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Capa B+: Para celebrar a virada do ano, uma entrevista exclusiva com a atriz Klara Castanho

Em nossa última Capa de 2024, Klara conversa com o B+: "Meu retorno às novelas não poderia ter sido com uma personagem melhor".

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A atriz Klara Castanho tem apenas 24 anos, mas 23 de carreira. Desde 2006, ela é uma figura presente na TV. Brilhando agora como Eugênia em Garota do Momento na TV Globo, ela construiu uma carreira sólida no cinema e no streaming também.

Somente neste ano, além da novela das seis, ela também pode ser vista nas temporadas finais de Bom dia, Verônica e De Volta aos 15, disponíveis na Netflix, mostrando toda a sua versatilidade com personagens distintas em cada uma das produções. Para o próximo ano, ela já tem rodado o longa-metragem de suspense #SalveRosa, dirigido por Susanna Lima.

Klara Castanho é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana, e a última deste ano. Em entrevista ao Caderno, a atriz fala sobre papéis de suas carreira, sua atual personagem na TV Globo e também novos projetos para 2025.

A atriz Klara Castanho celebra a nossa virada de ano no Correio B+ com exclusividade - Foto: Maria Magalhães - Diagramação: Denis Felipe e Denise Neves

CE - Como é iniciar uma carreira tão jovem? 
KC -
 No meu ponto de vista, foi a melhor escolha que poderia ter sido feita. Comecei cedo e por muita sorte minha carreira já era o que amo fazer. Não existem pontos negativos na minha experiência.

CE - Como é pra você ser um sucesso desde tão novinha? 
KC -
 Eu tive uma base muito sólida e de muita conversa com a minha família. Eles me prepararam desde sempre para o que poderia ou não acontecer. Ter eles como suporte e pilar da minha vida é muito essencial.

CE - Você já se sentiu pressionada por ser nova?
KC -
 Fazer o que ama, e amar o que faz, gera necessariamente uma pressão. Aprendi e aprendi diariamente a lidar com ela da forma mais saudável que consigo. Acredito que quando você coloca amor e se dedica a algo, automaticamente você busca o melhor e a pressão acaba vindo junto.

CE - Você tem trabalhos que considera muito? Conta pra gente?
KC - 
- Marcante - Ângela, de Bom Dia, Verônica.  
- Desafiador - Rosa, de Salve Rosa.
- Inesquecível - Rafaela, de Viver a Vida.
- Muito difícil - Rosa, de Salve Rosa.

CE - Como é pra você fazer streaming já que não é dessa geração? 
KC -
 Primeiro acho engraçadíssimo chegar nesse ponto da vida, onde eu passo a não ser a geração mais recente. Acredito que o streaming te dê um acesso e uma projeção que um canal aberto é restrito. Estamos falando a nível internacional, de diferentes, se não todas, as faixas etárias. É um nível de exposição e reconhecimento incomparável.

CE - Como é sua relação com as redes sociais e Internet?
KC -
 Como comecei a ter acesso muito nova, ainda que supervisionado pela minha mãe, aprendi muito cedo o quão nocivo pode ser. Aprendi sobre as maravilhas, mas também o que é necessário pra encontrar meus limites para/com elas. Hoje em dia tenho uma relação muito mais saudável. Uso muito como fonte de atualização e pra me comunicar com amigos, além é claro, de divulgar meus trabalhos. 

Reprodução Instagram Klara Castanho

CE - Como é influenciar tantos seguidores?
KC -
 Perigoso. Tenho muitíssima cautela e cuidado pra falar sobre o que sei, como sei, e da forma mais clara e esclarecida possível. Jamais abro minha boca para levar informações pela metade, ou assuntos que sei só por cima.

CE - Como é ter uma carreira sólida tão jovem?
KC -
 Primeiro, obrigada por esse comentário. Batalho dia a dia para conquistar e manter meu espaço. Sou apaixonada pelo ofício, e sempre darei o meu melhor. Busco diariamente desafios e o estudo não para. 

