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Capa B+: Entrevista exclusiva com a atriz Gabriela Duarte

Primeiro monólogo da atriz está em cartaz em São Paulo com direção de Alessandra Maestrini e Denise Stoklos que combina Teatro Essencial e novos conceitos estéticos.

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A atriz Gabriela Duarte assume um novo desafio no teatro com o espetáculo O papel de parede amarelo e EU, seu primeiro solo, sob a direção de Alessandra Maestrini (que também já foi Capa do Correio B+) e Denise Stoklos. A peça está em cartaz no Teatro Estúdio, nos Campos Elíseos, até 1º de junho.

A montagem é inspirada no livro O Papel de Parede Amarelo. Publicado em 1892, o conto de Charlotte Perkins Gilman (1860-1935) é considerado um marco da literatura feminista por abordar temas como o controle sobre o corpo feminino e saúde mental, que permanecem atuais.

A narrativa retrata a história de uma mulher confinada em um quarto pelo marido, que desenvolve uma obsessão pelo papel de parede. No entanto, a peça vai além do conto de Gilman e traz o posicionamento da própria Gabriela como mulher.

O espetáculo é um manifesto, dizem Alessandra e Denise, e vai além do aprisionamento da personagem. “Todos sonhamos com o desligamento das questões opressivas que o texto traz de formas metafóricas, mas que nós conhecemos em diferentes níveis na sociedade atual. É um espetáculo muito contemporâneo”, explicam.

Uma outra Gabriela 

A atriz vinha gestando a ideia de fazer um monólogo há três anos. “Eu queria fazer algo em que eu pudesse falar um pouco de mim e da minha busca por identidade”, conta. Gabriela se apaixonou pelo conto, que descreve como “extremamente simples, objetivo, lúdico e político”. E encontrou nele características que vão ao encontro do que ela queria comunicar. “Eu acho que quando uma mulher fala de si, ela acaba falando de todas. E é aí que o tema se amplia”.

Para a atriz, esta não é uma conversa só de mulheres, mas uma oportunidade de abrir o diálogo e convidar os homens para a reflexão. A peça é política “na medida certa”, ela conta, com toques de ternura e poesia.

Depois de quase 40 anos de profissão, o desejo de explorar caminhos que ainda não foram percorridos vem “naturalmente”, diz. “O público conhece a Gabriela da TV que fez muitas mocinhas, muito drama, o que eu agradeço. Agora eu quero explorar novas possibilidades e que as pessoas possam ver a Gabriela que também consegue se divertir”, conta.

Neste processo, a atriz também explora seu lado cômico. Para ela, encontrar a leveza em um tema tão denso é uma das forças da peça. “Acho tão poderoso você saber como rir de situações muito difíceis. A Alessandra tem trazido essa visão para os ensaios. Não diria que é um riso de humor escancarado, mas sim um riso consciente, de constatação, de perceber que as coisas podem mudar”, conta Gabriela”.

Duas diretoras, uma direção 

Alessandra Maestrini e Denise Stoklos assinam a direção juntas, num processo em que uma complementa a outra. Alessandra acompanha o trabalho de Denise há 30 anos; sua direção se identifica com o Teatro Essencial, linguagem teatral criada por Denise e que valoriza a expressividade do ator por meio do corpo, voz e mente, com o mínimo de recursos externos possível.

Segundo Denise, Alessandra tem um "olhar muito agudo", um ritmo rápido de direção e uma escuta bastante diferenciada. Ela emprega os conceitos do Teatro Essencial de forma inovadora e acrescentadora, nos melhores sentidos.

A parceria Maestrini e Stoklos traz ao público, além do mergulho nas diversas camadas do texto e da performance, um novo conceito estético, que brota do limiar entre a instalação, a performance, a dança e o teatro.

Gabriela é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana, e em entrevista ao Caderno ela fala sobre cerreira, trabalhos e sua estreia em seu primeiro monólogo.

