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Cinema B+: O Urso merece 10 estrelas: uma receita perfeita

O Urso é uma série complexa sobre saúde mental e gastronomia, com diálogos cativantes e personagens intrigantes e está incrível na 3ª temporada

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Volta e meia fenômenos se destacam em meio à concorrência e passam para um patamar de unanimidade inatingível. É o caso de O Urso, a série que está agora na plataforma da Disney Plus e que vem colecionando todos os prêmios em Hollywood há dois anos. Em 2024, bateu o recorde de indicações no Emmy Awards (o Oscar da TV) e na festa, em setembro, é a franco favorita em sai categoria. O que me leva a um paradoxo...

O Urso merece todos os elogios e prêmios, porém está – na minha opinião – na categoria errada. Uma mancha em sua trajetória lendária. Por alguma razão, ninguém entende qual, mesmo sendo um melodrama, a série está em todos os prêmios como “Comédia” e com isso não deixa para ninguém na concorrência. Sério, os risos escassos que damos, em geral, são de nervoso.

No mais passamos aguando os pratos e chorando com as tragédias pessoais de todas personagens, que incluem suicídio, dependência química, bipolaridade e ansiedade, para citar poucos. A piada é achar que tudo isso poderia estar em uma série cômica.

Tirando essa ressalva, festejo a chegada ao Brasil da terceira temporada, com um mês de atraso em relação aos Estados Unidos. E agora só pode ser vista na plataforma unificada da Disney Plus.

Eu AMO The Bear e se fosse crítica do Michelin, como sou de TV e Cinema, daria 10 estrelas sem sequer ter dado uma única garfada nos pratos do chef neurótico que dá nome à série. É uma receita (quase) perfeita de um estudo sobre saúde mental tanto o quanto é sobre gastronomia. Um prato cheio para fãs de conteúdo inteligente e instigante se deliciar.

O Urso  navega na frágil e complexa saúde mental do chef Carmy Berzatto (Jeremy Allen White), um talentoso cozinheiro que saiu de Chicago e ganhou o mundo, tendo conseguido uma estrela do Michelin em Nova York, mas sendo obrigado à voltar para casa (na 1ª temporada) após o suicídio do irmão mais velho. Carmy, cheio de problemas e ansiedade ele mesmo, tem que lidar com a dor da perda e herdar os negócios mal administrados e confusos da lanchonete que o irmão deixou pra trás.

Divulgação

Nessa primeira etapa o que fica óbvio é que o motor de todas as relações pessoais e profissionais da família Berzatto é tóxico, mas ainda assim irresistível. Que o diga Sydney Adamu (Ayo Edebiri), fã de Carmy e atual parceira de cozinha dele.

A segunda temporada mostrou um Carmy intenso, mas pelo menos apaixonado, empenhado em transformar o pulgueiro que era a lanchonete da família em um restaurante de luxo. Foi uma temporada menos focada nele, trazendo chefs fictícios e verdadeiros em um desfile de pratos e bebidas que torna impossível assistir sem ter fome.

Acompanhamos as vidas e as transformações da equipe e das pessoas ao redor de Carmy, assim como deparamos com o furacão materno e desesperador que é Donna (Jamie Lee Curtis). E sim, na noite mais importante para o restaurante Carmy fica preso no congelador, lidando com seus demônios internos e destruindo a única coisa positiva em sua vida.

E é imediatamente após essa turbulenta despedida que encontramos Carmy mais neurótico do que nunca, obcecado por conseguir sua segunda estrela em tempo recorde, agora alucinando e alienando a todos que o cercam.

A terceira temporada deixa clara algumas receitas básicas de O Urso: diálogos atropelados na escola de Robert Altman (o diretor de cinema que adora conversas naturais, com personagens falando um em cima do outro), e uma trilha sonora espetacular, mesmo que o uso de música ininterrupta em todas as cenas às vezes irrite.

Esses ingredientes são usados sem moderação, numa panela de narrativa não linear que aos poucos vai fazendo sentido e termina em um prato perfeito: na aparência e paladar.

Dito isso, a série também tem dado mais espaço para ainda outras personagens cuja trajetória desconhecíamos, como a linda história de Tina (Liza Colón-Zayas), em um dos melhores episódios da temporada, dirigido por ninguém menos do que a atriz Ayo Edbiri.

Porém, mesmo que divertidos, os irmãos Neil (Matty Matheson) e Theo Fak (Ricky Staffieri), com a ponta de John Cena como Sammy, tenham ganhado voz fica claro que é a saída estratégica dos roteiristas para justificar o fato de que esse melodrama poderia estar classificado como comédia. Não cola.

