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"Eu já era fã da novela e ter a chance de poder repetir isso foi uma das melhores coisas pra mim"

Dira Paes: Na entrevista exclusiva ao Correio B+ desta semana, ela também fala sobre como concilia sua vida pessoal com a profissional

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Ela conquistou o país com a sua Filó no remake de Pantanal.
Na verdade, o Brasil se apaixonou novamente por Dira, porque cada trabalho realizado não tem como ser diferente.

Porém, sua Maria Aparecida Filomena, a Filó, vai deixar saudades após a despedida da novela essa semana.
 

A atriz completa 32 anos de carreira com 43 filmes em seu currículo entre curtas e longas, sendo muitos recordistas de bilheteria no Brasil, como: "2 Filhos de Francisco" de Breno Silveira , "Redemoinho" de José Vilamarim e "Veneza" de Miguel Falabella.

Dira é uma das atrizes mais premiadas e respeitadas de sua geração.

A apaixonante Filó em Pantanal A apaixonante Filó em Pantanal 

Ganhou vários prêmios, incluindo doze indicações ao Grande Otelo, vencendo como melhor atriz em 2013, três Prêmios Guarani, dois Prêmios APCA, dois Prêmios Qualidade Brasil, um Prêmio Extra, assim como três Kikitos do Festival de Gramado e cinco Candangos do Festival de Brasília.

Tem uma longa história no teatro, no cinema e na televisão, e estreou recentemente como diretora de cinema com o filme, “Pasárgada”, ela também escreveu o roteiro e protagonizou a história.

No teatro foram 8 espetáculos dirigidos por nomes consagrados como Amir Haddad em "O Avarento", de Molière, na televisão somam-se dezessete trabalhos, entre eles a novela de grande sucesso de audiência e crítica "Velho Chico" com a direção de Luiz Fernando Carvalho e “Verão 90” com direção de Jorge Fernando.

Dentro de sua versatilidade, Dira também apresentou o Oscar com transmissão ao  vivo nos anos de 2018, 2019 e 2020.

Com o final da novela, a atriz já emendou um novo trabalho antes de suas merecidas férias, o longa “Manas” que está sendo rodado em Belém do Pará.

Com o marido e os filhos Com o marido e os filhos - Arquivo Pessoal

Sua “visita” ao Pantanal só reafirmou seu envolvimento com causas sociais, ambientais, pois ela também é ativista pelos direitos humanos.

Desde 2015, Dira também é uma das principais mobilizadoras do Criança Esperança e é uma das dirigentes do Movimento Humanos Direitos.

Na entrevista exclusiva ao Correio B+ desta semana, ela também fala sobre como concilia sua vida pessoal com a profissional, pois a atriz é casada há 16 anos com Pablo Baião, diretor de fotografia e é mãe de Inácio, 13 anos, e Martin, 6.

Para o Caderno, ela com muito amor da novela Pantanal, os colegas de elenco e equipe, da sua Filó e de sua trajetória e novos projetos.

 

CE: Como surgiu o Dira do seu nome (Ecleidira)?
 

DP: “Quando eu fui assinar o contrato do meu primeiro filme, ‘Florestas das Esmeraldas’, o meu produtor na época me aconselhou: ‘Dira, qual vai ser o seu nome artístico?’ e eu falei: ‘Eu ainda não tinha pensado nisso’, aí ele falou: ‘Se eu fosse você, colocava Dira Paes, já é nome de atriz, você vai fazer muito sucesso, aí eu disse: ‘Então, coloca aí Dira Paes’, e assim, foi. Eu já era chamada de ‘Dira’ e ‘Dirinha’ em casa, então esse nome deu continuidade a esse apelido que eu amo.”

CE: Na TV você começou na década de 90 certo?
 

DP: “O meu primeiro na televisão foi nos anos 90, fazendo ‘Araponga’, foi um começo incrível também, na mesma época que estava passando ‘Pantanal’, curiosamente.”

CE: Que novela ou/e série foi mais marcante para você? Você gosta de fazer novelas?
 

DP: “Eu gosto muito de fazer novela, é uma técnica diferente de fazer cinema... Você puxa um fôlego maior para o personagem durar mais tempo, e é muito bom ter essa relação com uma obra aberta. Entre novela e série é difícil falar... Sem dúvida nenhuma, ‘Pantanal’ vai ficar muito marcante na minha trajetória, assim como ‘Amores Roubados’ também. É muito bom poder fazer trabalhos que se comuniquem com o público dessa maneira.”

Com seu companheiro de elenco  Marcos Palmeiras Com seu companheiro de elenco  Marcos Palmeiras - Tv Globo

CE: E para você, como foi a experiência de apresentar o Oscar?
 

