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Destaque na série 'Amor dos Outros', Vandré Silveira fala do seu personagem, o caminhoneiro Eurípedes

Além de todo o trabalho corporal, Vandré teve que buscar trabalhar o sotaque piauiense

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Vandré Silveira chega a 2022 no ar na CineBrasilTV dando vida ao caminhoneiro Eurípedes na série ‘Amor dos Outros’, produção da Framme Produções com direção de Alexandre Mello. 

Diferente de personagens de sucesso que viveu recentemente na TV, como Lázaro, na novela ‘Jesus’, da RecordTV, e do advogado Tibério de ‘A Dona do Pedaço’, da TV Globo, Eurípedes é um homem com características que trouxeram lembranças de família de Vandré.

 

“Meu avô materno era caminhoneiro. Benedito Fagundes. Conhecido como Seu Benê. 

Me senti extremamente lisonjeado em honrar minha Ancestralidade. 

Aliás, aprendi a dirigir caminhão exclusivamente para a série. 

Preciso dizer também que uma das minhas maiores inspirações para fazer o Eurípedes foi o trabalho do Antônio Fagundes em ‘Carga Pesada’. Sou muito fã do trabalho deste grande ator”, explica.

Além de todo o trabalho corporal, Vandré teve que buscar trabalhar o sotaque piauiense.  

“Foi interessante acessar registros de personagens mais broncos, machistas, esses homens que entendem que lugar de mulher é na cozinha, cuidando dos afazeres da casa e dos filhos. Mesmo sendo uma série de comédia, pudemos evidenciar um comportamento machista e abusivo, ainda tão presente em nosso cotidiano e pelo qual devemos sempre combater. Assisti alguns filmes e séries, além de ter o auxílio da fonoaudióloga Verônica Machado, que me ajudou com o sotaque piauiense. No Maranhão, ainda tivemos uma preparação intensa antes das gravações com ensaios e leituras de roteiros. Tanto o Igor Medeiros, quanto o Amauri Jucá, atores da série, também me auxiliaram na prosódia e nos hábitos peculiares do povo nordestino. Uma cultura tão rica e diversa”, ressalta Silveira.  

O ator trouxe também, um ar cômico para o seu personagem, algo novo em sua trajetória em mais de 20 anos de carreira.

“Tive uma grande alegria com a possibilidade de compor um homem trabalhador como personagem que ganha a vida na estrada. Eurípedes é caminhoneiro. Um trabalho de fundamental importância para o funcionamento comercial e essencial dos serviços do nosso país. O grande desafio foi humanizar este homem bronco e machista, mas que ama a esposa e faz tudo por ela. Além disso, tive que trazer traços cômicos para ele, algo novo na minha trajetória de ator”, explica Vandré.

‘Amor dos Outros’ foi gravada em 2019, antes da pandemia, em São Luis (Maranhão).

“É um sentimento muito gratificante ver esse trabalho no ar. Nós, trabalhadores da Cultura, sofremos muito com esse período de pandemia. Foi um trabalho feito com muita entrega e amor, aliás por toda a equipe que esteve muito aguerrida. Fazer cultura neste país é resistir. E seguiremos sempre acreditando no poder de transformação humano, político e social da Arte – reitera o interprete de Eurípedes”, diz.  

Para esse ano, o ator aguarda a sua estreia como protagonista na TV. Ele dá vida ao fazendeiro Simplício Dias, personagem principal da produção ‘Jenipapo- 

A fronteira da independência’ que foi gravada durante o ano de 2021 no Piauí.

“Me sinto muito feliz e grato em ter tido a oportunidade de contar uma parte da História do nosso país que é pouco conhecida. Simplício Dias da Silva foi um personagem complexo e contraditório. Mas é indiscutível seu papel de inclusão do Piauí no processo de independência do Brasil. Foi uma honra para mim ajudar a contar essa História. E sem dúvida, foi meu trabalho de maior entrega e potência” finaliza o ator.

Vandré Silveira é dono de um extenso currículo no mundo das artes. O ator completou 40 anos em 2021, 20 deles dedicados ao mundo das artes, com vários destaques na TV, Cinema e Teatro. 