Vou evitar contar em detalhes como é a jornada de cada um porque estragaria a experiência. Em O Urso, cada cena precisa ser surpresa para ser apreciada em sua profundidade.

Falarei mais em detalhes à frente, para evitar os spoilers, mas aviso que terminamos, como sempre, com um nó no estômago, com a faca no pescoço e angustiados para saber como os nós serão desatados. Tenho minhas teorias. Por hora, recomendo consumo imediato de O Urso!

Diálogo

Confira a coluna Diálogo na íntegra, desta terça-feira, 17 de setembro de 2024

Por Ester Figueiredo ([email protected])

17/09/2024 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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Martha Medeiros - escritora brasileira

Desatar os nós que enlaçam atos e motivos. 
Fazer as coisas por impulso. Por quê? Porque às vezes é bom a gente mostrar para si mesmo quem é que manda aqui”.

FELPUDA

Tem gente fazendo figa e batendo na madeira três vezes para que determinada ação penal, que remonta a algum tempo, prossiga somente depois das eleições, a fim de que candidatura não sofra respingos. Para desespero lá do QG, se a data de julgamento for anunciada ainda neste período de campanha eleitoral, os adversários estarão muito bem municiados, e o caso deverá servir de tema para dar um tempero especial 
no horário gratuito. Aí, será um vendaval que, conforme se dizia em tempos já idos, “vai bagunçar o coreto”.

Diálogo

Com sete coreografias premiadas, alunas do ballet do Sesc Lageado, representando o Corpo de Dança Sesc-MS, foram destaques no Festival de Danza del Mercosur 2024, realizado entre os dias 4 e 8 de setembro, em Puerto Iguazú, Argentina. O grupo se destacou entre os competidores e conquistou reconhecimento internacional no evento, que é conhecido por revelar talentos no cenário da dança. A coreógrafa Karine Wosniak, professora das bailarinas, ressaltou o esforço envolvido para alcançar os resultados. O Sesc Lageado é uma unidade de cultura que oferece aulas gratuitas de dança, música e outras atividades a crianças e adolescentes de cinco a 16 anos.

DiálogoRodrigo Nassar Tebet e Rames Nassar Tebet

 

DiálogoLili Tedde

Tropa

Nesses menos de 20 dias que antecedem as eleições, o alto-comando do PSDB está todo mobilizado, pegando firme na “marreta” para tentar levar para o segundo turno o seu candidato à Prefeitura de Campo Grande, Beto Pereira, o que seria um feito político inédito. Há quem afirme que, pelos seus componentes, tudo indica que foi criado o BETO – Batalhão Especial Tucano Organizado.

Impeachment

Quatro dos oito deputados que representam Mato Grosso do Sul na Câmara dos Deputados assinaram o pedido de impeachment de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), entregue 
a Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Senado, e a quem cabe colocar em votação. O documento teve apoio dos parlamentares Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira, ambos do PL, do candidato a prefeito de Campo Grande Beto Pereira (PSDB) e de Luiz Ovando (PP). O quarteto é do time do ex-presidente 
Jair Bolsonaro.

De fora

Mas dois tucanos de Mato Grosso do Sul, diferentemente do colega Beto Pereira, não assinaram o documento: os deputados federais Dagoberto Nogueira e Geraldo Resende. Ambos já passaram por partidos 
de esquerda e preferiram somar-se aos petistas Vander Loubet e Camila Jara, também candidata a prefeita de Campo Grande.