DP: “Tem sido maravilhoso apresentar o Oscar porque é muito bom poder assistir os filmes e ter uma noção do todo de uma vez. Além de ser um exercício maravilhoso para mim, como atriz, assistir a tantos filmes que me inspiram também no meu trabalho.”

CE: E a Dira mãe e em família, como é e como concilia tudo isso?
 

DP: “Não é fácil conciliar, mas eu acho que quando os filmes veem os pais trabalhando com dignidade, eles acabam assimilando de uma maneira real. A necessidade que a gente tem, assim como eu passo tempos fora de casa, de certa maneira, eu só me permito 20 dias no máximo, mas eu também às vezes fico muito tempo em casa, mais do que uma mãe que trabalha todo dia, então, tem as suas compensações, do ônus e do bônus.”

Final das gravações em Pantanal Final das gravações em Pantanal - Divulgação

CE: Entrando de forma automática em Pantanal, como surgiu o convite?
 

DP: “O convite veio através do Papinha, diretor Rogério Gomes, que foi o primeiro diretor da 1ª fase de ‘Pantanal’ e ele me ligou carinhosamente, já era a terceira vez que a gente tentava trabalhar juntos, e surgiu a felicidade com a Filó. E eu sou eternamente grata por ele ter me dado de presente esse personagem tão maravilhoso.”

CE: Você já conhecia a região? Como foi pra você essa experiência em todos os sentidos?
 

DP: “Eu não conhecia esse Pantanal do Mato Grosso do Sul e para mim foi uma surpresa maravilhosa, porque eu pude me entregar ao Pantanal. Hoje eu digo que eu sou o Pantanal. O Pantanal está dentro de mim. Eu sou feita do Pantanal. Ele fez parte não só da vida da Filó, como da minha vida, e ele vai continuar fazendo para sempre, porque foi uma experiência única. Eu me senti entrando em um templo sagrado e esse bioma vai ficar na minha memória como um dos meus lugares no mundo.”

CE: Você assistiu a primeira versão da novela? Se inspirou na antigo Filó?
 

DP: “Eu assisti na época a primeira versão de Pantanal, sim. A Jussara Freire foi magnânima nesse personagem. A gente tem essa ‘morenice’ parecida, então, eu me senti muito feliz de poder representar um personagem que já foi feito de maneira tão potente por uma atriz tão maravilhosa, tão gigante, como Jussara Freire. Eu já era fã da novela e ter a chance de poder repetir isso foi uma das melhores coisas para mim. Antes, eu era uma expectadora e hoje, 32 anos depois, poder fazer parte desse clássico da teledramaturgia é um prazer.”

Com parte do elenco Com parte do elenco - Tv Globo

CE: Como a sua Filomena foi construída?
 

DP: “A Filó foi construída a partir dessa sensação de que a própria metáfora do nome já diz: Filó é aquela que protege, é aquela que filtra, é aquela que temporiza as coisas, é aquela que reflete. E é uma mulher verdadeira, transparente, autêntica e que ama um homem na vida, o Zé Leôncio, de uma magnitude assim como o Pantanal. O amor dela por ele é magnânimo. Aquele amor é um amor pantaneiro, de quem vive isolado, de quem só pode contar um com o outro. Eu acho que a Filó é uma mistura desses sentimentos, além dessa herança que ela teve no começo da vida dela. Ela é uma mulher experiente e amorosa.”

CE: É visível que vocês viraram uma linda família na novela, como foi a despedida?
 

DP: “Estamos ainda nos despedindo... E tem sido uma despedida referente à distância que vamos ter um do outro, da falta da convivência diária, mas ao mesmo tempo uma alegria de termos cumprido com o nosso papel e termos feito tudo de uma forma tão potente e tão abraçada pelo público como foi. Isso, realmente, é uma dádiva.”

Dira PaesVinicius Mochizuki

CE: Pantanal tem um lugar diferente no seu coração? Se sim, por quê?
 

DP: “Tem um lugar diferenciado porque foi uma convivência contínua de um ano e dois meses. Foram pessoas que se querem bem para o resto da vida. Nós dividimos quarto, nós tivemos a sensação de que a gente estava ali muito próximos também da nossa intimidade. Era impossível se esconder de alguém, a gente trocou muito, trocou felicidades e tristezas, mas, sobretudo, nós estamos ali se querendo muito bem e querendo que a novela desse certo e, por fim, aconteceu.”

CE: Um momento marcante nas gravações...
 

DP: “Há muitos momentos marcantes, mas essas últimas cenas que vão para o ar, elas foram marcantes demais. Como o pedido do casamento, o casamento em si, o encontro de Zé Leôncio e Filó no meio do Pantanal, a passagem de tempo da primeira para a segunda fase... Foram muitos momentos especiais.”

