Economia

CONCLUSÃO DE FÁBRICA

Em Campo Grande, Riedel pede que Lula "olhe com carinho" para a UFN3

Presidente esteve na Capital nesta manhã para evento de exportação

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O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), aproveitou a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Campo Grande, nesta sexta-feira (12), para pedir que o chefe do executivo nacional ajude a agilizar a conclusão da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3), em Três Lagoas. 

O presidente veio a Campo Grande para evento da JBS, na saída para Sidrolândia, para embarque simbólico da primeira remessa de carne para a China após a habilitação de 38 novos frigoríficos para exportação.

No evento, Riedel discursou, onde fez o pedido ao presidente no fim de sua fala.

“E eu finalizo pedindo uma última coisa para o senhor, presidente, que o senhor possa olhar com muito carinho a unidade de fertilizantes de Três Lagoas, a UFN3, que é essencial para o desenvolvimento e para o crescimento não só do Estado, mas de todo o Brasil”, pediu Riedel.

Apesar de ter sua retomada confirmada verbalmente no ano passado, tanto pelo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates quanto pelo presidente Lula, ainda não há um cronograma definido para a conclusão da unidade industrial, que, quando pronta, produzirá fertilizantes nitrogenados, amônia, potássio e até gás carbônico utilizado, na produção de medicamentos e refrigerantes, usando gás natural como matéria-prima.

A expectativa é que Prates venha neste mês para o Estado para visitar a fazer anúncios sobre o andamento das obras de conclusão.

Discurso

Durante sua fala, Riedel também comentou sobre a habilitação dos novos frigoríficos para exportação, afirmando que a abertura de mercado mundo afora traz uma grande contribuição para o País.

Ele também citou a Rota Biocêanica, cujas obras estão em andamento e que irá beneficiar ainda mais a economia de Mato Grosso do Sul e agradeceu ao presidente Lula pelos investimentos no Estado, afirmando que a polarização política observada nos últimos anos deve ser “página virada”.

Riedel relembrou que, em fevereiro de 2023, cada governador pôde apresentar projetos que seriam prioridade para os Estados ao governo federal.

“Nós apresentamos sete projetos para o presidente Lula, ele acatou os sete e, só o ano passado, o Estado ganhou mais de R$ 1 bilhão para exercitá-los, para poder ajudar na construção da infraestrutura necessária para a gente se tornar cada vez mais competitivo”, disse Riedel.

“Nós temos a terceira menor taxa de desemprego do País, mas o que mais nos orgulha é que nós estamos indo para a segunda menor taxa de pobreza extrema desse país e eu vou acabar esse mandato erradicando a pobreza extrema do Mato Grosso do Sul”, garantiu o governador.

INOVAÇÃO

Nível de biosseguridade animal credencia MS a abrigar projeto de genética suína

Mato Grosso do Sul vai abrigar a primeira unidade de produção de sêmen suíno da Agroceres

16/09/2024 08h45

O projeto terá início com 850 reprodutores, podendo até crescer no futuro, dependendo da adesão

O projeto terá início com 850 reprodutores, podendo até crescer no futuro, dependendo da adesão Foto: Mairinco de Pauda/Semadesc

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Com um elevado padrão de biossegurança animal e abundante oferta de matéria-prima, Mato Grosso do Sul se destacou como o local ideal para a primeira unidade de produção de sêmen suíno da Agroceres. 

A instalação, situada a 30 km de Campo Grande, na rodovia MS-040, está prevista para ser inaugurada no final de novembro, com um investimento de R$ 50 milhões. Com capacidade para atender 120 mil matrizes suínas anualmente, a unidade Agroceres PIC promete se tornar uma referência no setor.

Recentemente, representantes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) visitaram o local.

Entre os presentes, estavam o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Rogério Beretta, o coordenador de Pecuária, Marivaldo Miranda, e o gestor de suinocultura Rômulo de Freitas Gouveia Jr. Eles foram recebidos pelo gerente de produção da Agroceres, Nevton Hector Brun, que apresentou o andamento da construção.

A unidade iniciará suas operações com 850 reprodutores, com potencial de expansão conforme a demanda dos produtores.

