Economia

VISITA PRESIDENCIAL

Azambuja pede a Bolsonaro urgência na relicitação da Malha Oeste em MS

O trecho sul-mato-grossense integra o projeto da Ferrovia Transamericana e quer ligar o Brasil aos portos chilenos

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Durante a cerimônia de inauguração de uma nova estação de radares do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo, em Corumbá, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), pediu ao presidente da República Jair Messias Bolsonaro (sem partido), urgência na relicitação da Malha Oeste.  

A ferrovia que foi desativada em Mato Grosso do Sul e faz parte dos planos da gestão estadual para a rota de integração que liga o Brasil aos portos chilenos.  

O presidente da República, Jair Bolsonaro, realiza nesta terça-feira (18) a primeira visita oficial a Mato Grosso do Sul. Esta é a primeira vez que o chefe de Executivo vem ao Estado desde a posse em 2019.

O governador frisou, durante discurso, que não poderia de deixar passar a oportunidade de fazer um pedido ao presidente. 

“Temos urgência na relicitação da Malha Oeste, a nossa antiga rede ferroviária, isso é fundamental para o desenvolvimento e integração latino-americana. Com a revitalização da Malha Oeste teríamos a primeira, viabilizada, integração sul-americana de Atlântico e Pacífico”, destacou Azambuja que ainda complementou.

“Com certeza [a ferrovia] vai dar uma grande capacidade de desenvolvimento social , de geração de oportunidades, ao Brasil e principalmente ao Centro-Oeste brasileiro, tornando os nossos produtos mais competitivos nos mercados internacionais”, destacou.  

O trecho operado pela Rumo S.A em Mato Grosso do Sul integra o projeto da Ferrovia Transamericana, uma rota bioceânica ferroviária, entre os oceanos Pacífico e Atlântico.  

Mas ao contrário da Rota Bioceânica rodoviária que precisa ser toda interligada, os trilhos da ferrovia já existem, só precisam de revitalização. Em Corumbá, a Malha Oeste já se conecta com o Expresso Oriental, da Bolívia.  

Relicitação da ferrovia

A Rumo é a empresa detentora da concessão da Malha Oeste, ferrovia que liga a cidade de Mairinque (SP) a Corumbá e que atravessa Mato Grosso do Sul de leste a oeste, passando por Três Lagoas e Campo Grande e com um ramal que liga a Capital a Ponta Porã.  

No mês passado, a empresa informou à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que, durante as negociações do processo de relicitação, continuará operando os serviços de transporte ferroviário de cargas, conforme condições, prazos e determinações da ANTT.  

A próxima etapa do processo de relicitação será a apresentação, pela Rumo, de uma proposta para renegociar o contrato de concessão, que venceria em 2026.  

Ao Correio do Estado, o titular da secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck,  disse que as tratativas giram em três caminhos.  

“O primeiro foi a ampliação do prazo de concessão. Neste caminho, nós não conseguimos avançar. O segundo caminho seria a caducidade, que também seria demorado, por mais que tenha sido aberto o processo para se declarar a caducidade.  O terceiro caminho é o processo de relicitação, que dependia do pedido da Rumo. Recentemente, em uma reunião em que participaram toda a diretoria da Rumo, o governador Reinaldo Azambuja e a ministra [da Agricultura] Tereza Cristina, a Rumo apresentou o pedido de relicitação e já formalizou a intenção. Estamos confiando e buscando apoio em toda bancada", disse.  

O secretário ainda frisou que a estrutura é fundamental para o Estado. “É fundamental para viabilizar uma série de investimentos, inclusive a saída de minério de Corumbá, que a partir de agosto agora está saindo mais de 1 milhão de toneladas [mais de 100 mil toneladas/mês] em função da não existência da ferrovia isso vai ser feito por caminhão, levando para São Paulo e Rio de Janeiro. São quase 80 a 100 cargas por dia que vão passar pela rodovia e que poderiam passar pela ferrovia assim como outros produtos”, reforçou Verruck.  