ANIVERSARIANTES

Rodrigo Nassar Tebet,
Rames Nassar Tebet, 
Viviane Carnevali, 
Eduardo Folley Coelho, 
Edy Francisca Balter de Carvalho, 
Dijan de Barros Rosa, 
Ingrid Sibele Brandemburg Stephanini, 
Fernando José de Paula Noronha, 
Daniel Godinho de Oliveira, 
Helena Bitancourt Gianotti,
Jader Cardoso da Silva,
Maria de Lourdes Silva Silveira,
Antonio Carneiro de Souza,
Jane Valeria dos Santos,
Renato Cândido Viana,
José Gonçalves da Silva,
Anderson Eveste da Silva Dias,
Renato Rodrigues Gualberto,
Laura Karollinny Silva Lima,
Paulo Cézar Pacheco da Silva,
Naymi Salles Fernandes Silva Tôrres,
Dr. Moisés Jajah Nogueira, 
Tatiana Jafar, 
Cristina Vega Higa,
Anna Claudia Jorge Amaral,
Joaci Nonato Rezende, 
Ana Lúcia da Silva Tavares Costa, 
Anésia Hiane Yamaura, 
Marciano Tôrres Farias, 
Clovis Santos da Silva, 
João Parroni Maria,
Fabiano Ribeiro Rodrigues,
Luis André Pasqualotto,
Giovana Oliva,
Clair do Valle Júnior,
Eduardo Rosalvo Costa,
Riovaldo Pires Martins,
Iracilda Ferreira dos Santos Oliveira,
Rubens Dantas de Souza,
Estevão Gabriel da Silva,
Virginia de Toledo Câmara Neder,
José Pinto de Almeida,
Leonardo Simioli Gutierres,
Thiago Biscaya de Souza,
Maria Lúcia Mansour Echeverria, 
Dr. Hideyasu Sakihama, 
Irene Maria Almeida Reis,
Leopoldo Mendes Chacha,
Edwino Raimundo Schultz,
Luiza Pitthan,
Juarez Jorge Budib,
Marlene Martins de Souza,
Kátia Regina Martins de Souza,
Ivan Marques,
Maria Lúcia Fonseca Nunes,
Dr. Leonardo Rodrigues Resende, 
Lucila Ribeiro Alcântara,
Alberto Youssef Filho,
Afrânio de Oliveira Thomaz,
Valderez Oliveira,
Idalina Balbino de Oliveira,
José Soares Chagas,
Arley Martins Luscura,
David Ferreira de Freitas,
Alda Rodrigues Dornele Abdo,
Fernando Ferreira,
Maria Elenice de Oliveira,
Wagner Leão do Carmo, 
Elisa Bernades Altounian,
Evando Silveira Alves,
Gilberto Antonio Mosena,
Marcos Hiroshi Inoue,
Luzia Pereira de Almeida,
Wagner Neroni,
Jaqueline Wink Soligo,
Airton Rossato,
Liel Brum Jacques,
Teodoro Cândido de Oliveira Júnior, Denivaldo Tavares de Lima, 
Maria Inês Escobar,
Pedro Rodrigues das Neves,
Maria Lúcia de Fátima Oliveira,
Elenir Alves Pinto,
Jaqueline Ferreira dos Santos,
Sidney Kock,
Aécio Luna de Alencar,
Claudiney Serrou dos Santos,
Flávio Augusto de Melo, 
Luiz Theodoro Bassani,
Danuza Sant’ana Salvadori,
Dr. Augusto Ken Sakihama, 
Fernando Orempuller Pulchério,
Dr. Hiran Sebastião Meneghelli Filho,
Paulo Renato Kovalski,
Luceimar Souza Schroder Rosa, Ademir do Espirito Mansilha, 
Estefânia Naiara da Silva Lino,
Thiago Pires Vieira,
Eugênio Rafael Rouledo Moretti,
Fabiana Matos Rocha,
Ana Paula Ascenço de Araújo,
Fernando Luis de Oliveira,
Nilo Ferreira da Silva,
Hélia Taemi Hirokawa de Lima,
Nádia Mara de Sousa, 
José Carlos Vinha,
Anete Mary Mendes,
Maria Lúcia Espicaski,
Rosângela Lieko Kato.

*Colaborou Tatyane Gameiro

MEMÓRIA

Tania Menna Barreto, terceira mulher de Raul Seixas, lança livro sobre vida do cantor

No livro "Pagando Brabo: Raul Seixas na Minha Vida de Amor e Loucuras", Tania Menna Barreto, terceira mulher do roqueiro baiano, reabre o baú da vida pessoal do artista, com quem fez canções e mergulhou em idílio romântico

16/09/2024 10h00

Raul Seixas e Tania Menna Barreto: 35 anos após a morte do músico, cantora e compositora publica as suas recordações do que viveu ao lado do roqueiro

Raul Seixas e Tania Menna Barreto: 35 anos após a morte do músico, cantora e compositora publica as suas recordações do que viveu ao lado do roqueiro Foto: DIVULGAÇÃO/ACERVO PESSOAL

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Quando morreu, em 1989, o baiano Raul Seixas já tinha deixado sua marca no rock e na música brasileira graças a uma discografia de muitos clássicos – “Gita”, “Al Capone”, “Meu Amigo Pedro”, “A Maçã”, “Sapato 36”, “How Could I Know”, “S.O.S.”, etc. –, a shows antológicos e a outras aparições públicas sempre pontuadas pela irreverência, que se tornou uma das marcas do roqueiro.

