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REPRESENTATIVIDADE

Com aplauso dos pais na plateia, Vaiola Parker foi coroada Miss Gay

Com aplauso dos pais na plateia, Vaiola Parker foi coroada Miss Gay

PAULA MACIULEVICIUS BRASIL

25/09/2018 - 17h56
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O apoio que tanto Higor quanto Vaiola sempre receberam estiveram presentes na noite em que a luta contra o preconceito foi coroada. Estudante de Artes Cênicas da UFGD, Higor tem 20 anos e Vaiola, 3. O artista e sua arte não só foram aceitos pelos pais como também aplaudidos no último sábado, quando Higor Cordon Cáceres venceu o Miss Gay 2018 como Vaiola Parker. “Para mim a coisa mais linda do concurso e que mais significou foi ver a presença deles”, disse Vaiola. 

De Campo Grande, Higor deixou a Capital para estudar em Dourados e aqui os pais ficaram. A distância de 233 quilômetros que fez com que seu Ramão e dona Sônia só vissem o filho nos palcos como Vaiola no concurso. “Eu fiquei muito orgulhoso”, resumiu o pintor automotivo Ramão Cáceres, de 53 anos. Seu Ramão confessa que no começo não sabia o que era ser uma drag queen. “Foi uma surpresa, mas hoje eu vejo de outra forma, e foi lindo”, completa sobre a disputa que rendeu ao filho o título. 

Vaiola Parker no desfile na noite do último sábado, no Miss Gay MS 2018. 

Mostrar a identidade de Vaiola foi mais fácil para Higor do que se assumir gay. “Eu já morava em Dourados e comecei a viver com a arte, então veio mais como um trabalho para eles, que entenderam desde o começo que eu continuava sendo a mesma pessoa, não tinha virado uma mulher ainda, e que estava feliz com isso”, conta Higor.

Como o trabalho fixo é lá, a primeira vez que a família de Higor o viu se transformando foi um choque.  “Mas não um choque negativo, salvo pela roupa que minha mãe julgou muito curta, mas ela ficou mesmo impressionada com a maquiagem e como eu fiquei diferente”, lembra.

Higor conheceu o mundo drag através do reality show americano “RuPaul’s Drag Race”, que consiste em uma disputa de drags para eleger a “America’s Next Drag Superstar”. “Vi e me encantei por esse mundo”, recorda. Desde então já são três anos se montando como Vaiola Parker. O primeiro nome, Higor explica que veio de uma drag que ele assistia nos tutoriais de maquiagem, já o sobrenome é emprestado da primeira eliminada na história do reality. “Achei um nome forte, marcante e era isso que eu queria passar como imagem da minha drag”, completa. 

Vaiola tem familiaridade com o palco, talvez já seja um talento de nascença e que foi aprimorado no curso superior. “Comecei a conhecer a arte drag na faculdade e hoje eu trabalho com isso, com performer, hostess, me apaixonei”, descreve Higor. O convite para participar da 11ª edição do Miss Gay MS veio de supetão, quase como uma obrigação, por parte do organizador do evento durante a Parada Gay em Dourados. 

Entre o interior e a Capital, Higor ressalta que em Dourados nunca sofreu o preconceito que passou aqui. “Eu sempre convivi no meio de pessoas que me aceitam e respeitam. Nunca ousei sair fora deste meio, acredito que sofri mais em Campo Grande do que em Dourados. Lá eu tenho minha casa, meu trabalho e sou muito bem recebida, aqui que recebo um pouco de negatividade”, detalha. 

Sobre o que é ser drag, Higor se transforma em Vaiola para dizer que pelos cílios e o salto alto consegue trazer a representatividade e transbordar arte. “É tirar lá do fundo da sua alma o que mais te incomoda, trazer a sua luta e transformar isso em algo bonito, que é a arte, que pode ser  com maquiagem, se montar, performance. Drag é você libertar o que te prende. As palavras são essas arte e liberdade”. 

Na noite de sábado, o Teatro Prosa do Sesc Horto foi palco para a 11ª edição do Miss Gay MS 2018. Há 11 anos o evento é realizado, organizado e praticamente bancado pela mesma pessoa, Frank Rossate. “É na raça, do bolso e na correria. Faço porque eu amo, gosto da arte transformista, gosto de miss, do glamour, de ajudar a colocar um salto, um vestido. Essa é a minha vida, meu hobby é fazer miss”, declara Frank.

Além de Vaiola Parker, foram coroados Tisciany Kamura como Miss Plus Size Diversidade e Adelino Júnior como Mister Gay.

Concurso chegou a 11ª edição no palco do Teatro Prosa do Sesc Horto, em Campo Grande. 

Entretenimento

'Star Wars' pode ganhar filme de terror, diz cineasta

Gilroy não especificou se o projeto em questão será um filme ou uma série.

11/04/2025 21h00

Franquia pode ganhar filme ou série de terror

Franquia pode ganhar filme ou série de terror Divulgação

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Uma das franquias de maior sucesso da cultura pop, Star Wars pode estar prestes a se aventurar no terror. Tony Gilroy, roteirista de Rogue One: Uma História Star Wars e da série Andor, disse em entrevista recente que a Disney e a Lucasfilm já trabalham em um projeto do gênero.

Depois de dizer em uma revista que gostaria de ver um terror na franquia, Gilroy foi questionado pela Business Insider sobre como ele comandaria um título de Star Wars no gênero.

"Eles [Lucasfilm] já estão fazendo. Acho que estão fazendo. Estão trabalhando nisso", disse o cineasta.

