Correio B

entrevista

Gonçalves, ex-volante do Comercial, relembra o início de sua carreira

Astro dos gramados quando os jogadores brasileiros ainda consolidavam suas habilidades em campo como futebol arte

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Quando o grande cineasta italiano Pier Paolo Pasolini (1922-1975), também um meio-campista de primeira, chamou de “futebol de poesia” o que viu na final da Copa de 1970, entre Brasil e Itália, o volante Francisco Gonçalves Pereira estava a alguns meses de encerrar a sua primeira passagem pelo São Bento de Sorocaba (SP) e há pouco mais de uma década do golaço que fez, em 1959, em uma final contra a Argentina, pela seleção brasileira do Exército, após ninguém menos que Pelé ser expulso.

Aos 83 anos, Mestre Gonça, como a posteridade o consagrou graças à habilidade no domínio da bola, recebeu o repórter do Correio, em sua residência, na Vila Bandeirante, para uma conversa, regada à coca-cola e muita simpatia, em que relembra do início da carreira de atleta, quando precisava faltar ao trabalho para treinar, da amizade com o Rei  do Futebol e outros craques, e de sua quase escalação no Operário, maior rival do Comercial, onde atuou até pendurar as chuteiras, em 1978.

Nascido em 1° de abril de 1940, em outra vila, de nome Prosperidade, encravada entre a linha do trem e as várzeas do Rio Tamanduateí, na divisa de Santo André e São Caetano do Sul, no ABC paulista, o mestre não tinha outro caminho se não o gosto pela bola, já que trazia de família um motivo “agravante”.

O pai era um dos cartolas do bairro, tão conhecido pelos nomes “valiosos” de suas ruas e praças (Fortuna, Diamantes, Cristais, Riqueza etc.) quanto pela rivalidade em outras várzeas, entre o União Jabaquara e o Vila Prosperidade, os principais times do lugar.

Não deu outra. Daquela família, de uma vila tão próspera desde a nomenclatura, acabou saindo uma jóia que ainda mantém as dimensões de quando se revelou - 1,80m de altura e 70 e poucos quilos na balança. E que, falando em poesia, já foi comparado, nos versos de Airton Bovo, a gênios da arte e da ciência, como Modigliani e Einstein, pelo que mostrou em campo.

Com vocês, Mestre Gonça:

AUTORRETRATO

Nasci numa vila chamada Vila Prosperidade, que pertence a São Caetano do Sul e comecei a minha carreira no Nacional, de São Paulo. Desde criança fui envolvido com bola.

O meu pai dirigia um time no bairro e comecei a jogar entre os guris, depois fui crescendo. Já com 14 pra 15 anos fui para o São Paulo jogar na base. Jogava eu e o Silva, um centro-avante que foi para a seleção brasileira.

Posteriormente fui para o Nacional. Naquela época não se dava nem passe de ônibus para o guri treinar. E a gente, filho de gente pobre, dificultava. Eu tinha que trabalhar, não podia ir treinar. E fui profissionalizado no Nacional Atlético  Clube, lá em São Paulo.

Posteriormente fui jogar no Corinthians, e infelizmente fui emprestado e o Corinthians fez uma péssima campanha. Automaticamente tive que sair porque não conseguimos nada. Fui emprestado por quatro meses. Como só dava Santos na época, foram dez anos, só Santos, Santos…

A mexida não deu certo, porque quase caiu para a segunda divisão. O Corinthians fez uma remodelação no plantel e dispensou muita gente E fui para o São Bento de Sorocaba, que havia subido para a divisão especial do paulista e fui muito bem, fui elogiado, era ídolo lá, onde fiquei bastante tempo e fui para o Juventus (SP), fui para a Venezuela, para a Argentina, enfim, e terminei a minha carreira em Campo Grande.

Vim para jogar Comercial, parei de jogar, trabalhei 20 anos no Comercial. Saí de jogador, fui treinar a gurizada, depois fui supervisor. Sou muito feliz de ter vindo pra cá, de ter jogado aqui. As minhas filhas (Elaine e Beatriz) vieram pequenas e hoje já são avós. Infelizmente perdi a minha esposa (Beatriz Monteiro Gonçalves) faz um ano (e cinco meses), mas Deus está conosco e sabe o que faz.

