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Destaque B+: Entrevista exclusiva com o ator Jean Marcel Gatti

Jean está, pela primeira vez, na tela da TV Globo. Ele interpreta o perito criminal Henrique Braga na novela "Família é Tudo", no ar no horário das sete da emissora carioca.

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Paulista, natural de Itu, Jean Marcel Gatti está, pela primeira vez, na tela da TV Globo. Ele interpreta o perito criminal Henrique Braga na novela "Família é Tudo", no ar no horário das sete da emissora carioca. Contracenando com Juliana Paiva, Jayme Matarazzo, Raphael Logam e Rafa Kelimann, o personagem sairá de cena da telenovela em breve, mas Jean já estreia um novo trabalho no mês de julho, na plataforma Start+.

Trata-se de 5ª temporada da série "Impuros", dirigida por René Sampaio e Tomas Portella, na qual o ator interpreta o personagem Coisa Ruim, braço direito do líder do CCP (facção criminosa inspirada no PCC). O ator conta que seu personagem entrou na série durante o último episódio da temporada anterior, exibida em 2023.

"Ele já chegou movimentando a história, participando da invasão ao Morro do Dendê, comandado e organizado minuciosamente por ele. Na 5° temporada, o Coisa Ruim terá grande importância, pois ele se torna um problema para o protagonista Evandro do Dendê, interpretado pelo Raphael Logam. Meu personagem vai fazer alianças com a família do próprio Evandro, o que vai gerar muita briga e desconfiança", explica.

No final do mês de maio, Jean Marcel estreou um espetáculo no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília. Depois de uma temporada no CCBB do Rio de Janeiro, a sátira musical "Os Bruzundangas, dirigida por Dani Ornellas e Renato Carrera (com quem o ator trabalhou recentemente em "O Balcão", de Jean Genet), é a primeira adaptação da obra homônima de Lima Barreto. A peça segue em temporada na capital federal até 23 de junho.

Samba, sertanejo, piseiro, melodias musicais tipicamente brasileiras, compõem a trilha do musical. "Me desdobro em sete personagens, sendo um deles um deputado e um sertanejo. O espetáculo revela impressões sobre um país de cem anos atrás, mas que é muito parecido com o Brasil atual", detalha. A peça segue depois para o CCBB Belo Horizonte, e inicia a temporada em 26 de julho.Já no cinema, Jean Marcel pode ser visto, desde abril deste ano, no filme "Vidro Fumê", um drama policial dJean, sua trajetória artística

o diretor português Pedro Varella. O longa, protagonizado pela atriz britânica Ellie Bamber (de "Animais Noturnos", de Tom Ford), é baseado no caso real da violência sofrida por Mary, turista norte-americana estuprada dentro de uma van na cidade do Rio de Janeiro no ano de 2013.

Nos cinemas, Jean ainda foi protagonista do filme "Não dá pra viver só de amor", seu primeiro grande projeto no audiovisual, pelo qual foi premiado no Festival Internacional de Cinema de Caeté (FICCA), em Cabo Verde e Portugal. Também atuou no média-metragem "Esta Noite Seremos Felizes", ao lado de Othon Bastos e Bete Mendes, no curta-metragem "EL BANO", premiado no Festival El Grito de Los Sir Voz, na Espanha; foi vencedor do prêmio de melhor ator no Festival RibaCine, de Rio Bonito (RJ), e indicado e melhor ator coadjuvante pelo filme "Juízo menino" nos festivais OffCine e CineMAZ, de Varginha (MG). Como diretor, conquistou o prêmio Corvo de Gesso, do Prêmio Cineclube Jacareí (SP), pelo filme "Inanição".

Veja a entrevista exclusiva do Correio B+ com o ator...

JEAN MARCEL GATTI - Divulgação

CE - Jean, sua trajetória artística envolve, música, palhaçaria, teatro, Tv e audiovisual.
Como foi esse início?
JM -
Tudo começou quando eu tinha 12 anos de idade e meu pai me deu um cavaquinho de presente, aprendi a tocar através de revistinhas de músicas que existiam naquela época, daí em diante nunca mais parei e foi a música que me leva pro Rio de Janeiro, quando chego no Rio, ela (a música) me abandona e o Teatro me acolhe.

