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FEIRA LITERÁRIA

Feira Literária de Bonito homenageia a escritora sul-mato-grossense Flora Egídio Tomé

Escritora sul-mato-grossense foi membro ativo da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras e colaboradora constante do Suplemento Cultural do Correio do Estado

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De 17 a 21 deste mês, a charmosa Praça da Liberdade, em Bonito, transforma-se novamente no palco da palavra, das ideias e da cultura na 9ª edição da Feira Literária de Bonito (Flib). O evento consolidado no calendário cultural do Estado se destaca não apenas pela qualidade e diversidade dos nomes que reúne, mas também pela valorização profunda da literatura sul-mato-grossense. 

Este ano, a feira presta uma homenagem especial à escritora Flora Egídio Thomé, uma das vozes mais elegantes e reflexivas da cena literária local, reafirmando o compromisso em promover o diálogo entre os protagonistas da arte escrita de ontem, hoje e amanhã.

HOMENAGEM

Professora por quatro décadas, Flora Egídio Thomé é uma figura singular na literatura sul-mato-grossense. Membro ativo da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras e colaboradora constante de veículos como o Suplemento Cultural do Correio do Estado e o Jornal do Povo, Flora construiu uma obra poética repleta de lirismo e meditação sobre o tempo, a memória e a condição humana. Autora de livros emblemáticos como “Cirros” (1980), “Cantos e Recantos” (1987), “Retratos” (1993), “Haicais” (1999) e “Nas Águas do Tempo” (2002), além de ser organizadora da “Antologia Dimensional de Poetas Três-lagoenses”, sua poesia ainda aguarda maior reconhecimento fora dos círculos literários especializados, e a Flib surge como um importante espaço para ampliar esse alcance.

Flora será homenageada ao lado de Carolina Maria de Jesus, uma das maiores escritoras brasileiras do século 20, cuja obra social e literária permanece viva em debates e estudos no País inteiro. A homenagem conjunta dessas duas autoras une a literatura de diferentes origens, estilos e realidades, aproximando o público de vozes que falam tanto da intimidade pessoal quanto das grandes questões sociais.

A homenagem a Flora Egídio Thomé resgata a voz de uma escritora fundamental, cuja obra poética merece maior difusão, e, ao mesmo tempo, dialoga com Carolina Maria de Jesus, que traduz a força da literatura afro-brasileira e das vozes marginalizadas.

LITERATURA CONTEMPORÂNEA

Além da homenagem, a Flib reafirma seu papel como um polo importante para a diversidade e pluralidade da produção literária contemporânea no Brasil. Entre os autores que já confirmaram presença estão nomes que representam diversos gêneros, estilos e trajetórias, compondo um mosaico rico e multifacetado. Estarão presentes escritores como Anarandá, Andressa Arce, Carlos Magno, Diana Pilatti, Elias Borges, Eusvaldo Rocha Neto, Febraro de Oliveira, Gean Euzébio, Henrique Pimenta, Idayane Jacques, Isaac Ramos, Luciana Kinikinau, Lucilene Machado, Maria Carol, Mazão Ramires, Olimpio Leme, Percival Lelo Gomes, Rodrigo Teixeira, Rogério Pereira, Silvio Santana de Souza, Susylene Dias de Araujo e Wanderson F. Fonseca.

A participação de autores com diferentes perfis e produções mostra a vocação da feira para reunir público e criadores, fomentando trocas que ampliam o conhecimento e o interesse pela literatura em suas múltiplas expressões.

INTEGRAÇÃO

A Flib, que vem crescendo a cada edição, também reforça sua abrangência nacional com escritores reconhecidos em outras regiões do País. Estarão presentes autores como Keka Reis, roteirista e escritora finalista do Prêmio Jabuti em 2018 e 2019, o jornalista e crítico musical Júlio Maria, responsável pela biografia “Nada Será Como Antes”, sobre Elis Regina, o duo formado por Sirlene Barbosa e João Pinheiro, criadores da HQ “Carolina”, que retrata a vida de Carolina Maria de Jesus.

Além destes, participam profissionais como a socióloga e romancista Ana Cristina Braga Martes, finalista do Prêmio São Paulo de Literatura 2024, a escritora Aline Bei, vencedora do mesmo prêmio em 2018, o poeta e cronista Henrique Rodrigues, o pesquisador Gustavo de Castro, especialista na obra do poeta Manoel de Barros, e a escritora e professora Andressa Marques.