A atriz Gabriela Duarte é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Edson Lopes Jr - Diagramação: Denis Felipe - Por Flávia Viana

CE - Como surgiu a ideia de fazer uma peça sozinha depois de 40 anos de carreira? E como tem sido a experiência?
GD -
 A ideia surgiu há cerca de três anos, pois eu queria fazer algo em que eu pudesse falar um pouco de mim e da minha busca por identidade. Explorar novas possibilidades. A peça saiu do livro, desse conto literário que a gente conhece, da Charlotte Perkins Gilman, para começar a ser construída com essas duas diretoras, a Alessandra Maestrini e a Denise Stoklos. E a experiência não poderia ser mais rica e mais divertida. Estou muito leve e feliz.

CE - A peça “O papel de parede amarelo” tem uma temática feminista, fala do controle sobre o corpo feminino e saúde mental.  Levar ao palco esses assuntos já trouxe algum reflexo na sua vida?
GD -
O texto conversa muito com meu momento de falar sobre como nós nos vemos e nos colocamos no mundo. Tudo tem culminado para falar de quem nós somos como mães, mulheres e profissionais. E se teve reflexos na minha vida, eu sinto que sim. Na verdade, eu acho que eu tenho ficado mais alerta nessa questão a respeito de mim mesma.

Acho que a menopausa também me trouxe para um lugar de mais atenção — mais alerta mesmo — com relação à minha saúde mental, ao meu corpo e, acho, ao mundo também. O mundo talvez esteja indo pra um lugar que a gente não conhece, e isso faz parte da evolução, enfim, não sei...

Mas, às vezes, esses caminhos podem levar a lugares mais perigosos. E aí, não é que a gente tenha que achar que está tudo horrível, que tudo está perdido — não é isso. Mas é importante ter cautela. Ficar alerta com o que está acontecendo, com a situação da mulher, com as crianças e adolescentes com relação à internet.

Na verdade, acho que saí um pouco da minha bolha. Muita gente está nela também, essa ideia de “vamos viver a vida, ter nossas relações e tal”. Só que essa bolha, de certa forma, me tirava um pouco da realidade do mundo. E acho que é importante que a gente saiba olhar para isso e sentir isso nesse momento, ficar alerta mesmo.

CE - Como tem sido ser dirigida por dois nomes como Alessandra Maestrini e Denise Stocklos? 
GD - 
Tem sido uma experiência enriquecedora. A Alessandra traz uma visão cômica e leve, ajudando-me a encontrar humor mesmo em temas densos.

Já a Denise, com sua abordagem do Teatro Essencial, enfatiza a expressividade do ator com recursos mínimos. Essa combinação me desafia a explorar novas facetas da minha atuação, equilibrando profundidade e leveza.

CE - Aliás, como você avalia sua trajetória? E o que espera para os próximo 40 anos?
E por falar em idade, fazer 50 anos te assustou? Como você lida com o envelhecimento?
GD -
 Eu me sinto com a consciência bem tranquila. Claro que isso envolve os trabalhos e escolhas que fiz, participei, vivi, e também os que não fiz, não vivi, não fui chamada pra fazer. Essa é uma profissão em que nem sempre conseguimos realizar tudo que gostaríamos. Mas o que fiz me preencheu profundamente - como mulher, atriz, ser humano. Por isso posso dizer, com serenidade, que minha trajetória foi muito positiva.

Comecei sem saber ao certo se queria ser atriz. Gostava desse universo, não era uma coisa que eu estava decidida. Eu comecei e tive a chance de ir experimentando.  Minha primeira novela foi Top Model, ainda muito jovem, num elenco com outros adolescentes.

Talvez tenha sido esse espírito de “brincadeira séria” que me fisgou. Aos poucos fui percebendo que era aquilo mesmo. E aí veio o compromisso. Fui atrás de formação, estudei fora, aproveitei cada oportunidade com paixão e intensidade. Eu acho que isso contribuiu para eu falar “olha que brincadeira legal”. Quero isso para mim.

Então, o envelhecimento não me assusta. Assustar talvez nem seja a palavra. Tem coisas que lamento, sim. Outras que adoro. É uma questão de ponto de vista. Já passei por uma fase um pouco mais chata, que foi a chegada da menopausa.

