Economia

OURO VERDE

Alta no preço da celulose explica "guerra" de bilionários e boom do setor

Os preços no mercado internacional estão em patamar histórico e no primeiro semestre deste ano foram 45% maiores que em igual período do ano passado

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O preço da celulose exportada por Mato Grosso do Sul no primeiro semestre de 2024 foi 45% maior que em igual período do ano passado. E este aumento explica o boom no setor em Mato Grosso do Sul e a guerra jurídica entre bilionários brasileiros e da Indonésia pelo controle da fábrica Eldorado, instalada em Três Lagoas. 

No primeiro semestre do ano passado, conforme dados da mais recente Carta da Conjuntura do Comércio Exterior, o valor médio da celulose exportada a partir das  fábricas de Três Lagoas (Eldorado e Suzano) foi de 351 dólares por tonelada. 

Nos seis primeiros meses deste ano, o faturamento médio relatado pelas empresas subiu para 509 dólares por tonelada.  E, considerando o aumento na cotação do dólar ao longo de 2024, a alta no faturamento das indústrias locais de celulose é ainda mais expressivo. 

Ao longo dos primeiros seis meses de 2023 foram exportadas 2,19 milhões de toneladas, principalmente para a China. Conforme os dados oficias, o faturamento chegou a 771,66 milhões de dólares. Neste ano, o volume recuou para 2,05 milhões de toneladas, que renderam 1,044 bilhão de dólares. 

Apesar de significativas oscilações ao longo dos últimos dez anos, a cotação atual da celulose tanto na Europa quanto nos Estados Unidos e na China estão em um dos patamares mais elevados já registrados.

INVESTIMENTOS

E por conta disso é que grandes grupos empresariais estão investindo bilhões em Mato Grosso do Sul. Em 21 de julho entrou oficialmente em operação a nova fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo, após investimento da ordem de R$ 22 bilhões. Ela terá terá capacidade de produzir 212 mil toneladas de celulose por mês, ou 2,55 milhões por ano.

Dias antes, a empresa chilena Arauco deu largada à instalação de uma fábrica com capacidade para produzir 2,5 milhões de toneladas por ano no município de Inocência, na mesma região do Estado. 

A previsão é de que ela entre em operação a até o fim de 2028. E, depois de concluída, uma segunda linha deve ser instalada e a capacidade aumentará para 5 milhões de toneladas por ano. 

Além disso, conforme anúncio feito na semana passada, a Bracell  retende construir uma fábrica no município de Água Clara, onde seriam investidos em torno de R$ 20 bilhões para produção anual de 2,8 milhões de toneladas. 

Esta empresa, que faz parte do grupo asiático RGE (de Singapura), já cultiva cerca de 50  mil hectares de florestas em Mato Grosso do Sul, mas leva tudo para Lencóis Paulista, onde as toras de eucaliptos são transformadas em celulose solúvel.

E as previsões de investimentos não param por aí.  Tanto os acionistas brasileiros da Eldorado (os irmãos Joesley e Wesley Batista) quanto os asiáticos da Paper Excellence  falam em dobrar a capacidade de produção da fábrica que desde 2012 funciona em Três Lagoas e chega a produzir em torno de 2 milhões de toneladas de celulose por ano. 

DISPUTA

Exatamente por ser um negócio altamente lucrativo é que os sócios da indústria travam, desde 2018, uma interminável guerra judicial pelo controle acionário da da empresa. 

Em 2017 os irmãos batista transferiram parte da empresa à Paper. Mas, antes de entregar o restante, em um negócio de R$ 15 bilhões, recuaram e ao longo dos últimos seis anos os bilionários travam uma guerra judicial. 

A Paper, controlada pelo bilionário  Jackson Wijaya, da Indonésia, opera 58 fábricas no Canadá, França, Estados Unidos e Brasil e tem capacidade para produzir dez milhões de toneladas de celulose por ano, o que equivale ao montante de cinco unidades da Eldorado. 

Os irmãos Batista, por sua vez, são novatos no setor da celulose. Porém, atuam no em uma infinidade de ramos, desde mineração a frigoríficos. São os proprietários de marcas como JBS e Seara. O faturamento anual da holding J&F ultrapassa os R$ 400 bilhões. 

Mas estes bilionários só se interessam no plantio de florestas de eucaliptos (MS tem 1,5 milhão de hectares de florestas) porque as condições climáticas daqui são melhores que as de países do emisfério norte e as novas indústrias são mais eficientes e conseguem produzir a custos mais baixos que unidades antigas. 

Por conta desta competitividade, fábricas em países asiáticos e na Europa têm fechado as portas e os investimentos se voltaram ao Brasil, principalmente para Mato Grosso do Sul. 