O aporte desses nomes, com reconhecida trajetória e relevância nacional, impulsona a feira como um evento que ultrapassa regionalismos e discute a literatura brasileira em sua complexidade e riqueza.

TEMA 

A curadoria da Flib 2025 – liderada pela professora Maria Adélia Menegazzo – fixou como eixo central do evento a ideia da narrativa pessoal enquanto instrumento criativo e transformador da realidade. Com o tema Literatura: a autoria, a arte e a vida, autobiografias, autoficções, diários, memórias e biografias ganharão destaque em debates, oficinas e mesas-redondas, buscando refletir sobre as múltiplas possibilidades da escrita como ferramenta para ressignificar a história, os afetos e o mundo.

“É justamente essa convivência entre diferentes trajetórias e estilos que torna a Flib especial. Cada escritor e escritora que integra a programação contribui para ampliar o olhar do público e fortalecer essa grande celebração da literatura”, enfatiza Maria Adélia.

A FLIB

A Feira Literária de Bonito é uma realização conjunta da prefeitura municipal de Bonito, do deputado federal Vander Loubet, do Ministério da Cultura e do governo do estado de Mato Grosso do Sul, contando ainda com o apoio de diversas instituições culturais e empresas parceiras. Em agosto deste ano, a Flib foi oficialmente incluída no calendário oficial de eventos do Estado, por meio do Decreto-Lei nº 6.457, o que reforça sua importância cultural e estratégica para o território.

O projeto também foi contemplado pelo Plano Nacional Aldir Blanc (Pnab), por meio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, garantindo a infraestrutura necessária para a concretização de um evento de alta qualidade técnica e artística. A organização é feita pela Bolt Realizações, em parceria com o Instituto Ìmòlé.

A cada edição, a Flib consolida sua missão de democratizar o acesso à literatura, reunindo público diverso – desde estudantes, professores, leitores frequentes até curiosos e famílias – em uma programação que inclui lançamentos de livros, debates, oficinas, rodas de conversa, exposições e apresentações culturais.

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B+: Especialista explica o que é o red pill, que ganhou repercussão após caso de Thiago Schutz

"Não é influência positiva, é propaganda de misoginia". Especialista em relacionamentos, a Dra. em psicologia Vanessa Abdo explica como a ideologia do movimento afeta nos direitos das mulheres e contribui para o incentivo à violência

13/12/2025 17h00

B+: Especialista explica o que é o red pill, que ganhou repercussão após caso de Thiago Schutz

B+: Especialista explica o que é o red pill, que ganhou repercussão após caso de Thiago Schutz Foto: Divulgação

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O termo “red pill” tem gerado em muitos debates nas redes sociais devido à denúncia de agressão e tentativa de estupro de Thiago Schutz, conhecido como “Calvo do Campari”. O coach foi detido em Salto (SP) no último dia 29 de novembro, após ser denunciado para a Polícia Civil pela namorada. Thiago Schutz é considerado influenciador do movimento “red pill”, por produzir conteúdos e ser autor de livro que aborda o tema.

Mas afinal, você sabe o que significa o movimento “red pill” e por que ele afeta violentamente as mulheres? Para responder a essa pergunta e esclarecer outras dúvidas sobre o tema, conversamos com a doutora em Psicologia Vanessa Abdo.

Sobre o termo

O nome “red pill” (pílula vermelha, em português) vem de um conceito fictício do filme “Matrix” (1999), em que a pílula vermelha seria a escolha para "despertar" e ganhar "consciência" da realidade do mundo.

Com essa narrativa, o movimento red pill passou a criar teorias da conspiração que incentivassem os homens a “acordem para a realidade” e não serem “dominados” pelas mulheres.

“O red pill se apresenta como uma ‘verdade sobre as relações’, mas na prática é um conjunto de ideias que reduz mulheres a objetos, corpos, funções ou serviços e coloca os homens como dominantes e superiores. É uma ideologia que traveste controle e desprezo como se fossem ‘ciência comportamental’. Quando os nossos corpos são objetificados, não tem graça. Isso não é sobre relacionamento, é sobre poder”, afirma a psicóloga Dra. Vanessa Abdo.

Qual a relação do red pill com a misoginia?

