Os Correios e o Banco do Brasil anunciaram a ampliação da sua parceira em torno do Banco Postal. A previsão é que a empresa de serviços postais passe a comercializar todos os produtos oferecidos pelo banco estatal em seus postos de atendimento a partir de abril.
Hoje, o único investimento disponível é a poupança, e são oferecidas apenas duas linhas de crédito. Também ficou acertado que os franqueados dos Correios poderão se tornar correspondentes bancários do BB. Hoje, o Banco Postal só funciona em agências próprias da empresa.
Os novos termos da parceria entre as duas companhias, divulgados hoje, são uma etapa intermediária do plano anunciado em novembro do ano passado de transformar o Banco Postal em uma instituição financeira.
Hoje, a parceira funciona no formato de correspondente bancário, com limitações para os dois lados.
"Entendemos que poderíamos, antes mesmo da autorização final [para criação do banco], passar para uma fase intermediária, com mais produtos e mais pontos de atendimento. Assim, quando o banco começar a funcionar, já começará com mais negócios", disse o vice-presidente de Negócios de Varejo do BB, Alexandre Abreu.
O novo acordo ainda precisa de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que já recebeu a proposta para análise. Se aprovadas, as alterações podem ser colocadas em prática em 30 dias.
A previsão é que o plano de negócios da nova instituição financeira, que terá o controle dividido entre as duas companhias estatais, seja concluído até junho. Se a criação do banco for aprovada ainda este ano, ele deve começar a funcionar em 2015.
A ampliação da parceria deve contribuir para aumentar a rentabilidade por cliente e, em um segundo momento, também o número de pessoas que utilizam esses postos de atendimento, que hoje são mais de 6.000 em todo o país.
Embora seja utilizado por correntistas de todas as classes sociais, o Banco Postal atrai principalmente pessoas com renda de até R$ 4.500.
Hoje, os principais produtos são conta corrente, poupança, crédito consignado INSS e pagamento de contas.
Com a mudança, a expectativa é aumentar os negócios com cartão de crédito, seguros para baixa renda, financiamentos de todas as modalidades, inclusive veículos e imobiliário, e produtos para o agronegócio. "Já existem produtos específicos para essa nova classe média, mas algumas pessoas têm resistência em se relacionar com agências bancárias. Muitas estão mais acostumadas com agências dos Correios", disse o vice-presidente do BB.
A parceira entre as duas estatais começou em 2012, quando o BB ganhou a concorrência para operar o Banco Postal, que antes estava ligado ao Bradesco. O banco público já atraiu cerca de 2 milhões de clientes por meio dos Correios e tem planos para chegar a 10 milhões.