CE - Fala pra gente sobre fazer De Volta aos 15 e Bom Dia Verônica? 
KC -
 São dois projetos muito diferentes e que foram feitos num espaço tempo muito curto. Aliás, em um momento fui revezando entre eles. A Carol de DV15 me trouxe a possibilidade da leveza, da descoberta, das primeiras vezes. Enquanto a Ângela me desafiou de forma extrema tanto física quanto emocionalmente. Me trouxe profundidade, densidade e muita consciência cênica.

CE - Fala pra gente da Eugênia em Gatota do Momento?
KC -
 Meu retorno às novelas não poderia ter sido com uma personagem melhor. A Gênia é cuidadosa, internamente revolucionária e acompanhar, sendo a porta-voz, essa evolução tem sido um grande presente. 

Klara Castanho - Reprodução Instagram

CE - Para 2025 teremos longa metragem? 
KC -
 Teremos!!!!! Salve Rosa é um longa que rodei em agosto desse ano, que deve sair até julho de 2025. Um projeto que anseio grandemente. Agora novos projetos, eu conto mais pra frente hahaha 

CE - O que a Klara gosta de fazer quando não está trabalhando? 
KC -
 Gosto de estar com quem amo. Onde quer que seja. Agora, morando no Rio de Janeiro, estar na praia é uma grande tarefa obrigatória!

CE - Você é vaidosa? Ligada em moda?
KC -
 Sou! Adapto o que me interessa aos meus parâmetros de conforto e beleza, mas estou sim, sempre antenada.

CE - Como foi o ano de 2024 pra você? 
KC -
 Foi um ano de renovação, muito trabalho, recomeços e de muita união com a minha família. 

CE - O que espera pra 2025?
KC -
 Muito trabalho, menos desigualdade, muita saúde e principalmente paz.

Klara Castanho - Reprodução Instagram

 

FELPUDA

Com a não oficialização do caminho partidário do governador Eduardo Riedel... Leia a coluna de hoje

Leia a coluna desta segunda-feira (28)

28/07/2025 00h05

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HANNAH ARENDT ESCRITORA ALEMÃ

Em nome de interesses pessoais, muitos abdicam  do pensamento crítico, engolem abusos e sorriem  para quem desprezam. Abdicar de pensar também é crime”.

FELPUDA

Com o passar dos dias e a não oficialização do caminho partidário que o governador Eduardo Riedel pretende seguir, atento observador disse que a classe política está de mãos atadas  para intensificar as articulações e se encontra como nas filas  de cinema na escolha de filmes, tais como “... E o Vento Levou”  (para aqueles que têm certeza que ele deixará o ninho tucano), “2026 – Uma Odisseia no Espaço” (para os que não acreditam que o governador terá tentativa de reeleição tranquila), “Clube dos Cinco” (para quem crê em palanque reunindo  o ex-presidente Bolsonaro, a senadora Tereza Cristina,  a prefeita Adriane Lopes, o ex-governador Reinaldo Azambuja  e Riedel), “O Poderoso Chefão” (para os que apostam que ele continuará seguindo os conselhos do ex-governador  Reinaldo Azambuja). O sagaz observador só se referiu  aos nomes dos filmes, não ao enredo. Essa gente...

Adoção

Em parceria com a Coordenadoria da Infância e Juventude,  o Tribunal de Justiça de MS  
vai promover o curso Preparação à Adoção – Nasce uma Família. As inscrições podem ser realizadas até quarta-feira. Mais informações  no site tjms.jus.br.

Adriana Espindola e Fernando Madeira
 Fernanda Marteloe Caue Gazel

 “Facão”

Clima de apreensão tem tomado conta de servidores estaduais comissionados, diante  dos comentários de que há “facão” previsto para agosto, que deverá vir afiado e “cortará fundo como navalha” em diversas áreas da administração. O governo fez previsão de cortar gastos em função da queda de arrecadação e estima que até o fim do ano terá de economizar de R$ 500 milhões a R$ 800 milhões. “Padrinhos” de todos os naipes já estão sendo acionados.