“A base do red pill é a crença de que as mulheres valem menos, sentem menos, pensam menos ou merecem menos. Isso é misoginia. O movimento estimula o desprezo pelas mulheres, especialmente as fortes e independentes, justamente porque homens que aderem a esse discurso precisam de parceiras vulneráveis para manter no seu controle. A misoginia não é efeito colateral do red pill, é sua espinha dorsal.”

Por que o red pill é tão perigoso para toda a sociedade, principalmente para as mulheres?

“Porque ele normaliza a violência. Quando você cria uma cultura em que mulheres são tratadas como objetos descartáveis, a linha entre opinião e agressão se dissolve. Esse tipo de discurso incentiva violências físicas, psicológicas, sexuais e digitais, que são camufladas como humor ou “liberdade de expressão”. Uma sociedade que naturaliza o desprezo por mulheres adoece, retrocede e coloca todas em risco.” 

Nas redes sociais, muitos homens fazem uso de um discurso de ódio às mulheres disfarçado de humor. Qual a diferença da piada para a incitação à violência?

“A piada provoca riso, não medo. A piada não tira a humanidade do outro. Quando o ‘humor’ reforça estereótipos, desumaniza mulheres e legitima agressões, ele deixa de ser brincadeira e se torna uma arma. A diferença está na intenção e no efeito. Se incentiva o desrespeito, a dominância ou a violência, não é humor, é incitação.

É importante reforçar que combater a misoginia não é sobre guerra dos sexos, é defesa da vida. Toda vez que normalizamos piadas que objetificam mulheres, abrimos espaço para violências maiores. Precisamos ensinar homens, especialmente jovens, a construir relações baseadas em respeito, não em dominação. E precisamos dizer claramente que humor não pode ser usado como máscara para ódio.”

Na internet, muitas pessoas consideram quem prolifera o movimento red pill como “influenciadores digitais”. Qual a sua opinião sobre isso?

“Influenciadores pressupõem responsabilidade social. Quem difunde ódio e objetificação influencia, sim, mas influencia para o pior. Não podemos romantizar a figura de alguém que lucra reforçando violência simbólica e emocional contra mulheres. É preciso nomear corretamente: isso não é influência positiva, é propaganda de misoginia.”

Sobre o caso de Thiago Schutz, surgiram muitos julgamentos sobre as mulheres que tiveram um relacionamento com ele mesmo cientes do posicionamento que ele adota nas redes sociais. Como você avalia isso?

“Culpar mulheres é repetir a lógica da violência. O discurso misógino desses movimentos é sedutor exatamente porque se disfarça de humor, lógica ou ‘verdade inconveniente’. Relacionamentos abusivos não começam abusivos, eles começam carismáticos. Além disso, mesmo quando uma mulher percebe sinais de risco, ela pode estar emocionalmente envolvida, vulnerável ou acreditar que será diferente com ela. O foco não deve ser questionar as mulheres, mas responsabilizar quem propaga discursos que desumanizam e ferem.”

Como uma mulher pode identificar um homem misógino?

“Existem sinais claros:

* Desprezo por mulheres fortes ou independentes.

* Humor que sempre diminui o feminino.

* A crença de que mulheres devem ser controladas ou colocadas ‘no seu lugar’.

* Incômodo com a autonomia da parceira.

* Falas generalizantes, como ‘mulher é assim’ ou ‘toda mulher quer…’.

Desconfie de homens que desprezam mulheres, especialmente as fortes. Eles precisam que a mulher seja vulnerável para se sentir poderosos.”

Como uma mulher pode identificar que está dentro de um relacionamento abusivo?

“O abuso aparece em forma de controle, medo e diminuição. Se a mulher começa a mudar sua vida, roupas, amizades ou rotina para evitar conflitos, se se sente culpada o tempo inteiro; se vive pisando em ovos, se sua autoestima está sendo corroída, se há chantagem, humilhação, manipulação ou isolamento, isso é abuso. Não precisa haver agressão física para ser violência.”

Como podemos ajudar uma mulher que é vítima de um relacionamento abusivo?

“O principal é acolher, não julgar e não pressionar. Ela já vive em um ambiente de medo e culpa. Oferecer apoio prático, ouvir, ajudar a montar uma rede de proteção, encaminhar para serviços especializados e incentivar ajuda profissional é mais efetivo do que dizer: ‘saia desse relacionamento’. O rompimento precisa ser planejado. Segurança vem antes de tudo.”

