Economia

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Agricultura suspende venda de 33 marcas de azeite de oliva fraudado

Agricultura suspende venda de 33 marcas de azeite de oliva fraudado

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O Ministério da Agricultura suspendeu a comercialização de 33 marcas de azeites de oliva por terem sido adulteradas. Nesta etapa, foram identificados 59 lotes com irregularidades. A maior parte das fraudes foi feita com a mistura com óleo de soja e óleos de origem desconhecida. Houve redução na comparação com a ação divulgada em abril de 2018, quando a fraude envolveu 46 marcas, informa o ministério, em comunicado.

As marcas que praticaram fraudes foram: Aldeia da Serra, Barcelona, Casa Medeiros, Casalberto, Conde de Torres, Dom Gamiero, Donana (premium), Flor de Espanha, Galo de Barcelos, Imperador, La Valenciana, Lisboa, Malaguenza, Olivaz, Oliveiras do Conde, Olivenza, One, Paschoeto, Porto Real, Porto Valencia, Pramesa, Quinta da Boa Vista, Rioliva, San Domingos, Serra das Oliveiras, Serra de Montejunto, Temperatta, Torezani (premuim), Tradição, Tradição Brasileira, Três Pastores, Vale do Madero e Vale Fértil.

Conforme comunicado, as fiscalizações que detectaram as 33 marcas irregulares são resultantes da Operação Isis, iniciada em 2016. No entanto, essas marcas referem-se a coletas realizadas em 2017 e 2018. A avaliação é lenta pois envolve exames laboratoriais, notificação dos fraudadores, perícias, períodos para apresentação de defesa (podem apresentar dois recursos) e julgamentos desses recursos em duas instâncias administrativas. O nome da operação é uma referência à deusa do antigo Egito que detinha o conhecimento sobre a produção das oliveiras.

O Coordenador de Fiscalização de Produtos Vegetais, Cid Rozo, diz no comunicado que praticamente não existe mais estoque no mercado desses lotes que foram reprovados, pois os remanescentes foram destruídos após o julgamento dos processos administrativos No entanto, é possível que os consumidores encontrem ainda outros lotes das mesmas marcas. Embora os supermercados tenham sido alertados quanto às marcas que sistematicamente produzem azeite fraudado, muitos comerciantes ainda insistem em vender esse tipo de produto por causa do baixo preço.

Segundo Rozo, a tendência é de diminuição destas fraudes. "Passaremos a responsabilizar os estabelecimentos que comercializam os produtos fraudados", diz. O coordenador alerta também que os comerciantes devem verificar a procedência do azeite antes de formarem os estoques que serão colocados à venda, verificando se não estão comprando lotes de marcas que cometeram as fraudes apuradas pelo ministério. "Se os supermercados adquirirem e ofertarem os produtos com irregularidades, serão penalizados", alerta.

O Coordenador-Geral de Qualidade Vegetal do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov), Hugo Caruso, explica que se for verificado algum indício de fraude durante a fiscalização nos estabelecimentos de distribuição, o ministério já determina a suspensão da comercialização no varejo até que sejam realizados exames laboratoriais. Se confirmada a irregularidade, o comerciante, embalador, importador ou produtor podem ser autuados por comercializar produto irregular.

Usualmente, os fraudadores não têm endereço conhecido. Por isso, o governo passou a autuar os supermercados e com essa medida espera-se que seja reduzida a oferta de produtos fraudados. "Estava cômodo para os supermercados justificarem que compraram o produto de um distribuidor e por isso não tinham responsabilidade", explica Caruso.

PERSPECTIVA

Com entrada do gás argentino, Gasbol voltará a operar em capacidade máxima

Estatal boliviana fechou no mês passado seu 1º acordo para transportar o gás de Vaca Muerta, na Argentina, para o Brasil

26/12/2024 08h30

O Gasbol tem capacidade para transportar diariamente 30 milhões de metros cúbicos; atualmente, metade da capacidade está ociosa

O Gasbol tem capacidade para transportar diariamente 30 milhões de metros cúbicos; atualmente, metade da capacidade está ociosa Foto: Arquivo

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A estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), responsável pela comercialização de gás e petróleo da Bolívia, anunciou o primeiro acordo para transportar o gás de Vaca Muerta, na Argentina, para o Brasil através do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol).

O início do fornecimento do gás argentino para o Brasil está previsto já para 2025. Conforme a previsão, o fornecimento começará com 2 milhões de metros cúbicos por dia e alcançará 30 milhões de m³ por dia até 2030, voltando à capacidade máxima.

A perspectiva é benéfica para Mato Grosso do Sul, uma vez que beneficia a arrecadação do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e garante matéria-prima para Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3 (UFN3) em Três Lagoas.

O Gasbol tem capacidade para transportar diariamente 30 milhões de metros cúbicos; atualmente, metade da capacidade está ociosa

O contrato foi assinado durante o Fórum Internacional de Hidrocarbonetos, Fertilizantes, Energias Renováveis e Alternativas, realizado na cidade de Santa Cruz de La Sierra, no dia 26 de novembro, e envolve a francesa TotalEnergies e o grupo Matrix Energia do Brasil, que confirmaram a assinatura à Reuters, sem dar mais detalhes. A YPFB não detalhou no comunicado o volume que o contrato vai viabilizar.
A TotalEnergies é a dona de campos em Vaca Muerta, uma das maiores reservas de gás natural da América Latina, localizada no sul da Argentina, e tem autorização do governo argentino para vender gás ao Brasil.