Palhaçaria vem junto com o teatro, sou da escola do Teatro de Anônimo que fica na Fundição Progresso no Rio de Janeiro, foi ali que descobri o que é ser palhaço, a fazer teatro de rua, abrir roda na praça, rir, ganhar e perder no picadeiro. Palhaço é a sua extrema verdade, com todos os seus defeitos, é dizer ao público, eu sou assim, vocês me amam mesmo assim?

Se não fosse a Palhaçaria na minha vida eu não seria o ator que sou hoje, por isso que muitos atores fogem do picadeiro, de estudar Palhaçaria, o palhaço é um desnudamento é a destruição da vaidade e nós atores somos muito vaidosos, por isso que muitos tem medo e é bom que se tenha mesmo, rsrs. 

Já a tv e o audiovisual eu penso que foi a consequência desses trabalhos e estudos teatrais e de palhaçaria que fiz e ainda faço. E digo que foi por isso que cheguei na tv e no cinema com esse lugar de respeito, de cuidado e de valorização do meu trabalho, o nome disso é solidificação de carreira. 

CE - O mercado de atuação exige cada vez mais de um ator. Como você se define?
JM -
 Eu sou um ator que se alimenta de desafios, busco sempre um mergulho consciente dentro do personagem, gosto de encontrar o conflito de cada um que interpreto e através disso vou construindo camadas pra deixar-lo cada vez mais humano.

CE - Seus personagens são muito diferentes uns dos outros. Isso é desafiador?
JM - 
Cara, muito diferentes, e isso é um presente, geralmente a maioria dos atores acabam entrando numa caixa onde sempre acabam interpretando os mesmos tipos de personagens e ser ator não isso, eu tinha muito medo de cair nisso, mas o teatro me ajudou muito a ter essa versatilidade de interpretar vários tipos de personagens, que é o verdadeiro desafio do ator, o trabalho do ator, o meu trabalho como palhaço me ajudou nisso, eu já interpretei personagens cômicos, dramáticos, violentos. Essa diversidade é desafiadora e me alimenta.

Foto: Divulgação

CE - Na série  "Impuros", agora na sua quinta temporada pela Star +, (estreia em julho)dirigida por René Sampaio e Tomas Portella, você interpreta o personagem "Coisa Ruim", braço direito do líder do CCP (facção criminosa inspirada no PCC. Como foi essa preparação? Você fez algum laboratório?
JM - O "Coisa Ruim" foi o divisor de águas na minha carreira como ator. Ele tem uma complexidade incrível, quando o Felipe Ventura (produtor de elenco) me deu essa oportunidade o personagem só tinha 3 cenas, quando eu li o roteiro vi que ele tinha um potencial absurdo na série, então eu me desdobrei pra que ele se transformasse nessa grandiosidade que ele se tornou, busquei referências em entrevistas de vários líderes, assisti um documentário incrível chamado "PCC - O poder supremo" que me ajudou muito nas escolhas de como me colocar em cena.

A maior referência pra construir o "Coisa Ruim" pra mim foi o "Fuminho" braço direito do "Marcola" e na 5ªT ele chega ainda mais forte, mostrando realmente como ele é, estrategista, frio e muito inteligente. O mais maneiro disso tudo é contracenar com Raphael Logam que da vida ao "Evandro do Dendê" somos inimigos na série, mas na vida real ele é meu irmão, minha referência, aprendo muito com ele. E agora já posso revelar em primeira mão pra vocês a 5ª temporada estreia dia 24 de Julho.

CE - Recentemente você também estreou na novela das 19h, "Família é tudo" (Tv Globo), onde você interpretou um perito criminal. Foi a sua primeira participação ao lado de protagonistas como Jayme Matarazzo, Juliana Paiva e Rafa Kalimann. Como foi essa experiência?
JM - 
Minha primeira novela, "Henrique Braga" esse perito que veio bagunçar a vida da "Electra" interpretada pela Ju Paiva. Quando o Gui Gobbi (produtor de elenco) me ligou convidando pra fazer a novela fiquei muito feliz, de início preocupado porque eu estava em temporada com um espetáculo de quinta a domingo no ccbbrj, mas depois que conversamos conseguimos organizar as datas e super rolou.

Trabalhar com Rafa, Jayme e Ju foi incrível, me acolheram, parecia que já nos conhecíamos a bastante tempo... e ainda contraceno com Raphael Logam também, foi nosso terceiro trabalho juntos, aí fica fácil, né?  O ambiente da novela é uma delícia, encontrar amigos de outras novelas, resenhas... espero que o "Henrique Braga" volte pra desmascarar o Hans e a Jessica. 