“É um grande prazer viver de arte. No entanto, é difícil, infelizmente, pois nem sempre ter um vasto currículo, com trabalhos nos palcos, cinema e televisão, significa que você será chamado frequentemente para trabalhar. Nós, atores, enfrentamos muitos percalços todos os dias. São vários testes e nem sempre conseguimos aquele papel para o qual nos empenhamos tanto. Mas não se pode desanimar. Temos que seguir em frente lutando pelo que acreditamos”.

Após o sucesso em ‘Jesus’, Vandré viveu um personagem bem diferente. No fim de 2019, ele deu vida ao personagem Tibério, que foi o advogado de Josiane (Agatha Moreira) em ‘A Dona do Pedaço’.

“Eu lembro que na época brincaram muito com isso, falavam ‘de amigo de Jesus para advogado do diabo’. E isso é muito bom, pois muitas pessoas me dizem que tenho como característica ser um ator muito camaleônico. Nesse caso, eu tive que entender esse personagem. Gosto de humanizar os personagens e tive um retorno bom. Alguns advogados criminalistas me procuraram para dizer que estavam agradecidos, pois se viram bem representados na televisão. Poder viver essa história e dar vida a esse personagem foi uma delícia e agradeço muito ao Walcyr Carrasco e à Agatha, que foi uma ótima parceira de cena”, enfatiza.

Além da TV, Vandré acumula sucessos também nos palcos. Ele tem um vasto currículo, onde se destaca por sua versatilidade.

“Nesses 20 anos de carreira já fiz muitas peças, entre elas teve o meu primeiro projeto autoral: o monólogo ‘Farnese de Saudade’, com direção de Celina Sodré, sobre o artista plástico Farnese de Andrade. Eu estreei em 2012 e a última temporada que fiz foi no teatro Poeirinha (RJ) em 2018. Foi muito especial, pois atuei, escrevi a dramaturgia, criei a instalação cenográfica e ainda fomos agraciados com prêmios e indicações”, ressalta.

Além de Farnese, ele fez outros papéis memoráveis como em ‘O Homem Elefante’, com direção de Cibele Forjaz e Wagner Antônio, em 2015, em que dava vida ao personagem título e comoveu muitas pessoas com sua atuação em temporadas no Rio de Janeiro e São Paulo. 

‘A Casa Apodrecida”, versão teatral livremente inspirada no romance realista 'O Primo Basílio', escrito por Eça de Queirós e publicado em 1878, que teve direção de Leonardo Bertholini e Vandré interpretava o próprio Basílio.  

“Foram muitos trabalhos que levo com muito carinho e espero que em breve possamos retornar com o teatro que é tão importante para a cultura do nosso país”, finaliza Vandré.  

Ele prepara um projeto autoral para levar aos palcos...

“Estou trabalhando em um projeto autoral chamado ‘A Hora do Boi’ que trata da relação do homem com os animais, uma relação de exploração e crueldade. O texto aborda a visão antropocentrista do homem que se coloca numa relação de superioridade aos outros seres - revela Vandré. 

Ele planeja levar ‘A Hora do Boi’ aos palcos após o período pandêmico. O projeto tem argumento de Vandré, com texto da Daniela Pereira de Carvalho, direção do André Paes Leme e direção de produção do Caio Buker.  

“‘A Hora do Boi’ conta a história do Senhor Francisco, um homem que trabalha em um abatedouro de bovinos, ele se afeiçoa a um boi, que coloca o nome de Chico. Ele cuida dele, mas ele tem um conflito quando chega “a hora do boi”, ou seja, a hora do abate está chegando. No meio disso tem a figura de Francisco de Assis, não em uma leitura religiosa, mas como o homem que viveu e que se aproximou dos animais e respeitou todos os seres, ele aparece como narrador dessa história”.

Diálogo

A nomeação em cargo da prefeitura de mandante de assassinato da...Leia na coluna de hoje

Confira a coluna Diálogo desta terça-feira (11/03)

11/03/2025 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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Cecilia Sfalsin escritora brasileira
"Existem pessoas que não tem o que fazer e ainda assim fazem.
Fazem fofocas, fazem intrigas, fazem divisão, fazem confusões,
e ainda não tem o que fazer... Que coisa louca!”

