Correio B

Música, dança e gastronomia

Jantar Árabe comemora as bodas de prata do Studio Nidal Abdul

Com banquete de pratos típicos, show de Mohamad Azra e apresentação de dançarinas, evento comemora as bodas de prata de escola, que começou na casa da avó de sua fundadora

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É para celebrar os 25 anos de sua escola de dança, mas também para afirmar a cultura de seus antepassados em território sul-mato-grossense, que a dançarina Nidal Abdul realiza neste sábado (30), a partir das 20h, mais uma edição do Jantar Árabe, no Círculo Militar de Campo Grande (Avenida Afonso Pena, nº 107, Amambai). 

Os ingressos custam R$ 250 por pessoa e podem ser reservados pelo telefone: (67) 99252-9736. 

“A proposta do evento é fomentar a cultura árabe, tão presente em nosso estado. Sendo assim, pretendo que as pessoas possam ter de forma genuína um contato com essa rica cultura.

O jantar incluirá os principais pratos da culinária árabe e será unido com apresentações culturais e show com o grande cantor árabe Mohamad Azra.

O público vai encontrar uma festa na qual os costumes da música, da culinária e da dança serão mostrados”, convida Nidal Abdul, de 42 anos.

A dançarina, nascida em Campo Grande, tem 28 anos de carreira, fundou o Studio Nidal Abdul há duas décadas e meia e passou a praticar os bailados tradicionais do Oriente Médio durante a adolescência, por influência da libanesa Antoanete Saliba, sua avó paterna.

Aliás, foi na casa da matriarca, no Jardim dos Estados, que ela não somente ensaiou seus primeiros passos na dança árabe, mas também passou a dar aulas.

Família e colônia

“A iniciativa de criar o estúdio foi por conta do início da minha carreira, em razão da total influência da minha avó, que era uma cantora árabe. Há 25 anos eu abria as portas na sala da casa da minha avó, pois não tinha condições financeiras para ter um estúdio fora dali.

O momento mais marcante da minha trajetória sem dúvidas era ter de ensaiar onde tive minha primeira aluna, no fundo da minha casa [no Conjunto Residencial Octavio Pécora], que não estava terminada, portanto, o chão não só era de cimento, como tinha muitas pedrinhas”, diz.

“Mas ali, com todo o desafio, eu consegui minha primeira aluna e tive a certeza de que vim ao mundo para fazer isso”, conta.

“Minha avó e meu avô [Fuad Abdulahad] paternos vieram do Líbano. Eles vieram fugidos da guerra. Eu nasci aqui mesmo, minha mãe nasceu aqui no Brasil e foi morar no Líbano, onde ficou parte de sua infância. Quando meu avô Fuad morreu, a minha avó retomou a carreira dela como cantora, cantando na América Latina, na Argentina, em vários países”, prossegue a dançarina.

“Ela fez seu último show em 1996 aqui em Campo Grande, no Sírio Libanês. E foi por influência dela, ao ver bailarinas indo aos shows, que eu, no primeiro momento, já apaixonei.

Tive um grande incentivo da minha avó. Tanto que, quando tive a minha primeira aluna, na minha casa, uma senhora chamada Marlene, quando a reforma no fundo ainda não estava terminada, a minha avó falou:

‘Não, vou abrir as portas pra você e você vai vir dar aula na sala da minha casa’, onde fiquei por 11 anos. A colônia árabe em Mato Grosso do Sul é uma das maiores no País, contribuindo de forma direta para o comércio, além de influenciar, com a culinária, a população sul-mato-grossense.

Se você caminhar pelo centro, mesmo após a pandemia, vai encontrar muitos comércios de árabes, assim como casas de esfihas e restaurantes. A cultura árabe deixa sua marca de empreendedorismo em nossa cidade”, diz a professora de dança, que também comenta sobre o atual momento da comunidade árabe na Capital.