CE - "Bruzundangas" é um espetáculo de teatro que está rodando algumas capitais brasileiras em que você atua. Do que se trata essa peça?
JM -
 Eu gosto de definir essa peça como "um deboche" Lima Barreto é um ser indescritível, de um poder de escrita absurdo, é obrigatório conhecer Lima Barreto, ler Lima Barreto, falar sobre Lima Barreto. A peça trata de uma temática social brasileira sob um viés político, com diversos problemas sociais e econômicos.

A gente bebe muito do teatro de revista, apresentando a vida brasileira nos primeiros anos da primeira república. Bruzundanga é um país no qual é muito semelhante ao nosso Brasil. Vem assistir, você vai rir muito, mas também vai refletir a beça sobre o assunto.

CE - No audiovisual tem muita história, né? Como o filme " Esta noite seremos felizes" com Othon Bastos e Bete Mendes. Que mais o público pode esperar?
JM -
 Muitas, e a história desse filme é de se emocionar. Digo que meu maior presente foi esse filme, contraceno com duas grandiosidades do cinema brasileiro, interpreto o personagem "Hugo" que é o melhor amigo de "Seu Carlos" interpretado pelo o Othon Bastos que virou meu amigo, meu parceiro, meu avôzão na vida real... a arte imita a vida? No nosso caso foi ao contrário, a vida imitou a arte. Novidades posso te dizer que ano que vem chega uma nova série chamada "Matches" pela HBOMax na qual faço parte do elenco, uma série bem divertida. 

CE - Vamos falar um pouco de como a música entrou na sua vida?
JM - 
Digo que ela foi meu primeiro amor, aí a gente nunca esquece, né? Foi quando eu tinha 12 anos e meu pai me deu um cavaquinho. Fui vocalista de um grupo de pagode chamado Atração durante 7 anos.

Foi ela quem me trouxe pro Río de Janeiro, depois de uma temporada de shows em São Paulo, viemos pro rio pra gravar um dvd, não deu muito certo e isso acabou me frustrando, aí durante 10 anos eu fiquei sem fazer show e sinto muita falta, hoje minha profissão é ator, mas confesso que sinto muita saudade de cantar, de fazer show igual fazia. Quem sabe ano que vem eu volte, agora com mais maturidade. 

CE - Para um paulista de Itú, buscar um grande centro como o Rio de Janeiro é o caminho para o sucesso?
JM -
Acho que não existe um caminho pro sucesso, existe disciplina, constância e fé. Esse ano fazem 10 anos que estou morando no Rio de Janeiro e só agora que eu estou vendo a cor do dinheiro, foi muito difícil, tem que querer muito, nossa profissão é muito transitória, as vezes você tá lá em cima, do nada tá esquecido.

Tem que ter constância e muita dedicação, abri mão de muitas coisas, principalmente de ficar longe da minha família, mas tá valendo a pena. Amo frases e tem uma do Vinny Santa Fé que é assim "quem tenta incessantemente alcança, foi no balanço das andanças que aprendi a sobreviver" é assim posso dizer: mãe, estou conseguindo. 

CE - E como você define o "sucesso"?
JM -
 Sucesso é a solidificação da sua carreira, é pé no chão, é estar presente, consciente do caminho que você está seguindo. E como saber se está no caminho certo? Meu irmão Raphael Logam me disse uma frase que levo pra minha vida: "quando na sua caminhada você encontra seus ídolos, é que o caminho tá certo."

FELPUDA

Com a não oficialização do caminho partidário do governador Eduardo Riedel... Leia a coluna de hoje

Leia a coluna desta segunda-feira (28)

28/07/2025 00h05

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HANNAH ARENDT ESCRITORA ALEMÃ

Em nome de interesses pessoais, muitos abdicam  do pensamento crítico, engolem abusos e sorriem  para quem desprezam. Abdicar de pensar também é crime”.