CE: Que importância e impacto você acha que a novela teve?
 

DP: “Eu acho que a novela reuniu o Brasil em torno de um tema que é o meio ambiente, que é a gente pensar nos nossos biomas, na sobrevivência do planeta, e na tolerância entre as diferenças. Na fazenda do Zé Leôncio a gente pôde entender o quanto é importante a gente respeitar a diferença entre os seres humanos e como é importante a gente saber conviver com ela de uma maneira harmônica e ‘Pantanal’ mostrou isso em vários momentos.”

Dira PaesDira Paes - Vinicius Mochizuki

CE: Muita responsabilidade em gravar um remake de tanto sucesso?
 

DP: “Quando a gente vai mexer num clássico, a gente sempre teme, porque ‘Pantanal’ já era um sucesso, então, a gente queria repetir a dose. E sabíamos que isso só aconteceria se ‘Pantanal’ encontrasse o seu público. E, não só encontrou o seu público, como foi além das nossas expectativas. ‘Pantanal’ foi uma surpresa maravilhosa para todos nós e estamos todos muito agradecidos a esse público que está nos prestigiando.”

CE: Como uma pessoa que defende os direitos humanos e é envolvida em causas ambientais, como viu e vê o “Bioma Pantanal”?
 

DP: “Eu fiquei muito feliz de estar envolvida com uma novela que tem uma mensagem de sustentabilidade, de respeito à natureza e de como a gente pode equilibrar as necessidades do homem com as necessidades desse bioma. Sem dúvida nenhuma, a gente precisa que se restabeleça os ciclos naturais da vida, da fauna e da flora, onde a gente tem a chuva, onde a gente possa ser o lugar das águas pantaneiras e que o fogo que abalou e destruiu grande parte desse bioma possa ser evitado. Eu acho que a gente conseguiu traçar um panorama geral dessa situação tão diversa que estamos vivendo nesse momento, onde as questões são mais voltadas para o capital do que para o ser humano.”

Dira PaesDira Paes - Vinicius Mochizuki

CE: Já com saudades da Filó?
 

DP: “Sem dúvida nenhuma, a Filó vai deixar saudades. Esse trabalho como um todo, com essa equipe incrível vai deixar saudade. Eu tenho muito a agradecer a muita gente. É um trabalho feito por muitas mãos e a Filó foi feita por todas essas mãos, e eu agradeço imensamente. Mas, é preciso guardar a Filó para que renasça um outro personagem, e, assim que é o ciclo da vida.”

CE: O que você acha que mudou da primeira personagem em 1990 e hoje? Poderia pontuar?
 

DP: “Eu acho que a novela teve uma atualização de 1990 para 2022, e eu acho que a Filó talvez tenha sido a que menos tenha mudado. Ela é uma mulher que a gente encontra em várias famílias, e é essa pessoa que é o alicerce da família. E, nesse sentido, eu acho que a Filó de 1990 e a de 2022 são muito parecidas, o que me deixa muito feliz, porque a Jussara fez tanto sucesso com a Filó, e eu não podia deixar de fazer com que a Filó tivesse a mesma receptividade como teve a Filó da Jussara.”

CE: Novos projetos?
 

DP: “Eu estou filmando um filme chamado ‘Manas’, no Pará, até o dia 22 de outubro, e depois eu sigo para fazer ‘Ó Pai Ó 2’, o filme, e a partir de novembro eu estarei de férias. E aí vou poder curtir imensamente o que eu mais amo, que é a minha família. Vou poder estar junto, e fazer programas simples da vida, como ir ao cinema, por exemplo.”

DIÁLOGO

Articulações políticas entre lideranças farão com que alguns partidos sejam... Leia a coluna de hoje

Leia a coluna desta segunda-feira (15)

15/12/2025 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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Jean-Jacques Rousseau escritor suÍço
"A arte de interrogar não é tão fácil como se pensa.  
É mais uma arte de mestres do que de discípulos; é preciso ter 
aprendido muitas coisas para saber perguntar o que não se sabe”.

FELPUDA

Articulações políticas entre lideranças farão com que alguns partidos sejam “barriga de aluguel”, afirma escolado político. Segundo ele, sem espaço na formação de chapas, partidos começam a conversar
com outras agremiações para que cedam vagas, a fim de filiar ansiosos pré-candidatos. Aliás, tem gente tomando litros de chá de erva-cidreira, aguardando a abertura da “janela partidária” para que seja “gestada” em outra sigla, na esperança de que assim possa ter sucesso nas urnas. Vai vendo...