FELPUDA

A nomeação em cargo da prefeitura de mandante de assassinato da então prefeita Dorcelina Folador causou um alvoroço em Mundo Novo. Ele cumpriu pena pelo crime ocorrido há 25 anos, mas que até hoje é lembrado. Além da população, os meios políticos ficaram agitados e o “barnabé”, que ganhou o cargo neste ano, pediu exoneração. A prefeita, que ficou em uma tremenda “saia justa”, divulgou nota para dar explicações. Pelo teor, dizem que era melhor não ter divulgado nada.

De lei

O secretário de Governo da prefeita Adriane Lopes, Youssif Domingos, tem uma resposta para as tentativas de depreciarem a administração daquela gestora: “A prefeita é legalista”.

Mais 

Para ele, a situação é clara, ou seja, há quem discorde e tem o direito de fazê-lo, porém, ela tem o contraponto de estar agindo dentro do que determina a legislação.

Diálogo

Está marcado para o dia 17 o relançamento da revista Manchete impressa, em edição mensal. Como em seus tempos áureos, uma reportagem sobre o carnaval carioca deve marcar a volta.Além da publicação impressa, os vídeos das entrevistas poderão ser assistidos por meio de um QR Code na página da revista, hospedados no R7, do grupo Record, e exibidos na TV Max, na NET. A Manchete circulou semanalmente por 25 anos, até 2000, pela Bloch Editores. Após a extinção da empresa, ainda foi editada eventualmente até 2007. A informação foi divulgada pela publicação Jornalistas e Companhia (J&Cia).

Diálogo Chayene Marques Georges Amaral e Luiz Rene Amaral
DiálogoNicola Miccione - Corcovado - Foto Lucas Teixeira - Rio Open 4070

Risco

A briga interna no PL de MS poderá levar o partido a viver uma catástrofe nas urnas nas próximas eleições. Na avaliação de políticos que acompanham a conduta de alguns membros da sigla, estaria havendo equívoco dessa tchurma. Eles dizem que em Campo Grande, maior colégio eleitoral do Estado, a população é conservadora, o que não significa que seja única e exclusivamente bolsonarista. Assim sendo...

Nem aí...

A CCR MSVias ignorou a audiência pública na Câmara de Campo Grande sobre questões relacionadas ao acesso de moradores do Jardim Noroeste à BR-163, entre outras. A concessionária justificou que já estava tomando providências. Alguns vereadores ficaram indignado,s e um deles, Professor Riverton, apresentou documento oficial com a recusa. A audiência foi realizada e decidiu-se que hoje será colocado requerimento de sua convocação.

Cadeira

O ex-presidente do PSDB Sérgio de Paula, um dos principais articuladores do partido nos últimos anos, assumiu cargo de assessor da presidência na Sanesul. Político de confiança do ex-governador Azambuja, de quem foi secretário da Casa Civil, ele tem trajetória de sucesso no que tange ao ninho tucano, tendo em vista que auxiliou na conquista pelo PSDB do comando do Estado. Seu nome ainda continua como forte candidato à cadeira que ficará vaga no Tribunal de Contas de MS em novembro.