Realidade

As ameaças do PT de lançar candidato ao governo contra Eduardo Riedel, apontando  que este não saberia enfrentar  a oposição, arrancou risos de político antenado que só. Ele lembrou que o petismo comandou Mato Grosso do Sul por oito anos, foi destronado pela oposição, que reunia PSDB e MDB, “se desidratou e está do jeito que está”. Segundo ele, a realidade  é diferente de narrativa e não se pode subestimar adversários.

Exceção

Na real, o time tucano, do qual o governador Eduardo Riedel ainda faz parte, e os emedebistas sempre fizeram oposição ao PT. A exceção foi justamente na atual administração estadual, em que uma das alas do partido decidiu se abrigar e, depois de tomar o comando da sigla, quer impor sua vontade, exigindo apoio  a Lula e a um nome para o Senado. As lideranças do PSDB e do MDB sabem o caminho das pedras  para enfrentar a oposição.  E como sabem...

ANIVERSARIANTES

Aluízio Louzada da Cruz,

Edna Contelli,

Dendry Rios,

Kamila Diniz Mello Falkine,

Kelson Salazar Cação,

Dr. Altino Gonçalves Soares,

Claudio Pagnoncelli,

Jorge Nilson Nunes dos Santos,

Vilto Chiarello,

Valdir de Oliveira Teixeira,

Cicero Lacerda Faria,

Maria Gracia Lopes Villamayor,

Edney Silva Fuchs,

João Silva Leite,

Cristiano Vieira Canato,

Lucila Degani Neder Meneghelli,

Gabriela Fernanda Wagner da Silva,

Sérgio Luiz do Nascimento Cabrita,

Dr. Celso Massaschi Inouye,

Olímpio Stiehler,

José Zani Carrascosa,

Milton Pupin,

Geovana Costa de Souza Pimentel,

Mariluce Anache Anbar Cury,

Victor Manuel Lopes Figueiras,

Danilo Santos Pereira,

Márcio Massato Yanaze,

Carlos Alberto dos Santos Batistote,

Patricia Moraes Gomes,

Renata da Costa Paim,

Ernestina Santana,

Dra. Filomena Aparecida Depólito Fluminhan,

Luiz Borges Filho,

Odete Alves Bueno,

Kelly Arayo,

Félix Nazário Portela,

Regina Helena Neves Sampaio,

Ilka Necenas Oshiro,

Ronaldo Furtado Borges,

Ivanilda Baliego,

Kimiko Yamanada dos Santos,

Marco Túlio Schneider Pereira,

Ramona Bruch Pereira,

Dr. Carlos Augusto de Oliveira Botelho,  

Marlene Rezende Perez,

Arnaldo de Araujo Vilela,

Valter Pereira Alves,

Rosa Gomes de Castro,

Eulália Pereira da Silva,

Júlio Celso de Vasconcelos,

Margarida Nunes Miranda,

Vanessa Oliveira Assis,

Aldilene de Souza Teixeira,

Patricia Andrade Parra,

Vanessa de Oliveira Santos,

Maria Carolina de Souza,

Azanélio José Rezende Junior,

Arão Antônio Moraes,

Ariane Torres Ribas,

Fábio Rogério Canatto Coimbra,

Vanda Miranda Castilho de Oliveira,

Paulo de Souza Taveira,

Franklin Garcia Magalhães,

Silvia Helena Figueiredo da Silva,

Roberto Galante,

Aderli Lappe do Prado,

Adriana Catelan Skowronski, 

Dr. Djalmir Seixas César,

Manoel Góes Pache,

Sérgio Pacheco,  

Antônio Vieira,

Marco Roberto Dibres Sampaio,

Arnaldo Gedro Machado,

Ericson Galeano Paschoal,

Victor Olavarria e Silva,

Fernando Villa de Paula,

Cleverson Alves dos Santos,

Luiz Fernando Dall’Onder,

Alessander Protti Garcia,

Gustavo Henrique Cardoso,

Alessandra Souza Fontoura,

Cristiane Parreira Renda de Oliveira Cardoso,

Vera Lúcia Pereira de Almeida,

Dayene Regina Peixoto Lancine,

Edson Luiz Nunes,