Revitalização exige R$ 2 bilhões em investimentos

A concessionária calcula que são necessários pelo menos R$ 2,2 bilhões para revitalizar a malha ferroviária de 1,9 mil quilômetros do trecho que foi construído há mais de 100 anos pela Rede Ferroviária Federal e que recebeu o nome de Ferrovia Noroeste do Brasil no século passado, antes de ter sido privatizada, no fim da década de 1990.  

Se a proposta de relicitação for aceita pela ANTT, ela terá de ser referendada pelo Ministério dos Transportes e também pelo Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), órgão ligado à Presidência da República.  

 

ECONOMIA

Pix bate novo recorde com 313 milhões de transações em 24 horas

Movimentação através da modalidade também bateu recorde em volume de dinheiro ontem (05)

06/12/2025 14h30

Banco Central do Brasil

Banco Central do Brasil Arquivo

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Sistema de transferências instantâneas do Banco Central (BC), o popular Pix bateu um novo recorde na última sexta-feira (5), quando pela primeira vez superou a marca de 300 milhões de transações em 24 horas.

Somente no último dia 5 de dezembro, segundo dados do BC, foram feitas 313,3 milhões de transferências via Pix para usuários finais.

Ainda conforme o Banco Central, a movimentação através da modalidade também bateu recorde em volume de dinheiro, com R$ 179,9 bilhões em um único dia.

“O resultado é mais uma demonstração da importância do Pix como infraestrutura digital pública, para o funcionamento da economia nacional”, informou o BC em comunicado.

O recorde diário anterior tinha sido registrado em 28 de novembro, dia Black Friday e data limite do pagamento da primeira parcela do décimo terceiro, com 297,4 milhões de transações num único dia.

Criado em novembro de 2020, o Pix acumulou, no fim de novembro, 178,9 milhões de usuários, conforme as estatísticas mensais mais recentes. Desse total, 162,3 milhões eram pessoas físicas; e 16,6 milhões, pessoas jurídicas.

Em outubro, segundo os dados consolidados mais recentes, o sistema alcançou a marca de R$ 3,32 trilhões movimentados.

 

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ESTRATÉGIA

Número de recuperações judiciais mais que dobra em MS este ano

No terceiro trimestre, 53 empresas apelaram ao Judiciário, ante 26 empresas no mesmo período de 2024

06/12/2025 08h30

Maior parte dos pedidos vem do agronegócio, somente o segmento de cultivo de soja responde por 11 casos

Maior parte dos pedidos vem do agronegócio, somente o segmento de cultivo de soja responde por 11 casos Gerson Oliveira

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O número de empresas em recuperação judicial (RJ) mais que dobrou no período de um ano em Mato Grosso do Sul.

De acordo com o levantamento do Monitor de Recuperações Judiciais, da RGF Associados, no terceiro trimestre deste ano, 53 empresas recorreram à recuperação judicial. No mesmo período do ano passado, 26 empresas apelaram ao Judiciário, uma alta de 103% em um ano.

Ainda conforme os dados do monitor da RGF, a maior parte dos pedidos vem do agronegócio. Somente o segmento de cultivo de soja responde por 11 casos.

A lista inclui ainda transporte de cargas (6 casos), criação de bovinos para corte (3), comércio atacadista de medicamentos (3), laticínios (2), supermercados (2), açougue (1), frigorífico (1) e outros setores ligados direta ou indiretamente à cadeia produtiva rural.

O cenário sul-mato-grossense segue tendência nacional. Conforme o levantamento, o número de pedidos de recuperação judicial no País aumentou quase 20%, passando de 4.408 em 2024 para 5.285 este ano. Os principais setores em RJ no Brasil são o imobiliário e o agropecuário.

Maior parte dos pedidos vem do agronegócio, somente o segmento de cultivo de soja responde por 11 casos

Para o advogado Leandro Provenzano, integrante da Comissão de Direito do Agronegócio da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul (OAB-MS), a crise é reflexo de uma soma de fatores econômicos, climáticos e estruturais.

“O produtor brasileiro tem custo elevado, porque a maioria dos insumos é importada e cotada em dólar. Só a semente tem produção local, o restante – fertilizantes, defensivos, corretivos de solo – vem de fora, até da Ucrânia. Isso encarece a produção e reduz a competitividade”, explicou.

Segundo Provenzano, a ausência de cobertura securitária para perdas agrícolas amplia o problema.

