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O Brasil na segurança nutricional da China: uma parceria estratégica

O Brasil se consolidou como o principal fornecedor agropecuário da China, com exportações que alcançaram US$ 63 bilhões em 2023

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Às vésperas dos 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China, o Insper Agro Global lançou um estudo abrangente sobre a segurança alimentar da China e a crescente demanda por alimentos no país asiático, destacando as oportunidades para o Brasil.

O Brasil se consolidou como o principal fornecedor agropecuário da China, com exportações que alcançaram US$ 63 bilhões em 2023, superando os Estados Unidos (US$ 36 bilhões) e a União Europeia e Reino Unido (US$ 27 bilhões).

O estudo, conduzido pelos pesquisadores Pamela Borges e Leandro Gilio, revela que a política de segurança alimentar e nutricional é crucial para a China, sendo um componente central de sua política de segurança nacional.

Ouça na íntegra:

Desde 1952, a segurança alimentar tem sido parte integrante de todos os planos quinquenais da China. Em 1996, foi estabelecida a política de autossuficiência alimentar, em resposta a desafios como o êxodo rural, a escassez de terras agricultáveis e água, e a necessidade de alimentar uma população urbana crescente. A política visa priorizar a produção de culturas básicas como arroz, trigo, milho e carnes de porco e frango.

Autossuficiência Alimentar e Importações Estratégicas

Apesar da política de autossuficiência, a China ainda depende de importações para suprir sua demanda. Produtos como soja, açúcar e carne bovina são os principais itens importados, com a soja ocupando posição de destaque. Importar alimentos permite à China economizar recursos naturais, como terra e água. A produção do volume de soja importado pela China em 2023 exigiria 42 milhões de hectares adicionais de terra e 180 trilhões de litros de água, de acordo com dados da FAO.

A soja brasileira, principal produto agropecuário exportado para a China, é essencial para a produção de óleos vegetais e ração animal. O consumo de carne e ovos na dieta chinesa tem aumentado, impulsionado pela urbanização e o aumento da renda per capita. Entre 2010 e 2020, o consumo diário per capita de calorias na China passou de 3.098 para 3.337 calorias, e o de proteína cresceu de 95,2 gramas para 106,53 gramas.

Perspectivas para o Futuro

As projeções indicam que a demanda chinesa por soja continuará a crescer, embora em ritmo mais lento devido à desaceleração do crescimento da renda. As importações de soja pela China podem atingir 135 milhões de toneladas até 2032, um aumento de 34,6% em relação a 2023. O consumo de carne bovina e de aves na China ainda é baixo comparado a outros países, sugerindo potencial de crescimento nesse mercado.

Para Marcos Janckes, coordenador do Insper Agro Global, as oportunidades para o Brasil expandir seu comércio com a China não se limitam a proteínas animais, mas também incluem milho, açúcar, algodão, celulose e frutas. Em 2020, as importações chinesas de milho do Brasil chegaram a quase 30 milhões de toneladas. Recentemente, o governo chinês autorizou a exportação de 38 frigoríficos brasileiros, o maior número da história do setor, segundo o Ministério da Agricultura.

Conclusão

A parceria Brasil-China na área agropecuária é estratégica e benéfica para ambos os países. O Brasil tem a oportunidade de consolidar e expandir sua posição como fornecedor crucial para a segurança alimentar da China, aproveitando as vantagens competitivas em produção agrícola e pecuária.

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Retrospectiva do mercado do boi gordo em Mato Grosso do Sul em 2024

O mercado do boi gordo em Mato Grosso do Sul oscilou em 2024, com cotações entre R$ 208 e R$ 336. Saiba as expectativas para 2025 e as tendências do setor

09/12/2024 05h00

REPRODUÇÃO IA

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Em 2024, o mercado do boi gordo em Mato Grosso do Sul apresentou alta volatilidade, com momentos de significativa oscilação nos preços da arroba.