Diálogo

Em pauta

Nesta quarta-feira, o chamado PL da Dosimetria será o único item da pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O texto, aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 10, tem relatoria do senador Esperidião Amin. 

Mais

A proposta altera pontos do Código Penal e da Lei de Execução Penal. Também poderá reduzir penas dos condenados por crimes contra a democracia. Se aprovado na CCJ, o projeto vai para o Senado, e a expectativa é de que seja de votado ainda este ano.

DiálogoMarcio Benevides, Maria José falcão e Fabiana Jallad

 

DiálogoAndreas Penate e Monica Ramirez

Mal, mal...

Por determinação da Justiça, a Prefeitura de Campo Grande será obrigada a fazer o “dever de casa”, que estará acompanhando o trabalho como “severa professora”, diante do desleixo que resultou em ação civil pública do Ministério Público de MS. A decisão reconheceu omissões administrativas na manutenção e na limpeza de áreas públicas, bem como na fiscalização de imóveis particulares notificados, situação comprovada por meio de documentos reunidos ao longo da instrução processual. Isso, sem contar o “puxão de orelha” lá pelas bandas do Paço Municipal. Nada é tão ruim que não possa piorar... 

Caos

Durante pronunciamento da tribuna, o vereador Carlão questionou a eficácia do comitê de gestão e cobrou da prefeita Adriane Lopes a nomeação de um secretário de Saúde, considerando que o setor está enfrentando grave “colapso”. Ele citou casos desse problema, como o de paciente que perdeu uma das pernas e ficou aguardando a liberação de uma vaga. Apesar do caos nessa área, mostrou-se contra a abertura de uma CPI.
avanço. A “Cartilha do Registro Civil de Nascimento de Pessoa Indígena em Língua Guarani e Terena”  
foi lançada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). O ato ocorreu no dia 10 e contou com a presença de diversas lideranças indígenas, marcando avanço significativo no combate ao sub-registro. Quatrocentas cartilhas foram confeccionadas nesta primeira etapa. 

  • Dr. mafuci Kadri, 
  • Monica regis Wanderley, 
  • Dr. alexandre branco Pucci, 
  • Maria Claudia Tosi Castelo,
  • Ruy fachini filho, 
  • Dr. fernando freitas,
  • Antônio almeida de souza,
  • Elaine shimada Tatibana,
  • Massaru oba,
  • Marlene das dores de oliveira,
  • José alfredo Castro abud,
  • Francisco seiki shirado,
  • Vanda de figueiredo Testa, 
  • Cordon Luiz Capaverde,
  • Laila gabriela Cardozo Carron,
  • Siney Joaquim da silva,
  • Valéria Celeste franco da Costa,
  • Claudia maria real Leite,
  • Dora aureliano, 
  • Euler danubia nascimento,
  • Bruna gabriely Costa da silva,
  • Weligton da silva martins,
  • Márcia razera suassuna
  • Marco antônio Lechuga Moraes filho
  • Dra. maria madalena santos,
  • Camila mattos,  
  • Ezequiel freire da silva,
  • Fernando antonio Tacca de andrade,
  • Angélica bezerra de oliveira,
  • Celina Cândida rondon gomes da silva,
  • Thiago ramos dos santos,
  • Mariane Cervi Kohl,
  • Tasso Jereissati,
  • Silvério Kerkhoff,
  • João razuk Jorge,
  • Antônio botelho gonçalves ferreira,
  • Dr. getúlio Pimenta de Paulo,
  • Yeda antello e silva,
  • Valdemir alves,
  • Chrysttoferson fralzino ozório,
  • Luzia Ângela de oliveira dias,
  • Adelina Cardoso,
  • Eusébia delgado Villasanti, 
  • César Quintas guimarães,
  • Dr. ronaldo Cunha,
  • Odir zattar,
  • Maria Íris de Souza,
  • Oswaldo Garcia,
  • Henrique Bossay da Costa,
  • Neuza Cunha Provenzano,
  • José Jorge Leite,
  • Tiago Alves Garcia,
  • Adilson Moreira da Rocha,
  • Jéssica Souza da Silva,
  • Luiz Claudio Tobaru Tibana,
  • Antonio Minari Junior,
  • Rejane Luz de Montiel,
  • Walmir dos Santos Messa,
  • Silvania da Silva Cabral,
  • Teresa Cristina Alvim,
  • Humberto Ribeiro Mendes,
  • Gilson Machado,
  • Fernando Augusto Machado,
  • Henrique da Costa Santos,
  • Danilo Ferreira Moraes,
  • Heloisa Silvana da Costa ferreira,
  • João roberto abuhassan filho, 
  • Rilker dutra de oliveira,
  • Sérgio Haroldo mosqueira,
  • Alicio Lima rodrigues,
  • Maurício Teixeira Corrêa,  
  • Jucilene silva souza,
  • Antônio benedito dotta,
  • Dirce mascaros Landre,
  • Alaércio ribeiro borges, 
  • Jurandir Lino Corrêa,
  • Paulo Hamilton santos marinho,
  • Wanderlei Vaz da Costa Júnior,
  • Alcides Beserra de Sousa,
  • Sandro Rogério Hubner,
  • Julieta Elisabetha Kolling maciel,
  • Milton Garcia do nascimento,
  • Marcius Renê de Carvalho e Carvalho,
  • Valdinei Pedra,
  • Dalva Aparecida Paiva Leite,
  • Edmilson Paulino Queiroz,
  • Ilma aparecida ferreira Whitlock,
  • Darci das graças Pereira
  • Isabel alves salineiro, 
  • José martins de souza,
  • Vânia Queiroz farias,
  • Giselle rios Lima,
  • Cícero Pucci,
  • Antonio Pedroso de barros,
  • Charles Cristiano barbosa Pinho,
  • Ingrid de Souza Nogueira,
  • Steno bernobic,
  • Marilda de mattos galvão,
  • Francisco Pereira martins,
  • Sérgio augusto fontellas dos santos,
  • Diego armando de souza Canhete,
  • Reginaldo Pauferro miranda,
  • Paula Luisa Cusinato Leitão,
  • Aparecido Veríssimo dos santos,
  • Kelen Cristhian Carvalho ricas,
  • Milson Couto friozi,
  • Kelly Krystynny da silva santos.