Era bem diferente de agora. Por exemplo, eu era a base do São Paulo e muito elogiado, diziam que eu tinha muito futuro, mas mesmo assim o São Paulo não dava um passe de ônibus para a gente treinar. Hoje você vê o garoto dente de leite, ele já tem procurador, já tem até tudo, alojamento. Na época não tinha nada e você tinha que se virar. Você trabalhava, e  perdia dia de serviço para ir treinar.

POSIÇÃO EM CAMPO

Sou volante. Eu tinha um amigo que jogava na base do São Paulo e um dia ele falou assim: “Gonçalves, você quer ir jogar na base do São Paulo? Eles estão precisando de um zagueiro lá”. “Eu não sou zagueiro, sou volante, mas vamos lá”. Aí eu peguei e fui. O São Paulo tinha vendido o Canindé para a Portuguesa e fomos treinar em outro bairro. Comecei e o treinador gostou de mim.

Um dia ele falou pra mim “você não é zagueiro não, tem que ser volante. Você é clássico demais e jogador muito clássico tem que jogar como volante, ou meia esquerda. Porque você passa bem a bola, domina bem e ali atrás você não pode jogar porque você vai  querer fazer isso e no fim toma gol”.

E com isso eu fui indo, fui indo e me tornei um volante mesmo. Porque eu passava muito bem a bola e dominava muito bem. Hoje tem um volante no clube que é marcador, né? Naquela época não. O volante ou o meia-esquerda era quem coordenava o time. Só tinha craque nessa posição. Eu dominava por aqui assim (o ex-jogador aponta para o maléolo, na lateral externa do tornozelo direito). A bola vinha e eu dominava. Todo  mundo admirava. Eu era muito habilidoso, dominava no peito, dominava no calcanhar e passava muito bem a bola. Para me marcar ou me desarmar, era ruim pra caramba.

GOLS

Foram poucos gols. Eu fazia muitas jogadas pros caras fazerem gol. Eu passava muito bem a bola, dominava bem como volante. Além do gol, o cara deve saber passar bem a bola para o companheiro em campo. Treinam muito cruzamento hoje justamente para o centroavante, que está sempre mais perto do gol.

Me lembro de um gol que eu fiz no Nacional lá em São Paulo contra a Portuguesa, jogando no Canindé. Empatamos. Foi uma jogada fora da área. A bola sobrou pra mim e o goleiro geralmente sai. E eu meti por cima da defesa, do goleiro. Esse gol me marcou bastante.

E o outro gol que eu lembro bem foi quando eu estive na seleção militar lá no Rio de Janeiro contra a Argentina. O Pelé saiu expulso; acho que antes de terminar o primeiro tempo. Aí ficamos com dez e a Argentina era boa pra caramba. Eu sei que, no final do jogo, sobrou uma bola pra mim de fora da área e eu também chutei e fiz um gol, né? Dei o gol do título (risos), foi  2 a 1 pra nós. Foi no campo do Botafogo na época. 1959. Quando o campeão brasileiro foi o Bahia.

E mais um gol que eu fiz lá em Cuiabá contra um misto, isso já em setenta-e três.

ÍDOLOS

A qualidade do jogador faz falta hoje. Antigamente tinha qualidade. Eu, por exemplo, cresci, tinha jogador que eu só conhecia (visualmente) batendo figurinha. Zizinho, Didi, para mim era um negócio de outro do mundo. Só conhecia por ver em figurinha. Muito rádio, não tinha televisão. E ainda consegui jogar com muitos desses. Eu estava começando e eles, com uma certa idade.