Conforme Leonardo Grimaldi, diretor comercial de celulose da Suzano, em entrevista ao Valor Econômico, o fechamento maior do que o esperado de fábricas de alto custo e os estoques abaixo dos níveis normais, dão suporte aos preços da commodity, que têm sido reajustados mensalmente em 2024. 

Loterias

Resultado da + Milionária de hoje, concurso 200, quinta-feira (21/11)

A + Milionária tem dois sorteios semanais, às quartas e sábados, sempre às 20h; foi excepcionalmente antecipada devido ao feriado de Nossa Senhora Aparecida, veja quais os números sorteados no último concurso

21/11/2024 19h03

Confira o resultado da +Milionária

Confira o resultado da +Milionária Foto: Divulgação

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A Caixa Econômica Federal realiza o sorteio do concurso 200 da + Milionária na noite desta segunda-feira, 21 de novembro, de 2024, a partir das 20h (de Brasília). A extração dos números ocorre no Espaço da Sorte, em São Paulo, com um prêmio estimado em R$ 24 milhões.

Confira o resultado da + Milionária de hoje!Os números da + Milionária 200 são:

  • 10 - 07 - 22 - 39 - 05 - 28

  • Trevos sorteados: 3 - 5 

O sorteio da + Milionária é transmitido ao vivo pela Caixa Econômica Federal e pode ser assistido no canal ofical da Caixa no Youtube.

Próximo sorteio: + Milionária 201

Como a + Milionária tem dois sorteios regulares semanais, o próximo sorteio ocorre no sábado, 23 de novembro, a partir das 20 horas, pelo concurso 201. O valor da premiação vai depender se no sorteio atual o prêmio será acumulado ou não.

Para participar dos sorteios da + Milionária é necessário fazer um jogo nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

A aposta mínima custa R$ 6,00 para um jogo simples, em que o apostador pode escolher de 6 a 12 números dentre as 50 dezenas disponíveis, e fatura prêmio se acertar de 4 a 6 números.

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Reação do Agro

"Absurdo", diz governador de MS sobre veto do Carrefour à carne do Mercosul

Eduardo Riedel condena decisão da multinacional francesa e defende a imagem do agronegócio sul-mato-grossense no cenário internacional

21/11/2024 17h23

Eduardo Riedel criticou decisão do Carrefour

Eduardo Riedel criticou decisão do Carrefour Bruno Rezende/Divulgação

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O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, condenou a decisão da matriz do Carrefour, na França, de banir a importação de carnes de países do Mercosul. “Esse é o tipo de coisa que a gente quer combater, esses absurdos comerciais que transportam a relação para algo negativo”, disse o governador.

O comentário foi feito durante o lançamento de uma parceria com a Nuffield, uma organização internacional voltada ao fomento de estudos em outros países. O convênio será firmado por meio da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect).

A Nuffield tem como foco a agricultura sustentável e promoverá o programa em parceria com a Fundect, a Federação de Agricultura de Mato Grosso do Sul (Famasul) e a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). O objetivo é fortalecer práticas de agricultura sustentável no Estado. Segundo a organização, a agricultura é a base de um futuro sustentável, e iniciativas como essa ajudam indivíduos a adquirir confiança, conhecimento e a construir redes que aprimoram suas habilidades de liderança. O programa permitirá aos participantes conhecerem as práticas mais inovadoras e modernas em empresas e propriedades rurais de referência global.

“Eu acredito que o Nuffield não é só uma oportunidade de ver e aprender lá fora, mas também de colocar um pouco de Mato Grosso do Sul no mapa do mundo”, afirmou o governador. Ele destacou que, recentemente, recebeu uma comitiva internacional de observadores, que puderam verificar como os agricultores do Estado trabalham. “Eles levaram de volta a percepção muito positiva da nossa atividade, que muitas vezes é diferente da ideia pré-concebida que se tem lá fora”, completou Riedel.

Foi nesse contexto que o governador criticou a decisão do Carrefour de proibir a compra de carne do Mercosul. “Esse tipo de coisa que a gente quer combater. Esses absurdos comerciais que trazem algo negativo para essa relação”, reforçou.

Entenda o caso

Na quarta-feira, dia 20, o CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, anunciou que a empresa deixará de comercializar carnes provenientes de países do Mercosul, como Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

Em uma carta destinada a Arnaud Rousseau, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores (FNSEA), e compartilhada em suas redes sociais, Bompard explicou que a decisão foi motivada pela insatisfação dos agricultores franceses. Eles protestam contra a proposta de acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.

 

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