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Produtores rurais do centro-oeste se mobilizam contra moratória da soja

Produtores rurais do Centro-Oeste enfrentam desafios com a Moratória da Soja e a Lei Anti desmatamento da União Europeia, alegando impactos negativos nas atividades agrícolas e prejuízos financeiros

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A Moratória da Soja e a Lei Anti desmatamento são considerados grandes entraves pelos produtores rurais do Centro-Oeste brasileiro, que estão declarando guerra às tradings e à União Europeia devido a essas questões.

A onda política de direita consolidada pelos resultados das eleições municipais reforçou a pauta ruralista no maior polo agrícola do país.

Isso levou à aprovação de um projeto de lei na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, que impede a concessão de benefícios fiscais a empresas que aderirem à Moratória da Soja.

O que é a Moratória da Soja?

Criada em 2006, a Moratória da Soja é um acordo entre a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC), ONGs ambientais e o governo, que visa impedir a venda e financiamento de soja produzida em áreas desmatadas na Amazônia Legal após 2008.

Esse pacto busca conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, promovendo práticas sustentáveis.

Renovada anualmente desde 2008, a moratória foi, em 2016, renovada indefinidamente.

Apesar de ser reconhecida por ambientalistas como uma medida importante para o combate ao desmatamento, muitos produtores de soja do bioma amazônico se opõem a ela.

Eles alegam que foram excluídos do acordo e que enfrentam prejuízos financeiros significativos. Segundo cálculos da Associação dos Produtores de Soja, desde 2008, os prejuízos anuais alcançam R$ 32 bilhões em Mato Grosso.

A Abiove discorda, afirmando que a moratória impulsionou o crescimento da área de cultivo de soja no bioma amazônico, que aumentou de 14 para 74 milhões de hectares.

Em setembro, a pedido de associações de produtores de Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) instaurou um inquérito para apurar uma possível manipulação de mercado relacionada à moratória.

Ouça na íntegra no Spotify:

 

A denúncia foi aprovada pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados.

Lei Anti desmatamento: Mais um Obstáculo

Os produtores rurais do Centro-Oeste também estão se mobilizando contra a Lei Antidesmatamento aprovada pela União Europeia em 2023.

A legislação proíbe a importação de produtos de áreas desmatadas após dezembro de 2020, afetando commodities como café, soja, óleo de palma, madeira, couro, carne bovina, cacau e borracha.

A lei, que entrará em vigor em 2025 para grandes empresas e em 2026 para micro e pequenas empresas, é vista pelos produtores brasileiros como desproporcional e injusta.

Segundo o vice-presidente do Brasil e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, o governo tem trabalhado para demonstrar que o Brasil é um exemplo em energia renovável e no combate ao desmatamento ilegal.

O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), Maurício Buffon, criticou a legislação europeia, afirmando que as demandas são inviáveis, apesar do Brasil estar preparado para atender às exigências.

Este cenário reflete o crescente embate entre as políticas ambientais internacionais e os interesses do agronegócio brasileiro, que busca conciliar sua expansão com as exigências globais de sustentabilidade.

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Safra 2024-2025 promete recordes na produção de arroz, feijão e carne suína

A safra 2024-2025 traz boas notícias, com projeções de recordes na produção de arroz, feijão e carne suína, impulsionados pela recuperação da área plantada e demanda internacional

30/09/2024 04h00

Safra 2024-2025 promete recordes na produção de arroz, feijão e carne suína

Safra 2024-2025 promete recordes na produção de arroz, feijão e carne suína Reprodução IA

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Apesar dos desafios climáticos e das queimadas que afetam várias regiões do país, a próxima safra 2024-2025 traz boas perspectivas para a produção de arroz, feijão e carne suína.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em parceria com o Banco do Brasil, divulgou a 12ª edição das perspectivas para a agropecuária, apontando que o Brasil pode alcançar um recorde histórico na produção de grãos, com 326,9 milhões de toneladas.

A área destinada ao arroz deve crescer 11% em relação à safra anterior, alcançando uma produção estimada de 12,1 milhões de toneladas. Este número recupera o volume colhido na safra 2017-2018.