PELÉ

Quando Pelé começou (no Santos), eu também comecei. Fui levado por um treinador que tinha muito acesso ao Nacional e o Nacional disputava a série A de São Paulo. Depois, no ano seguinte, fomos servir o quartel. Eu, Pelé e vários jogadores que eram profissionais e tinha que servir no quartel. O Exército valorizava muito o futebol na época e foi formada uma seleção brasileira e nós saímos campeões jogando contra a Argentina lá no Rio de Janeiro.

O Santos e o Nacional disputavam a mesma categoria e nós tomamos de dez a zero. O negrão, acho que ele fez uns quatro ou cinco gols. Acabou esse campeonato, aí veio o negócio do Exército. Eles iam na federação  paulista, por exemplo, saber quem era o profissional que estava na idade de servir.

Calhou, para você ver, que em cinquenta-e-nove (1959), o time titular nosso era (o ponta direita Roberto Ludovico) Bataglia (1940-2002), que jogava no Corinthians (de 1958 a 1961 e, posteriormente, de 1965 a 1968), o Parada era do Palmeiras (o centroavante Antônio Parada Neto, nascido em 1939 e falecido em 2018, que atuou no alviverde de 1957 a 1960, o Pelé, do Santos; o Lorico (o volante José Farias Lorico, nascido em 1940 e falecido em 2010) é um que jogou no Vasco e na Portuguesa; e o Parobé (o ponta esquerda João Mallman, nascido em 1938 e falecido em 2011) é um gaúcho que veio do sul pro Corinthians.

Lá atrás tinha o Nelson (Nélson Alves Moreno, nascido em 1940 e mais conhecido como Nelson Coruja) que fez dupla de zaga (anos depois) com o Luís Pereira (nascido em 1949) no Palmeiras. Quer dizer, era só profissional. Houve essa seleção brasileira e o negrão já era campeão do mundo. Se a gente saía pro interiorzão, aí era… puta merda. Eu ficava muito admirado. Ficava assim do lado e falava “puta que pariu, que moral tem esse negrão, viu”.

Ele era muito bom em campo. Pelé era o seguinte: um atacante que olhava só para frente. Eu me lembro de que quando nós fomos jogar em Santos e perdemos de goleada, ele ficava brabo quando os caras (do Santos) ficavam trocando bola lá na defesa santista. Ele queria a bola lá pra frente, ele queria fazer gol. Estava certo, né. Mas muito boa pessoa. Tratava a gente bem pra caramba. Foi muito bonito ter essa amizade com ele, ver as coisas que eu vi.

Um dia fomos a um canal de televisão e lá cantavam o João Gilberto (1931-2019) e a Ângela Maria (1929-2018), que eram os reis, né? Éramos todos de fardinha e bonézinho. Quando entramos e perceberam que era ele, passaram a mão nele e levaram para o palco. Deu uma parada na música e aí era só bola, bola.

UMA AMIZADE

Lembrei de um puta cara. Ele jogou no Palmeiras, mas ele era do Bahia nessa época. Vicente Arenari (1935-2013). Conheci ele jogando pelo Bahia quando o Bahia foi campeão. O Bahia foi campeão ganhando do Santos, e ele era quarto zagueiro. Da Bahia, ele foi pro Palmeiras. Com Santos, Corinthians, Palmeiras e o Bahia tinha um timão.

Acabou (o campeonato) e a maioria dos jogadores saíram de lá, e Vicente saiu também. Valorizou pra caramba. E o Vicente veio para São Paulo para jogar no Palmeiras. Eu, como jogador de futebol, vim aqui para Campo Grande, e precisou de um treinador, eu fui a São Paulo atrás do Vicente e trouxe ele pra cá e foi muito querido. Treinou aqui umas duas ou três vezes. Uma pessoa espetacular. Grande jogador e grande amigo.

Tenho uma grande lembrança desse meu amigo, que infelizmente já se foi. Uma pessoa digna, que merecia tudo de bom, como jogador e como homem.

COMERÁRIO

Tenho muita lembrança de que, quando cheguei aqui, o Operário estava melhor. Tinha mais jogadores que tinham aparecido, contratados, e eu vim pra cá, pedi para eles que contratassem o Copel, que jogava comigo no São Bento e jogou no Santos e no Palmeiras e fui indicando uns jogadores para eles.