E passou, ou está passando, enfim, não sei, e acho que o bom da vida é estar vivo. O contrário disso é ruim, né? Então, eu estou feliz de estar prosseguindo nas minhas coisas, agora estar fazendo uma peça que me desafia, isso é muito importante neste momento da minha vida. Então, acho que está tudo bem, graças a Deus.

A atriz Gabriela Duarte é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Edson Lopes Jr - Diagramação: Denis Felipe - Por Flávia Viana - Na foto com as diretoras:  Alessandra Maestrini e Denise Stoklos

CE - Gabriela Duarte pode ser vista em diversos trabalhos no Globoplay. Você se reassiste? 
GD -
Não costumo me assistir.

CE - Depois de tanto tempo, essas novelas ainda fazem um sucesso estrondoso. Na sua opinião a que se atribuí esse sucesso?
GD -
Algumas novelas reprisam muito, como Por Amor. Nossa, como é reprisada essa novela! E não é só aqui no Brasil, né? Eu tenho visto, acompanhado pessoas que me dizem que essa novela reprisa todos os anos na Rússia, por exemplo. E em outros lugares do mundo, como a República Dominicana…Enfim, eu fui uma vez pro Marrocos e fui reconhecida. Nunca imaginei! Gente, eu não entendia o que as pessoas estavam me olhando lá do outro lado do mundo, praticamente — e era por causa de Por Amor.

Então é uma novela que realmente tem uma importância na teledramaturgia. É uma novela que tem muita importância, que reprisa muitas vezes. Eu acho o máximo, acho muito legal que a novela seja tão vista e que as pessoas gostem dela em todos os lugares por onde passa.

CE - Como é que a gente vai imaginar que uma cultura como a da Rússia, do Marrocos, vai se identificar? Porque é uma novela que fala muito sobre humanidade. É muito humana, né?
GD -
Eu acho que a maturidade traz isso também. A gente vai amadurecendo, vai tendo mais paciência, mais carinho pelos jovens. Eu mesma. Mas é isso.

Eu gosto da Eduarda. Acho a Eduarda uma personagem muito rica, que obviamente eu poderia ter aproveitado mais… Mas eu era muito jovem, tinha 21 anos. Então eu fiz o que dava pra fazer naquele momento. Tenho muito orgulho da Eduarda, muito mesmo. Ela me colocou em lugares muito legais, muito importantes na minha carreira.

Foto: Priscila Prade

CE - O que você acha desse mercado que se abriu com os canais por streaming que estão produzindo séries e novelas?
GD -
 Eu acho uma maravilha que o mercado esteja se abrindo da forma como ele está. É muito importante para os atores em geral, né? Muito difícil quando o mercado fica muito monopolizado, muito fechado, numa só emissora, duas ou três, enfim. Então essa abertura nesse mercado da dramaturgia, de novelas, como Beleza Fatal, séries, eu acho maravilhoso. Eu sou uma grande fã de séries, eu sou aquela que se deixar eu fico deitada em casa só assistindo Netflix, ou qualquer outro streaming ao fim de semana inteiro.  Hoje eu sou dessas, eu adoro.

Eu acho muito bacana, e tenho visto coisas muito legais, que eu estou apaixonada, tanto as polêmicas, como as não tão conhecidas do público, às vezes as mais antigas, que eu vou lá mexer e revejo, que eu também gosto... Enfim... acho incrível, eu acho que para o ator... esse é o nosso mercado, né... no audiovisual, o cinema, claro, também, e o teatro! Não só para os atores , existe um numero imenso de profissionais envolvidos no audiovisual.

O teatro é aquele negócio que você vê a pessoa ao vivo ali, eu amo, eu amo esse contato com o público, eu amo essa energia, e quero realmente que as pessoas venham ao teatro, porque... o teatro pode ser muito transformador, e eu acho que essa peça que eu estou fazendo, Papel de Parede de Amarelo, e EU, ela tem esse poder de transformação. Então venham, venham, eu vou gostar muito de encontrar vocês no teatro. No teatro, sem dúvida.

