A atriz Paloma Bernardi encanta. Uma de suas marcas registradas é a sua alegria que reflete nitidamente em sua paixão pela arte.
Ela começou ainda criança fazendo comerciais para a televisão, o que despertou muito nova a sua vontade de atuar.
Até hoje é uma das imagens de mais credibilidade no meio da publicidade, principalmente no segmento de beleza.
Sua família é o seu porto seguro. Quando perguntamos sobre atuação, ela não tem preferência. Para Paloma toda a forma de arte é válida.
“Ahh, é muito difícil escolher o que mais gosto.
Não acho que tem como! Sei que pode parecer clichê, mas eu me realizo em todas essas vertentes, cada uma delas constrói a profissional que sou.
A dança é algo que uso muito como uma forma alternativa de cuidar do meu corpo e mente, faz muito tempo que não faço um projeto com essa vertente.
As demais não teriam como escolher! ” explica.
Aos 11 anos, atuou na novela “Colégio Brasil”, exibida pelo SBT.
Após o primeiro projeto para a televisão, Paloma passou por um período sabático, no qual aproveitou para estudar e concluir o curso superior de Rádio e TV.
A atriz voltou à televisão na novela “Os Mutantes – Caminhos do Coração”, da Rede Record, mas foi no papel de Mia, em “Viver a Vida”, na Rede Globo, que a atriz se consagrou e foi premiada com o Troféu Super Cap de Ouro 2010.
Em 2011, a atriz interpretou a estudante de educação física Alice Miranda em “Insensato Coração”. Logo em seguida, viveu a personagem Rosângela em “Salve Jorge”, seu primeiro papel como vilã. Assim como na série “Lili, a Ex”, da GNT.
Paloma não para!
Amante da dança, participou da Dança dos Famosos, onde foi vice-campeã. No ano de 2015, ela viveu a dançarina de pole dance Marta na série “As Canalhas”, exibida no canal GNT, e hoje é praticante da dança.
“Conheci essa vertente quando fiz “As Canalhas”.
O meu primeiro contato com a atividade realmente foi nesse trabalho, onde fiz um pequeno laboratório e criei uma coreografia.
É uma dança que exige muita força, muita concentração, sensualidade, mexe muito com a autoestima e isso percebi nesse primeiro contato.
Desde então eu não tinha feito, mas por coincidência estou fazendo aula de pole dance atualmente, faz um mês e meio. Então é a dança que tenho praticado no momento e estou amando! Melhora muito a nossa autoestima, trabalha o nosso lado feminino, a sensualidade”, relembra.
A atriz recentemente esteve na novela “O Apocalipse”, com a co-protagonista Isabela Gudman.
Com o sucesso da primeira temporada de “O Escolhido”, série da Netflix, Paloma lançou a segunda temporada em novembro de 2019.
Atualmente, Paloma tem voltado suas gravações e projetos presencialmente e na pandemia desenvolveu projetos artísticos.
Ela lançou em setembro a áudio-série “#Tdvaificar...”, com direção de Jaqueline Vargas.
Paloma também gravou um curta-metragem dirigido por seu cunhado, Bruno Montoro, chamado “Em Casa”, e ainda tem o projeto “Mientras”, com o namorado Eduardo Pelizzari, onde declamam poemas e músicas de forma poética e lúdica.
“A pandemia foi um momento de se reinventar para todo mundo, né? Comigo não foi diferente. Passei o ano passado em isolamento em São Paulo, pois tinha acabado de voltar de um trabalho e decidi ficar com os meus pais ao invés de ir para a minha casa no Rio de Janeiro. Percebi que para manter a minha saúde mental, diminuir a minha ansiedade eu precisa de arte. Então comecei a fazer projetos que me mantiveram ocupada e ativa”, finaliza.
Paloma Bernardi conversou com o B+ com exclusividade e falou de arte, dança, projetos e da sua paixão pela sua profissão.
CE - Você é uma mulher que não para...
É uma característica sua?
PB – Hahahaha, sim! Eu sou uma mulher que não para! Estou sempre conectada com tudo e com todos a minha volta, ou seja, na minha família, no meu trabalho, com a sociedade em um geral. No meu trabalho, sou muito apaixonada pelo que eu faço.
Gosto de experimentar diversas formas de arte, seja uma série, um curta-metragem, um projeto mais autoral, na dança...
O importante para mim é estar em trabalhos que me inspiram, motivam e também que eu acredito.
Com o cenário da pandemia tudo ficou muito mais incerto, mas encontrei formas de me manter ativa, de me expressar, então fiz peça online, curtas e séries em casa, audiossérie para o Spotify, desenvolvi o projeto “Mientras” de recitação de músicas e poesias...
