada ficaram de fora. Isso reforça uma tendência do ano: a crítica está priorizando obras com assinatura estética e emocional muito clara e sendo mais seletiva com continuações de franquias ou com cinema político mais direto.

Coadjuvantes e roteiros mSinners é o candidato mais completo. • One Battle After Another, Hamnet e Frankenstein consolidam o “centro de prestígio” da temporada. • Bugônia deixa de ser aposta lateral e entra no jogo grande. • Wagner Moura rompe a barreira da atuação internacional. • Cynthia Erivo vira a grande ausência que todos vão vigiar. • Vários filmes médios, autorais e arriscados entram onde era mais difícil — roteiro, coadjuvante, técnica — e ganham fôlego real. É uma lista que, mais do que premiar, define quem está autorizado a continuar a conversa até o Oscar.

E, como sempre, quem fica de fora da conversa sofre mais do que quem perde o troféu. Na segunda teremos as indicações ao Golden Globes e aí sim, os finalistas para o Oscar já ficarão mais evidentes mostram onde a crítica está arriscando.
As categorias de coadjuvante e de roteiro ajudam a desenhar o segundo plano da temporada:

• Amy Madigan e Ariana Grande ganham força em Atriz Coadjuvante. • Jacob Elordi conquista espaço com Frankenstein. • O elenco de Sinners aparece em categorias diversas, reforçando a força coletiva do filme.

Em roteiro, o Critics’ Choice faz escolhas que deixam clara a intenção de ampliar a conversa:


- Weapons e Sorry Baby entram em Original, abrindo espaço para filmes fora do eixo óbvio. • Train Dreams, Bugônia, Hamnet e Nenhuma Outra Escolha formam um Adaptado sólido e variado. Quando um filme vai forte em roteiro, automaticamente fortalece seus nomes de atuação — é o caso de Train Dreams e Bugônia. O que a lista diz, no fim das contas o Critics’ Choice deste ano não só acende a temporada: ele revela um movimento coletivo. 

Sinners é o candidato mais completo. • One Battle After Another, Hamnet e Frankenstein consolidam o “centro de prestígio” da temporada. • Bugônia deixa de ser aposta lateral e entra no jogo grande. • Wagner Moura rompe a barreira da atuação internacional. • Cynthia Erivo vira a grande ausência que todos vão vigiar. • Vários filmes médios, autorais e arriscados entram onde era mais difícil — roteiro, coadjuvante, técnica — e ganham fôlego real. É uma lista que, mais do que premiar, define quem está autorizado a continuar a conversa até o Oscar. E, como sempre, quem fica de fora da conversa sofre mais do que quem perde o troféu. Na segunda teremos as indicações ao Golden Globes e aí sim, os finalistas para o Oscar já ficarão mais evidentes.
 

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Motivo de discórdia na ceia natalina, uva-passa traz benefício à saúde

Item obrigatório para uns ou dispensável para outros no cardápio das ceias natalinas, a uva-passa, embora divida opiniões, traz benefícios à saúde; especialista destaca seu valor nutricional e versatilidade no preparo de receitas

13/12/2025 09h00

Além de saudáveis, as uvas-passas dão um toque agridoce que cai muito bem em receitas clássicas ou até mesmo em inovações, combinadas com maçã, queijos, castanhas e carnes

Além de saudáveis, as uvas-passas dão um toque agridoce que cai muito bem em receitas clássicas ou até mesmo em inovações, combinadas com maçã, queijos, castanhas e carnes Divulgação

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Todo ano ocorre o mesmo debate nas famílias brasileiras: a inclusão – ou não – da uva-passa nas receitas natalinas. Enquanto uns defendem o toque agridoce que ela agrega aos pratos, outros nem querem ouvir falar da fruta desidratada no cardápio.

Segundo uma pesquisa realizada pela Ticket, marca de vale-refeição e vale-alimentação, 37% das pessoas trabalhadoras no Brasil afirmam que colocariam uva-passa em tudo na ceia de Natal. Outros 43% se dizem indiferentes à fruta, enquanto apenas 20% declaram não gostar. A nutricionista Bárbara Tonsic ressalta que, para além do gosto pessoal, a uva-passa tem, sim, seu valor do ponto de vista nutricional.