O mercado internacional, aquecido pela demanda de arroz brasileiro, também pode estimular exportações, com projeções que chegam a 2 milhões de toneladas.

Para o feijão, a expectativa é de um aumento de 12% na área plantada, com uma colheita que pode atingir 3,28 milhões de toneladas, o maior volume desde 2016-2017.

Confira na íntegra no spotify:

 

Apesar de uma leve queda na produtividade das lavouras, a produção deve continuar ajustada à demanda interna, garantindo boa rentabilidade ao produtor.

A produção de carne suína e de frango também está em alta, com expectativas de recordes para 2025.

A produção de carne suína pode atingir 5,45 milhões de toneladas, impulsionada pela demanda internacional e pelo controle de custos devido à queda nos preços dos grãos.

Já a produção de carne de frango deve alcançar 15,51 milhões de toneladas, com exportações projetadas para crescer 19%, alcançando 5,2 milhões de toneladas.

Segundo Gabriel Rabello, gerente de fibras e alimentos básicos da Conab, o Brasil continua livre da influência aviária nas granjas comerciais, o que confere ao país uma vantagem competitiva no mercado internacional.

A expectativa é de que o mercado interno também acompanhe esse crescimento, com um aumento estimado de 2,3% no consumo de carne de frango, totalizando 10,32 milhões de toneladas em 2025.

O cenário é positivo tanto para o mercado externo quanto interno, com a produção de carne suína e de frango em ritmo crescente, além do aumento esperado na produção de grãos essenciais como arroz e feijão.

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Produtividade da Cana-de-Açúcar em Mato Grosso do Sul cai 7,9% na safra

A safra de cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul registra queda de 7,9% devido à seca e queimadas, impactando a produtividade e qualidade da colheita. Saiba mais sobre os desafios do setor

23/09/2024 05h00

Cana de açucar

Cana de açucar Reprodução IA

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A atual safra de cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul tem enfrentado sérias dificuldades, resultando em uma queda de 7,9% na produtividade, segundo o Boletim de Olho na Safra do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC).

Esse resultado está diretamente relacionado ao déficit hídrico que ultrapassa mil milímetros, afetando severamente o desenvolvimento das plantações.

O impacto é ainda mais preocupante quando comparado ao mesmo período da safra anterior, de 2023-2024, que registrava uma média de 874 toneladas de cana por hectare, enquanto nesta safra a produtividade caiu para 805 toneladas por hectare até agosto.

A seca, que já era esperada, foi agravada pelas queimadas que atingiram cerca de 400 mil hectares de canaviais, principalmente nas regiões de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e São Carlos.

As áreas afetadas precisaram ser colhidas de maneira emergencial ou estão sendo preparadas para receber novos investimentos em tratos culturais, como adubação e herbicidas, visando a rebrota das plantas.

Além da redução na produtividade, outro fator que prejudicou a safra foi o aumento do estágio médio de corte, com um maior número de colheitas de canaviais mais envelhecidos, que são naturalmente menos produtivos.

A qualidade da matéria-prima, medida pelo índice de Açúcar Total Recuperável (ATR), mostrou-se estável em relação à safra anterior, apesar da queda de dois pontos percentuais na pureza do caldo da cana, reflexo direto do déficit hídrico.

Esses dados, que refletem a situação do Centro-Sul do Brasil, revelam um cenário de desafio para o setor canavieiro.

Ouça na íntegra no spotify:

 

As queimadas e a falta de água impõem dificuldades adicionais, fazendo com que produtores busquem alternativas rápidas para minimizar os impactos negativos na produção e qualidade da safra atual e da futura.

Em Mato Grosso do Sul, a estabilização do ATR em 1.460 quilos por tonelada é um dos poucos pontos positivos dentro desse contexto adverso.

O levantamento segue em andamento, com prejuízos ainda sendo estimados de forma qualitativa, mas já se sabe que os efeitos dessa combinação de fatores climáticos e ambientais terão impacto prolongado na cadeia produtiva do setor sucroalcooleiro.

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