Danilo Meira Cristofaro,

Vandir Zulato Jorge,

João Carlos Dias,

Eloine Pilegi Pareja,

Patricia Insfran Carramanho,

Luiz Inácio Abrão,

Luciana Piroli Maia,

Fernando César Bernardo,

Hiadas da Costa Reis,

Mayara Bendô Lechuga,

Raul Serra,  

João Guilherme Barbosa Elias,

Rosely Aparecida Stefanes Pacheco,

Joderly Dias do Prado Junior,

Daniela Maria Vendrame,

Juliano Cavalcante Pereira,

Rodrigo Cabrera Borges,

Leticia Teixeira Sanches,

Solange das Graças Rodrigues da Cunha Bento,

Willyan Rower Soares,

Jerdilei Aparecido dos Santos,

Samira Lira Vieira,

Lucilene de Oliveira da Silva.

Correio B+

Capa B+: Entrevista exclusiva uma das roteiristas da série "Raul Seixas: eu sou" Lívia Gaudencio

"Fazer esse trabalho foi extremamente prazeroso porque eu já era fã do Raul Seixas e tive a oportunidade de me aprofundar ainda mais na vida e na obra dele".

27/07/2025 15h30

Capa B+: Entrevista exclusiva uma das roteiristas da série

Capa B+: Entrevista exclusiva uma das roteiristas da série "Raul Seixas: eu sou" Lívia Gaudencio Foto: Matheus Soriedem

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Lívia Gaudencio está festejando seus 15 anos de carreira como roteirista de forma muito especial! A artista é a única mulher na equipe que assina o roteiro da série “Raul Seixas: Eu sou”,  no Globoplay. 

Mineira, Lívia ainda tem no currículo o trabalho de no roteiro do filme “Maria do caritó”, estrelado por Lilia Cabral, a criação e o roteiro da webserie “Steam Girls”, sobre meninas na ciência, e o curta “Lembranças de Barcelona” sobre feminicídio.
 
Dona e diretora da Gautu Filmes, focada na produção de projetos autorais para o mercado audiovisual, ela pretende lançar este ano o curta “Onde está você agora?”, sobre uma mulher que lida com a perda gestacional e, ao mesmo tempo, precisa cuidar da mãe com Alzheimer. Além de protagonizar a produção (que tem uma equipe majoritariamente composta por mulheres), ela ainda é a roteirista e faz codireção.

Lívia também é atriz há 25 anos, e passou por escolas renomadas como a New York University e a Escuela Internacional de Cine y TV, de Cuba. A artista atuou no elogiado filme “Batismo de sangue” e na série “A cura”, da Globo. Nos próximos meses, vai rodar o país apresentando espetáculos da premiada Companhia O Trem, da qual é diretora artística.

Lívia Gaudencio é a Capa exclusiva do Correio B+ desta semana, e entrevista ao Caderno ela fala da celebração especial que está vivêndo, trabalhos, carreira e estreias.

 

Capa B+: Entrevista exclusiva uma das roteiristas da série "Raul Seixas: eu sou" Lívia GaudencioA roteirista Lívia Gaudencio é Cap exclusiva do Correio B+ desta semana - Fotos: Matheus Soriedem - Diagramação: Denis Felipe - Por: Flávia Viana

CE - Lívia, você integra a equipe de roteiristas da série “Raul Seixas: eu sou”, que chegou em junho no catálogo do Globoplay. Como surgiu a oportunidade de fazer parte desse projeto? Como foi a busca de histórias a serem incluídas na produção?
LG - Eu estava trabalhando em outros projetos com o Paulo Morelli, sócio da O2 Filmes, quando deram início ao desenvolvimento da série "Raul Seixas, Eu Sou".