Teve um jogo, porque aqui estava se iniciando o profissionalismo em 1973. O Morenão inaugurado em setenta-e-dois e o profissional em setenta-e-três.

Nós estávamos jogando uma partidinha lá em Cuiabá, um amistoso, e quando voltamos já estava perto do campeonato brasileiro. Então houve uma melhor de três. E quem ganhasse disputaria o campeonato brasileiro. Seria o primeiro o campeonato brasileiro que Campo Grande iria participar e nós ganhamos de 2 a 1 do Operário.

Nós ganhamos de 1 a 0 no primeiro jogo. E o segundo jogo foi 2 a 1. O Morenão lotado. 

Joguei uns quatro anos no Comercial (antes de parar e passar a treinar). Tinha um treinador chamado Bauer, que foi um grande jogador. Cheguei e ele era o treinador do Comercial. E foi passando esse tempo e ele mesmo falou pra mim “Gonçalves, a melhor coisa é você ficar comigo aqui do lado, me auxilia e tal…”. Já estava mudando muito o futebol e eu falei “tudo bem”. Ele foi embora e eu fiquei de treinador do profissional.

Antigamente se revelava muito guri para o profissional, mas enquanto eu estava ali, eles não jogavam. Um dia me chamaram, eu já estava com uns 34 anos, fizeram uma reunião e falaram “Gonçalves…”, fizeram uma proposta. “Nós queremos você para trabalhar aqui conosco, ficar aqui como funcionário, se amanhã precisar de você jogar, você joga”.

Tinha garotos bons, que podiam jogar no meu lugar e o menino não jogava porque eu estava lá. Falaram assim “você quer?”. Falei “não”; porque você nunca pensa em parar. “Então vamos fazer o seguinte: você vem só receber. Enquanto não arrumar o clube, você vem receber o  salário”. Aquilo me encheu de alegria. Se todo ex-jogador tivesse essa chance de o clube querer você e pagar.

Vim, na verdade, pra jogar no Operário. Mas, quando cheguei na banca de revista  e vi no jornal, (o Comercial) tinha uns dois ou três jogadores que jogavam em São Paulo, da Portuguesa, do São Paulo, ou que jogavam na seleção.

Olhei e pensei “se esse Comercial está com esses jogadores deve ser o melhor, né?”. Me levaram pro hotel e perguntei onde treinava esse pessoal. Fui lá na Belmar Fidalgo, já tinha acabado e aí me levaram lá no Hotel Gaspar, mas eu estava em outro hotel. Me viram e me abraçaram perguntavam o que estava fazendo ali. Disse que iria fazer contrato com o Comercial, disseram “não, você vai é para o Operário”. Eu disse “não, preciso me apresentar”.

Chego lá no Morenão para treinar e o diretor me chamou e falou assim “o Gonçalves, o negócio é o seguinte. Você demorou para vir e nós já contratamos, infelizmente não vai dar certo”. Aí acertaram comigo a passagem. Mas como eu já tinha ido atrás desses meus amigos e quando me viram, ficaram loucos dizendo que eu iria pro Comercial.

Entrei no hotel, o cara já fez uma proposta lá pra mim e falei “tá legal”. Fui a Sorocaba e daí uns meses voltei e trouxe a minha família e começamos a jogar. E  veio essa melhor de três pra que iria disputar o brasileiro. Estou na (Rua) 14 (de Julho) e dou de cara com o treinador que era do Operário.

Quando cruzou comigo, ele veio e me abraçou e disse “eu dei uma mancada, na hora que vieram falar pra mim que você estava chegando, eu falei para eles, ‘não, Gonçalves está muito velho, não dá não’”. Foi ele que me vetou. Aí eu comecei a jogar bem pra caramba e ele veio pedir desculpa pra mim, eu falei “não dá certo ali, dá certo aqui”.