DANÇAS E CARDÁPIO

“Não tem sido fácil. Estamos em um momento delicado, pois o Líbano tem sofrido ataques de Israel, e nós temos muitos familiares lá”, lamenta Nidal, informando, em seguida que o acesso ao Jantar Árabe só será possível para quem fizer antes a reserva. Ou seja, não vai dar para comprar as entradas na hora do evento. 

“Os convites são somente antecipados. O traje é esporte fino, e está incluso bebidas, jantar e show”, diz a professora, adiantando os itens do cardápio e alguns números de dança.

“Homus, coalhada seca, caponata, esfiha, arroz marroquino, arroz com lentilha, kafta assada, charuto de folha de uva, kibe cru e tabule. Os pratos são assinados pelo Zahle Buffet Árabe, que por sinal é meu. E no palco teremos apresentações diversas com véu, céu wing, dança de casa e dança folclórica. Convidamos a todos para compartilhar uma festa alegre, com boa comida e apresentações culturais”, convoca Nidal. O cantor e tecladista Mohamad Azra estará acompanhado da banda Layali Alsharq.

 

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CIDADE MORENA

'Terra Brava' celebra ancestralidade com quatro apresentações em Campo Grande

Abordando temas como ancestralidade, resistência e outros mais modernos como o pertencimento, o espetáculo mistura técnicas circenses e elementos teatrais

10/12/2024 13h48

Com Tero Queiroz e Nathália Maluf em cena, espetáculo estreia às 16h hoje (10)

Com Tero Queiroz e Nathália Maluf em cena, espetáculo estreia às 16h hoje (10) Reprodução/Gabriella Thais

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Com classificação livre, o espetáculo "Terra Brava" celebra a ancestralidade e traz quatro apresentações em Campo Grande, com Tero Queiroz e Nathália Maluf em cena e estreia hoje (10), às 16h,  na Associação Lar do Pequeno Assis na Capital. 

Com texto de Nathália Maluf, em colaboração Dora Gomes, "Terra Brava" explora alguns temas que são inspirados na história familiar da autora, mas que mostra que nenhuma vivência é individual. 

Abordando temas como ancestralidade, resistência e outros mais modernos como o pertencimento, o espetáculo mistura técnicas circenses e elementos teatrais.

Para além da estreia de hoje, o espetáculo será encenado ainda em outros três pontos distintos da Capital de Mato Grosso do Seul, sendo: 

    • 12/12 – EE Clarinda Mendes de Aquino, 9h (Apresentação)
    • 14/12 – Praça da Poesia, 16h (Apresentação)
    • 16/12 – Instituto Aciesp, 16h (Apresentação)

Importante explicar que todas as apresentações terão, em complemento, um workshop ministrado pelo grupo artístico que apresenta Terra Brava. 

Nesse sentido, após apresentação de hoje (10), o primeiro workshop fica marcado para 08h de amanhã (11/12) e, enquanto o do dia 12 fica marcado para às 13h, as outras duas últimas oficinas acontecem às 08h.

Amanhã, voltado para crianças acima de 5 anos e adolescentes, o primeiro workshop traz como tema: "Circo-Teatro: Um Borrar de Fronteiras Brincante". 

Já o segundo: "Um Borrar de Fronteiras: Circo, Teatro, Corpo Cênico e suas Possibilidades", têm limite de 20 vagas e os participantes precisam da inscrição, que pode ser feita CLICANDO AQUI.

'Terra Brava'

Com realização pela Cia.Apopema, além dos atores em cena, assinam o espetáculo:  Vinícius Mena (sonoplastia); Nilci Maciel (produção geral); Dayane Bento (figurino) e Julian D. Vargas (designer gráfico). 

Conforme sinopse do espetáculo, a história gira em torno do núcleo do casal Maria e José, que buscam uma vida melhor em meio aos problemas "do coração, da terra e da alma", divididos entre o ficar e o partir. 