 Colaborou Tatyane Gameiro

Correio B+

Capa da semana B+: Entrevista exclusiva com a atriz destaque na série "Tremembé" Débora Fernanda

"Foi um papel desafiador pela própria temática e crime. Primeiro fui ler a história do crime da Raissa que está no livro "Suzane Assassina e Manipuladora" do Ullissess Campbell, foi ele que deu base a primeira temporada de Tremembé"

14/12/2025 23h00

Capa da semana B+: Entrevista exclusiva com a atriz destaque na série

Capa da semana B+: Entrevista exclusiva com a atriz destaque na série "Tremembé" Débora Fernanda Foto: Divulgação

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Débora Fernanda está na série de sucesso “Tremembé”, no Prime Video. Na produção, ela vive a presidiária Raíssa, uma personagem verídica que foi parar na cadeia depois de matar uma criança. A personagem se torna amiga de Suzane Von Richtofen (Marina Ruy Barbosa) e a convida para ser sua madrinha de casamento fora das grades.

Com 37 anos de idade e 13 de carreira, Débora Fernanda estreou na peça "Saga da Bruxa Morgana e Família Real", sob a direção de Christiane Tricerri. Graduada em Arte e Teatro pela UNESP e em Rádio e TV pelas Faculdades Integradas Rio Branco, a artista ainda pode ser vista no streaming no filme de ação e ficção científica “Biônicos”, da Netflix, e em ‘Tarã’, série original da Disney+.

Débora ainda tem no currículo os curtas-metragens “Corre”, que recebeu o prêmio de Melhor Curta no Chicago Feedback Film Festival, e ‘Ilê’, um documentário vertical que aborda o racismo na infância que conquistou o prêmio Empathy no Essential Stories Film Festival, em San Francisco, Califórnia.

Paulistana, Débora Fernanda também integrou diversos coletivos voltados para a cultura popular afro-brasileira e indígena, como a Trupe Trio, Casa de Maria e Cia Alcina da Palavra. Ela ainda teve seus contos e poesias publicados no box "Contos da Quarentena", e nos livros "Posfácio do Coletivo Sinestésica" , "Literatura Negra Feminina: Poemas de Sobre(vivência)" e "Olhos de Mergulho".

Débora é a Capa exclusiva do Correio B+ desta semana, e em entrevista ao Caderno ela fala sobre carreira, escolhas e o sucesso de sua personagem na série "Tremembé" no Prme Vídeo.

Capa da semana B+: Entrevista exclusiva com a atriz destaque na série "Tremembé" Débora Fernanda A atriz Débora Fernanda é a Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Thom Foxx - Diagramação: Denis Felipe - Por: Flávia Viana

CE - Debora Fernanda está em seu primeiro papel de destaque na carreira na série “Tremembé”. Como se descobriu interessada na arte? E como foi a caminhada até chegar na série?
DF - 
Desde criança tive contato com arte e sempre amei, meus pais sempre assistiram a muitos filmes e ouviam músicas. Esses dias eu encontrei dois cadernos da escolinha de quando eu era criança e tinha uma pergunta, o que você quer ser quando crescer? Aos 7 anos eu respondi que queria ser cantora e aos 8 que queria ser atriz.

