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André Dobashi: os dilemas da moratória da soja

Descubra os desafios e discussões em torno da moratória da soja no Brasil. Saiba como esse acordo impacta produtores rurais e as propostas para garantir a sustentabilidade no agronegócio

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O que é a Moratória da Soja?

Estabelecida em 2006, a moratória da soja é um compromisso firmado por empresas para não adquirir soja de propriedades que realizaram desmatamento após julho de 2008.

O objetivo inicial era promover a sustentabilidade e combater o desmatamento ilegal na Amazônia.

Problemas e Injustiças

Apesar das boas intenções, a moratória tem causado problemas para muitos produtores rurais.

A tecnologia utilizada para monitorar o desmatamento não é infalível, resultando em injustiças como a interdição de propriedades que não realizaram desmatamento ilegal ou que desmataram legalmente pequenas porções de suas terras.

Reunião em Cuiabá: Avanços e Propostas

No dia 10 de maio, em Cuiabá, representantes da CNA, Aprosoja, BIOV e ANEC se reuniram para discutir a moratória. Entre os avanços, destacam-se a discussão sobre a legalidade do desmatamento e a necessidade de distinguir entre desmatamento legal e ilegal. Foi proposto que apenas áreas desmatadas ilegalmente sejam excluídas do acordo.

A Importância da Legalidade e Sustentabilidade

Os produtores que cumprem as rigorosas exigências do Código Florestal Brasileiro, que é um dos mais exigentes do mundo, deveriam ter o direito de comercializar sua produção.

A conversão de áreas degradadas em sistemas produtivos, muitas vezes confundida com desmatamento, é um exemplo de práticas sustentáveis que devem ser reconhecidas e incentivadas.

Conclusão

A moratória da soja, apesar de sua importância na promoção da sustentabilidade, precisa de ajustes para evitar injustiças e garantir que produtores que seguem a lei não sejam prejudicados.

O diálogo contínuo entre todos os atores envolvidos é essencial para o desenvolvimento sustentável do agronegócio brasileiro.

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Expansão do etanol de milho no Brasil: investimentos de R$ 15 Bilhões impulsionam o setor

Relatório destaca a expansão do etanol de milho no Brasil com 17 novas plantas previstas em cinco anos. Produção já representa 20% do etanol nacional, promovendo descarbonização e geração de coprodutos valiosos

18/11/2024 05h00

Reprodução IA

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Um relatório da COGO Inteligência em Agronegócio revela um crescimento significativo no setor de etanol de milho no Brasil, com investimentos estimados em R$ 15 bilhões nos próximos cinco anos.

A previsão inclui a construção de 17 novas plantas, ampliando a produção nacional para além do Centro-Oeste e alcançando estados como Maranhão, Piauí, Tocantins, Bahia e Paraná.

Atualmente, o Brasil possui 43 plantas de etanol de milho em operação, responsáveis por produzir cerca de 8 bilhões de litros ao ano, o equivalente a 20% de todo o etanol do país. O Mato Grosso se destaca como líder em atração de investimentos no segmento, já acumulando aportes de R$ 4,6 bilhões, segundo a União Nacional do Etanol de Milho (Unem).

Ouça na íntegra no Spotify:

 

O relatório também aponta a complementaridade entre o etanol de milho e o de cana-de-açúcar.

Usinas têm adaptado suas operações para produzir ambos os tipos, aproveitando a entressafra da cana para maximizar a produção de etanol de milho.

Essa adaptação é considerada uma alternativa mais econômica em comparação à construção de plantas exclusivas para o milho.

Além disso, o setor gera coprodutos de alto valor, como os DDGs (grãos secos por destilação), amplamente utilizados na alimentação de bovinos, suínos, aves e pescados.

O Brasil já se posiciona como exportador desse insumo, reforçando o impacto positivo da cadeia produtiva.

Outro destaque é a previsão da Anfavea de aumentar o teor de etanol anidro na gasolina tipo C de 27% para 30%, o chamado E30. Com uma frota 85% flex, o Brasil tem potencial para intensificar o uso de biocombustíveis e avançar na agenda de descarbonização.

Os dados apresentados pela COGO foram baseados em análises da Unem, ANP e outras entidades, consolidando o etanol de milho como uma peça estratégica no agronegócio brasileiro e na sustentabilidade energética.


 

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O impacto da política de Donald Trump no agronegócio brasileiro

Entenda como o governo Trump pode influenciar o agronegócio brasileiro, impactando exportações, relações comerciais com a China e políticas ambientais, segundo especialistas do setor

11/11/2024 05h00

Reprodução IA

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Na recente conversa com o engenheiro agrônomo e analista Alcides Torres, da Scott Consultoria, foi discutido o impacto que o governo Trump pode ter sobre o agronegócio brasileiro.

Segundo Torres, um governo republicano nos Estados Unidos tende a ser mais favorável ao setor agropecuário do Brasil do que uma administração democrata, como evidenciado em gestões anteriores.

A possível intensificação de uma guerra comercial entre EUA e China poderia favorecer as exportações brasileiras de carne, soja e milho, devido ao aumento da demanda chinesa por produtos brasileiros.

A valorização do dólar, que recentemente se aproximou de R$ 6, amplia a competitividade das exportações brasileiras, tornando os produtos nacionais mais acessíveis em relação aos concorrentes.

Em contrapartida, tal cenário onera as importações do Brasil, mas, segundo Torres, esse é um aspecto que beneficia o saldo da balança comercial do setor agrícola brasileiro.

Outro ponto de atenção refere-se à política tarifária. Trump, durante sua campanha, mencionou um possível aumento nas tarifas de importação. Atualmente, a carne bovina brasileira, fora das cotas de importação, já é taxada em 27% ao entrar nos EUA, e a elevação em 10% deste percentual poderia impactar significativamente o setor.

Mesmo assim, os EUA representam uma fatia importante do mercado exportador brasileiro, respondendo por cerca de 8% do volume exportado e até 10% do faturamento.

Quanto ao mercado de combustíveis renováveis, Torres ressalta a possibilidade de uma mudança na política americana em relação aos combustíveis verdes, enfraquecendo o apoio a esta indústria, que foi fortalecido pelo governo democrata. Caso ocorra essa mudança, é provável que ocorra um excedente de oleaginosas como a soja no mercado internacional, afetando diretamente o Brasil.

Confira na íntegra: 

 

O produtor rural Pedro de Camargo Neto, ex-secretário de produção do Ministério da Agricultura, pontua que, em um cenário de maior aproximação com a China, o Brasil poderia explorar oportunidades estratégicas, como investimentos em infraestrutura.

Segundo Camargo Neto, no entanto, a falta de uma visão estratégica por parte do governo brasileiro compromete tais negociações, perdendo-se a chance de estabelecer acordos vantajosos.

A questão ambiental também se coloca como um ponto crítico. A postura de Trump frente às mudanças climáticas já foi marcada pelo ceticismo, o que pode gerar tensões em um contexto de eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes.

Camargo Neto enfatiza a necessidade de uma liderança brasileira que promova propostas ambientais coerentes e baseadas na ciência, contribuindo para um consenso global. Contudo, ele aponta que falta visão estratégica para que o Brasil assuma tal papel.

Este panorama evidencia a complexidade das relações entre as políticas de um governo estrangeiro e o impacto direto no agronegócio brasileiro, com possíveis desdobramentos tanto para a economia quanto para a política ambiental do país.

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