Foi mais no início desse ano que os projetos de gravação que tinham sido adiados foram retomados, como o longa “Monique e a TPM”, que ainda falta finalizar algumas cenas, mas está basicamente pronto.
CE - Você foi descoberta andando pelas ruas e desde pequena atua na publicidade. Além disso, foi considerada um dos rostos mais solicitados do país. Gosta de fazer campanhas?
PB - Adoro! Quando criança era mais uma diversão do que de fato um trabalho, mas foi fazendo publicidade que eu me descobri como atriz, que comecei a pegar gosto pelo universo da atuação.
Hoje eu gosto de estar por dentro de todo o movimento, dos bastidores, da criação... Hoje eu consigo fazer uma ligação do meu nome à marca, fico muito feliz quando me convidam para estar à frente, porque de alguma maneira eu passo confiança e credibilidade.
Então eu visto a camisa do time, faço parte daquela família. Por isso, gosto de fazer parte de tudo, desde a criação da campanha até a escolha do material final.
CE - Você teve uma pausa em sua carreira quando era mais jovem?
PB - Eu não cheguei a parar quando mais jovem, o ponto é que foi uma época em que eu estava recebendo muitos ‘nãos’.
Estava na fase da pré-adolescência para a adolescência e questões típicas desse período começaram a aparecer, como acne, eu usava aparelho também e isso conflitava com o que o mercado queria de imagem em si.
Então eu deixei de ser aprovada nos testes e com o apoio da minha família, que é o meu porto seguro, eu aprendi a lidar com essas negativas e entendi que não era o momento, mas mesmo assim continuei fazendo teatro.
Ainda bem que o mercado hoje mudou muito, movimentos como o skin positivity, por exemplo, são fundamentais para as pessoas não só se aceitarem, mas também terem espaço no mercado sem precisar desenvolver traumas, se esconder e ter baixa autoestima por questões dermatológicas.
Fora isso, o meio artístico sempre foi muito instável e ter um plano B era essencial. Foi mais ou menos nessa época que decidi fazer faculdade de Rádio e TV como uma segunda opção, até porque esse lado dos bastidores, de produção e tal, eu sempre me interessei também e queria estar conectada de alguma forma com as câmeras e produções.
CE - Paloma, uma de suas marcas registradas é a sua beleza e também o seu cabelo sempre natural e cacheado. Qual os seus segredos?
PB - Olha, eu confesso que não tenho muitos segredos.
O que procuro ter é um acompanhamento com profissionais que trabalho e que me ajudam a cuidar do meu corpo e da minha pele, como a minha dermatologista, a dra. Maria Alice Costa e o meu nutrólogo, o Dr. Roberto Navarro.
Para o corpo eu me cuido na Magras.
Então tenho um ritual de beleza quando acordo e quando vou dormir, sempre procuro lavar e hidratar bem o meu rosto, usar água termal durante o dia e nunca durmo de maquiagem.
Uso alguns produtinhos mais específicos para a minha pele, tenho uma região abaixo dos olhos que resseca com facilidade então eu uso cremes para isso, por exemplo.
O cabelo eu procuro manter ele saudável e hidratado, se não consigo ir ao salão fazer algo mais profissional, faço uma hidratação caseira mesmo.
Uso hoje em dia a linha da BioExtratus, que tem componentes naturais que são importantes para os fios.
Toda vez que eu os lavo, seco com o difusor no secador para que os cachos venham com mais volume. Eu amo volume! Tem muito a ver com a característica um cabelo volumoso e mais despojado.
CE - Você é uma atriz completa... Dança, é de todos os palcos... Teatro, TV, cinema, séries...
O que mais atrai você? O que mais gosta de fazer?
PB - Ahh, é muito difícil escolher o que mais gosto. Não acho que tem como! Sei que pode parecer clichê, mas eu me realizo em todas essas vertentes, cada uma delas constrói a profissional que sou.
A dança é algo que uso muito como uma forma alternativa de cuidar do meu corpo e mente, faz muito tempo que não faço um projeto com essa vertente.
As demais não teriam como escolher!
CE - No Brasil existe um preconceito com ser uma atriz completa?
PB - Eu acredito que existe uma resistência de artistas que são múltiplos, que se desenvolvem em diversas frentes.
Acaba que é um pensamento bem antigo no meio artístico, mas que tem sido derrubado aos poucos.
Essa pluralidade é muito importante, quanto mais o artista conhece, quanto mais ele se desenvolve em diferentes lugares, mais o mercado da cultura tem a ganhar com isso.
CE - Você fez diversas novelas. Esteve no SBT, Globo, Rede Record. Quais as diferenças entre suas passagens pelas emissoras?