“A maioria dos produtores está desprotegido. O seguro rural poderia minimizar os impactos das quebras de safra, mas é pouco acessível. Com a redução dos subsídios do governo federal, restou apenas a contratação via seguradoras privadas, o que encarece e afasta o produtor”, pontuou.

De acordo com Patricia Maia, sócia do Barbosa Maia Advogados e especialista em Recuperação de Ativos e Crises Financeiras, o instrumento deixou de ser exclusivo de grandes conglomerados.

“Hoje, vemos startups, empresas de tecnologia, escritórios de marketing e até pequenos negócios de serviços que buscam reorganizar dívidas e preservar suas operações, sem comprometer a credibilidade no mercado”, explica.

LEGISLAÇÃO

A legislação brasileira também contribuiu para ampliar o acesso ao procedimento. As mudanças trazidas pela Lei nº 14.112 de 2020 tornaram o processo mais ágil e acessível.

“As alterações permitiram que negócios menores pudessem negociar diretamente com credores, com prazos mais curtos e regras mais flexíveis”, destacou Patrícia.

A especialista ressalta, contudo, que o sucesso de uma recuperação depende de planejamento e transparência. “É essencial compreender a real capacidade de pagamento, revisar contratos e construir um plano viável. O erro mais comum é buscar ajuda quando a situação já se tornou irreversível”, alerta.

Ela ainda recomenda que empresários adotem medidas preventivas, como gestão rigorosa do fluxo de caixa, controle de endividamento e comunicação aberta com credores.

“A recuperação judicial é uma ferramenta poderosa, mas deve ser usada com técnica e responsabilidade”, conclui.

Entre os setores que entraram com pedidos em MS este ano estão: fabricação de álcool (1 pedido), serviços de preparação de terreno (2), comércio atacadista de cereais e leguminosas (2), fabricação de adubos e fertilizantes (1), além de diversos ramos do varejo como materiais de construção, alimentos e autopeças.
Provenzano alerta que o problema afeta desde grandes grupos até pequenos produtores.

“A estrutura de custo e financiamento do agronegócio brasileiro está exposta. Sem um modelo robusto de seguro e com baixa previsibilidade climática e cambial, o produtor fica refém da sorte”, disse.

PROGRAMA ESTADUAL

O governador Eduardo Riedel sancionou a Lei nº 6.488, de 23 de outubro de 2025, que cria o Programa de Recuperação de Empresas (Recupera-MS), voltado à regularização de débitos tributários de contribuintes em recuperação judicial, falência ou liquidação.

A medida contempla empresários e sociedades empresariais com pedido de recuperação judicial deferido, empresas que já cumpriram obrigações nos dois anos posteriores à concessão, mas que ainda têm compromissos previstos no plano de recuperação, além de contribuintes em situação de falência decretada e cooperativas em liquidação.

O programa alcança débitos de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) constituídos ou não, inscritos ou não em dívida ativa, incluindo parcelamentos em curso, autos de lançamento, autos de cientificação e valores declarados na Escrituração Fiscal Digital, permitindo a adesão em até 90 dias após a publicação do decreto regulamentador, mediante autorização da Secretaria de Estado de Fazenda ou da Procuradoria-Geral do Estado.

O pagamento à vista ou da primeira parcela deverá ocorrer em até 150 dias após a regulamentação.

O Recupera-MS oferece quitação com redução de 95% das multas e 65% dos juros para pagamento à vista, além de parcelamento em até 180 vezes, com descontos progressivos conforme a quantidade de parcelas: em até 12 vezes, redução de 90% das multas e 60% dos juros; de 13 a 120 parcelas, 80% e 55%; e de 121 a 180 vezes, 70% e 50%.

As parcelas são iguais, com valor mínimo de 10 Unidades Fiscais Estaduais de Referência de Mato Grosso do Sul (Uferms), e quem antecipar integralmente o saldo devedor até 31 de dezembro de 2026 terá direito às reduções máximas.

O programa também reabre prazos para quitação de débitos formalizados por Auto de Cientificação ou notificados antes da inscrição em dívida ativa, aplicando os mesmos benefícios e tornando sem efeito autos de infração, inscrições ou ações judiciais já em curso.

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