Aniversariantes

  • Vera Maria Loureiro Delmondes,
  • Dra. Bruna de Souza Gameiro 
  • Jorge da Silva, 
  • Diogo Merlone, 
  • Mariana do Egito Pedrossian,
  • Maria Eduarda Rezende,
  • Luciane Gordin Mamoré, 
  • Cândida dos Santos,
  • Cornelis Johannes Henricus Suijkerbuijk,
  • Henrique Oshiro,
  • Isola Benevides Varani,
  • José Carlos Santin, 
  • Manoel Gomes,
  • Jurema da Luz Ribeiro Souza,
  • Otacílo Alves dos Santos,
  • Sônia Maria Curvo de Araújo,
  • Dr. Luiz Fernando Taranta Martin,
  • Maristela Yule de Queiróz,
  • Aristóteles Rodrigues da Silva,
  • Francisco Pedro Vilanova,
  • Milena Marotti Gadbem,
  • Márcio Sales Palmeira,
  • Elizabeth Spengler Cox 
  • de Moura Leite, 
  • Nelson Baruta, 
  • Ricardo Maciel,
  • Albelito Bazílio da Silva,
  • Celes de Castro Paulino,
  • Aldemir da Silva Bueno,
  • Eva Maria Lemos, 
  • Valter Caxiado,
  • Waldomiro de Miguel, 
  • Thalita Schibelsky,
  • Vanderliu Ferrari Augusto,
  • Rozeles Nogueira Moysés Viegas,
  • Aral Moreira Maciel,
  • Fernanda Souza Zanatta,
  • Dr. Raimundo José Vilela, 
  • Ana Carolina Maiolli,
  • Helder José de Farias,
  • Juarez Oliveira dos Santos, 
  • Vera Luci Pereira, 
  • Arlete Gomes Assis, 
  • Carla de Oliveira Artigas,
  • Elizabeth Medeiros, 
  • Hordonês Rodrigues Echeverria, 
  • Dr. Reinaldo Galvão Modesto,
  • André Anache, 
  • Cândido Rodrigues de Miranda,
  • Luiz Antônio Peres,
  • Cândido Cunha, 
  • Maria Perciliana de Oliveira,
  • Darcy Miyasato, 
  • Marluce Almeida Serra, 
  • Ana Maria Muller, 
  • Melissa Souza Ferreira, 
  • José Miranda Flôres, 
  • Carolina Ferreira de Oliveira,
  • Maria Zulmira Assis Couto,
  • Munir Tannous,
  • Victor Kazuo Takayassu,
  • Milton Goya,
  • Alípio Raymundo da Silva,
  • Flávio Henrique Barbosa Cezar,
  • Vera Alba Congro Bastos,
  • Erickson Marques Lima,
  • Vera Sonia Nincoff Menegon,
  • João Prado Beck,
  • Sônia Regina Oliva Coelho, 
  • Dr. Adriano Augusto Lyrio 
  • de Oliveira, 
  • Silvani Pereira Amorim,
  • Maria da Glória de Souza,
  • Magno César Silveira,
  • Zuleica Rodrigues Pussurno,
  • Carlos Vasques Paulista,
  • Cedenilson Coelho,
  • Joana Caetano de Lima Figueiredo,
  • Cleber Oliveira Filho,
  • Clélia Steinle de Carvalho,
  • Sebastião de Souza,
  • Luis Sérgio Samomiya, 
  • Carine Tosta Freitas, 
  • Pedro de Souza Lima,
  • Lucimar Romero, 
  • Rodoarte Rosa da Silva, 
  • Celso Antonio Uliana, 
  • Franciele Sgarbóssa, 
  • Ivone Conceição Silva,
  • Luiz Candido Escobar, 
  • Cesar Augusto Feijão de Moraes,
  • Leonardo de Paula Maravieski, Mário Junior Bertuol,
  • Antônio Ferreira Lima,
  • Fabrício Verdi Basso,
  • Edilene Maria de Oliveira Araujo,
  • Sérgio Luiz Giraudo Costa,
  • Adelmo Pradela,
  • Bárbara Tambosi Ribeiro,
  • Milton Jorge da Silva,
  • Vander Silvano Correa,
  • Joaquim José de Souza Junior,
  • Maria Rita Garcia de Almeida,
  • Larissa Xavier Batista,
  • Mário Sérgio Lopes Viana,
  • Vera Lúcia Oliveira da Silva,
  • Silvana Ferreira de Oliveira,
  • Célia Assis Brasil,
  • Berenice Tôrres Barbosa,
  • José Márcio Carvalho Lima,
  • Lucila Bastos Lemos.

colaborou tatyane gameiro

MEIO AMBIENTE

Livro destaca o histórico da SOS Pantanal na proteção do bioma

Com lançamento hoje, publicação também destaca a trajetória do Instituto SOS Pantanal na restauração socioecológica e monitoramentos até a criação das Brigadas Pantaneiras, passando pela contribuição na aprovação da Lei do Pantanal