AOS JOVENS

Sempre falo para essa gurizada que eles têm que se dedicar, fazer direitinho o que o treinador está pedindo. Porque antigamente não tinha esses treinamentos para os guris. Se estão treinando base, aqui você treina tudo, domínio, toque de bola, tudo. Tudo que se faz no exterior, faz aqui.

Antigamente não tinha isso não desses treinamentos. Então falo que eles têm que se dedicar. Hoje se você vai fazer um teste num clube já está cheio de empresários, os caras que mexem com a gurizada para levar pra cá, levar pra lá. Hoje é diferente.

Antigamente você saia daqui do campo do Comercial e a gente ia lá para o Jockey Club. Você dava aquelas voltas terríveis, só cavalo mesmo. Já pensou? Era duro, hein? Aquilo foi feito para cavalo. E era areia, né? Hoje não. Hoje você vê que mudou para uma coisa melhor.

Todo clube profissional tinha sapateiro, um cara que cuidava da chuteira (que pesava, em média, três vezes mais que os 150 gramas da atualidade, cada uma). Hoje parece apenas um sapato com o qual você entra para jogar. Quando eu era gurizão a bola era toda um amarrão, feia pra caramba.

AGENDA CULTURAL

Tributo aos Mamonas Assassinas, festa em alusão aos 109 anos de Manoel de Barros e mais

Com show de Raphael Vital e outras atrações, Casa-Quintal Manoel de Barros festeja os 109 anos de nascimento do poeta; Mamonas Assassinas ganha tributo na Feira do Bosque da Paz; Athayde Nery faz palestra sobre o complexo ferroviário

19/12/2025 10h00

Casa-Quintal Manoel de Barros está em festa

Casa-Quintal Manoel de Barros está em festa Divulgação/Montagem

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A Casa-Quintal Manoel de Barros está em festa e você pode participar da celebração. É que há exatos 109 anos nascia, no dia 19 de dezembro de 1916, em Cuiabá, o poeta das miudezas, que escolheu Campo Grande para viver e criar os versos que, além de magnetizar a sensibilidade de sucessivas gerações, segue intrigando leitores e estudiosos pela revolucionária reinvenção que sua lírica é capaz de provocar na língua portuguesa.

Música, artes visuais e, como não poderia deixar de ser, muita poesia vão dar o tom do evento.

Um dos protagonistas da comemoração por lá, hoje, é o cantor, compositor e violonista Raphael Vital, que vai apresentar o show “Voz & Cordas”.

A atriz, diretora e arte-educadora Ramona Rodrigues estende seu tradicional Varal de Poesias na Casa-Quintal, que funciona no imóvel no Jardim dos Estados que, por décadas, serviu de residência e laboratório criativo para o poeta. E a artista visual Isabê comparece com uma mostra de suas obras de apurada abstração, incluindo trabalhos inéditos.

RAPHAEL

Casa-Quintal Manoel de Barros está em festaCASA-QUINTAL 109 de Manoel de Barros: O museu que funciona na antiga residência do poeta, no Jardim dos Estados, celebra seu aniversário com a música de Raphael Vital (da esqeurda) e o Varal de Poesias de Ramona Rodrigues; ingressos limitados pela plataforma Sympla (R$ 60) - Foto: Divulgação/Montagem

Natural de Três Lagoas, Raphael Vital constrói com o seu show um espetáculo musical intimista permeado de canções autorais, como a singela “Pantanal”, e releituras de músicas que ele considera memoráveis do repertório regional. A instrumental “Lagos”, outra composição de sua autoria, também está no repertório.

“O show transita entre o campo e a cidade, unindo tradição e inovação com um olhar poético alinhado ao universo simbólico de Manoel de Barros”, diz um apreciador de Raphael, um virtuose na viola de 10 cordas.

RAMONA

Com quatro décadas de carreira, Ramona Rodrigues ergueu seu Varal de Poesias pela primeira vez em 2006, por ocasião dos festejos pelos 90 anos de nascimento de Manoel de Barros. Desde então, a ação artística circula por praças, mostras e festivais, promovendo um encontro direto e envolvente do público com a palavra poética. 