Ele é reconhecido, dentro e fora do rock, como um músico de mão cheia por, entre outros motivos, conjugar a música nordestina com o ritmo de Chuck Berry.

Mas a partida de Raul, mesmo com os fãs sendo meio que preparados por um estado de saúde que ia se agravando até o triste epitáfio, abriu um vácuo ainda hoje sentido na cena musical do País. E, em vez de silêncio, provocou um brado ruidoso de comoção com fôlego que parece não ter fim. 

São dezenas de livros e filmes, como “Raul – O Início, o Fim e o Meio” (2012), de Walter Carvalho, que repassam a trajetória do artista, destacando sempre seu talento, a personalidade irrequieta e as errâncias do destino e da vida desregrada.

A constante renovação de público, desde crianças à terceira idade, junto aos “raul-maníacos” da velha guarda sempre de plantão, garante a presença da marca do Maluco Beleza nas prateleiras de lojas e menus virtuais do comércio on-line mais de três décadas após a parada cardíaca que o levou, em 21 de agosto de 1989, aos 44 anos, em São Paulo. 

Com 17 discos lançados e 26 anos de carreira, dali em diante Raul apenas consolidaria, por força de tanta adoração, o título de Pai do Rock Brasileiro.

Em 2013, depois de 25 anos sem pisar no País, o norte-americano Bruce Springsteen abriu seus shows, em São Paulo e no Rio de Janeiro, cantando “Sociedade Alternativa”, em um português tão bem articulado que surpreendeu não somente pela homenagem, mas também pelo esforço com a língua. 

Por tudo isso, embora exista muita gente que faça críticas e considere até oportunismo, há sempre uma plateia ávida por consumir Raul do jeito que for. É por isso que, quando o mercado editorial sinaliza com novidades, há sempre interesse. 

PAGANDO BRABO

O livro “Pagando Brabo: Raul Seixas na Minha Vida de Amor e Loucuras” apresenta a autobiografia de Tania Menna Barreto, terceira mulher de Raul. O lançamento da Ibis Libris Editora conta histórias e aspectos menos conhecidos da sua vida pessoal e ao lado do cantor. 

No dia 21 de agosto, completaram-se 35 anos da morte de Raul. Tania diz que resolveu contar sua história para “não haver distorções e não se criar uma lenda distante da verdade”.

Raul Seixas teve cinco mulheres, três delas mães de suas filhas Simone, Scarlet e Vivian. Com Tania, Raul compôs músicas como “Pagando Brabo”, também título do livro, e viveu o prenúncio de seu sucesso. 

Para a produção de sua autobiografia, Tania Menna Barreto teve a colaboração do jornalista baiano Tiago Bittencourt, que hoje reside em Brasília e que também já lançou uma publicação sobre Raul em 2017.

UNIVERSO SEIXISTA

Segundo a produtora cultural Gabriela Mousse, uma das prefaciadoras, Raul Seixas foi como um meteoro, um fenômeno. Até hoje, dificilmente um show acontece sem o famoso “Toca Raul”, e seus fãs estão sempre atentos a qualquer coisa que lhes permita conhecer mais de perto o seu ídolo querido. 

“Tania é extremamente corajosa, fala o que pensa, doa a quem doer. Sempre se mostrou muito livre, muito dona de si, e sempre esteve fora dos padrões. Talvez por isso Raul a escolheu, e juntos viveram todas as loucuras e amores”, diz Gabriela.

“Este livro vai sacudir o universo Seixista, é uma delícia. Ela foi uma importante parceira de composição de Raul, e acho justo que o mundo saiba disso. A música ‘Pagando Brabo’ é uma chance de se conectar com Raul Seixas de forma livre e leve. Vocês vão sentir tudo isso ouvindo-a. Lendo ‘Pagando Brabo’, as conexões serão com Tania, Raul e com muitos outros personagens interessantes. Alguns fatos ainda não eram de domínio público, e Tania os traz à tona”, destaca a produtora cultural.
 

Tania, cantora e compositora, conta que sempre teve vontade de compartilhar suas histórias em um livro. 
“É claro que ter convivido com Raul Seixas, o maior roqueiro do Brasil, é um excelente motivo para não guardar tudo só para mim. Por isso, resgato aqui memórias que mostram sua personalidade e como era estar ao lado dele”, relata a autora.

“Jamais imaginei que Raul se tornaria o fenômeno que se tornou. Jamais pensei que ele seria um imortal. Mas ele sempre disse que ‘tinha vindo ao mundo para deixar sua digital no planeta’. E deixou”, completa.

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