Com uma carreira marcada por autenticidade, empatia e compromisso com uma televisão plural, Pâmela Lucciola vem se consolidando como uma das comunicadoras mais relevantes da TV brasileira. Natural de Itabuna (BA), a jornalista iniciou sua trajetória na TVE Bahia, onde apresentou o programa TVE Revista, e criou uma conexão genuína com o público.
Em 2018, assumiu o Band Mulher, primeiro programa da TV aberta nordestina dedicado às mulheres, tornando-se também sócia da atração e responsável pelo conteúdo. Durante essa fase, valorizou a diversidade, os direitos femininos e a construção de um espaço relevante para vozes historicamente silenciadas.
Atualmente, Pamela segue à frente do Melhor da Noite na Band, experiência que reforça sua presença nacional e permite ampliar sua comunicação, combinando jornalismo de qualidade com conteúdos de entretenimento e cultura. Sobre essa fase, ela comenta: _"Estou muito feliz de poder desenvolver projetos que conectem jornalismo, entretenimento e diversidade cultural, sempre com um olhar empático e próximo do público."_
Além do trabalho na TV, Pamela mantém engajamento em cultura, moda e representatividade. Recentemente, lançou sua segunda collab com a marca baiana Boah, integrando comunicação e moda como formas de expressão. Também apresenta o Band Folia, levando o Carnaval da Bahia para todo o país, reafirmando seu compromisso com a valorização da cultura nordestina.
Sobre ser referência como mulher nordestina na televisão, ela destaca: _"Não sinto peso, mas sim responsabilidade. Saber que minha trajetória pode abrir portas para outras pessoas me motiva a dar o meu melhor todos os dias."_
Com presença firme e escuta generosa, Pâmela Lucciola segue redefinindo o significado de comunicar na televisão brasileira, consolidando uma trajetória marcada por relevância, autenticidade e protagonismo.
A jornalista e apresentadra Pâmela Lucciola é a Capa exclusiva do Correio B+ desta semana, e em entrevista ao Cadernos ela fala sobre carreira, representatividade e estar em rede nacional na TV Bandeirantes.
A jornalista e apresentadora Pâmela Lucciola é a Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Duda Portella - Diagramação: Denis Felipe - Por: Flávia VianaCE - Pâmela, você tem uma trajetória sólida na TV e agora assume o comando do “Melhor da Noite”. Como tem sido esse momento de transição e o que o público pode esperar dessa nova fase?
PL - Estou muito feliz de poder voltar ao Melhor da Noite, programa que me abriu portas em rede nacional desde a minha primeira participação em 2023, agora como titular na apresentação junto ao Felipeh Campos e todo elenco. O momento tem sido de tirar as ideias do papel e colocar em produção, estamos preparando um programa que seja interessante para o público na faixa horária noturna, com jornalismo de qualidade, que é o forte da Band, misturado ao entretenimento comprometido com a diversidade cultural do nosso país.
CE - Você foi a primeira mulher nordestina a comandar um programa diário em rede nacional na Band. Que peso e responsabilidade esse marco carrega pra você?
PL - Não sinto peso, mas sim a responsabilidade, pq sei que de onde eu vim tem muitos outros profissionais capacitados e talentosos em busca dessa mesma oportunidade que vivo: de mostrar meu trabalho para todo Brasil. Isso me estimula a dar o meu melhor, pq sei que a minha atuação e presença podem abrir portas pra outras pessoas!
CE - Sua comunicação é marcada por empatia e escuta. Como você enxerga o papel da televisão — especialmente a ao vivo — nesse momento em que o público busca mais conexão e verdade?
PL - Fico feliz que chegue para o público uma comunicação que sim, eu escolhi fazer com empatia e escuta. Afinal são escolhas, desde a forma que você conduz uma entrevista ou faz um comentário, que comunicam essa verdade e a conexão que todos nós buscamos. Quero falar de questões reais que afetam a vida dos brasileiros de forma leve mas que também provoque o pensamento do público. Acho que em tempos de IA, a busca é pelo toque de sensibilidade que pode transformar a vida das pessoas.
CE - Vindo do jornalismo, como foi encontrar seu próprio tom como apresentadora e, ao mesmo tempo, preservar essa essência de repórter curiosa e observadora?
PL - Eu venho e não saio do jornalismo, mas desde sempre estive mais por dentro do jornalismo cultural e do entretenimento comprometido com a qualidade da informação. Acho que o perfil do apresentador é definido pela própria personalidade da pessoa, afinal não somos atores, não estou ali representando. Sempre fui curiosa, observadora, questionadora, e são essas características que me movem na minha profissão.