Em seu ateliê da Rua 14 de Julho, onde realiza oficinas e espetáculos, além de receber outros artistas, Ramona mantém um dos espaços culturais mais bacanas do centro de Campo Grande.

ISABÊ

Casa-Quintal Manoel de Barros está em festaAs pinturas de Isabê também estarão na Casa-Quintal 109 de Manoel de Barros, museu na antiga residência do poeta, no Jardim dos Estados - Foto: Divulgação

Completando a programação, a inquieta Isabê assina uma intervenção artística especial. A artista de Campo Grande é mestre em Estudos de Linguagens pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e tem trajetória de destaque nas artes visuais. Suas exposições individuais – como “Água Viva” (2023) e “Morrer É Coisa de Quem Vive” (2022) – tem prêmios conquistados – Ipê, Arara Azul, etc. – e dão corpo ao reconhecimento dispensado aos seus trabalhos.

A expressão de Isabê é marcada por uma pesquisa de cores e formas em que os tons e nuances cromáticas conformam uma gestualidade de abstração incontida, ainda que a expressão final – de uma quentura instável e algo inflamável – dê a supor método e pensamento nos caminhos do instigante delírio criativo que a artista pavimenta.

Em pouco tempo de carreira, ela vem pontuando em mostras internacionais (14ª Bienal de Curitiba), residências artísticas e projetos de pesquisa como o Pantanal Sounds (UFMS/Harvard).

A Casa-Quintal Manoel de Barros se localiza na Rua Piratininga, nº 363, Jardim dos Estados. E quem for ao evento de hoje tem ainda a oportunidade de percorrer os cômodos do imóvel, por onde se espalham e espelham, em uma série de objetos da lida diária do poeta, a vida e a obra de Manoel. Ingressos limitados, via Sympla, por R$ 60.

MAMONAS

Casa-Quintal Manoel de Barros está em festaMÚSICA Alzira’s: A banda de Campo Grande apresenta seu tributo aos Mamonas Assassinas (foto), neste domingo, na Feira do Bosque da Paz; grátis - Foto: Divulgação

Na última edição da Feira do Bosque da Paz deste ano, que apresenta o tema Natal Mágico, a banda Alzira’s sobe ao palco principal, a partir das 13h deste domingo, para apresentar o seu tributo ao grupo Mamonas Assassinas. Com fartura gastronômica, moda, artesanato, colecionismo e antiquários, a feira funciona das 9h às 15h, na Rua Kame Takaiassu, Carandá Bosque.

ATHAYDE

Casa-Quintal Manoel de Barros está em festaMEMÓRIA Athayde Nery: O escritor e ex-vereador é o convidado do “Café com a Vizinhança – Histórias do Tombamento”, a partir das 8h30min, na Casa Amarela; na pauta, a mobilização em defesa da ferrovia - Foto: Divulgação

Outra temporada que se encerra neste domingo é a do ciclo de encontros “Café com a Vizinhança – Histórias do Tombamento”, a partir das 8h30min, na Casa Amarela – Ateliê do Museu de Arte Urbana (Muau) – Rua dos Ferroviários, nº 118, em Campo Grande.

O convidado da vez é Athayde Nery, figura importante no processo de tombamento do Complexo Ferroviário da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, patrimônio fundamental para a história, a identidade e a formação urbana da Capital.

Durante a roda de conversa, Athayde vai compartilhar os bastidores de um momento decisivo da história de Campo Grande. À época vereador, ele esteve diretamente envolvido na articulação que impediu a demolição do complexo ferroviário, ameaçado por projetos de venda e descaracterização após a privatização da ferrovia nos anos 1990. A entrada é franca.

BITA

Casa-Quintal Manoel de Barros está em festaNATAL “Encontro com o Bita”: O personagem faz a alegria da criançada em sua despedida do Shopping Bosque dos Ipês; amanhã e domingo - Foto Divulgação

Essa é para a criançada e toda a família. Tem despedida do “Encontro com o Bita no Bosque”, amanhã e domingo, em três horários (às 17h, às 18h e às 19h30min), no Shopping Bosque dos Ipês.