FELPUDA

Com o passar dos dias e a não oficialização do caminho partidário que o governador Eduardo Riedel pretende seguir, atento observador disse que a classe política está de mãos atadas  para intensificar as articulações e se encontra como nas filas  de cinema na escolha de filmes, tais como “... E o Vento Levou”  (para aqueles que têm certeza que ele deixará o ninho tucano), “2026 – Uma Odisseia no Espaço” (para os que não acreditam que o governador terá tentativa de reeleição tranquila), “Clube dos Cinco” (para quem crê em palanque reunindo  o ex-presidente Bolsonaro, a senadora Tereza Cristina,  a prefeita Adriane Lopes, o ex-governador Reinaldo Azambuja  e Riedel), “O Poderoso Chefão” (para os que apostam que ele continuará seguindo os conselhos do ex-governador  Reinaldo Azambuja). O sagaz observador só se referiu  aos nomes dos filmes, não ao enredo. Essa gente...

Adoção

Em parceria com a Coordenadoria da Infância e Juventude,  o Tribunal de Justiça de MS  
vai promover o curso Preparação à Adoção – Nasce uma Família. As inscrições podem ser realizadas até quarta-feira. Mais informações  no site tjms.jus.br.

Adriana Espindola e Fernando Madeira
 Fernanda Marteloe Caue Gazel

 “Facão”

Clima de apreensão tem tomado conta de servidores estaduais comissionados, diante  dos comentários de que há “facão” previsto para agosto, que deverá vir afiado e “cortará fundo como navalha” em diversas áreas da administração. O governo fez previsão de cortar gastos em função da queda de arrecadação e estima que até o fim do ano terá de economizar de R$ 500 milhões a R$ 800 milhões. “Padrinhos” de todos os naipes já estão sendo acionados.

Realidade

As ameaças do PT de lançar candidato ao governo contra Eduardo Riedel, apontando  que este não saberia enfrentar  a oposição, arrancou risos de político antenado que só. Ele lembrou que o petismo comandou Mato Grosso do Sul por oito anos, foi destronado pela oposição, que reunia PSDB e MDB, “se desidratou e está do jeito que está”. Segundo ele, a realidade  é diferente de narrativa e não se pode subestimar adversários.

Exceção

Na real, o time tucano, do qual o governador Eduardo Riedel ainda faz parte, e os emedebistas sempre fizeram oposição ao PT. A exceção foi justamente na atual administração estadual, em que uma das alas do partido decidiu se abrigar e, depois de tomar o comando da sigla, quer impor sua vontade, exigindo apoio  a Lula e a um nome para o Senado. As lideranças do PSDB e do MDB sabem o caminho das pedras  para enfrentar a oposição.  E como sabem...