CE - Você escreveu sua biografia. Quando ela será lançada? Como foi revisitar memórias para coloca-las na obra?
GD -
Ainda não tenho a data para lançamento, mas será esse ano. Revisitar minhas memórias foi como abrir um velho baú de fotografias, algumas imagens trazem sorrisos nostálgicos, outras, reflexões profundas. Foi um processo de autodescoberta, onde cada lembrança revelou um pedaço do quebra-cabeça que forma quem sou hoje.

 

diálogo

Conhecido ventríloquo da política, famoso por ter forte influência na área... Leia na coluna de hoje

Confira a coluna Diálogo desta sexta-feira (18/04)

18/04/2025 00h02

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Benjamin Disraeli - escritor britânico

"Quando os homens são puros, as leis são desnecessárias; quando são corruptos, as leis são inúteis”.

FELPUDA

Conhecido ventríloquo da política, muito famoso por ter forte influência na área, pensa em ampliar seus feitos e está em sua “Fábrica de Tráfico de Influência” trabalhando que só para apresentar, digamos assim, uma marionete perfeita. Com o projeto nas mãos, vem dando retoques nos traços, mas ainda está longe, bem longe mesmo, de conseguir o formato ideal, até porque poucos são os interessados em sua proposta, que é considerada muito mirabolante. Mas vai que cola…

Desempenho

Março registrou a abertura de 1.201 empresas, o maior número para o mês desde o início da série histórica, há 25 anos. Em janeiro, foram 1.298 e em fevereiro, outras 1.251. Com as 1.201 de março, já houve 3.750 novas empresas em MS. A Capital liderou (463) e Dourados teve 133.

Mais

Já Chapadão do Sul contou com 123 empresas abertas, seguida por Três Lagoas (62), Naviraí (32), Ponta Porã (23), Nova Andradina (22), Maracaju (20), Sidrolândia (18), Corumbá (15), Coxim (14), Inocência (13), São Gabriel (12) e Amambai (10).

Cassiane Kadri e dr. Omar Kadri
Hortência Marcari

Com luvas

Atualmente, o MDB está na base aliada do governo tucano de Eduardo Riedel, inclusive ocupando cargos estratégicos como a Casa Civil e o Escritório de Relações Institucionais. O PT, por sua vez, também faz parte da administração estadual.

As duas siglas, portanto, teriam que deixar o ninho tucano, onde estão bem refestelados, e partir para o embate em 2026 como adversárias do hoje aliado – e que não pode ser subestimado. E vale ressaltar quem engendrou a ideia: em política, o menos inteligente dá a corda no relógio de pulso com luvas de boxe. Vai daí que…

Do contra

Apesar de fazer parte da bancada do PL na Assembleia Legislativa de MS, integrando a base aliada do governo tucano, o deputado estadual João Henrique Catan é a voz dissonante. O parlamentar se tornou crítico da administração do PSDB, desde a gestão do então governador Reinaldo Azambuja, de quem era crítico contumaz. Ninguém sabe os reais motivos para tamanha aversão – mas bem que imaginam…

Unanimidade

Por falar em João Henrique Catan, ele consegue “desagradar” tanto a esquerda quanto a direita. No primeiro caso, Catana tem protagonizado duro embate ideológico, uma vez que é defensor de propostas conservadoras. No PSDB, que politicamente joga com os liberais, isso não tem sido visto com bons olhos, justamente pelos seus ataques à administração tucana.