Mais ou menos nessa idade minha mãe me colocou para fazer curso de teatro no Municipal de Araras. Com relação a arte minha mãe, Sandra Enedina, foi, e é a maior incentivadora, meu pai e minha irmã não ficam atrás. Nos horários de contraturno da escola, nossa mãe nos colocava, eu e minha irmã, para fazer outros cursos gratuitos disponibilizados pela Prefeitura de Araras ou por ONGs que tinham na cidade.

Eu lembro que além do teatro fiz aulas de teclado, canto, coral, corte costura, pintura em pano de prato etc, eu amava. Daí já se vê a importância do apoio da família e o incentivo público para a formação dos artistas desse país.

Eu tive a “oportunidade” de estudar em um colégio particular na cidade, era religioso, tinha aula de teatro e era extremamente racista, as crianças, os professores e a direção do colégio eram horríveis comigo e com minha irmã, despejavam todo tipo de atrocidades. E eu ainda tenho dislexia, misofonia e com todo esse quadro, óbvio, tive dificuldade de aprendizado e os formadores atribuíam essa questão da cor da minha pele.

Existia um estigma, eu sou preta e, portanto, era considerada burra e feia, foram muitas críticas e humilhação sempre, os únicos espaços onde me aceitavam era no esporte (o que ainda faz parte do estereótipo) e no teatro porque eu realmente mandava bem. Daí o teatro que eu já gostava, passou a ser o meu espaço de aceitação e segurança. 

Eu me lembro de uma peça que apresentei no colégio “Arena Conta Zumbi”, texto do Guarnieri e Boal, com a direção do querido Mussa Daniel, meu professor na época, ali foi um grande ponto de virada, descobri que tinha muita força e resistência preta e que tinha também muitos motivos para me orgulhar. 

No dia seguinte e em alguns próximos, na escola, a turma me reconheceu como gente, como um ser capaz de fazer algo, até recebi elogios. O teatro passou a ser lugar de aprovação, depois reconhecimento, lugar possível de uma existência. E até hoje me sinto assim, me sinto fazendo algo importante para a sociedade, me sinto viva quando estou atuando.

Saí de Araras, vim para São Paulo e a primeira peça que assisti foi com a Christiane Tricerri, ela estava fazendo Megera Domada, foi incrível meu coração parecia que ia sair pela boca vendo essa atriz  grandiosa atuando, eu me lembro de rezar para a peça não acabar.

Fiz o curso profissionalizante da Escola de Teatro Celia Helena, onde também me destaquei, já saí de lá fazendo um espetáculo com Rosi Campos, Tadeu de Piettro, Majeca Angelute e sendo dirigida pela própria Christiane Tricerri!  Na minha primeira peça profissional, um presente, eu não parei mais.

Estudei também na UNESP e lá passei a fazer contação de histórias, me juntei com uma amiga e contamos histórias que meu avô baiano pescador me contava, e que meu pai também recontava, nesse ponto me interessei e pesquisei muito a cultura popular, acho que ainda na busca de reconhecer as belezas de minhas raízes tanto machucada na minha infância.

Fiz peça de todo tipo, infantis, adultas, juvenis, espetáculos bem estruturados outros em companhias precárias. Vivo muito teatro. Na pandemia com tudo fechado, ainda fiz peça online do Itaú Cultural e outras apresentações nos telhados dos Sescs para as pessoas assistirem pela janela de seus prédios. O trabalho foi escasso e o audiovisual me surgiu como possibilidade. Passei a me gravar e estudar em casa, logo passei em um teste para gravar um curta no Maranhão.

Assim que o Flavio Dino liberou a vacina eu a tomei para poder gravar meu primeiro filme, fiquei dois meses lá, a partir de então  não parei mais de estudar para o audiovisual. Fiz outros filmes, entre eles “Biônicos” da Netflix em que faço uma participação e sou dublê da Gabz; e Tarã da Disney em que faço uma dança na abertura, esse ainda não saiu. Fiz dois curtas autorais e participei de outras produções independentes que receberam prêmios.

Passei por agências, até me conectar com meu agente atual, descobrimos que íamos fechar um contrato juntos a partir de um sonho que ele me contou, interpretamos, ele conseguiu arrumar o teste para o Tremembé e eu estava pronta!

CE - Na produção, você vive Raissa, uma mulher que matou uma criança e depois ainda se casou com o pai dela.  Como foi o processo para se preparar para essa personagem?
DF - 
Foi um papel desafiador pela própria temática e crime. Primeiro fui ler a história do crime da Raissa que está no livro “Suzane Assassina e Manipuladora” do Ullissess Campbell, foi ele que deu base a primeira temporada de Tremembé, o autor também me disponibilizou a foto dela em seu casamento, e  eu fiquei horas tentando tirar informações que estavam contidas naquela foto.