ANIVERSARIANTES

Aluízio Louzada da Cruz,

Edna Contelli,

Dendry Rios,

Kamila Diniz Mello Falkine,

Kelson Salazar Cação,

Dr. Altino Gonçalves Soares,

Claudio Pagnoncelli,

Jorge Nilson Nunes dos Santos,

Vilto Chiarello,

Valdir de Oliveira Teixeira,

Cicero Lacerda Faria,

Maria Gracia Lopes Villamayor,

Edney Silva Fuchs,

João Silva Leite,

Cristiano Vieira Canato,

Lucila Degani Neder Meneghelli,

Gabriela Fernanda Wagner da Silva,

Sérgio Luiz do Nascimento Cabrita,

Dr. Celso Massaschi Inouye,

Olímpio Stiehler,

José Zani Carrascosa,

Milton Pupin,

Geovana Costa de Souza Pimentel,

Mariluce Anache Anbar Cury,

Victor Manuel Lopes Figueiras,

Danilo Santos Pereira,

Márcio Massato Yanaze,

Carlos Alberto dos Santos Batistote,

Patricia Moraes Gomes,

Renata da Costa Paim,

Ernestina Santana,

Dra. Filomena Aparecida Depólito Fluminhan,

Luiz Borges Filho,

Odete Alves Bueno,

Kelly Arayo,

Félix Nazário Portela,

Regina Helena Neves Sampaio,

Ilka Necenas Oshiro,

Ronaldo Furtado Borges,

Ivanilda Baliego,

Kimiko Yamanada dos Santos,

Marco Túlio Schneider Pereira,

Ramona Bruch Pereira,

Dr. Carlos Augusto de Oliveira Botelho,  

Marlene Rezende Perez,

Arnaldo de Araujo Vilela,

Valter Pereira Alves,

Rosa Gomes de Castro,

Eulália Pereira da Silva,

Júlio Celso de Vasconcelos,

Margarida Nunes Miranda,

Vanessa Oliveira Assis,

Aldilene de Souza Teixeira,

Patricia Andrade Parra,

Vanessa de Oliveira Santos,

Maria Carolina de Souza,

Azanélio José Rezende Junior,

Arão Antônio Moraes,

Ariane Torres Ribas,

Fábio Rogério Canatto Coimbra,

Vanda Miranda Castilho de Oliveira,

Paulo de Souza Taveira,

Franklin Garcia Magalhães,

Silvia Helena Figueiredo da Silva,

Roberto Galante,

Aderli Lappe do Prado,

Adriana Catelan Skowronski, 

Dr. Djalmir Seixas César,

Manoel Góes Pache,

Sérgio Pacheco,  

Antônio Vieira,

Marco Roberto Dibres Sampaio,

Arnaldo Gedro Machado,

Ericson Galeano Paschoal,

Victor Olavarria e Silva,

Fernando Villa de Paula,

Cleverson Alves dos Santos,

Luiz Fernando Dall’Onder,

Alessander Protti Garcia,

Gustavo Henrique Cardoso,

Alessandra Souza Fontoura,

Cristiane Parreira Renda de Oliveira Cardoso,

Vera Lúcia Pereira de Almeida,

Dayene Regina Peixoto Lancine,

Edson Luiz Nunes,

Danilo Meira Cristofaro,

Vandir Zulato Jorge,

João Carlos Dias,

Eloine Pilegi Pareja,

Patricia Insfran Carramanho,

Luiz Inácio Abrão,

Luciana Piroli Maia,

Fernando César Bernardo,

Hiadas da Costa Reis,

Mayara Bendô Lechuga,

Raul Serra,  

João Guilherme Barbosa Elias,

Rosely Aparecida Stefanes Pacheco,

Joderly Dias do Prado Junior,

Daniela Maria Vendrame,

Juliano Cavalcante Pereira,

Rodrigo Cabrera Borges,

Leticia Teixeira Sanches,

Solange das Graças Rodrigues da Cunha Bento,

Willyan Rower Soares,

Jerdilei Aparecido dos Santos,

Samira Lira Vieira,

Lucilene de Oliveira da Silva.

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Capa B+: Entrevista exclusiva uma das roteiristas da série "Raul Seixas: eu sou" Lívia Gaudencio

"Fazer esse trabalho foi extremamente prazeroso porque eu já era fã do Raul Seixas e tive a oportunidade de me aprofundar ainda mais na vida e na obra dele".

27/07/2025 15h30

Capa B+: Entrevista exclusiva uma das roteiristas da série

Capa B+: Entrevista exclusiva uma das roteiristas da série "Raul Seixas: eu sou" Lívia Gaudencio Foto: Matheus Soriedem

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Lívia Gaudencio está festejando seus 15 anos de carreira como roteirista de forma muito especial! A artista é a única mulher na equipe que assina o roteiro da série “Raul Seixas: Eu sou”,  no Globoplay. 

Mineira, Lívia ainda tem no currículo o trabalho de no roteiro do filme “Maria do caritó”, estrelado por Lilia Cabral, a criação e o roteiro da webserie “Steam Girls”, sobre meninas na ciência, e o curta “Lembranças de Barcelona” sobre feminicídio.
 
Dona e diretora da Gautu Filmes, focada na produção de projetos autorais para o mercado audiovisual, ela pretende lançar este ano o curta “Onde está você agora?”, sobre uma mulher que lida com a perda gestacional e, ao mesmo tempo, precisa cuidar da mãe com Alzheimer. Além de protagonizar a produção (que tem uma equipe majoritariamente composta por mulheres), ela ainda é a roteirista e faz codireção.

Lívia também é atriz há 25 anos, e passou por escolas renomadas como a New York University e a Escuela Internacional de Cine y TV, de Cuba. A artista atuou no elogiado filme “Batismo de sangue” e na série “A cura”, da Globo. Nos próximos meses, vai rodar o país apresentando espetáculos da premiada Companhia O Trem, da qual é diretora artística.

Lívia Gaudencio é a Capa exclusiva do Correio B+ desta semana, e entrevista ao Caderno ela fala da celebração especial que está vivêndo, trabalhos, carreira e estreias.