Na época eu estava também fazendo mestrado em Estudos Sobre as Mulheres, em Portugal, e eles buscavam um olhar feminino para a narrativa. O convite de integrar a equipe surgiu e eu fiquei encarregada de desenvolver o Episódio 3, porque é quando vemos o primeiro divórcio do Raul, um momento muito traumático e delicado para ele e a ex-esposa, Edith.

A pesquisa para a série partiu de biografias, entrevistas com amigos e familiares e do vasto material disponível na mídia. A partir daí, fomos colocando a nossa digital através das criações ficcionais, principalmente no que diz respeito às cenas de realismo fantástico onde pudemos dar vida às loucuras e criações geniais da mente do Raul.

CE - No processo de criação, o que mais te chamou a atenção sobre a vida de Raul Seixas? Descobriu algo que desconhecia ou que tinha informação errada?
LG - O que mais me chamou a atenção foram as fragilidades do Raul. Todo gênio é incompreendido em sua tentativa de compreender o mundo. Raul sofreu muito por não se encaixar em dogmas culturais e regras sociais e isto o adoeceu. Acredito que a autodestruição dele vem desta dificuldade do não pertencimento.

Eu desconhecia a faceta familiar do Raul e gostei muito de desenvolver as cenas de intimidade dele com suas esposas e filhas. O que sempre chegou para o público foi a persona artística de maluco beleza que ele criou, mas o Raul tinha uma psique complexa e cheia de contradições como todo ser humano e que pudemos retratar na série.

CE - Com tanto conhecimento agora sobre a vida de um dos maiores cantores do Brasil, consegue descrever melhor a razão pela qual ele segue sendo cultuado até hoje?
LG - O Raul era visionário nos sincretismos que fazia. Seja musical, político ou espiritual, tudo era inovador nas misturas que ele fazia. As pessoas que apresentam o novo acabam sendo colocadas neste lugar de líderes. E este foi um grande dilema para o Raul, que ficava dividido entre gostar de ser cultuado ao mesmo tempo em que queria libertar as pessoas das idolatrias e ideologias cegas. 

CE - O que é mais difícil na hora de se roteirizar um projeto sobre a vida de uma personalidade relevante?
LG - Honrar a memória de uma personalidade tão gigante é uma baita responsabilidade, principalmente porque a pessoa não está mais aqui para falar por si e a obra pode ter um efeito de selar uma meia verdade como verdade inteira.

Além disso, eu acho muito delicado retratar a vida de pessoas reais, porque o que pra nós é entretenimento, para elas pode significar traumas e memórias familiares muito sensíveis. Eu sempre fazia o exercício de me colocar no lugar das esposas e das filhas, ou até mesmo dos parceiros profissionais, como o Paulo Coelho. Imaginar estas pessoas se vendo na série era uma forma de não ser maniqueísta na construção das cenas e de respeitar a história daquelas pessoas também. 

CE - “Raul Seixas: eu sou”, aliás, marca seus 15 anos como roteirista. Acredita que esse projeto é um divisor de águas da sua carreira, mesmo já tendo feito trabalhos como o roteiro do filme “Maria do Caritó”, baseado na peça homônima com Lilia Cabral?
LG - Acredito ser um divisor de águas na minha carreira pela visibilidade que, obviamente, a obra tem, mas principalmente porque o processo de criação da série me trouxe a certeza de estar no lugar certo fazendo a coisa certa. O convite para escrever a série aconteceu em um momento em que eu pensava em desistir de trabalhar como roteirista.

Eu estava fazendo mestrado em sociologia, em uma tentativa de mudar de carreira, pensando em talvez seguir na academia. Mas conciliar a escrita acadêmica com a escrita de uma série de tv me deu a perspectiva de que, apesar de adorar a pesquisa científica, minha base é o teatro e a arte é onde me sinto em casa. Foi a partir deste reconhecimento de onde mora minha pulsão de vida que decidi voltar para o Brasil e abrir minha produtora de cinema.