Fui atrás de séries que falam sobre assassinatos, e depoimentos de pessoas que cometeram esses crimes horrorosos e dos familiares das vítimas. Também passei a frequentar uma igreja evangélica aqui perto de casa para entender um pouco sobre as emoções, os comportamentos e como seria sentir esse perdão sendo uma pessoa cristã.

Conversei com muitas amigas mães que me relataram os sintomas e sensações do puerpério. Minha irmã tinha acabado de dar a luz a minha sobrinha Luanda, eu via e sentia de perto todo esse processo transformador que acontece na vida da mulher. Falei com uma amiga psicóloga sobre depressão pós-parto. Porque Raissa era uma mulher, que fez esse ato detestável, quando ela tinha um bebê, e a defesa alegou que no momento ela vivia uma depressão pós-parto. Fui caminhando por onde conseguia me aproximar mais dela.

Ela matou, foi condenada, e depois foi perdoada e teve uma oportunidade de viver algo que a maioria das detentas não vive, além do perdão ela foi pedida em casamento. No casamento o marido diz que ela foi tomada pelo diabo ao matar a criança, eu não acredito nisso, mas me ponho a pensar se uma bomba hormonal que é o que acontece no puerpério e uma depressão  pode ou não se assemelhar com o diabo entrando no corpo de alguém?

 No presídio feminino acontece o oposto do masculino, geralmente quando são presos os homens abandonam suas companheiras, o que acontece com ela é atípico, além de ser perdoada por ele, o pai da criança, ele a pede em casamento, é uma loucura, mas me parece que ela teve a oportunidade de viver o amor. E aqui me pergunto novamente, se fosse com você, não consideraria que isso foi um milagre também?

É tudo muito complexo nessa história, e fazer as escolhas de como eu a via também. Eu decidi os movimentos dela, e tive ajuda no SET com as preparadoras Carol Fabri e Maria Laura, e contei ainda com a direção da Vera Egito e do Daniel Leiff. O assunto é muito denso e mexeu com muitas camadas, eu segui fazendo minha terapia, e também com cuidados espirituais com meu Babalorixá.

CE - Acha que Tremembé é um ponto de virada na sua carreira? Já impactou de alguma forma sua vida?
DF - 
Eu conto com isso rs! Acredito que sim porque muita gente que não me conhecia passou a conhecer o meu trabalho, inclusive produtores de elenco. Espero que me abram oportunidades para muitos trabalhos porque é o que eu quero, trabalhar no audiovisual com papéis maiores e com trama relevante. Eu sei que estou pronta e quero muito mais! Na minha vida impactou de diversas formas, algumas pessoas me reconhecem na rua, pessoas das artes que não me conheciam e eu admirava vem me parabenizar, a minha confiança aumentou também e sei que posso ir muito mais longe.

CE - Poderemos ver Raissa na já anunciada segunda temporada da série? E o que gostaria de mostrar mais sobre ela que você tem conhecimento, mas o público não?
DF - Eu acredito que ela estará sim na próxima… rs ouvi boatos … Tem tanta coisa que eu gostaria que contassem dessa personagem, como por exemplo, como ela se converteu ao evangelismo?  Ver ela conduzindo Suzane a chegar nessa religião; gostaria de faze-la pregando como pastora da cadeia, de contar como ela se sentiu depois de ter casado e ainda assim voltado para cadeia. Como essa relação se deu, como vive um casamento uma pessoa presa e outra livre? Gostaria que contassem o crime dela, levantassem essas situações de puerpério e depressão pós-parto. Eu aqui fico me imaginando fazendo várias cenas rs.

CE - Você já passou por situações de racismo na infância conforme falou em recentes entrevistas. Como isso impactou na sua vida? E na sua arte?
DF -
 O racismo me violentou mais quando eu era criança porque eu não tinha defesa, não entendia o tamanho dessa estrutura silenciadora. Hoje eu sou letrada racialmente, tenho consciência e sei me defender, e não mais acredito em situações que tentam me deprimir e me humilhar, mas frequentemente eu passo por situações racistas ainda hoje, infelizmente.

Além das violências diretas verbais e físicas tem as sutis da estrutura que são devastadoras, a estrutura precisa ser modificada. Um sintoma, por exemplo, é a pouca oportunidade para atores pretos no audiovisual ou quando tem pessoas negras atuando. Ainda sim a importância dos personagens para a trama é menor. Esse quadro por hora é determinante, então sempre influenciou meu trabalho e nas minhas oportunidades.

