A ex-BBB Paula Leite emagreceu 44 kg em apenas 11 meses. Deles, 34 foram eliminados de forma saudável, ou seja, com dieta e atividade física, mas Paulinha nem sempre cuidou bem de seu corpo.
Em depoimento ao UOL, a ex-BBB revelou que até os 20 anos nunca tinha tido problemas com a balança. “Eu era magra, mas aos 21 eu resolvi que queria emagrecer cinco quilos e tinha uma moda na cidade em que eu morava [em Boa Vista, Roraima] de tomar remédio para emagrecer”, revelou na entrevista.
Depois que começou a tomar o remédio, Paulinha emagreceu oito quilos, mas quando parou, engordou 14 e desenvolveu dificuldade para perder peso.
De acordo com a endocrinologista, metabologista e coach de emagrecimento Cassandra Pauperio, é comum as pessoas desenvolverem dificuldade para emagrecer depois de tomarem remédios de emagrecimento.
Isto acontece porque os medicamentos provocam perda de gordura e também de massa muscular. Quando a ingestão do remédio é interrompida, a pessoa volta a comer normalmente, mas o gasto calórico passa a ser menor do que antes porque a quantidade de músculos está menor. Com isso, a pessoa engorda mais do que emagreceu.
“O gasto calórico vai ser proporcional à quantidade de músculo que restou, quantidade de músculo menor, gasto calórico também, então a pessoa acumula mais gordura”, explica a endocrinologista.
Além disso, para cada 1 kg perdido, o corpo demora cerca de um mês para entender que aquele peso foi eliminado e, consequentemente, criar memória do novo peso.
Enquanto isso, o corpo tenta reverter a perda de peso e a tendência é engordar. Esta é uma espécie de mecanismo de sobrevivência do organismo, que entende a perda de peso como uma ameaça à vida, já que a gordura é nossa fonte primária de energia.
Por isso que mesmo quando a pessoa está tomando remédio de emagrecimento ela precisa praticar atividade física e manter uma alimentação saudável e balanceada.
Desta forma, ela poderá ir reduzindo a medicação progressivamente sem voltar a engordar. Lembrando que todo remédio só pode ser tomado com orientação e acompanhamento médico.
ALTERAÇÕES HORMONAIS
Alguns remédios manipulados ainda podem conter hormônios em sua composição, como o hormônio tiroidiano, que ajuda a emagrecer e a acelerar o metabolismo, ou testosterona, que atua no aumento de massa magra.
Quando presentes em medicamentos, estes hormônios podem desregular a parte hormonal. Provavelmente foi o que aconteceu com a ex-BBB Paulinha, já que ela afirma que desenvolveu problemas hormonais após tomar medicamentos para emagrecer.
REMÉDIOS PARA EMAGRECER
De acordo com a endocrinologista, no Brasil, são só três os remédios para emagrecer que são liberados e eles atuam de diferentes formas. A sibutramina, por exemplo, atua acelerando o metabolismo e dando a sensação de saciedade.
Já o Orlistate atua sobre a litase, que é uma enzima intestinal, e consegue diminuir a absorção de gordura em 30%. E o Lilaglutide, que é injetável, tem um mecanismo central, que promove saciedade, e um periférico que retarda o esvaziamento gástrico.
QUANDO TOMAR?
Segundo Cassandra, os medicamentos são indicados apenas para pessoas com IMC acima de 30 ou para pessoas com IMC próximo a este e que já tenham problemas de saúde, como gordura no fígado e diabetes.
Contudo, mesmo nestes casos, o correto é que a pessoa tente reverter o sobrepeso e até a obesidade com exercícios físicos e reeducação alimentar.
“Antes, sempre tentamos fazer mudanças de estilo de vida e exames para saber se a pessoa tem algum problema de saúde que possa estar fazendo com que ela engorde”, explica a endocrinologista.
Além disso, é importante ressaltar que o remédio não se sustenta por si só, ele é apenas uma ajuda. Se qualquer pessoa deixar de tomá-lo e não fizer dieta, nem se exercitar, vai engordar.
A prática de atividade física ainda evita o ganho de peso futuro, controla a ansiedade e também a compulsão alimentar.
Cassandra ainda ressalta o perigo de começar a tomar um remédio prescrito pelo médico, mas não fazer retornos. De acordo com ela, alguns remédios têm efeitos colaterais e é necessário ficar atento a eles. O Orlistate, por exemplo, inibe a absorção de vitaminas e, em alguns casos, é necessário suplementação.
DIETAS RADICAIS
Paulinha assume que outro erro foi ter aderido a dietas radicais para emagrecer. Ela revela que em dois meses de “dietas malucas” perdeu 10 kg, mas também perdeu cabelos e suas unhas ficaram fracas devido à falta de nutrientes.
A coach em emagrecimento Cassandra ressalta que é possível até acontecer uma desnutrição por carência de vitaminas quando as pessoas se submetem a dietas muito restritivas. “A dieta também deve ser feita com acompanhamento para ir avaliando se a pessoas está carente de alguma vitamina e, se necessário, fazer a suplementação”, afirma a endocrinologista.
Quando a queda de cabelo começou, Paulinha procurou um médico e foi encaminhada para um nutricionista. Com o acompanhamento deles, iniciou a dieta Dukan e retomou as atividades físicas. Desta forma, ela conseguiu emagrecer mais 34 kg em apenas 9 meses, desta vez de forma saudável.