“Por ser uma fruta desidratada, ela tem maior concentração de açúcar, sendo uma boa fonte de energia. Além disso, é rica em fibras solúveis, como os frutoligossacarídeos, que favorecem a saúde intestinal. Substâncias como o ácido tartárico ainda auxiliam na fermentação por bactérias boas, contribuindo para o equilíbrio da microbiota”, especifica Bárbara.

A uva-passa também se destaca por oferecer vitaminas e minerais importantes, como vitaminas do complexo B, vitamina A, cobre, ferro, cálcio, potássio e magnésio. Bárbara alerta, entretanto, que o consumo deve ser moderado.

“Por conta da alta concentração de carboidratos, ela pode não gerar saciedade tão facilmente e, nesse caso, é comum ultrapassar a quantidade recomendada”, pontua a nutricionista, que também é professora da área em um curso de ensino superior.

Claras e escuras

Outro ponto que gera curiosidade é a diferença entre as passas escuras e claras. Segundo a professora, as escuras têm maior teor de resveratrol e flavonoides, compostos antioxidantes conhecidos por seus benefícios contra o envelhecimento. Já as claras ou verdes têm menores quantidades desses compostos, mas continuam sendo uma boa opção.

E quanto aos pratos que podem ser enriquecidos com o sabor da uva-passa? Além do tradicional arroz natalino, a especialista sugere outras opções como salpicão, farofas, bolos, tortas e até caponatas.

“As uvas-passas dão um toque agridoce que cai muito bem em receitas clássicas ou até mesmo em inovações no cardápio natalino. Combinações como uva-passa com maçã ou abacaxi, queijos salgados, castanhas e carnes, como frango ou cordeiro, fazem bastante sucesso”, sugere Bárbara.

Corredores

A professora destaca ainda que o consumo regular de uva-passa pode trazer benefícios à saúde, principalmente por sua ação antioxidante e por melhorar o funcionamento intestinal.

Além disso, pode ser uma opção prática para corredores que precisam repor energia durante treinos ou provas mais longas.

“A verdadeira questão é saber combinar os pratos à sua mesa natalina e aproveitar tanto o sabor quanto os benefícios do alimento. Ame ou odeie, a uva-passa tem muito a oferecer”, reforça a nutricionista.

Benefícios da uva-passa:

> Redução de risco da diabetes tipo 2;
> Prevenção do câncer;
> Prevenção do infarto;
> Diminuição da pressão arterial;
> Prevenção da prisão de ventre;
> Melhora a saúde dos ossos;
> Controle de peso;
> Eliminação de radicais livres;
> Prevenção da anemia;
> Proteção à saúde do coração;
> Promove a saúde dos dentes.

*SAIBA

A origem da uva-passa vem da Roma Antiga, onde era utilizada nas celebrações como símbolo de fartura, alegria e prosperidade.

RECEITA Salpicão com uva-passa

Além de saudáveis, as uvas-passas dão um toque agridoce que cai muito bem em receitas clássicas ou até mesmo em inovações, combinadas com maçã, queijos, castanhas e carnes

Ingredientes:

> 2 peitos de frango cozidos e desfiados;
> 1 xícara (chá) de uva-passa;
> 395 g de milho-verde;
> 395 g de ervilha;
> 2 cenouras descascadas e raladas;
> 1/2 xícara (chá) de azeitona verde sem caroço e picada;
> 1/2 xícara (chá) de maionese;
> 1/2 xícara (chá) de creme de leite;
> Sal, pimenta-do-reino moída, salsa picada e batata-palha a gosto.

Modo de Preparo:

Em um recipiente, coloque o frango, a uva-passa, o milho-verde, a ervilha, as cenouras e a azeitona e misture;

Adicione a maionese e o creme de leite e mexa para incorporar;

Tempere com sal, pimenta-do-reino e salsa;

Leve à geladeira por 1 hora;

Finalize com a batata-palha e sirva em seguida.

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