Conforme já havia adiantado o Correio do Estado, a autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para a importação de gás natural da Argentina e da Bolívia marca um avanço significativo para Mato Grosso do Sul. 

A medida fortalece o Estado como peça central na integração energética regional e na diversificação da matriz energética brasileira, conforme destaca o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck.

“Essa portaria autoriza a empresa boliviana YPFB a importar gás natural da Argentina, com volumes de até 5 milhões de m³ por dia, além de gás boliviano. Estamos falando de um potencial de até 7 milhões de m³, que podem atender mercados em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. É um passo crucial para viabilizar a rota pelo Gasbol”, ressaltou o titular da Semadesc.

IMPORTAÇÃO

Nos primeiros 10 meses do ano passado, segundo dados da Semadesc, entraram 3.692.561 toneladas de gás boliviano por Corumbá. Neste ano, no mesmo período, o volume diminuiu para 3.166.300 de toneladas, o que representa recuo de 14%. 

Quando esse comparativo é feito levando em consideração o custo dessa importação, o recuo é um pouco menor, de 10,6%. De janeiro a outubro do ano passado, o ICMS foi computado sobre US$ 1,080 bilhão.

Agora, o imposto incidiu sobre US$ 966,5 milhões. 

O Gasbol tem capacidade para transportar até 30 milhões de m³ por dia e atualmente opera com menos de 50% da capacidade. Com a assinatura desse contrato, a previsão é de que passe a operar em carga máxima nos próximos anos. 

“Achamos que é uma boa opção, dado que o Gasbol está ocioso. Ele tem capacidade para 30 milhões de m³ [diários] e tem passado entre 13 e 15 milhões de m³ por dia, quer dizer, uma ociosidade de 50%. E no curto prazo, o que nós consideramos a mais importante para Mato Grosso do Sul seria a reversão do gasoduto. Como a Bolívia não tem sinalizado a ampliação da oferta nem novos investimentos, esse seria o cenário de curto prazo mais adequado, porque teríamos uma oferta de gás mais barato, aumento da arrecadação de ICMS, devido ao aumento do volume, e seria uma excelente opção para atender a UFN3”, avalia Verruck.

O governo brasileiro tem citado a importação de gás da Argentina como uma forma de aumentar a oferta do insumo e reduzir preços no Brasil. “O acordo é o resultado de um esforço coordenado no âmbito da integração energética regional entre Argentina, Bolívia e Brasil”, afirmou a companhia boliviana.

O secretário ainda destacou os benefícios econômicos e estratégicos dessa integração. 

“Para Mato Grosso do Sul, a medida significa aumento na arrecadação, maior competitividade para o setor industrial e acesso a uma fonte de energia mais barata. Essa é exatamente a prioridade defendida pelo governador Eduardo Riedel. Essa iniciativa reforça a posição de MS como protagonista na agenda de energia sustentável e integração regional, consolidando o Estado como um elo estratégico para o futuro do mercado de gás natural no Brasil”, finaliza Verruck.

ACORDO

O acordo para autorizar a transação entre os três países foi assinado pelos ministros Alexandre Silveira, de Minas e Energia, e Luis Caputo, da Economia da Argentina, durante um evento paralelo à cúpula do G20, no Rio de Janeiro (RJ), no fim de novembro.

Segundo analistas ouvidos pelo Correio do Estado, isso pode fortalecer a competitividade industrial do Estado, gerando ativos como emprego e renda, além de auxiliar na transição energética.

“Ter um novo país para comprar o gás é importantíssimo, uma vez que a balança comercial do Estado tem quase 90% de importação de gás. Como é um produto internacional, para se trazer, há um custo. Contudo, [ele é] necessário, uma vez que MS necessita desse gás para energia, para empresas. Ou seja, é importantíssimo”, pontua o doutor em Economia Michel Constantino.

O doutor em Administração Leandro Tortosa corrobora que uma das questões mais importantes é a atração de empreendimentos e a segurança energética: “Se a gente tiver energia com uma matriz mais diversificada, com mais opções, como seria nesse caso, e com uma redução de custos, mais investimentos podem ser atraídos para Mato Grosso do Sul”.

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Economia

Isenção do IR até R$ 5.000 pode reduzir arrecadação em R$ 51 bilhões anuais, calcula Unafisco

Atualmente, a faixa de isenção do IRPF abrange rendimentos mensais de até R$ 2.824

25/12/2024 12h00

Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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O projeto de lei que será enviado pelo governo ao Congresso propondo a ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil pode reduzir a arrecadação em R$ 51 bilhões anuais a partir de 2026, de acordo com cálculos atualizados da defasagem da tabela do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) feitos pela Unafisco Nacional.

Atualmente, a faixa de isenção do IRPF abrange rendimentos mensais de até R$ 2.824. Segundo a Unafisco, a ampliação para R$ 5.000 beneficiaria aproximadamente 9,6 milhões de brasileiros, elevando o total de isentos para cerca de 26 milhões de contribuintes.

O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, já reforçou que a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil será feita com medidas compensatórias. Uma das alternativas é propor uma alíquota mínima de até 10% para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês, equivalente a R$ 600 mil por ano.

Havia a expectativa de que o projeto de lei fosse enviado ainda este ano ao Congresso, o que não ocorreu até o momento.

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