Por outro lado, eu amo ser uma mulher preta, e tenho muito orgulho das riquezas do meu povo, das culturas e artes. Desde quando me reconheço por artista trabalho com culturas populares relacionadas, faço parte de coletivos que fazem contação de histórias africanas, afro-brasileiras  e indígenas. Faço muitas peças com essa temática como Sankofa, Estrela do Encante e Jornada Heroica de Maria, que fiz esse ano.

Sou capoeirista do grupo Quilombolas de Luz, onde atuo com a comunidade cozinhando nas festas e doou minhas contações de histórias. Sou filha do Asè do Rio das Pedras  e nesse terreiro colaboro com a formação artística e de letramento racial  dos membros. Eu tenho um sonho que nenhuma criança passe pelo que eu passei na infância… Mas infelizmente ainda acontece, e elas me contam. Eu me sinto a serviço da arte, a serviço da arte preta, porque onde eu estiver atuando, em qualquer temática que eu estiver desenvolvendo vai ser a partir desse meu corpo preto com todas as experiências somadas em mim.

Capa da semana B+: Entrevista exclusiva com a atriz destaque na série "Tremembé" Débora FernandaA atriz Débora Fernanda é a Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Thom Foxx - Diagramação: Denis Felipe - Por: Flávia Viana

CE - Além de atuar, você é escritora e já lançou quatro livros. O que inspira sua escrita? Há planos para novas obras literárias?
DF - 
Eu sou colaboradora desses livros, gosto muito de escrever, quando vou ver já tô escrevendo alguma coisa, é meio que natural, uma necessidade! Eu acabei de escrever uma música de capoeira que eu quero muito que se transforme em clipe, submeti a lei Rouanet, e agora estou na busca de patrocinadores, tem toda uma caminhada para essa produção.

Eu sempre sinto vontade de escrever, geralmente está ligado com os próprios processos que estou passando na vida. Acho que escrevo para ver outras realidades, ou novas possibilidades de resolver minhas questões. Tenho cada dia mais me interessado por escrever roteiros. Eu tenho escrito alguns, estão guardados, vai chegar a hora de eu conseguir produzir.

CE - Débora Fernanda se assiste? É muito crítica?
DF -
 Eu me assisto sim… acho que faz parte do processo… até para eu entender o que foi legal e o que não. Gosto muito de fazer isso como forma de exercício, decorar alguns textos, gravar e ver como está, ou pensar novas possibilidades.

Eu sou bem crítica comigo mesma, não queria ser tão assim, tento a cada dia ter mais gentileza comigo. Eu gosto muito de ouvir as pessoas falando do meu trabalho geralmente me dá uma aliviada.

CE - Muitos artistas sonham em fazer novela. E você? Qual personagem dos sonhos?
DF - 
Eu também sonho em fazer novela! Ficar um pouco mais estável porque a novela é longa, se grava por alguns meses, e deve ser uma experiência maravilhosa! Eu tô pronta! Não vejo a hora de ter essa oportunidade! Eu amaria fazer vários papéis … deve chegar ao infinito rs , tenho sonho de fazer uma capoeirista, uma dona da boca, uma mulher influente em uma escola de samba, uma rainha, dona de um bar, funkeira, uma vilã bruxona ….. eu sou capoeirista adoraria fazer mais papéis de ação em que eu possa usar a luta, o jogo de capoeira em si.

CE - Se não fosse atriz, o que seria? E já pensou em desistir da arte?
DF -
 Eu penso em desistir constantemente, tem muito desafio e falta de oportunidade...ainda mais com esses desgovernos que vão cortando leis de incentivo para arte, São Paulo está uma lástima e sei que o resto do pais não está diferente ...  mas daí eu me pergunto, o que é que eu vou fazer? E só me vem  arte como resposta....

Acho que se eu não fosse atriz eu seria dançarina ou escritora, ou ainda tentaria viver da capoeira. Eu não sei acho que morreria sem arte, acho que não seria eu. A arte me salva e me faz perder, mas não me vejo em outro lugar, mesmo porque se eu penso em não ser atriz já penso em outros tipos de arte. Artista é a maneira que eu sei existir.

CE - Quais os próximos projetos de Débora Fernanda?
DF - Espero grandes surpresas do universo! Desejo com todas as minhas forças trabalhar muito mais com audiovisual em 2026. Fazer mais filmes, séries e novelas. Gostaria muito de desenvolver esse clipe de capoeira “A nega voou”, para isso preciso arrumar patrocínio. Tenho alguns projetos de teatro que seguirei fazendo “A Estrela do Encante”, “ Sankofa” “Jornada Heroica de Maria”.

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