CE - Você começou sua trajetória na TVE Bahia e depois foi sócia e apresentadora do “Band Mulher”. O que aprendeu nesses projetos regionais que leva até hoje pra rede nacional?
PL - Na TVE aprendi a valorizar a nossa cultura e nossa diversidade. Moramos em um país com dimensões continentais, não dá pra achar que São Paulo e Rio são os únicos parâmetros. No Band Mulher aprendi a usar a comunicação e o espaço na tv aberta para munir mulheres com informações importantes no combate à violência de gênero e educar homens a quebrar padrões machistas que também trazem para eles diversos prejuízos.
CE - Nos seus programas, a presença feminina sempre foi um pilar forte. Como você enxerga o avanço — e os desafios — da mulher na comunicação brasileira?
PL - Acho que já avançamos bastante mas o caminho ainda é longo. Temos que ter cuidado com as armadilhas que nos fazem retroceder, principalmente quando querem nos fazer acreditar que só tem espaço pra uma por vez, incitando a rivalidade feminina. Se somos um país constituído majoritariamente por mulheres, nada mais justo que também sejam nós mulheres contando nossas histórias.
A jornalista e apresentadora Pâmela Lucciola é a Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Duda Portella - Diagramação: Denis Felipe - Por: Flávia VianaCE - A representatividade nordestina sempre esteve muito presente na sua trajetória. O que significa, pra você, ocupar esse espaço e levar um sotaque e uma visão de mundo pro horário nobre?
PL - Significa muito! Perdemos muito tempo exigindo um sotaque “neutro” para comunicar em um país que tem uma diversidade de chiados, formas de falar, expressões, gírias… pq reduzir tudo isso a uma coisa? A gente cresce com a diversidade e ganha com uma tv que gera identificação e aproxima o público. Como dizia o grande Ariano Suassuna, não troco meu “oxente” pelo “ok” de ninguém.
CE - Além da TV, você acabou de lançar sua segunda collab com a marca baiana Boah. Como nasceu essa parceria e de que forma moda e comunicação se conectam na sua vida?
PL - Eu sou da comunicação e a moda é uma ferramenta forte que também comunica. A roupa que você usa na tv para apresentar um programa já passa uma mensagem mesmo que você ainda não tenha falado nada. Notei muito cedo que queria unir as duas coisas e que usaria a moda como expressão da minha personalidade. A oportunidade de criar com marcas autorais é maravilhosa, é meu momento de brincar de estilista, e fico muito feliz que as coleções que já lancei em collab tenham sido muito bem aceitas!
CE - Você fala bastante sobre saúde mental, propósito e autenticidade. Como mantém o equilíbrio em meio à rotina intensa da televisão e das redes sociais?
PL - Olha, eu tento manter o equilibro, como a maior parte das pessoas, as vezes é possível, as vezes não. E não tem segredo, é atividade física, boa alimentação, boas noites de sono e cuidados com a exposição demasiada na internet.
CE - Na sua visão, o que diferencia a televisão feita no Nordeste da produção de outros grandes centros, como São Paulo e Rio?
PL - A diferença maior está em menos investimento nas regiões fora dos grandes centros, o que implica em produções mais reduzida. Gente com talento e capacidade para fazer tem espalhado por todo Brasil, é o dinheiro que fica concentrado e que nos obriga a sair, muitas vezes, das nossas cidades em busca de passos maiores nas grandes metrópoles.
CE - Como é dividir a vida com alguém que também vive a arte, como o Russo Passapusso? Essa troca criativa influencia sua forma de comunicar?
PL - Nós brincamos que ele é um cantor que queria ser jornalista e eu uma jornalista que queria ser cantora. Rs. Nos completamos em muitos quesitos mas também provocamos um no outro inquietudes necessárias nas nossas profissões.
CE - Olhando pra frente, que tipo de projeto ainda te desafia? Existe algo que você ainda queira experimentar dentro ou fora da TV?
PL - Tenho muitos planos e olhando lá na frente meus olhos e coração apontam para um programa onde o Brasil se sinta representado em toda sua diversidade.
Bruna Gomes é a Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Arquivo pessoal - Diagramação: Denis Felipe - Por: Flávia Viana
Bruna Gomes é a Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Arquivo pessoal - Diagramação: Denis Felipe - Por: Flávia Viana