 

Capa B+: Entrevista exclusiva uma das roteiristas da série "Raul Seixas: eu sou" Lívia GaudencioA roteirista Lívia Gaudencio é Cap exclusiva do Correio B+ desta semana - Fotos: Matheus Soriedem - Diagramação: Denis Felipe - Por: Flávia Viana

CE - Lívia, você integra a equipe de roteiristas da série “Raul Seixas: eu sou”, que chegou em junho no catálogo do Globoplay. Como surgiu a oportunidade de fazer parte desse projeto? Como foi a busca de histórias a serem incluídas na produção?
LG - Eu estava trabalhando em outros projetos com o Paulo Morelli, sócio da O2 Filmes, quando deram início ao desenvolvimento da série "Raul Seixas, Eu Sou".

Na época eu estava também fazendo mestrado em Estudos Sobre as Mulheres, em Portugal, e eles buscavam um olhar feminino para a narrativa. O convite de integrar a equipe surgiu e eu fiquei encarregada de desenvolver o Episódio 3, porque é quando vemos o primeiro divórcio do Raul, um momento muito traumático e delicado para ele e a ex-esposa, Edith.

A pesquisa para a série partiu de biografias, entrevistas com amigos e familiares e do vasto material disponível na mídia. A partir daí, fomos colocando a nossa digital através das criações ficcionais, principalmente no que diz respeito às cenas de realismo fantástico onde pudemos dar vida às loucuras e criações geniais da mente do Raul.

CE - No processo de criação, o que mais te chamou a atenção sobre a vida de Raul Seixas? Descobriu algo que desconhecia ou que tinha informação errada?
LG - O que mais me chamou a atenção foram as fragilidades do Raul. Todo gênio é incompreendido em sua tentativa de compreender o mundo. Raul sofreu muito por não se encaixar em dogmas culturais e regras sociais e isto o adoeceu. Acredito que a autodestruição dele vem desta dificuldade do não pertencimento.

Eu desconhecia a faceta familiar do Raul e gostei muito de desenvolver as cenas de intimidade dele com suas esposas e filhas. O que sempre chegou para o público foi a persona artística de maluco beleza que ele criou, mas o Raul tinha uma psique complexa e cheia de contradições como todo ser humano e que pudemos retratar na série.

CE - Com tanto conhecimento agora sobre a vida de um dos maiores cantores do Brasil, consegue descrever melhor a razão pela qual ele segue sendo cultuado até hoje?
LG - O Raul era visionário nos sincretismos que fazia. Seja musical, político ou espiritual, tudo era inovador nas misturas que ele fazia. As pessoas que apresentam o novo acabam sendo colocadas neste lugar de líderes. E este foi um grande dilema para o Raul, que ficava dividido entre gostar de ser cultuado ao mesmo tempo em que queria libertar as pessoas das idolatrias e ideologias cegas. 

CE - O que é mais difícil na hora de se roteirizar um projeto sobre a vida de uma personalidade relevante?
LG - Honrar a memória de uma personalidade tão gigante é uma baita responsabilidade, principalmente porque a pessoa não está mais aqui para falar por si e a obra pode ter um efeito de selar uma meia verdade como verdade inteira.

Além disso, eu acho muito delicado retratar a vida de pessoas reais, porque o que pra nós é entretenimento, para elas pode significar traumas e memórias familiares muito sensíveis. Eu sempre fazia o exercício de me colocar no lugar das esposas e das filhas, ou até mesmo dos parceiros profissionais, como o Paulo Coelho. Imaginar estas pessoas se vendo na série era uma forma de não ser maniqueísta na construção das cenas e de respeitar a história daquelas pessoas também. 

CE - “Raul Seixas: eu sou”, aliás, marca seus 15 anos como roteirista. Acredita que esse projeto é um divisor de águas da sua carreira, mesmo já tendo feito trabalhos como o roteiro do filme “Maria do Caritó”, baseado na peça homônima com Lilia Cabral?
LG - Acredito ser um divisor de águas na minha carreira pela visibilidade que, obviamente, a obra tem, mas principalmente porque o processo de criação da série me trouxe a certeza de estar no lugar certo fazendo a coisa certa. O convite para escrever a série aconteceu em um momento em que eu pensava em desistir de trabalhar como roteirista.