Diretora do espetáculo, Lígia Prieto aposta na identificação do público com as personagens, já que, segundo ela "Terra Brava fala sobre o mundo". 

"São Marias e Josés, Marias e Joãos que vão percorrer esse trajeto de encontro e todos nós somos Marias, Josés e ‘Joães’. Então, é um espetáculo que fala a partir de uma singularidade, mas que traz lugares muito universais, do desejo de ganhar a vida, do enraizamento, da certeza dessa ancestralidade, de pertencer, do sentimento de pertencimento", detalha ela. 

No decorrer da trama, o público acompanha essa "luta pela sobrevivência e o desejo de mudança" que, como bem revela o núcleo, remete á jornada dos mais variados povos, desde indígenas e quilombolas ou nordestinos. 

"Assim, Terra Brava, que também retrata na dramaturgia a ancestralidade indígena do personagem José, é terra de retirante nordestino, mas também de indígena, e quilombola, de sertanejo, de camponês e de todos aqueles que se veem obrigados, em determinado momento da vida, a partir ou lutar para ficar, mas sem perder a bravura e o almejo de preservar sua própria história e sustentar sua identidade", escreve a atriz e autora, Nathália Maluf.

 

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MÚSICA CLÁSSICA

Duo Amábile realiza concertos na Europa

Formado por Marcelo Fernandes (violão) e Ana Lúcia Gaborim (voz), o duo se apresentou recentemente na República Tcheca e em Portugal

10/12/2024 13h00

Marcelo Fernandes e Ana Lúcia Gaborim, do Amábile, no concerto realizado na Igreja das Carmelitas, em Aveiro, Portugal

Marcelo Fernandes e Ana Lúcia Gaborim, do Amábile, no concerto realizado na Igreja das Carmelitas, em Aveiro, Portugal Foto: Acervo Pessoal

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O Duo Amábile, formado por Marcelo Fernandes e Ana Lúcia Gaborim, ambos doutores em Arte e professores de Música da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), retornou, na semana passada, de uma turnê europeia. 

Além da apresentação de recitais na República Tcheca e em Portugal, o violonista e a cantora lírica (soprano) realizaram palestras e masterclasses nos dois países, no período de 20 a 27 de novembro.

Com uma agenda cada vez mais intensa, o Amábile já se apresentou, por exemplo, na Academia Brasileira de Letras (RJ), no Memorial da América Latina (SP) e, em Campo Grande, no Teatro Glauce Rocha e no Bioparque Pantanal. A dupla tem realizado estreias de canções com textos de Carlos Nejar, Delasnieve Daspet, Rubenio Marcelo e Raquel Naveira, entre outros poetas.

Em 2023, o Duo Amábile realizou turnê em Mato Grosso do Sul, com o programa “Cem Anos de Modernismo em Terras Pantaneiras”, sob o apoio do Fundo de Investimentos Culturais (FIC), do governo do Estado. Acompanhe, a seguir, como foi o giro pela Europa.

REPÚBLICA TCHECA

No dia 23 de novembro, o Amábile fez um concerto no Museu São João Nepomuceno, em Nepomuk, na República Tcheca. Organizado pela prefeitura da cidade, a apresentação contou com a participação da jovem cantora tcheca Anita da Conceição (filha de pai brasileiro). 

Na primeira parte do programa, o duo apresentou obras brasileiras e europeias do século 19 escritas para violão solo ou arranjadas para canto e violão, com destaque para o lundu, estilo de dança e de canto de origem africana introduzido em terras brasileiras pelos escravos.

Marcelo levou uma réplica de um violão do século 19 – o modelo René Lacote 1834 –, o que deu um sabor ainda mais especial às apresentações, pois a sonoridade do instrumento é bem próxima ao que se ouvia no Brasil e na Europa da época. Na segunda parte, foram apresentadas canções de Marcelo Fernandes, escritas sobre textos dos poetas acima mencionados. 

