Economia

PROJETO SUCURIÚ

Arauco dá largada às obras da fábrica de R$ 28 bilhões em MS

Ao final da primeira fase, prevista para 2028, serão produzidas 2,5 milhões de toneladas de celulose por ano em Inocência

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Após firmar parceria com algumas das maiores empreiteiras do País, a chilena Arauco começou oficialmente nesta quarta-feira (26) os trabalhos de terraplanagem para a construção da fábrica de celulose em Inocência, um projeto que inicialmente demandará investimentos da ordem de R$ 15 bilhões, mas que ao final deve receber investimentos de R$ 28 bilhões.

Em 10 de maio, quando a empresa recebeu do Governo do Estado a licença para a instalação, o comando da multinacional chilena havia informado que os trabalhos começariam ao longo de julho, mas os trabalhos a 50 quilômetros da área urbana de Inocência tiveram início já nesta semana.

Conforme a previsão, esta fase dos trabalhos deve se estender o próximo ano, quando começam as atividades de instalação da fábrica propriamente dita. Um consórcio formado pelas empresas MLC Infra Construção e Construtora Aterpa foi contratado para executar a terraplanagem e a construção de toda a infraestrutura da fábrica.

Após a conclusão da premeira fase, o que está previsto para 2028, a unidade construída às margens do Rio Sucuriú e da MS-377, terá capacidade para produzir 2,5 milhões de toneladas por ano. A previsão, porém, é de que a capacidade seja duplicada logo na sequência, elevando os investimentos para cerca de R$ 28 bilhões. 

A fase de terraplanagem tem conclusão prevista para o segundo semestre de 2025. “Estamos avançando para tornar o Projeto Sucuriú uma realidade não só para Inocência, mas para todo o Estado. Isso só é possível devido ao empenho da Prefeitura Municipal, do Governo do Estado, e de todas as demais entidades e lideranças”, apontou o CEO da Arauco no Brasil, Carlos Altimiras.

“Estamos felizes por participar de mais um projeto de suma importância para o país. Essa é uma grande responsabilidade e nos enche de orgulho, porque estamos participando da história da cidade e de toda a região”, afirmou  Daniel Nóbrega, diretor Comercial da Construtora Aterpa. 

“Vamos fazer parte do progresso. Com o Projeto Sucuriú, o estado do Mato Grosso do Sul avança para se consolidar como um grande celeiro de oportunidades”, comentou o engenheiro Ricardo Malucelli, diretor da MLC Infra Construção.

MÃO DE OBRA

No pico das obras são previstos 12 mil trabalhadores, mas para a etapa de terraplanagem, a expectativa é de cerca de 1.800 profissionais envolvidos diretamente. A previsão é de que as empresas Aterpa e MLC Malucelli priorizem trabalhadores da região.

Para ajudar a população da região a se preparar, a Arauco desenvolve, em parceria com o SENAI, diversos cursos de capacitação. Entre eles há cursos de Sinaleiro de Vias, Motorista de Caminhão Basculante, Operador de Motoniveladora, Operador de Retroescavadeira e Operador de Trator. 

Após a conclusão da fábrica serão 2,3 mil empregos diretos e indiretos, sendo 250 operários na empresa, 300 indiretos e 1,8 mil no setor florestal.

Mas, antes mesmo do início dos trabalhos no canteiro de obras, a empresa já está gerando em torno de mil empregos em Inocência e municípios da região nas atividades de plantio de eucaliptos, segundo o diretor nacional da Arauco, Carlos Altimiras. 

Ainda de acordo como e executivo, atualmente a empresa está com cerca de 210 mil hectares já contratados e 85 mil estão ocupados com eucaliptos. Ao longo de 2024 devem ser mais 65 mil hectares. Para garantir produção para esta primeira fase, de acordo com Altimiras, serão necessários em torno de 300 mil hectares. Na segunda  fase, os chilenos terão de dobrar o volume de florestas.  

Em média, o ciclo de crescimento  até o corte dos eucaliptos se estende ao longo de sete anos e justamente por isso os plantios começaram ainda em 2021, bem antes da concessão de qualquer licença ambiental. Porém, as negociações e estudos começaram há cerca de uma década. 