PB - Não acho que exista uma diferença grande.
As emissoras possuem um modus operante muito similar em seus projetos, no formato como realizam as novelas e por aí vai.
A maior diferença foram momentos da minha vida, mesmo. No SBT trabalhei muito criança, foi o início de tudo e descobri e aprendi muito lá.
Já na Globo eu estava um pouco mais madura, ainda em constante aprendizado, mas com um conhecimento maior de atuação e posicionamento.
Na Record foi um momento de desafios como profissional, eu peguei a minha primeira antagonista, diferente de muita coisa que eu já tinha feito...
De qualquer forma, em todos os projetos me senti desafiada como profissional e o público registrou grandes projetos meus, o que me alegra.
CE - Você viveu personagens diferentes da mocinha a vilã...
Qual a preparação mais difícil? Qual a mais emocionante?
PB - Cada preparação tem os seus desafios. As duas preparações são muito difíceis.
Dentro da vilã precisamos trazer uma certa humanidade e dentro da mocinha a dificuldade é trazer uma força para que assim a personagem seja mais crível.
A vilã é subversiva, ela tem atitudes erradas, mas motivações geralmente te fazem refletir se ela é tão ruim assim.
Mexe muito com o público e eu gosto disso. Existe uma delícia em fazer uma mocinha bem construída também.
Hoje em dia é um papel que saiu do estereótipo de “eterna vítima” para algo que envolve força, determinação, identidade.
CE - Como foi para você fazer personagens bíblicos?
PB - Foi um presente para mim, pois tenho uma conexão muito forte com Deus. Viver histórias bíblicas é falar sobre a história da humanidade e isso vai além da religião.
Como atriz e como mulher eu estava entregue.
Nenhuma das personagens que interpretei de fato existiam, elas foram criadas para mim, mas as duas experiências mexeram muito comigo porque eu vivi aquela história bíblica.
Fora que foi a minha primeira vez fazendo uma novela de época, então foi um trabalho desafiador e delicioso de fazer, mas que só aumentou mais a minha fé.
CE - Qual a sua relação com a dança?
PB - É uma relação de muita afetividade!
Além de dançar desde pequena, a minha família por parte de mãe é de Pernambuco e o frevo é algo enraizado na família, temos uma história pessoal muito ligada a isso. Lembro pequena da minha avó dançando, da minha mãe...
Então sempre fui apaixonada por esse estilo e pela dança em um geral. Hoje em dia é algo que utilizo como forma de exercício, de concentração em mim mesma.
CE - Como foi participar da Dança dos Famosos?
PB - Foi uma experiência marcante, tanto para mim quanto para o público, hahahaha.
Até hoje lembram disso! Eu amei participar, foi uma delícia e pude me ver de diferentes formas; esse foi o mais bacana.
A cada novo ritmo você tem que dar certo no modo interpretar um personagem, entrar no sentimento da música e passar isso para o público, seja algo mais potente, forte, alegre ou romântico.
CE - E o pole dance? Conheceu pela série “As Canalhas”?
PB - Sim, conheci essa vertente quando fiz “As Canalhas”.
O meu primeiro contato com a atividade realmente foi nesse trabalho, onde fiz um pequeno laboratório e criei uma coreografia.
É uma dança que exige muita força, muita concentração, sensualidade, mexe muito com a autoestima e isso percebi nesse primeiro contato.
Desde então eu não tinha feito, mas por coincidência estou fazendo aula de pole dance atualmente, faz um mês e meio. Então é a dança que tenho praticado no momento e estou amando! Melhora muito a nossa autoestima, trabalha o nosso lado feminino, a sensualidade.
CE - Você estreou na Netflix com “O Escolhido” que já foi para a segunda temporada. Conta um pouco pra gente?
PB - A série “O Escolhido” foi um presentão para mim.
Eu fiz os testes e tudo o mais, mas os roteiristas já tinham me avisado que escreveram a Lúcia pensando em mim, no meu perfil, o que me deixou muito feliz.
Foi um dos projetos que mais me tirou da zona de conforto, nem tanto pela personagem, mas por toda a construção e gravação da história.
Filmamos as duas temporadas em Tocantins, passamos três meses mais ou menos por lá, e foi desafiador. Eu nunca tinha ficado tanto tempo longe da minha casa e família.
A cidade que ficamos era bem afastada também, então não tinha muito o que a gente pudesse fazer depois das gravações.
Eu me surpreendi muito, tive um contato com a natureza que nunca tinha tido antes.
Isso foi ampliado por toda a história que contamos, então foi um momento de trabalho intenso por estarmos submersos no ambiente da série, mas também de muita conexão.
Voltei de lá olhando para tudo de forma diferente, aprendi que estar próxima da natureza é essencial para mim.
