O cinema universitário volta a ocupar as telas de Campo Grande com a 7ª edição do Desver – Festival de Cinema Universitário de Mato Grosso do Sul, que será realizado de hoje até sexta-feira, no Anfiteatro Marçal de Souza, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
A programação é gratuita e aberta ao público, com mostras, debates e oficinas que destacam o papel do festival na formação de jovens realizadores na cena do audiovisual regional.
A programação inclui a Mostra Competitiva de Curtas Universitários, com 15 produções vindas de universidades de diferentes estados, como São Paulo, Pernambuco, Goiás, Bahia, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Os filmes serão exibidos em sessões na quarta-feira e na quinta-feira, sempre seguidas de debates com os realizadores.
Entre os destaques da mostra estão títulos como “Cupins Comem Arte” (UEG), “Desperta” (Unisinos), “Colar de Pérolas” (UFMS), “Sertão 2138” (UFPE) e “Quando a Noite É Vermelha” (USP).
A curadoria é assinada por alunos do curso de Audiovisual da UFMS, sob a supervisão do professor Márcio Blanco.
ABERTURA
Na cerimônia de abertura, que acontece hoje, às 18h, serão exibidos o curta “Casa Forte” (2013), de Rodrigo Almeida, e o longa “Salomé” (2024), do diretor André Antônio.
Produção pernambucana que mistura drama e elementos de mistério, Salomé narra a história de Cecília, uma modelo que retorna ao Recife e se envolve com um vizinho e uma estranha seita inspirada na figura bíblica de Salomé.
Celebrado por oferecer uma releitura queer de um personagem bíblico, Salomé será debatido pelo cineasta Rodrigo Almeida, convidado desta edição do Desver.
OFICINAS
Além das sessões de filmes, o festival oferece duas oficinas. A primeira é Maquiagem para Cinema, será ministrada pela artista e maquiadora Palmira Nogueira, profissional com mais de uma década de experiência em maquiagem artística e efeitos especiais.
A segunda, Percursos Possíveis para a Realização de um Curta-Metragem, conduzida pelo cineasta Rodrigo Almeida, abordará processos criativos e técnicos da produção audiovisual, da ideia à distribuição.
A programação também reserva espaço para a Mostra de Cinema Indígena, que acontece na sexta-feira, às 17h, no Anfiteatro Marçal de Souza, seguida de um debate mediado pelo professor Vitor Zan. Na sequência, às 19h, o Desver se encerra com a cerimônia de premiação.
EXPERIMENTAÇÃO
Mariana Vernoshi, uma das curadoras do festival, destaca que a edição deste ano reforça o compromisso do evento com a diversidade e a experimentação no cinema universitário. Segundo ela, a curadoria buscou selecionar obras que demonstrassem grande potência estética e narrativa.
“O mais importante é reconhecer que o cinema não existe apenas dentro da lógica comercial do entretenimento. Esses curtas universitários nos lembram que o cinema é um espaço de infinitas possibilidades e experimentações”, afirma Vernoshi.
Ela ressalta ainda o protagonismo dos documentários de arquivo e das produções com temática ambiental, que refletem preocupações contemporâneas e a capacidade dos jovens realizadores de transformar experiências pessoais em reflexões coletivas.
“O Desver é uma plataforma de reconhecimento e circulação de filmes que merecem ser vistos e discutidos. Uma oportunidade para o público conhecer o curta-metragem, um formato pouco presente no circuito comercial, e de entrar em contato com as novas linguagens e temáticas que estão moldando o futuro do cinema nacional”, explica.
O FESTIVAL
Criado em 2019 com o nascimento do curso de Audiovisual da UFMS, o Desver chega à sua sétima edição como um dos principais eventos universitários de cinema da região Centro-Oeste.
Ao longo de sua trajetória, o festival se adaptou às circunstâncias, com edições remotas durante a pandemia e formatos híbridos em anos recentes, mantendo sempre o compromisso de oferecer formação, cultura e troca de experiências entre realizadores e o público.