FERROVIA

E para escoar a produção da quinta fábrica do setor no Estado, os chilenos prometem investir em torno de R$ 800 milhões para construção de uma ferrovia de 47 quilômetros ligando a fábrica à Ferronorte, que corta o município mais ao norte. 

A estimativa sobre o valor de investimento na ferrovia é do secretário de Meio Ambiente, Jaime Verruck, ao esclarecer que a licença para esta obra não faz parte das licenças concedidas até agora, mas a autorização para a construção da ferrovia está prestes a sair. 

 Assim que a primeira fase da fábrica entrar em operação, com 2,5 milhões de toneladas por ano, vai escoar o equivalente a 50 mil toneladas por semana. E, após percorrer os 47 km pela nova ferrovia, a celulose será levada pela Ferronorte até o porto de Santos, onde a Arauco promete construir um terminal de embarque próprio para escoar um navio por semana.


USUFRUTO

Por ser uma empresa estrangeira, a Arauco tem restrições legais para comprar e arrendar terras no Brasil. Por isso, eles usam o termo “usufruto” da terra, que é uma forma legal de arrendamento  e assim conseguem driblar a legislação brasileira a fim de permitir investimentos estrangeiros no setor da celulose. 

Os asiáticos da  Paper Excellence, por exemplo, compraram 13 mil hectares na região de Três Lagoas na década passada e por conta disso, segundo Jaime Verruck, agora estão perdendo a disputa pelo controle da Eldorado, fábrica que voltou ao domínio dos irmãos Joesley e Wesley Batista, do grupo J&F, em Três Lagoas.

Estes contratos de usufruto, segundo Theófilo Militão, gerente Executivo de ESG & Relações Institucionais da Arauco, variam de um proprietário para outro, mas são de pelo menos sete anos e alguns ultrapassam os 30 anos.

Embora não queira citar valores pagos aos proprietários por esse usufruto, ele garante que a empresa não está tendo dificuldades para conseguir terras na região, e que o “arrendamento” está sendo um bom negócio para os proprietários, já que muitas fazendas da região estavam praticamente improdutivas. 

LONGE DE TUDO

A fábrica será instalada a cerca de 50 quilômetros da área urbana de Inocência, próximo ao principal rio da região, o Sucuriú, que dá nome a projeto.

E, segundo o prefeito Antônio Ângelo Garcia dos Santos, mais conhecido como “Toninho da Cofap”, praticamente todos os operários que vão trabalhar na construção ficarão alojados próximo ao canteiro de obras. Após a conclusão, porém, todos terão de fixar residência na cidade. 

E, de acordo com o prefeito, isso tende a reduzir os alguns dos problemas sociais, de saúde e de segurança pública, enfrentados ao longo dos últimos anos em Ribas do Rio Pardo, onde a Suzano está concluído a construção de um empreendimento do mesmo porte ao da Arauco. 

Economia

Haddad: Estamos tomando todas as providências para cumprimento da meta fiscal

le disse confiar no trabalho do Banco Central (BC) em levar a inflação para o centro da meta, de 3%

08/04/2025 21h00

Haddad descarta prejuízo para estados nas mudanças no imposto de renda

Haddad descarta prejuízo para estados nas mudanças no imposto de renda MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assegurou nesta terça-feira, 8, que o governo está tomando todas as providências para o cumprimento da meta fiscal, que exige um déficit de no máximo 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) nas contas primárias de 2025.

Segundo o ministro, que participou de fórum do Bradesco BBI, a dívida pública está subindo não por causa do resultado primário - ou seja, a diferença entre o que o governo gasta, excluindo as despesas com a dívida, e arrecada -, mas sim em razão da alta dos juros. Assim, defendeu, o governo precisa criar condições para reduzir os juros. "Nosso juro real de 8% é uma anomalia", afirmou.

Ele disse confiar no trabalho do Banco Central (BC) em levar a inflação para o centro da meta, de 3%. "Acredito que o Banco Central está fazendo seu papel." Mesmo com os juros mais altos, Haddad projetou que a economia pode bater o crescimento de 2,5% neste ano.

