Três das cinco escolas de samba que desfilam hoje à noite, na Avenida General Rondon, estão entre as favoritas para ganhar o carnaval de Corumbá: Major Gama, vice-campeão no ano passado, A Pesada e Vila Mamona.
Na noite de ontem, a campeã do carnaval fora de época (abril) de 2022, a Nova Corumbá, foi a segunda a desfilar defendendo um samba-enredo que tem tudo a ver com o Brasil de hoje: “A Nova Corumbá vem expor o indivíduo criador da desigualdade, o verdadeiro monstro da sociedade”.
Corumbá tem um grupo de dez escolas de samba, algumas tradicionais, como a Império do Morro, A Pesada e a Vila Mamona, fundadas em 1958, 1970 e 1981.
Este ano, a Império do Morro, uma das agremiações mais vencedoras da folia pantaneira, levou para a avenida um enredo que contou sua história.
A escola desfilou na primeira noite com o corumbaense cantando na arquibancada: “Tem que respeitar a minha história/Plantando sementes, colhendo vitórias/Só quem é Império é capaz de dizer/Que o verde e rosa é razão de viver”.
O carnaval da retomada na Capital do Pantanal, depois da pandemia do coronavírus, está mais animado e diferente até no clima.
A alegria, o samba no pé e a paixão pelas cores de sua escola são manifestações que o corumbaense carrega no coração.
O clima novo vem das mudanças bruscas da natureza por tantas influências temporais.
Depois de chuvas persistentes quase a semana inteira, ameaçando a festa, o desfile dos blocos oficiais, no sábado, teve vento frio (sensação de 20 graus), bem diferente da alta temperatura do Pantanal.
Desfile dos blocos oficiais foi nesse sábado (18) (Divulgação)
Espetáculo na avenida
Segundo os cronistas corumbaenses que acompanham o trabalho das agremiações, o desfile deste ano das escolas de samba é um dos mais equilibrados.
Foram dez meses de preparação no barracão após o carnaval fora de época de 2022.
A primeira a desfilar neste domingo, a Estação Primeira do Pantanal pode ser uma surpresa na disputa do título com o samba-enredo “Hoje tem alegria...Tem sim, senhor! Batam palmas que o circo chegou.!”.
A escola sairá com 600 componentes, 13 alas e 60 integrantes na bateria.
Mas, entre as favoritas, está a Unidos da Major Gama.
Com um dos maiores investimentos, a escola vai entrar na avenida cantando “Auê! Sou eu, Terena, Guarani e Kaiowá/Espelho d'água refletindo o luar/À beira do rio construí a minha aldeia/terra fértil atraiu o invasor/E a lida despertou a evolução/Trilhos pastoris ao colonizador/A colônia do trabalho sob a luz da imigração”, em homenagem a cidade de Dourados.
Com 1.000 componentes e quatro carros, terá 20 alas e bateria com 100 ritmistas.
Quarta escola a desfilar, A Pesada tem parceria com agremiações do Rio de Janeiro e sempre predomina com sua ousadia de inovar na avenida.
Este ano, com o retorno do carnavalesco Roberto Bárrios Padilha, o “Betinho”, a escola promete muitas surpresas.
Seu samba-enredo - “São Cosme e São Damião, que a doçura e a inocência da criança invadam nossos corações” – retrata uma tradição antiga que ainda perdura em Corumbá nos tempos de hoje.
A escola terá 800 componentes, com 17 alas, quatro carros e 100 ritmistas na bateria.
A Vila Mamona é uma das campeoníssimas do carnaval corumbaense.
Passou por um período de decadência, superou e vem com muita força este ano com o apoio financeiro de seus associados.
O enredo “Aziss Iunes - Os mais doces versos que escrevi revelam a minha carta de amor pela cidade em que nasci” fala das obras do dentista, professor, escritor e historiador corumbaense, pai do prefeito Marcelo Iunes, ex-presidente da agremiação.
Desfila com 750 componentes, 15 alas, quatro carros e 60 integrantes na bateria.