Inspirado no verso de Manoel de Barros “Então era preciso desver o mundo para sair daquele lugar imensamente e sem lado”, o festival adota o conceito de “desver o mundo” como eixo temático, convidando o público a novas percepções da realidade por meio do cinema.
PROGRAMAÇÃO
Hoje
- Abertura
- 18h – Sessão de abertura (Anfiteatro Marçal de Souza Tupã).
- Casa Forte (2013, Dir. Rodrigo Almeida).
- Salomé (2024, Dir. André Antônio).
Sessão seguida de debate com Rodrigo Almeida.
De quarta a sexta-feira
Oficina 1 – Maquiagem para Cinema.
Ministrante: Palmira Nogueira.
- Anfiteatro Marçal de Souza Tupã.
- 8h30min às 10h30min.
Palmira Nogueira é maquiadora profissional formada pelo Senac-MS e artista visual pela UFMS. Atua há mais de uma década em maquiagem social, artística e de efeitos especiais (FX), com experiência em produções audiovisuais, editoriais e performances. Atualmente, pesquisa a relação entre maquiagem, arte e educação, unindo técnica e expressão criativa.
Oficina 2 – Percursos Possíveis para a Realização de um Curta-Metragem.
Ministrante: Rodrigo Almeida.
- Anfiteatro da UFMS.
- 13h30min às 16h30min.
A oficina apresenta caminhos teóricos, técnicos e práticos para a criação de um curta-metragem, abordando etapas de pré-produção, produção, pós-produção e distribuição. Inscrições: desver.com.br
Mostra Competitiva de Curtas Universitários.
- Quarta-feira e quinta-feira, às 17h e 19h.
- Anfiteatro Marçal de Souza Tupã – Corredor Central.
Debates com realizadores: após cada sessão (formato on-line).
Filmes selecionados:
“Cupins Comem Arte” – Dir. Iago Mendonça (UEG);
“Desperta” – Dir. Laura Becker Grazziotin (Unisinos);
“Colar de Pérolas” – Dir. Ana Letícia Vitor (UFMS);
“As Quatro Estações” – Dir. Hadrian Ezekiel e Félix Thomé (UFMT);
“Crônica de Uma Casa Vazia” – Dir. Luana Lopes (PUC-MG);
“Lírios” – Dir. Lupe Capitani (UFRGS);
“Memória 3x4” – Dir. Osani (UFRN);
“Meu Nome é Saracael (Teria se Tivesse Viva)” – Dir. Mônica Moroz e João Emanuel Gomes (UFPR);
“Néctar do Tempo” – Dir. Pedro Rodrigues (UFRB);
“No Fim da Noite” – Dir. Simon Pereira (USP);
“O Palio da Minha Mãe” – Dir. Isabelly da Costa Vieira (UFMS);
“Quadros Remanescentes: Tony e a Paralisia do Futuro” – Dir. Daniel Rubinger e Gustavo Ramos Ribeiro (UFSCar);
“Quando a Noite é Vermelha” – Dir. Caio Marques e Nilton Silva (USP);
“Sertão 2138” – Dir. Deuilton B. Junior (UFPE);
“Ticar Bodó” – Dir. Luís E. S. Fernandes (UEA);
“Traga Novidade” – Dir. Irion Martins (UFS);
“Transe” – Dir. Anna C. Farina (UFMG).
Encerramento
Sexta-feira
- 17h – Mostra de Cinema Indígena.Anfiteatro Marçal de Souza Tupã.
“Yõg ãtak: Meu Pai, Kaiowá” (2025, Dir. Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Roberto Romero, Luisa Lanna).
Sessão seguida de debate com o professor Vitor Zan.
19h – Cerimônia de Premiação
- Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
- Anfiteatro Marçal de Souza Tupã – Corredor Central.
- Entrada gratuita.
Mais Informações: desver.com.br
Instagram: @festivaldesver


Bruna Gomes é a Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Arquivo pessoal - Diagramação: Denis Felipe - Por: Flávia Viana
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