Aniversariantes

  • Maria Elizabeth Brescianini Machado,
  • Ricardo Grance Acosta de Melo,
  • Tereza Laurice Domingos Name,
  • Dr. Edson de Arruda Alves,
  • Maria Luiza Sperb Silva (Zuca),
  • Alexandre Lopes Pereira,
  • Gerson Eliabe Olah,
  • Nelson Kohatsu,
  • Dr. Tsuneo Shinzato,
  • Benedito Odacir de Rezende,
  • Dra. Edi Monteiro de Lima,
  • José Carlos Bússola,
  • Lúcia Helena Maluf de Araújo,
  • Ana Lucia Oshiro Kobayashi,
  • Epaminondas Vicente Silva Neto,
  • Erick Josemar Guterres Batista,
  • Izaias Batista dos Santos,
  • José Olavo dos Santos,
  • Lucilia Barcelos Stanisci,
  • Thainara Bobadilha da Mata Soares,
  • José Nazareth da Silva Duarte,
  • Darlinei dos Santos Martins,
  • Renato Loureiro de Carvalho Pavan,
  • Elke da Costa Verbisck,
  • Dr. Miron Coelho Vilela,
  • Odila de Arruda Abrão,
  • Heliana Mara Salomão Budib,
  • Décio Rosa Filho,
  • Fernando Amaral Santos Velho,
  • Vanessa da Costa Silva,
  • João Paulo Strobel da Silva,
  • Aires Gonçalves,
  • Gabriel José Klasmann,
  • João Jamil Mella,
  • Neuza Morila Alves,
  • Sueli Ribas da Costa,
  • Maria de Fátima Freitas,
  • Lázaro Ferreira Dutra,
  • Fernando de Castilho,
  • Iolanda Fernandes Cardoso,
  • Zely Barcellos,
  • Suelen dos Santos Borges,
  • Nildo Benevides,
  • Margarida Tognini Franco,
  • Francisco Bernardes Ferreira,
  • Marília Trouy Galles Maiolino,
  • Matilde Alves de Lima Chama,
  • Luiz Gustavo Battaglin Maciel,
  • Dilza Lira Fernandes,
  • Ana Doris da Silva,
  • Dair Fernandes Davila,
  • Nelson Belarmino Siqueira,
  • Luiz Jorge de Magalhães,
  • Nilde Rodrigues Valadares,
  • Sebastião de Oliveira,
  • Daniel Durães,
  • Orlando Jacques,
  • Clarissa Iser,
  • Paulo Felipe de Almeida,
  • Diogo Marciano de Souza,
  • José Carlos Teobaldo Vieira,
  • Luiz Carlos Bandeira,
  • Anthony Willian de Oliveira,
  • Luiz de Almeida Miranda,
  • João Horácio Ferrari Pinheiro,
  • Dr. Olavo Monteiro Mascarenhas,
  • Erico Zambianco de Figueiredo,
  • Helvécio Rodrigues Ferreira Filho,
  • Tiago José Tamiozzo,
  • Neuza Almeida Audi,
  • Flávio Gonzáles Souza,
  • Marcos Aurélio Fernandes,
  • Amauri Gabriel Santos,
  • Maria do Carmo Enciso,
  • Hemerson Ortis da Motta,
  • Ivoney Ferrari Puorro,
  • Milton Bachega Junior,
  • Orlando Rodrigues Zani,
  • Milton Roberto Becker,
  • João Urbano Dominoni Junior,
  • Letícia Oliveira Brandão,
  • Carlos Alberto Alves Ribeiro Lopez,
  • Antonio Roberto Rodrigues Mauro,
  • Ester Cardoso da Silva,
  • Edney Simões,
  • Edson Seki Junior,
  • Melissa Ramos Queiroz,
  • Erick Gustavo Rocha Terán,
  • Marizangela Fernandes Ortiz,
  • Aquenaton Neves de Medeiros,
  • Cenir Batista de Souza Oliveira,
  • Leandra Tereza Grise Arguello,
  • Adriana de Souza Annes,
  • Ilton Barreto da Motta,
  • Jeovina Guimarães Lubacheski,
  • Milton Aparecido Olsen Messa,
  • Joaquim Carlos Klein de Alencar,
  • Claudino Pertussatti,
  • Pedro Rotta Lucena,
  • Rafaela Rodrigues Carlos,
  • Sandra Aparecida Ocampos Pinto,
  • Vanessa Ribeiro Lopes,
  • Francisco Antonio Barros,
  • Lauane Benites Machado,
  • Flávio Yukio Tominaga,
  • Lázaro José Gomes Junior,
  • Mizael Alencar,
  • Eurico Pinheiro de Lima Junior,
  • Fábio Pedreira de Castro,
  • Luis Carneiro de Albuquerque Neto,
  • Sérgio Henrique Martins Roas.