Em seu trabalho composicional, Marcelo Fernandes têm se esforçado para produzir canções de câmara brasileira, gênero pouco explorado no Estado, mas consolidado na música clássica brasileira por parceiras de músicos como Heitor Villa-Lobos, Carlos Gomes e Camargo Guarnieri com autores como Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Guilherme de Almeida e Machado de Assis.

PORTUGAL

No dia 27 de novembro, o concerto do Amábile foi na Igreja das Carmelitas, em Aveiro, Portugal, dentro da programação do Festival de Outono da cidade. Esse recital ocorreu sob o apoio da Universidade de Aveiro e contou com a presença marcante da cantora portuguesa Inez Araújo. 

O programa incluiu o repertório novecentista apresentado na República Tcheca e canções de verve portuguesa (fados) escritas por Marcelo Fernandes sobre textos do poeta Rubenio Marcelo. As canções foram apresentadas no Sesc Horto no dia 8 de outubro por Luciana Fisher e Ana Lúcia Gaborim, recebendo uma nova interpretação, com o esperado sotaque português de Inez Araújo. 

No concerto em Aveiro, a soprano Ana Lúcia Gaborim pôde mostrar com maestria a lírica feminina das poesias de Delasnieve Daspet e Raquel Naveira, interpretando canções que evocam os povos originários de MS e os ritmos de fronteira, como o chamamé.

Na tarde do mesmo dia, Marcelo Fernandes realizou uma masterclass de violão para alunos da universidade portuguesa, abordando didaticamente obras clássicas e contemporâneas para violão solo. 

Antes, em 20/11, Fernandes fez uma palestra em que abordou a contribuição do compositor brasileiro Camargo Guarnieri para o repertório do violão clássico, contemplando uma longa seção sobre história da música clássica brasileira.

No dia 8/11, Fernandes se apresentou no Festival Internacional de Violão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com um recital solo inteiramente dedicado ao repertório do século 19. Nesse concerto, Marcelo dividiu o palco com o compositor, cantor e violonista Guinga. 

O DUO

Ana Lúcia Gaborim é doutora em Artes – Música pela Universidade de São Paulo (USP), mestra em Música e bacharela em Composição e Regência pela Unesp. Sua tese recebeu menção honrosa no Prêmio Destaque USP, considerada uma das oito melhores da instituição em 2016. 

Na área do canto, realizou estudos particulares com Adelia Issa e Edineide Dias. Ingressou na UFMS em 2006, é professora do curso de Licenciatura em Música e do mestrado em Artes, docente dos Painéis Funarte/UFRJ e do curso de Especialização em Regência da UFBA. 

Coordena projetos de extensão inovadores, como CanteMus e Pciu!, que têm intensa atividade artística e pedagógica no cenário nacional. É membro da diretoria da Associação Brasileira de Regentes de Coros e membro fundador da Academia Feminina de Letras e Artes de Mato Grosso do Sul. 

Marcelo Fernandes é doutor em Artes pela Universidade de São Paulo. Tem entre seus mestres os violonistas Edelton Gloeden e Abel Carlevaro, com quem se aperfeiçoou durante três anos, no Uruguai. Em seu doutorado, abordou o modernismo nas obras para violão de Camargo Guarnieri, sendo responsável pela estreia da integral dessa obra na Europa. 

Como solista, venceu cinco concursos de interpretação instrumental, com destaque para o Concurso Internacional Violão Intercâmbio e para o Prêmio Nascente Abril Cultural –USP, e realizou concertos em teatros, conservatórios, universidades e festivais no Brasil, na França, na Espanha, na Suíça, na Alemanha, na Bélgica, na Itália, no Paraguai, na Colômbia, na Bolívia e nos EUA, com destaque para o projeto Sonora Brasil – Sesc, dentro do qual empreendeu uma turnê de 86 recitais de violão, em 20 estados brasileiros.

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