CE - Qual é a relação da sua família com a arte Paloma?
E o Amarte Espaço Cultura?
PB - A minha mãe já foi bailarina do Balé Popular de Recife, então a arte está intimamente ligada na minha família desde sempre.
Hoje em dia nós não estamos mais à frente do Amarte, assim que a pandemia começou tivemos que fechar o projeto.
Isso só mostra como a cultura não tem investimento para se manter ativa de uma certa forma.
Mas fico muito feliz dos 12 anos em que estive presente como Diretora Artística do projeto, onde tinha dança, música, artes plásticas, artesanato.
Era um espaço que vibrava arte para todas as idades.
Mas independente das pessoas serem artistas ou não, era um meio de levar cultura, porque eu acredito que é uma forma de educar, de transformar a alma, de curar.
CE - Na pandemia você desenvolveu e viveu projetos importantes como “Tdvaificar” de Jaqueline Vargas (maravilhosa), “Em Casa” e “Mientras”... Fala pra gente? Inclusive a última vocês continuam?
PB - A pandemia foi um momento de se reinventar para todo mundo, né? Comigo não foi diferente. Passei o ano passado em isolamento em São Paulo, pois tinha acabado de voltar de um trabalho e decidi ficar com os meus pais ao invés de ir para a minha casa no Rio de Janeiro.
Percebi que para manter a minha saúde mental, diminuir a minha ansiedade eu precisa de arte. Então comecei a fazer projetos que me mantiveram ocupada e ativa.
O que me levou a me descobrir em outras áreas que até então não tinha tido um contato muito próximo, como produção de conteúdo, tecnologia, iluminação, direção...
Todos esses projetos eu toquei de forma remota, então precisei produzir por mim mesma tudo isso.
Foi muito bom! Pude resgatar alguns conhecimentos que aprendi na época em que fiz Rádio e TV, por exemplo.
O “Mientras” a gente faz de forma muito esporádica. Hoje em dia é mais difícil porque a nossa rotina já está voltando aos poucos, mas quero muito continuar!
CE - E “Monique e a TPM”? Fala sobre o que e quando estreia?
PB - Esse é um longa-metragem dirigido pela Eliana Fonseca e escrito pela Jaqueline Vargas.
É uma comédia romântica sob a perspectiva da Monique, a minha personagem, e a relação dela com o corpo, com a menstruação...
Por mais que a gente tenha cenas de humor, situações que a menstruação dela são o eixo da comédia, no fundo a gente traz uma reflexão sobre os estereótipos que as mulheres carregam, sobre como o nosso corpo é sábio e mesmo para aquelas mulheres que não possuem uma boa relação com a menstruação, existe uma potência por trás desse ato do nosso corpo que não tá escrito. Tratamos o assunto sem tabu, sem estigmas.
Ainda faltam algumas cenas para terminar, então a previsão do filme ainda é incerta, talvez fique para o próximo ano mesmo.
CE - Desejo de ser mãe...
PB - Com certeza! Sempre sonhei em ser mãe, mas acredito que as coisas precisam acontecer no tempo certo.
É uma grande responsabilidade ter um filho, não levo isso de forma leviana.
Hoje ainda estou muito focada nos meus projetos profissionais e por isso fui atrás do congelamento de óvulos, que fiz pelo Dr. Matheus Roque.
Congelar óvulos permite que a mulher seja independente e livre para escolher o momento que ela deseja realizar esse sonho, acredito muito nisso.
CE - Uma frase que você carrega para a sua vida?
PB - Tenho os meus pés no chão, mas sempre estou buscando as estrelas.
CE - Relação com a sua família?
PB - Fundamental! Sou muito próxima da minha família, que é a minha base, meu porto seguro.
Sempre fui mais caseira, de ficar mais com amigos e a família do que saindo. E isso não mudou. Amo passar tempo com a minha mãe, meu pai, meu irmão, cunhada e sobrinhos.
Só não passo mais tempo com a minha irmã porque hoje ela não mora mais no Brasil, e isso me mata, porque morro de saudades dela! Mas já estou me preparando para fazer uma visita, haha!
CE - Uma vontade hoje?
PB - Que esse momento de pandemia passe, que a gente possa ter aprendido e que a gente possa voltar a esse novo normal diferente, porque ser igual não dá mais.
Se passamos por tudo isso é porque precisávamos aprender alguma coisa, fosse uma mudança interna, com o outro, com o ambiente ou com o mundo ao olhar não só para si, mas para o todo.
O meu desejo hoje é isso, que a gente possa voltar a ter uma vida mais tranquila e em paz, tendo uma oportunidade de viver de uma maneira mais segura e com dignidade.





