Em março de 2014, eclodiu a Operação Lava Jato, um conjunto de investigações realizado pela Polícia Federal do Brasil que revelou ao público muitos casos de fraudes envolvendo políticos e personalidades de alta influência no país. Para contar a história de como tudo começou, a Netflix escalou o diretor brasileiro de maior relevância internacional no momento: José Padilha.
Conhecido por superproduções como “Tropa de Elite” e “Narcos”, o cineasta carioca agora está por trás de “O Mecanismo” e tem a responsabilidade de dramatizar os primórdios da operação que forneceu boa parte das manchetes de jornais e revistas brasileiros dessa década.
A série original Netflix, que estreia em 190 países dia 23 de março, tem como figura central o policial federal Marco Ruffo (Selton Mello).
O personagem não chega a esbanjar originalidade – é mais um daqueles típicos investigadores em uma busca insaciável por justiça, sempre com a sua indefectível cota de demônios interiores e dificuldades nas relações interpessoais.
Ruffo é a figura-chave na investigação do doleiro Roberto Ibrahim (Enrique Diaz), uma representação na série do doleiro Alberto Youssef – sobre essa troca dos nomes reais por fictícios, Padilha afirma que a substituição foi feita por ordem da Netflix.
Ibrahim era alvo do investigador desde o escândalo do Banestado, falcatrua ocorrida na segunda metade da década de 1990 que envolveu remessas ilegais de divisas ao exterior pelo sistema financeiro.
Ao descobrir o quanto aquele esquema fraudulento se reproduzia e se alastrava na política brasileira, Ruffo e seus colegas começaram a investigar o que se tornaria a Lava Jato.
Os oito episódios que formam a primeira temporada de “O Mecanismo” contam apenas as fases iniciais da operação, mas já revelam alguns dos momentos mais recorrentes e intensamente explorados pela imprensa.
Além das pomposas cenas de prisões de envolvidos, que na vida real já tinham um tom farsesco e cinematográfico, também não deixam passar despercebidos alguns dos muitos momentos dos quais a população sentiu-se frustrada com a operação.
Principalmente pelo fato de que muitos dos responsáveis sequer foram julgados ou sofreram penas de caráter insignificante.
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