O governo federal brasileiro reduziu a projeção do salário mínimo estimado para o ano de 2026 de R$ 1.631 para R$ 1.627.
A atualização do valor foi informada pelo Ministério do Planejamento através de documentos enviados ao Congresso para custeio da análise da proposta de orçamento para o próximo ano.
O reajuste do valor tem a ver com a estimativa na queda do valor da inflação, já que seu comportamento é um dos componentes da fórmula para a correção do piso salarial.
Com um aumento menor do que o esperado no preço de produtos e serviço, a expectativa é que a inflação também seja menor, causando um reajuste também menor para o salário mínimo.
Mesmo assim, se a projeção for confirmada, a atualização do valor ainda deve ser 7,2% maior do que o piso atual de R$ 1.518, ou de R$ 109, valor pouco maior que o reajuste do salário do ano de 2024 (R$ 1.412) para 2025.
O valor definitivo será divulgado nos próximos dias pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Como é calculado
O cálculo utilizado para definir o salário mínimo leva em consideração alguns critérios como:
- Inflação - a correção dos valores é voltada para garantir o poder de compra dos trabalhadores, sendo corrigido de acordo com a variação dos preços dos bens e serviços;
- Crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do País - quando a economia cresce, o governo pode usar parte desse crescimento para aumentar, de forma real, o valor do salário;
- Nova política de reajuste - com o novo arcabouço fiscal de 2024, a política de valorização foi ajustada. Assim, o cálculo do salário mínimo considera a variação do INPC e o crescimento do PIB, mas não pode gerar um impacto superior a 2,5% nas contas públicas. Essa regra busca equilibrar o aumento das rendas dos trabalhadores com a responsabilidade fiscal do País.
Nova regra de correção
Pela legislação anterior, o reajuste do salário mínimo era calculado com base na variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulado em 12 meses até novembro, somado ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes.
A nova regra mantém o ganho real acima da inflação vinculado ao PIB, mas limita esse acréscimo ao teto de correção do arcabouço fiscal, que varia entre 0,6% e 2,5% ao ano.
O salário mínimo é um dos principais parâmetros para o cálculo do Orçamento, já que despesas obrigatórias, como aposentadorias, pensões e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), estão diretamente vinculadas ao seu valor.
Com a nova política, o governo estima uma economia de R$ 15,3 bilhões para os anos de 2025 e 2026.