Reconhecendo que nem todo projeto conquista o público de Star Wars, Gilroy afirmou que "com o criador certo, o momento certo e a atmosfera certa, você pode fazer qualquer coisa".

"Espero que [Andor] dê certo e nós possamos passar adiante a boa vontade que recebemos de The Mandalorian e possamos deixar um apoio saudável para que outras pessoas possam fazer algo legal", concluiu.

Gilroy não especificou se o projeto em questão será um filme ou uma série. Atualmente, o cineasta se prepara para o lançamento da segunda temporada de Andor, que estreia em 22 de abril no Disney+.

Celebração Cultural

Feira do Panamá terá produtos do Coletivo de Mulheres Indígenas

A edição de Páscoa e em alusão aos Povos Originários será neste domingo (13), com expositores variados e atrações na praça do bairro, em Campo Grande

11/04/2025 17h44

Divulgação Redes Sociais

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A 7ª edição da Feira do Panamá, que celebra a Páscoa e o mês dos Povos Originários, terá uma participação diferenciada, com a presença de produtos e culinária indígena, entre outras atrações.

O comércio de economia criativa, que tem movimentado a comunidade da região, apresentará novidades e atrações culturais no próximo domingo (13). O evento contará com a musicalidade do Projeto Hippie e da banda Gê, além da participação do grupo Dançaê, projeto da Prefeitura Municipal de Campo Grande.

Além disso, haverá um aulão de Zumba com o professor Ítalo José, que promete não deixar ninguém parado. Outra presença esportiva será a da Escola de Capoeira Angola, com o mestre Pequeno.

Além dos produtos e atividades, quem estiver pensando em adotar um animalzinho de estimação poderá encontrar o amigo certo - seja gato ou cachorro - da ONG Anjos da Dani. Para levar o pet, é necessário apresentar cópia da carteira de identidade e comprovante de residência.

Em compromisso com o meio ambiente, a Feira Cultural do Panamá será ponto de coleta do Projeto Tampinhas (@projetotampinhas), cuja venda é revertida para a causa animal.

Povos Originários


Em abril, comemora-se o mês dos Povos Originários, e o Coletivo de Mulheres Indígenas Kaguateka, que iniciou suas atividades há cerca de dois anos, irá expor produtos que vão desde o artesanato até a culinária.

“Neste dia 13 de abril, vamos participar da feira com as artesãs, as artistas, com as meninas que fazem nossa gastronomia de origem indígena. É muito importante, muito simbólico para nós, por ser próximo ao dia 19 de abril, Dia dos Povos Indígenas do Brasil”, destacou o secretário do coletivo, John Gomes, e completou:

“É uma reflexão muito importante que queremos fazer, em relação à nossa resistência, à nossa luta contra o machismo, contra o racismo, contra a homofobia, através da nossa cultura.”

O coletivo é composto por:

  • Artesãs
  • Produtoras de moda
  • Artistas

Parte delas são donas de casa e mães; outras trabalham fora como enfermeiras e professoras. Todas se uniram para promover a cultura de seu povo.

Com o desenvolvimento dos produtos, segundo John, as mulheres indígenas têm percebido a necessidade de se aprofundar em técnicas de venda, além da importância da capacitação em empreendedorismo, uso do WhatsApp e redes sociais.

“São produtos que têm origem indígena, têm cultura, mas também são produtos que podem ser vendidos com qualidade. Até eu, que fui feirante, estou surpreso com o quanto é importante a capacitação e a formação em empreendedorismo e economia criativa.”

Entre os produtos estão vestidos com grafismos e desenhos baseados na cultura Terena e na arte Kadiwéu. Enquanto as mulheres fazem a costura, as jovens cuidam do grafismo das peças — o que acaba resgatando tradições, já que é necessário pesquisar o significado dos desenhos. Assim, a cultura é passada de geração em geração.

Entre os significados dos desenhos estão:

  • O pôr do sol
  • O amanhecer
  • A força do sol
  • A força dos ancestrais, entre outros

O Coletivo de Mulheres Indígenas também está em busca de apoio para uma oficina de corte e costura, com o objetivo de ajudar mulheres e jovens a produzirem ainda mais.

Além das roupas, haverá a venda dos chamados “bibelôs” — pequenos artesanatos como bijuterias delicadas, cuidadosamente feitas por adolescentes da comunidade, que possuem mãos leves.

“São peças muito delicadas, principalmente na hora do acabamento, para não quebrar. Sabe aquelas caixinhas de música que as meninas tinham antigamente? É mais ou menos assim. Você guarda com muito carinho, com muita lembrança, saudade. Tem um significado muito forte para nós”, pontuou John.

Imagem Divulgação

Culinária


Os amantes da culinária poderão se deliciar com o rirri, iguaria feita com mandioca (xipú), uma espécie de bolinho que normalmente acompanha o prato principal.

Outro destaque é o soporó, milho cozido usado no preparo de bolos, pamonhas, caldos e cremes.

 

Saiba: A Lei Municipal n.º 6.172, de 28 de fevereiro de 2019, instituiu a Semana da Consciência Cultural dos Povos Indígenas em Campo Grande. A programação ocorre anualmente nos sete dias que antecedem 19 de abril, data nacionalmente dedicada aos povos indígenas.

Serviço


Feira do Panamá
Local: Praça do Panamá
Endereço: Rua Palestina com Beatriz Cordeiro Leal
Data: Domingo (13)
Horário: 9h às 15h

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