Segundo análise de Alcides Torres, engenheiro agrônomo e especialista da Scot Consultoria, o comportamento do mercado refletiu ciclos característicos, alternando períodos de alta e baixa nas cotações.

No ponto mais crítico do ano, a arroba foi negociada a valores médios de R$ 208,00 a R$ 209,00. Já no período mais recente de alta, as cotações atingiram cerca de R$ 335,00 a R$ 336,00, também em média.

A dinâmica seguiu tendências observadas em outras praças pecuárias, aproximando os preços de Mato Grosso do Sul aos do Paraná e de regiões como Triângulo Mineiro e Sul de Goiás.

Ouça na íntegra no Spotify: 

 

A expectativa para 2025 dependerá principalmente do número de fêmeas abatidas nos dois primeiros trimestres. Caso o abate seja reduzido, a entre-safra deste ano poderá influenciar diretamente o próximo ciclo, favorecendo a continuidade da alta nos preços.

Por outro lado, um aumento significativo nos abates pode retardar esse movimento.

O cenário futuro será decisivo para produtores e agentes do setor, que devem se preparar para novas oportunidades e desafios.

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Plantio de soja em Mato Grosso do Sul se aproxima da finalização

Plantio de soja em Mato Grosso do Sul alcança 95,3% da área prevista, com expectativa de produção de 13,9 milhões de toneladas na safra 2024/2025. Saiba mais sobre o avanço e as condições climáticas

29/11/2024 17h15

Reprodução IA

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O plantio de soja em Mato Grosso do Sul está em fase avançada, com 95,3% da área total já cultivada. Os dados, divulgados pelo projeto SigaMS, conduzido pela Aprosoja-MS, indicam que a área plantada nesta safra 2024/2025 ultrapassa em 5,4 pontos percentuais a do mesmo período na safra anterior.

A região sul do estado lidera o avanço, com 95,8% da área já semeada. Na sequência, vêm a região centro, com 96%, e a região norte, com 92,1%.

O total plantado até agora equivale a aproximadamente 4,2 milhões de hectares, segundo informações da assessoria de comunicação da Aprosoja-MS.

Os municípios de Brasilândia, Rio Brilhante e Alcinópolis destacam-se com 100% das áreas já plantadas. A expectativa é de que a área total da safra atinja 4,5 milhões de hectares, um aumento de 6,8% em relação ao ciclo anterior.

A produtividade estimada é de 51,7 sacas por hectare, o que deve gerar uma produção total de 13,9 milhões de toneladas, baseada na média dos últimos cinco anos.

Ouça na íntegra no Spotify:

 

Desenvolvimento das Lavouras

Condições climáticas favoráveis têm contribuído para o pleno desenvolvimento das lavouras em todo o estado. Regiões como sudoeste, oeste, nordeste, norte, centro e sudeste apresentam condições predominantemente boas, variando entre 93,3% e 98,6%. Apenas 1,4% das áreas são classificadas como em condições ruins.

Contudo, as regiões sul-fronteira e sul apresentam números menos expressivos, com até 10,5% das lavouras em condições ruins e entre 50% e 70% em boas condições.

Cenário Meteorológico

As condições meteorológicas seguem variáveis. Segundo o Centro de Monitoramento do Clima e do Tempo de Mato Grosso do Sul, o tempo firme com temperaturas elevadas, entre 36°C e 39°C, e baixa umidade relativa do ar, entre 15% e 35%, prevalece.

Chuvas intensas e tempestades isoladas podem ocorrer devido ao transporte de calor e umidade, aliado ao deslocamento de cavados e a atuação de áreas de baixa pressão atmosférica.

Em outubro, São Gabriel do Oeste liderou em precipitação acumulada, com 256,4 mm, correspondendo a 95% da média histórica. Dos 43 municípios monitorados, 31 registraram chuvas abaixo da média, enquanto 12 superaram esse índice.

O boletim é uma síntese do trabalho da Aprosoja-MS, que acompanha o desenvolvimento da safra no estado. Os dados reforçam a expectativa positiva para a produção de soja, apesar das variações climáticas.

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