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Pet B+: Pets enjoam da ração? Entenda os motivos do seu animal perder o interesse pelo alimento

Médica-veterinária explica que cães e gatos não têm o mesmo comportamento alimentar dos humanos e aponta possíveis razões para recusarem a ração

13/12/2025 15h30

Pet B+: Pets enjoam da ração? Entenda os motivos do seu animal perder o interesse pelo alimento

Pet B+: Pets enjoam da ração? Entenda os motivos do seu animal perder o interesse pelo alimento Foto: Divulgação

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Não é raro os responsáveis por pets observarem que seu animalzinho perdeu o interesse pelo alimento oferecido, e a primeira coisa a se pensar é que ele enjoou da ração. Afinal, a ideia de comer a mesma coisa todos os dias, em todas as refeições, não parece muito atrativa para nós, seres humanos. E como os pets, de modo geral, costumam ter uma única fonte de alimento, o desinteresse seria um sinal de que está na hora de trocá-lo.

Para quem se pergunta se o animal de companhia “enjoa” da ração, a resposta, do ponto de vista biológico, é que cães e gatos não precisam de trocas frequentes de alimentos apenas por variedade de sabor. Estudos mostram que os cães têm menos botões gustativos do que os humanos e são muito mais influenciados pelo olfato, pela textura e pela forma como o alimento é apresentado do que pela “novidade” do sabor em si.

Já os gatos são reconhecidamente mais seletivos, especialmente em relação ao aroma, à textura, à crocância e ao formato do alimento, o que ajuda a explicar por que podem recusar determinadas rações com mais facilidade.

“Enquanto os cães têm o olfato e a audição muito apurados em comparação aos seres humanos, o paladar é menos desenvolvido, de modo que eles tendem a aceitar bem uma dieta constante, sem necessidade de trocas frequentes apenas para evitar um suposto “enjoo”. Já os gatos, por serem mais exigentes quanto ao aroma e à textura, podem recusar o alimento quando há mudanças na formulação, no formato ou na crocância”, explica a médica-veterinária Amanda Arsoli.

Outro ponto importante é que os alimentos de qualidade são formulados para oferecer alta palatabilidade, uma combinação de fatores que envolve o aroma, a textura, o sabor e até a forma como é processado e apresentado. Esse conjunto de características estimula o consumo e garante que cães e gatos se alimentem de forma adequada, mantendo sua saúde e vitalidade.

Mas se os pets não costumam enjoar do alimento, por que então podem passar a recusá-lo? Amanda Arsoli explica que a falta de apetite é um sinal de alerta. “A redução ou até a recusa da alimentação pode estar ligada a fatores como estresse, alguma doença, mudanças no ambiente ou na rotina, chegada de outro animal ao convívio ou ainda alterações na formulação do alimento.

Diante de uma recusa persistente, é importante consultar o médico-veterinário de confiança, para que avalie o histórico do animal, realize os exames físicos e laboratoriais necessários e oriente, de forma adequada, sobre a necessidade – ou não – de mudança do alimento”.

Para complementar, Amanda Arsoli lista algumas razões que podem fazer com que o pet passe a recusar o alimento oferecido:

- Armazenamento incorreto, o que pode fazer com que o alimento perca aroma e outras características importantes. O ideal é que a ração seja mantida na embalagem original, pois ela foi desenvolvida para preservar as propriedades do produto. Além disso, a embalagem deve estar bem fechada e em local fresco e arejado, longe da luz, umidade e de produtos químicos;

- O comedouro estar em local inadequado, como ambientes muito quentes ou próximo de onde o animal faz suas necessidades;

- O alimento ficar muito tempo exposto no comedouro, perdendo suas características e atraindo pragas que possam contaminá-lo;

- Em dias muito quentes, o animal pode não ter vontade de comer nos horários de costume. O ideal é oferecer o alimento pela manhã e final do dia, por serem horários mais frescos;

- Oferecer petiscos em excesso, o que pode prejudicar o apetite e fazer com que o pet rejeite a ração.

 

Entender o comportamento alimentar dos pets, ficar atento ao quanto o animal está ingerindo diariamente e manter consultas periódicas ao médico-veterinário são atitudes essenciais para preservar a saúde e o bem-estar de cães e gatos ao longo de toda a vida.

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