Boa pedida para uma divertida interação e sessões de fotos com o personagem que protagoniza o desenho animado de sucesso criado pelo designer pernambucano Chaps Melo em 2011.

CINEMA “Asa Branca - A Voz da Arena”

Casa-Quintal Manoel de Barros está em festaFilme lança hoje - Foto: Divulgação

Felipe Simas faz o papel principal no longa-metragem de Guga Sander e vive o lendário locutor de rodeios Asa Branca.

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FELPUDA

O PL e o PP estão colocando tapetes vermelhos para receber futuros filiados...Leia na coluna de hoje

Leia a coluna desta sexta-feira (18)

19/12/2025 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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Rita Levi-MontaLcini - escritora italiana
"Melhor acrescentar vida aos dias do que dias à vida”.

 

FELPUDA

O PL e o PP estão colocando os tapetes vermelhos para receber futuros filiados que vêm se espremendo “em frente” à janela partidária, esperando que se abra no dia 6 de março de 2026. Há quem garanta que até 5 de abril o “desfile” será muito grande. Vale ressaltar que, em menor proporção, outras siglas estão preparando cadeiras para também receber pequena demanda. Segundo alguns políticos que estarão de camarote assistindo a toda movimentação, lideranças de certos partidos “estão vindo de fusquinha, prontos para dar carona a quem interessar possa”. É cada uma!

Diálogo

Balanço

O governador Eduardo Riedel promoveu reunião com todos os secretários titulares e adjuntos, presidentes das autarquias e fundações. Na oportunidade, foi apresentado o balanço estratégico de todo o governo do Estado, com as metas e ações realizadas. 

Mais

O encontro, que aconteceu no dia 17, também mostrou que nos contratos de gestão foram apresentados 200 projetos, com 539 entregas. Já em relação às metas fixadas no plano de governo, 97% das ações previstas foram concluídas desde 2023.

DiálogoPatricia Maiolino e Isa Maiolino
DiálogoAna Paula Carneiro, Luciana Junqueira, Beto Silva e Cynthia Cosini

 Nem ele

Políticos mais irônicos andam dizendo que a administração da prefeita Adriane Lopes está sofrível o suficiente que nem o seu esposo, o deputado Lídio Lopes, é filiado ao PP, partido dela. Aliás, desde novembro de 2023 ele está sem partido, quando o Patriota se fundiu ao PTB, nascendo o PRD. As línguas ferinas afirmam ainda que até o Tribunal de Contas de MS, onde ele é servidor de carreira licenciado, não está “dando mole” à gestora. Ôôô... maldade!

"Guizo"

Político experiente sugeriu que a prefeita Adriane Lopes reunisse o seu secretariado para discutir um plano de emergência que contemplasse todos os segmentos que estão mergulhando sua administração em crise total. Para isso, porém, precisa de “cabeça pensante”, visando criar estratégias. Afirma que quanto mais o tempo passa, sua situação perante a população fica pior. E que a grande pergunta é: “Quem colocaria o guizo no gato?”

Atrevimento

Nos bastidores políticos, o que vem sendo motivo de muitos comentários é a pretensão de determinados vereadores de Campo Grande que querem porque querem mandar no Executivo. Alguns deles estão exigindo que a gestão municipal nomeie e “desnomeie” servidores na máquina municipal, como se não fosse atribuição da gestora nomear quem quiser, desde que sejam preenchidas as exigências legais. Pode?