FASHION FILM

Conheça "Noites de Carmim", filme de MS que mistura moda e rockabilly

No segundo filme criado pela estilista Lidiane Lopes, sob a inspiração da coleção "Sonhos e Fetiches da Fronteira", a banda Coquetel Blue volta a destilar o seu rockabilly no embalo da Dama de Vermelho e outras referências de "Sin City"

17/04/2025 10h00

Coquetel Blue: a partir da esquerda, Perim (baixo e voz), Pedro Espíndola (guitarra e voz), Bo Loro (bateria e vocal) e Leotta (teclado e voz)

Coquetel Blue: a partir da esquerda, Perim (baixo e voz), Pedro Espíndola (guitarra e voz), Bo Loro (bateria e vocal) e Leotta (teclado e voz) Divulgação

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É para homenagear as “Marias ancestrais” que Lidiane Lopes desenvolveu o projeto “Sonhos e Fetiches da Fronteira”, do qual derivou um primeiro curta-metragem que teve como protagonista a cantora Pretah e foi lançado em grande estilo, em outubro do ano passado, com desfile, projeção e show da banda Coquetel Blue, autora da trilha musical da produção, bancada com recursos da Lei Paulo Gustavo (LPG) por meio de edital da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS).

A parceria entre a banda e a estilista – dona das mãos, cérebro e coração por trás da grife de moda LidyLo – prossegue com “Noites de Carmim”, o segundo curta-metragem do projeto, que ganha lançamento hoje, a partir das 20h, no Boteco do Miau (Av. José Nogueira Vieira, nº 1.303, Tiradentes), com entrada franca. O curta está desde hoje disponível no YouTube. As filmagens foram realizadas em fevereiro.

Coquetel Blue: a partir da esquerda, Perim (baixo e voz), Pedro Espíndola (guitarra e voz), Bo Loro (bateria e vocal) e Leotta (teclado e voz)Lidiane Lopes (à esquerda) ao lado da câmera-woman Carlota Philippens durante as filmagens; quem assina a direção de fotografia é Cátia Santos

Na parte dois dos seus “Sonhos e Fetiches”, Lidiane busca aprofundar o seu envolvimento com as mulheres e, de modo geral, com a cultura da região fronteiriça de Bela Vista, onde nasceu, a 350 quilômetros de Campo Grande. E a Coquetel Blue, por sua vez, deriva o seu potente rockabilly para outras vertentes que sempre alimentaram a fornalha do bom e velho rock.

“Assim como no primeiro curta-metragem fashion film LidyLo, ‘Sonhos e Fetiches da Fronteira’, tivemos a figura da mulher imponente na Dama de Preto, neste projeto, eu trago a icônica figura da Dama de Vermelho. O roteiro foi escrito por mim e trago nele uma inspiração na história do mundo sombrio e sedutor dos quadrinhos de ‘Sin City’, com a Dama de Vermelho e a cidade do pecado”, conta Lidiane. 

A atriz Eva Green no pôster de “Sin City 2 – A Dama Fatal” (2014), do diretor Robert Rodriguez, segundo longa-metragem criado a partir da HQ do norte-americano Frank Miller, que foi publicada pela primeira vez em 1992

“A história traz uma narrativa de ação e suspense e homenageia as Marias ancestrais, a mulherada que traz força e transformação e que é a identidade da marca LidyLo”, fundamenta a estilista. “O conceito da trilha, musicalmente, é algo mais country dessa vez, que foi um pedido dela mesma, inclusive. Mas sempre com a influência do rockabilly. O processo criativo foi igual ao do primeiro fashion film. Ela trouxe a letra e um pouco da melodia e a gente foi fazendo com ela a música”, afirma Bo Loro, da Coquetel Blue.

