Dois anos depois de seu último show em Campo Grande, realizado em julho de 2023, no Ondara Buffet (Parque dos Poderes), “Os Paralamas do Sucesso voltam a tocar na Capital” bem poderia parodiar um dos milhares de fãs que a banda tem na cidade.
Na canção “Vital e Sua Moto”, os versos originais dizem que “Os Paralamas do Sucesso vai [ou iam] tentar tocar na capital”. A faixa, que abre “Cinema Mudo” (1983), o primeiro dos 13 álbuns de estúdio, tornou-se o passaporte do grupo para o estrelato e não vai faltar no show deste sábado.

Herbert Vianna (guitarra/vocal), Bi Ribeiro (baixo) e João Barone (bateria) vão se apresentar, desta vez, no Bosque Expo, para onde levam a turnê Clássicos, que reúne expoentes de um repertório infalível por mais de quatro décadas e que soube se renovar como poucos no cenário das bandas de rock da geração de 1980.
Além de “Vital e Sua Moto”, o set inclui, por certo, “Óculos”, “Alagados”, “Meu Erro”, “Lanterna dos Afogados”, “O Beco”, “Ela Disse Adeus”, “Aonde Quer que Eu Vá” e “Uma Brasileira”.
A aposta vasculha, justamente, a farta galeria de canções que o grupo foi lançando e com as quais, a cada momento, foi obtendo acolhidas imediatas e quase sempre das mais expressivas, fosse da parte de seu crescente público ou da chamada crítica especializada.
Uma verve criativa tão potente – e atenta a um rol de referências prodigioso, da matriz jamaicana ao rock inglês – que nem o acidente sofrido por Herbert, em 2001, deixando-o tetraplégico, foi capaz de encerrar.
O “longo caminho”, como aponta a letra da canção que dá nome ao primeiro álbum de estúdio pós-tragédia, foi de perda, solidão, mas também de esperança na vida. Embora conste que as composições do disco antecedam o acidente (a queda de um ultraleve), tudo não deixa de soar premonitório.
O álbum traz, ao menos, mais um hit, “Cuide Bem do Seu Amor”, e Os Paralamas seguem a mil, fazendo o que sabem de melhor, que é arrastar multidões para shows impagáveis Brasil a fora.
33 CANÇÕES
Se seguem sem álbum de inéditas desde 2017 (“Sinais do Sim”), lançamentos de revisita ao passado – como “RoncaRonca Apresenta Os Paralamas do Sucesso (Ao Vivo)”, de 2023, com um registro lado B de 1999 – ou de interação com o presente – a exemplo de “10 Remixes” (2024), em que as músicas do grupo conversam com um variado leque de DJs – vão dando fornalha ao comboio rítmico, que não para de rodar o País e além.
Depois de Campo Grande, serão mais duas dezenas de shows, de Belém (PA) a Buenos Aires, até novembro, um deles em Três Lagoas, no dia 24, na 35ª Festa do Folclore. E, em entrevista ao Correio B, o baterista João Barone fala sobre um próximo álbum, quem sabe, para “logo” – confira adiante. A turnê Clássicos começou no dia 31 de maio, com um megashow no Allianz Parque, em São Paulo.
Os ingressos para a apresentação deste sábado, a partir das 22h30min, no Bosque Expo, custam de R$ 175 (meia-entrada para a área VIP, terceiro lote) a R$ 4.200 (mesa para oito pessoas no setor B) e estão disponíveis no estande do Comper Jardim dos Estados, ao lado da loja O Boticário, ou pelo site pedrosilvapromocoes.com.br. Mais informações: (67) 99296-6565 – WhatsApp (de segunda-feira a sábado, das 13h às 19h). Classificação indicativa: 18 anos.
No palco, ao lado dos três membros fundadores, estarão “nossos companheiros de jornada”, como frisa João Barone: João Fera nos teclados, Monteiro Jr. no saxofone e Bidú Cordeiro no trombone. São 33 canções no repertório do show, que, indo direto ao ponto, é anunciado como uma celebração.
“Esta turnê é uma celebração de toda nossa carreira. Tocamos nossos grandes clássicos e músicas que o público sempre nos pede em nossas andanças pelo País”, diz João Barone.
NOVO ÁLBUM?
“Tocamos os grandes clássicos e, consequentemente, os arranjos são os clássicos, com os músicos que nos acompanham já há um bom tempo, nossos companheiros de jornada”, reforça o baterista, que, mesmo com cautela, afirma que o momento de um novo álbum de inéditas pode não estar tão longe.
“Temos feito algumas gravações com amigos. E começando a rascunhar a ideia de um novo trabalho. Com a agenda lotada de shows, fica sempre mais demorado este processo. Mas logo chegará a hora”, revela o baterista.
MUSICAL
E o que os leva a se manterem em atividade enquanto grupo? “Acho que as duas grandes razões para estarmos aqui até hoje fazendo da música a nossa vida é justamente o amor pelo que fazemos e a nossa amizade”, comenta o músico.

Uma das produções recentes que mantêm em alta a eterna empolgação em torno do grupo é “Vital, O Musical dos Paralamas”, idealizado por Gustavo Nunes e Marcelo Pires, com direção artística de Pedro Brício.
O musical estreou em maio, em São Paulo, e mais de 600 atores participaram da seleção de elenco. Rodrigo Salva ou Nando Motta (Herbert Vianna), Franco Kuster (João Barone), Gabriel Manita (Bi Ribeiro) e Hamilton Dias (o empresário José Fortes) são os protagonistas. O elenco é composto ainda por: Barbara Ferr, Herberth Vital, Maria Vitória Rodrigues, Pedro Balu e Rodrigo Vechi.

““Vital, O Musical dos Paralamas” é um sucesso. Ficamos muito felizes com o resultado. Muito bacana ver nossa história sendo contada por terceiros. E que talento têm os atores. Nos impressionou muito”, atesta Barone.

Celina Merem, que comemorou idade nova dia 6, e Viviane Borghetti Zampieri Filinto
Sig Bergamin, Romeu Trussardi Neto e Felipe Diniz


