Você já teve uma sensação de desânimo e angústia no domingo à noite, ao pensar nos compromissos do dia seguinte?
Essas sensações afetam milhares de pessoas e são indícios da síndrome de segunda-feira, que merecem atenção.
É importante destacar que é normal sentir desânimo e cansaço de vez em quando, mas isso merece atenção quando as sensações parecem maior do que o normal, sendo às vezes acompanhada de sintomas físicos, como dores de barriga, de cabeça e taquicardia, ou psicológicos, como tristeza, irritação e ansiedade.
A psicóloga Thaís Marcela, da Unimed Campo Grande, explica que a síndrome de segunda-feira não se trata apenas de um fenômeno psicológico, mas também de uma questão de metabolismo.
Isto porque, geralmente, aos fins de semana as pessoas costumam comer bastante, se desligar do mundo e fazer tudo o que não conseguem fazer durante a semana.
Desta forma, o corpo sente as mudanças.
"Não é à toa que costumamos estar mais cansados [aos domingos], com o metabolismo mais lento", disse a psicóloga.
"É como se acumulássemos tudo e depositássemos na segunda-feira. Essa síndrome vem do peso que temos de colocar as responsabilidades da nossa vida em pessoas, coisas, dias", acrescentou.
Além disso, o incômodo com o trabalho ou com a rotina também pode estar por trás das aflições, seja por uma grande quantidade de trabalho prevista, problemas de relacionamento no ambiente corporativo ou vontade de estar fazendo algo mais divertido com o tempo.
Como evitar a síndrome da segunda-feira
O primeiro passo é identificar a causa. Por que a chegada da segunda te deixa ansioso ou desanimado?
Se for pelas tarefas do dia, a dica é usar a sexta-feira de forma mais produtiva, tentando não empurrar muitas atividades da sexta para a segunda.
Também é importante reservar um tempo para organizar e planejar as tarefas, pendências e agenda da próxima semana.
Isso permite aproveitar melhor o fim de semana, com menos preocupações.
Já se a sensação ruim é referente ao apego à tranquilidade do sábado e do domingo, uma saída pode ser repensar a rotina.
Tente encaixar, ao final do expediente de segunda-feira, alguma atividade que você faria normalmente aos finais de semana, como ler um livro, ver um filme ou uma série, cozinhar com a família, entre outros.
Dessa forma, a pessoa pode trazer um pouco da rotina descontraída dos dias de pausa para o início da sua semana e prolongar a sensação de bem-estar, ajudando o dia a passar mais rápido.
Não exagerar na bebida e comida mais bebidas aos fins de semana também ajuda na questão metabólica.
Se o cansaço for mais referente ao trabalho do que a rotina ou escolhas do fim de semana, há a possibilidade de ser síndrome de burnout.
Dicas:
- Mantenha uma rotina
- Determine um dia do fim de semana para aproveitar e tire o outro para descansar
- Mude seus pensamentos, pois o problema não é a segunda-feira, mas talvez onde você está ou o que está fazendo
- Viva os outros dias como se fosse sexta-feira, ou como se todos fossem iguais
Síndrome da segunda-feira ou síndrome de burnout?
Se mesmo tomando iniciativas para melhorar a qualidade da rotina e no trabalho, aproveitar melhor o fim de semana e se manter mais organizado, as atitudes não forem suficientes para acabar com a sensação de esgotamento mental e cansaço no domingo à noite e segunda-feira, deve-se considerar outras possibilidades.
Se o desgaste vem acompanhado de sintomas físicos, como enxaqueca, gastrite, labirintite, entre outros, pode se tratar de síndrome de burnout, que leva ao esgotamento profissional.
As causas podem estar relacionadas a uma alta demanda de serviços, à pressão de chefes, objetivos difíceis de serem alcançados e ambiente corporativo estressante e competitivo ou com pouco suporte ao funcionário.
"Algo necessário pontuar também é que nem sempre o ambiente corporativo é o culpado, ou o chefe, mas da própria pressão que o funcionário coloca em si e no trabalho", ressalta a psicológa.
Entre os sintomas da síndrome de burnout estão insônia, dificuldade de concentração, pensamentos negativos constantes, sentimentos de derrota e incompetência.
Com o tempo, os sintomas causam um ciclo de baixa produtividade que alteram ainda mais a confiança do funcionário em seu trabalho.
A síndrome de burnout é uma condição séria que atinge 32% dos profissionais no Brasil e pode evoluir para uma depressão severa.
Desta forma, a recomendação é que, ao notar os sintomas, a pessoa procure se consultar um médico que poderá confirmar o diagnóstico e indicar o melhor tratamento.