Aniversariantes

  • Edson Carlos Contar,
  • Lilian Regina Riveros Monteiro
  • Salgado Silvestrini de Araújo,
  • Marcos Martins de Matos,
  • Diana Morais Molento,
  • Izaias Medeiros,
  • Dario Jose de Oliveira,
  • Lenita Brum Leite Pereira,
  • Paula Ferraz de Mello,
  • Wilson Bento,
  • Lindalva Miyahira,
  • Antonio Barreto Baltar Junior,
  • Silvana Mendes Pereira,
  • Osvaldo da Silva Monteiro,
  • Mauricio Martins Montazoli,
  • Airton Miyahira,
  • Jean Alexandre,
  • Daniel Nunes da Silva,
  • Elizeu Amarilha Mattos,
  • Aldo Brandão,
  • Marcello Cardoso Mendonça de Barros,
  • Fábio Shaen Souza,
  • Marta Assunção Manna,
  • Dr. José Roberto Pelegrino,
  • Luemir do Couto Coelho,
  • Maria Elizabeth Elesbão,
  • José Carlos Barcelos,
  • Ana Laura Nunes da Cunha,
  • Natalino Luiz Gritti,
  • Abadio Marques de Rezende,
  • Ana Margarida Gomes Freire,
  • Dr. Paulo Roberto de Almeida Insfran,
  • Raquel de Freitas Manna,
  • Sara Barbosa Ferreira,
  • Elvira Cox da Silva Mattos,
  • Adilson da Silva,
  • Marlova Moreira Leonardelli Ximenes,
  • Saturnino Ramires,
  • João Jair Sartorelo Junior,
  • Maria Fernanda Carli de Freitas,
  • Oliva Montania,
  • Edivaldo Canhete Costa,
  • Hélcio Furtado Vizeu,
  • David Rosa Barbosa Júnior,
  • Léa Satiko Saito Soares,
  • Raphael Sérgio Rios Chaia Jacob,
  • Christiane Abuhassan,
  • Rodrigo Alle Cardoso,
  • Abel Nunes Proença Junior,
  • Keila Priscila de Vasconcelos Lobo Catan,
  • Andréia Colombo de Moura,
  • Hernane Rodrigues Freire,
  • Jussara Aparecida Faccin Bossay,
  • Bruno Edgar Santullo,
  • Nathália da Silva Dantas,
  • Leda Garcia Esteves,
  • Lenita Fernandes de Oliveira,
  • Marcelo de Amorim Souza,
  • Jacinta Reis Cordeiro,
  • Deise Ana de Carli,
  • Glicemia Fonseca Mota,
  • Ana Claudia Kuroce,
  • Fernando Augusto Quintella,
  • Eduardo Rodrigo Ferro Crepaldi,
  • Roneicleiton de Aquino Araujo,
  • Augusto José Correa da Costa,
  • Wilson Amorim de Paula Junior,
  • Natália Gomes de Souza,
  • Orlando Ribas de Andrade Filho,
  • Maria Augusta Ferreira,
  • Carlos Augusto Freire,
  • Vanira Conde de Araujo,
  • Lilian Kely Freitas Oliveira,
  • Antonio Dacal Júnior,
  • Silvano Luiz Rech,
  • Beatriz Cruz da Luz,
  • Rogério José de Almeida,
  • Giovana Coutinho Zulin Nascimento,
  • Valter Caldeira de Souza.
  • Welles Nascimento Campos,
  • Arnaldo Marques da Silva,
  • Wolfgang Leo Arruda Herzog,
  • Marino Pinto da Silva Junior,
  • Célia Bogalho de Paula Paes,
  • Wilton Vilas Boas de Paula,
  • Sueli Ruppel de Medeiros,
  • Pedro Nogueira de Jesus,
  • Justino Mendes de Aquino Filho,
  • Rosângela Antonia Salvaterra Perez,
  • Alda Abadia Pereira,
  • Marisa Gimenes Figueiredo Silva,
  • Wanilza Gomes Soares Vendas,
  • Nayara Ibarra Albuquerque,
  • Virgilio José Bertelli,
  • Ilca Marilene da Costa Correa,
  • Roberto Cesar Azevedo Taveira,
  • Janaína da Cruz Serejo,
  • Ana Maria Ribeiro,
  • Thays Dittmar,
  • Concheta Hedissa Farina Guilardi,
  • Aldora Cação de Moraes,
  • Carlos Magno de Figueiredo,
  • Frederico Penna,
  • Ligia Gargioni,
  • Maria Joana Comandolli,
  • Boaventura Rispoli.

 

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