O baterista e vocalista conta que tanto ele quanto os parceiros de banda conhecem Lidiane há muito tempo, “desde a época do Drama [bar no Jardim dos Estados], e ela sempre teve esse estilo rockabilly e tal, que é algo [de] que a gente sempre gostou também. Então, acho que foi meio natural esse encontro nosso para fazer a música dos filmes”. A faixa foi gravada no Estúdio 45, pilotado pelo produtor musical Anderson Rocha.

“Somos uma banda de rockabilly que também toca Jovem Guarda e um pouco de blues. Mas essencialmente somos uma banda de rockabilly”, diz Bo Loro, reforçando a identidade da Coquetel Blue como gênero musical dos EUA, surgido nos anos 1950, que mistura rock, blues e outras vertentes, como o boogie woogie. Buddy Holly, Jerry Lee Lewis, Carl Perkins, Eddie Cochran, Bill Halley, Johnny Cash e o “rei” Elvis Presley estão entre os expoentes do estilo, que caiu no gosto de ícones como Rolling Stone e Beatles.

Com apenas dois anos na ativa, o quarteto é formado por músicos que têm bem mais tempo de chão e palco. Além de Bo Loro, o Coquetel Blue traz na formação: Pedro Espíndola (guitarra e voz), Leotta (teclado e voz) e Perim (baixo e voz). Sobre possíveis novidades tramadas pelo grupo, o baterista tenta fazer mistério, mas meio que entrega o jogo.

Coquetel Blue: a partir da esquerda, Perim (baixo e voz), Pedro Espíndola (guitarra e voz), Bo Loro (bateria e vocal) e Leotta (teclado e voz)Pedro Espíndola, Anderson Rocha, Lidiane Lopes e Bo Loro no Estúdio 45

“Posso dizer que a gente está preparando um tributo para um movimento de rock and roll nacional que este ano completa 60 anos [a Jovem Guarda, em agosto]. Não posso falar mais do que isso”, anuncia o músico, que considera “algo incerto, mas desafiador também” manter uma banda de rock “em 2025, no Centro-Oeste do Hemisfério Sul”. No caso, para ele e para outros dois músicos da Coquetel Blue, o pecado é duplo: Bo Loro e os irmãos Perim e Leotta, além da CB, formam o trio Os Alquimistas, com mais de uma década de atividade.

FASHION FILM

“A moda Autoral de MS, como a moda em geral, vem usando o audiovisual para mostrar suas produções e coleção. Eu venho trazendo outros setores da nossa cultura, como música e audiovisual, junto à moda. A moda é uma arte viva, que tem muitas possibilidades, assim como a arte não se abrange apenas ao vestuário. Quero mostrar a outros profissionais da moda que desfiles e editoriais são caminhos para a imaginação. Podemos usar uma narrativa pra contar histórias e mostrar minha arte, minha coleção, minha identidade”, diz Lidiane.

Coquetel Blue: a partir da esquerda, Perim (baixo e voz), Pedro Espíndola (guitarra e voz), Bo Loro (bateria e vocal) e Leotta (teclado e voz)A modelo e atriz Paty Bogalho como a Dama de Vermelho do curta fashion “Noites de Carmim”: além de muita renda, Lidiane recorre bastante ao cetim na criação dos figurinos

A estilista (e cineasta) fala bem mais sobre criação audiovisual do que propriamente, ou exclusivamente, sobre moda, apontando, como se pode notar, para uma visão mais ampla e arejada do universo das passarelas. Ela conta que não parte de nenhuma referência ou inspiração específica do repertório dos filmes de moda para fazer seus curtas.

“Me baseio, para escrever meus roteiros, na minha história e em de onde vim, Bela Vista, na fronteira com Paraguai. Me inspiro nas mulheres fronteiriças e na minha cultura”, afirma. “Escrevi a música [de ‘Noites Carmim’] com base no roteiro. A trilha sonora autoral e original é que traz a narrativa do fashion film, em uma composição que mistura a estética e o som pra trazer o público na imersão da história”, aposta Lidiane.

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