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CPI

Apostadores destinam até R$ 30 bilhões por mês a bets

Secretário-executivo do Banco Central (BC), Rogério Lucca, fez a afimação na CPI das Bets no Senado

08/04/2025 20h00

CPI das Bets no Senado

CPI das Bets no Senado Foto: Lula Marques / Agência Brasil

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A regulamentação das apostas online não inibiu o interesse do brasileiro pelos jogos de azar. De janeiro a março, os apostadores destinaram até R$ 30 bilhões por mês às bets, disse nesta terça-feira (8) o secretário-executivo do Banco Central (BC), Rogério Lucca. Ele e o presidente do órgão, Gabriel Galípolo, falaram à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets do Senado.

Segundo Lucca, no ano passado, quando o mercado ainda não estava regulado, o BC tinha estimado em torno de R$ 20 bilhões por mês o fluxo gasto com apostas eletrônicas. Com a atualização dos dados após a regulação, que entrou em vigor em 1º de janeiro, o BC constatou que o valor ficou um pouco superior, entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões.

“A gente chegou à época [no ano passado] a um valor médio mensal de R$ 20 bilhões de fluxo para esses sites. Durante este ano, de janeiro a março, o valor que a gente acompanha para efeito de atividade gira em torno de R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões por mês, ratificando o que a gente tinha estimado no fim do ano passado”, disse Lucca.

O acompanhamento tornou-se mais efetivo após as bets legalizadas serem obrigadas a registrar uma conta bancária com uma Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) específica. O BC esclareceu que os dados são apenas para consumo interno e não serão divulgados periodicamente.

Quase todo o valor gasto é distribuído aos ganhadores, mas os números divergem entre o Ministério da Fazenda e o Banco Central. Segundo Galípolo, a Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), ligada à Fazenda, tem registrado retorno de 93% a 94% do valor desembolsado pelos apostadores em prêmios. Em relatório preliminar divulgado no ano passado, o BC tinha calculado em 85% o retorno médio em prêmios.

Sem poder de fiscalização

O presidente do BC esclareceu que o órgão pode apenas compilar estatísticas e não tem competência legal para fiscalizar, supervisionar ou aplicar sanções, como o bloqueio de transações de bets não autorizadas a funcionar no Brasil. Ele esclareceu que a autoridade monetária só pode tomar essas medidas caso seja notificada pela SPA.

"A Secretaria de Prêmios de Apostas é quem define a bet que está autorizada ou não. O Banco Central, uma vez informado pela SPA, vai dizer para a instituição financeira: 'você tem aí empresas para observar nos seus procedimentos e, a partir de agora, não autorizar mais.' Não é o Banco Central que interrompe uma transação. A partir daí, é a própria instituição financeira que interrompe”, explicou Galípolo.

O presidente do BC esclareceu que, além da elaboração de estatísticas, o trabalho do BC em relação às bets resume-se à prevenção à lavagem de dinheiro e ao combate ao terrorismo, atividade para a qual a autoridade monetária tem competência legal. Nesses casos, as instituições financeiras têm de avisar o BC, que repassa as movimentações suspeitas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), ao Ministério Público e à Polícia Federal.

“Não posso nem deixar minhas prerrogativas serem invadidas nem invadir as prerrogativas de outros entes”, justificou Galípolo.

Sigilo bancário

Apesar do pedido de vários senadores, Galípolo informou que, por causa das obrigações legais para proteger os dados pessoais e o sigilo bancário, o BC não pode bloquear o Pix de apostadores que recebem o Bolsa Família. Segundo ele, o órgão também não tem poder para bloquear as chaves Pix das bets que recebem os recursos do programa social.

Na primeira semana como presidente do BC, Galípolo tinha se comprometido a colaborar com o Tribunal de Contas da União (TCU) e a fornecer informações sobre o Pix de beneficiários do Bolsa Família que apostam em bets.

O único dado que o presidente do BC adiantou foi o de que apostadores online têm risco de crédito (chances de dar calote em empréstimos) bastante superior ao dos não apostadores. Segundo Galípolo, os bancos já percebem o risco maior e cobra juros mais altos desses clientes.

Galípolo e o técnico do BC prestaram depoimento a convite do presidente da comissão, senador Dr. Hiran (PP-RR). Instalada em novembro no Senado, a CPI das Bets pretende investigar o impacto das apostas eletrônicas no orçamento das famílias brasileiras e no sistema financeiro, além da possível associação com organizações criminosas. A relatora é a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), autora do requerimento da CPI.

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