CE - Nesses anos como roteirista, você fez vários projetos com foco em pautas relevantes para mulheres, como feminicídio e perda gestacional. Como analisa o interesse atual do mercado e do público em ver nas telas assuntos urgentes como esses?
LG - Acho que sempre houve o interesse do público em temas que dialogam com as fragilidades humanas. Em termos mercadológicos, o que eu acredito que tem mudado é a expansão das janelas de exibição - através da internet, por exemplo - o que traz mais oferta de obras e temas que atendem a grupos de interesses muito específicos. Acredito que os temas femininos têm ganhado mais espaço no audiovisual na medida em que também têm sido mais discutidos fora das telas. 

Capa B+: Entrevista exclusiva uma das roteiristas da série "Raul Seixas: eu sou" Lívia GaudencioA roteirista Lívia Gaudencio é Cap exclusiva do Correio B+ desta semana - Fotos: Matheus Soriedem - Diagramação: Denis Felipe - Por: Flávia Viana

CE - Inclusive, você tem uma produtora: a Gautu. Como é ser uma mulher dona de uma empresa que gera conteúdo para o audiovisual? E como enxerga esse crescente número de mulheres atrás das câmeras?
LG - Eu abri a Gautu Filmes este ano, então ainda sou bastante iniciante como produtora audiovisual. Ser uma mulher em papel de liderança tem seus desafios porque o acesso a este lugar é historicamente muito recente para as mulheres, mas acredito muito no potencial de transformação das relações de trabalho que vem da visão feminina no mundo empresarial.

Este ano foi produzido o primeiro curta-metragem pela Gautu Filmes e, propositalmente, priorizei contratar mulheres nas funções principais. Além de fortalecer a presença de mulheres no mercado audiovisual (que ainda é sub-representada e sub-remunerada), eu queria uma atmosfera mais feminina porque a história do curta pedia isso. Acredito que deu muito certo, pois tivemos um ambiente colaborativo e mais horizontal na tomada de decisões e isso possibilitou, inclusive, otimizar o orçamento através de parcerias firmadas através destas mulheres.

CE - Além de escrever, você também atua e já fez trabalhos na TV e no cinema. Pensa em fazer novelas? Acredita que estar no elenco de uma produção da TV aberta ainda é fundamental para uma carreira de sucesso?
LG - Eu quero muito voltar a atuar com mais frequência. Eu andei afastada dos palcos e das telas porque estava dedicada à maternidade, então a escrita era algo mais possível de conciliar com o tipo de maternidade que eu escolhi para minha relação com meus filhos, até este momento. Eu nunca atuei em novelas então eu gostaria sim de viver esta experiência.

Reconheço que o alcance que a novela tem, amplia as possibilidades de atuação dos artistas, mas o mais gratificante pra mim é poder  interpretar personagens que eu me conecte de alguma maneira, que eu enxergue algum sentido em viver aquela história na pele. Não importa se eles vêm através das narrativas de novelas, cinema ou teatro. 

CE - Com 15 anos como roteirista e 25 como atriz, quais seus sonhos profissionais?
LG - Tenho muitos sonhos comuns à profissão. Acredito que todo ator e atriz já se imaginou ganhando um Oscar, por exemplo (risos). Mas prefiro ir desenhando meus caminhos à medida que as possibilidades se apresentam. Realizar meu primeiro projeto de longa ou série autoral seria uma grande realização profissional e, agora, com a Gautu Filmes, é algo possível de acontecer. Depois desta realização, já posso seguir para um sonho maior.

CE - Lívia, quais seus próximos projetos a caminho?
LG - Tenho vários projetos em andamento. Vou dando mais atenção a um, ou a outro, à medida em que vão avançando. Alguns projetos não podemos mencionar por causa de contratos. Mas posso dizer que, no momento, estou focada na finalização do curta-metragem "Onde está Você agora?", que escrevi, co-dirigi e protagonizei. A ideia, a princípio, é circular por festivais e buscar novas colaborações através da Gautu Filmes.

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