Eu estava fazendo mestrado em sociologia, em uma tentativa de mudar de carreira, pensando em talvez seguir na academia. Mas conciliar a escrita acadêmica com a escrita de uma série de tv me deu a perspectiva de que, apesar de adorar a pesquisa científica, minha base é o teatro e a arte é onde me sinto em casa. Foi a partir deste reconhecimento de onde mora minha pulsão de vida que decidi voltar para o Brasil e abrir minha produtora de cinema.

CE - Nesses anos como roteirista, você fez vários projetos com foco em pautas relevantes para mulheres, como feminicídio e perda gestacional. Como analisa o interesse atual do mercado e do público em ver nas telas assuntos urgentes como esses?
LG - Acho que sempre houve o interesse do público em temas que dialogam com as fragilidades humanas. Em termos mercadológicos, o que eu acredito que tem mudado é a expansão das janelas de exibição - através da internet, por exemplo - o que traz mais oferta de obras e temas que atendem a grupos de interesses muito específicos. Acredito que os temas femininos têm ganhado mais espaço no audiovisual na medida em que também têm sido mais discutidos fora das telas. 

Capa B+: Entrevista exclusiva uma das roteiristas da série "Raul Seixas: eu sou" Lívia GaudencioA roteirista Lívia Gaudencio é Cap exclusiva do Correio B+ desta semana - Fotos: Matheus Soriedem - Diagramação: Denis Felipe - Por: Flávia Viana

CE - Inclusive, você tem uma produtora: a Gautu. Como é ser uma mulher dona de uma empresa que gera conteúdo para o audiovisual? E como enxerga esse crescente número de mulheres atrás das câmeras?
LG - Eu abri a Gautu Filmes este ano, então ainda sou bastante iniciante como produtora audiovisual. Ser uma mulher em papel de liderança tem seus desafios porque o acesso a este lugar é historicamente muito recente para as mulheres, mas acredito muito no potencial de transformação das relações de trabalho que vem da visão feminina no mundo empresarial.

Este ano foi produzido o primeiro curta-metragem pela Gautu Filmes e, propositalmente, priorizei contratar mulheres nas funções principais. Além de fortalecer a presença de mulheres no mercado audiovisual (que ainda é sub-representada e sub-remunerada), eu queria uma atmosfera mais feminina porque a história do curta pedia isso. Acredito que deu muito certo, pois tivemos um ambiente colaborativo e mais horizontal na tomada de decisões e isso possibilitou, inclusive, otimizar o orçamento através de parcerias firmadas através destas mulheres.

CE - Além de escrever, você também atua e já fez trabalhos na TV e no cinema. Pensa em fazer novelas? Acredita que estar no elenco de uma produção da TV aberta ainda é fundamental para uma carreira de sucesso?
LG - Eu quero muito voltar a atuar com mais frequência. Eu andei afastada dos palcos e das telas porque estava dedicada à maternidade, então a escrita era algo mais possível de conciliar com o tipo de maternidade que eu escolhi para minha relação com meus filhos, até este momento. Eu nunca atuei em novelas então eu gostaria sim de viver esta experiência.

Reconheço que o alcance que a novela tem, amplia as possibilidades de atuação dos artistas, mas o mais gratificante pra mim é poder  interpretar personagens que eu me conecte de alguma maneira, que eu enxergue algum sentido em viver aquela história na pele. Não importa se eles vêm através das narrativas de novelas, cinema ou teatro. 

CE - Com 15 anos como roteirista e 25 como atriz, quais seus sonhos profissionais?
LG - Tenho muitos sonhos comuns à profissão. Acredito que todo ator e atriz já se imaginou ganhando um Oscar, por exemplo (risos). Mas prefiro ir desenhando meus caminhos à medida que as possibilidades se apresentam. Realizar meu primeiro projeto de longa ou série autoral seria uma grande realização profissional e, agora, com a Gautu Filmes, é algo possível de acontecer. Depois desta realização, já posso seguir para um sonho maior.

CE - Lívia, quais seus próximos projetos a caminho?
LG - Tenho vários projetos em andamento. Vou dando mais atenção a um, ou a outro, à medida em que vão avançando. Alguns projetos não podemos mencionar por causa de contratos. Mas posso dizer que, no momento, estou focada na finalização do curta-metragem "Onde está Você agora?", que escrevi, co-dirigi e protagonizei. A ideia, a princípio, é circular por festivais e buscar novas colaborações através da Gautu Filmes.

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