10/03/2025 10h00

Com lançamento hoje, publicação destaca trajetória do Instituto SOS Pantanal na proteção e na preservação do bioma

Com lançamento hoje, publicação destaca trajetória do Instituto SOS Pantanal na proteção e na preservação do bioma Foto: Mauricio Copetti

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Em 15 de julho de 2024, o Instituto SOS Pantanal completou uma década e meia de bem-sucedidas práticas de advocacy (termo que define a coalizão de diferentes setores da sociedade civil em torno de uma mesma causa), servindo de inspiração para organizações brasileiras igualmente engajadas na conservação da nossa rica biodiversidade e dos recursos naturais de nossos biomas.

Os desafios e os êxitos dessa trajetória, repleta de aprendizados coletivos, são minuciosamente retratados nas mais de 300 páginas do livro “SOS Pantanal 15 anos”, publicação idealizada pelo núcleo editorial do Documenta Pantanal, outra entidade do setor, que conecta profissionais comprometidos em tornar as fragilidades e as riquezas do Pantanal mais conhecidos do público por meio do apoio à produção de documentários, reportagens, artigos, livros, webséries e campanhas de sensibilização das populações locais e da sociedade civil. O lançamento será hoje, na Livraria da Travessa, em São Paulo.

“A história do Documenta Pantanal se confunde com a trajetória do SOS Pantanal. Nascemos em 2019, quando o instituto completava 10 anos. Desde então, aprendemos muito com eles”, explica Mônica Guimarães, coordenadora-geral do Documenta Pantanal.

“A decisão de recuperar esses 15 anos de história, também uma forma de celebrar a existência de uma iniciativa tão relevante como o SOS Pantanal, foi, para nós, algo natural e justo. Livros como esse refletem nosso compromisso de contribuir para a criação de uma bibliografia especializada sobre o Pantanal”, complementa.

Com edição bilíngue (português e inglês) e repleto de fotos registradas por mais de 20 fotojornalistas, que não só retratam a exuberância do Pantanal como também as ameaças sofridas pelo bioma, o livro é composto de uma narrativa cronologicamente dividida em cinco capítulos, sendo resultado de uma pesquisa de imersão feita pela jornalista Teté Martinho, autora do conteúdo textual, que reconstitui, a partir de depoimentos de criadores, conselheiros e parceiros, desde as origens, o movimento pioneiro da sociedade civil que culminou na criação do SOS Pantanal.

TRAJETÓRIA

Idealizado há mais de duas décadas por um grupo de cientistas, empresários, jornalistas e defensores da questão ambiental, o SOS Pantanal teve como inspiração outro projeto pioneiro, o SOS Mata Atlântica, fundado pelo empresário Roberto Klabin, pelo advogado Fabio Feldmann e por Rodrigo Lara Mesquita, publisher do jornal O Estado de São Paulo. Klabin, que presidiu o SOS Mata Atlântica ao longo de 22 anos, fundou o SOS Pantanal ao lado de outros dois conservacionistas, o geógrafo Mario Mantovani, especialista em recursos hídricos, e o ambientalista Alessandro Menezes, que então atuava na ONG Ecoa – Ecologia e Ação, e se tornou o primeiro diretor-executivo do SOS Pantanal. 

PERÍODO HOSTIL

Em 2022, Teté Martinho publicou outro título editado pelo Documenta Pantanal, o livro “Memórias de um Pantanal: Histórias de Homens e Mulheres que Desvendaram a Região do Rio Negro”. Atuando em campo graças a essa experiência prévia, a jornalista testemunhou um dos períodos mais hostis da história recente do bioma, marcado pelos incêndios e pelas secas históricas de 2020 e de 2024, eventos que demandaram respostas emergenciais, como o Programa Brigadas Pantaneiras, uma das mais relevantes frentes de atuação do SOS Pantanal, cuja história é retratada no terceiro capítulo do livro “O Ano Que Mudou Tudo”. 

Desenvolvido em parceria com o Prevfogo e o Corpo de Bombeiros dos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o projeto de formação de brigadas rurais de combate a incêndios florestais também serviu de inspiração para o desenvolvimento de novas estratégias de diálogo com a sociedade civil em um momento desafiador.

BRIGADAS E ARTISTAS

“Quando cheguei ao SOS Pantanal, em 2019, a instituição já tinha um nome forte e um trabalho extremamente profissional. No entanto, faltava comunicação. Em 2020, quando os incêndios devastaram o bioma e o mundo voltou os olhos para o Pantanal, nossa comunicação já estava mais consolidada. Estivemos em campo registrando o desastre, mobilizando recursos e levando ajuda para quem precisava. Em poucas semanas, saltamos de 13 para cerca de 190 mil seguidores em nossas redes sociais e também construímos um relacionamento sólido com a imprensa”, explica Gustavo Figueirôa, diretor de Comunicação e Engajamento do SOS Pantanal.

“Hoje, somos uma das principais vozes na defesa do bioma, combinando estratégia digital, presença ativa e engajamento real na conservação”, afirma.

Desde 2020, o Programa Brigadas Pantaneiras já qualificou mais de 400 pessoas, que compõem 27 brigadas espalhadas em mais de 600 mil hectares do Pantanal. Expansão financiada, também, por meio de recursos obtidos em parcerias como a campanha Artistas pelo Pantanal, idealizada pelo Documenta Pantanal.

Em tempo recorde, e contando com a colaboração de curadores e galeristas, a iniciativa reuniu 44 obras doadas por 40 artistas contemporâneos brasileiros de projeção internacional, como Adriana Varejão, Paulo Bruscky, Jac Leirner e Vik Muniz, e produziu um leilão em prol da formação das brigadas. No total, foram arrecadados R$ 2 milhões.

LEI DO PANTANAL

No capítulo final, “Desafios e Caminhos”, fica evidente que o alcance de metas ambiciosas como a criação da chamada Lei do Pantanal (que dispõe sobre a proteção dos 9 milhões de hectares do bioma e cujo périplo está dissecado ao longo de 20 páginas) exigirá, cada vez mais, o fortalecimento de colaborações essenciais, como as parcerias desenvolvidas com o Instituto Líbio, o Instituto Homem Pantaneiro, a Chalana Esperança, a Associação Onçafari, o Retiro Ecológico Caiman e o Instituto Arara Azul.

“Nos últimos anos, reforçamos a importância de estabelecer boas parcerias, a transparência e a consistência de nossos posicionamentos e ações. Aprendemos a nos comunicar de maneira mais eficaz, tanto com os pantaneiros quanto com o poder público e com os apoiadores de diversos locais do Brasil e do mundo”, explica Leonardo Gomes, diretor-executivo do SOS Pantanal.

OITO MIL ÁRVORES

“SOS Pantanal 15 Anos” destaca ainda ações mais recentes desenvolvidas pelo Instituto, como o Projeto Águas Que Falam, que prevê o monitoramento constante das águas de rios pantaneiros, além de intervenções para a melhoria da qualidade da água e do saneamento, em uma ação conjunta com as comunidades, e o Projeto Raízes do Pantanal, programa de restauração ecológica iniciado em 2020, na Terra Indígena Cachoeirinha, que envolve moradores de cinco aldeias locais no trabalho de colheita e beneficiamento de sementes, produção de mudas nativas e plantio. Até o fim da apuração do livro, em meados do ano passado, o Raízes do Pantanal já havia recuperado cinco nascentes, protegido 80 hectares de vegetação e plantado quase 8 mil árvores.

“Essa é uma boa amostra dos avanços que conquistamos, principalmente a partir de uma maior presença em campo, onde mergulhamos na realidade do Pantanal, vivemos ao lado das pessoas seus desafios e oferecemos apoio em temas como prevenção e combate a incêndios florestais, gestão do recurso hídrico e restauração de ambientes degradados. A conexão entre o ‘pé no chão’, apresentando soluções práticas através de nossos projetos, com a produção de conhecimento técnico de alto nível e a incidência nas políticas públicas, foi algo que marcou o SOS Pantanal nesses 15 últimos anos e definitivamente alavancou nosso impacto na sociedade”, conclui Gomes.

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