A meta é introduzir os animais em dezembro e, a partir de fevereiro, iniciar a produção de sêmen, com uma capacidade de mais de um milhão de doses anuais. O foco principal será atender produtores de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás.

Com equipamentos de última geração e alta tecnologia, a central será a primeira no Brasil a atender às novas normas de bem-estar animal. “Os suínos não ficarão em gaiolas, mas em baias de seis metros quadrados”, destacou Brun.

Sobre a escolha do local, o gerente ressaltou a importância estratégica de Mato Grosso do Sul. “Nós necessitávamos implementar uma unidade na região Centro-Oeste, e aí quando olhamos para a região de Mato Grosso do Sul, ela estava muito bem posicionada nessa questão logística”, afirmou.

Outro diferencial foi o rigor em biosseguridade.

“Precisávamos ter segurança da nossa unidade, da nossa produção. Era importante encontrar um local onde tivéssemos mão de obra disponível, fornecedores para atender a unidade, mas principalmente oferecer essa segurança sanitária para o nosso rebanho em produção. Tudo isso encontramos aqui em Mato Grosso do Sul”, acrescentou.

MÃO DE OBRA

A qualificação da mão de obra local já está em andamento. “Nossa mão de obra é bastante especializada. Estamos agora iniciando o processo de captação desse pessoal local com perfil adequado para este modelo de negócio”, explicou Brun.

Após a contratação, os funcionários passarão por treinamentos em outras unidades da empresa. A operação altamente automatizada irá gerar 20 postos de trabalho.

Para Marivaldo Miranda, coordenador de Pecuária da Semadesc, a central de produção completa o ciclo da suinocultura em Mato Grosso do Sul.

“O Centro de Fornecimento de Material Genético, mais especificamente sêmen de animais de altíssima qualidade, terá capacidade de atender não só o estado, mas também parte de Mato Grosso e Goiás. Isso gera empregos qualificados e nos coloca em uma posição de alta performance na produção de suínos”, destacou.

Rogério Beretta, secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável, reforçou a importância da iniciativa para o avanço da produção de suínos no estado.

“A escolha de MS para abrigar essa central mostra a relevância da segurança sanitária, da oferta de matéria-prima e do alto nível de biosseguridade local. Tudo isso fortalece a suinocultura e os produtores do Mato Grosso do Sul”, concluiu.

R$ 50 milhões em investimentos

Com investimento de R$ 50 milhões e capacidade de atender 120 mil matrizes suínas por ano, a unidade da Agroceres PIC será inaugurada ainda neste ano, no fim de novembro.


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CRISE HÍDRICA

Seca severa paralisa navegação comercial no Rio Paraguai em MS

Terminais portuários apontam prejuízos milionários, com redução de mais de 50% no volume de embarques

16/09/2024 08h30

Economia_Porto_RodolfoCésar

Economia_Porto_RodolfoCésar

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O setor portuário da região pantaneira enfrenta prejuízos, por conta da seca severa que se instaurou ao longo da Bacia do Rio Paraguai em Mato Grosso do Sul. Nos portos localizados em Porto Murtinho, Ladário e Corumbá, os embarques destinados à exportação já foram paralisados para este ano, sendo mantidos somente transportes internos.

Conforme apurou o Correio do Estado com fontes do setor, situações diversas agravadas pelo deficit hídrico ocorreram em pontos diferentes do leito do rio, dificultando o transporte de minério de ferro, cereais e também combustíveis.

Entretanto, o transporte interno, que é feito por barcos menores, ainda está ativo, porém, sendo necessário usar canais previamente determinados, tendo em vista que há vários bancos de areia, colocando em risco a navegação.

O gerente de operações portuárias do Grupo FV, em Porto Murtinho, Marcelo Martins Oviedo, relata em entrevista ao Correio do Estado que as operações para este ano já foram encerradas. “Se pegarmos os números disponíveis no site do terminal portuário, com uma tarifa de US$ 7 por tonelada, comparando com 2023, deixamos de movimentar aproximadamente 1,496 milhão de toneladas”, revela.

Com um volume de 1,628 milhão de toneladas embarcadas no ano passado pelo terminal portuário de Itaum, Oviedo destaca que, neste ano, o prejuízo é milionário. “Foram enviadas 131.973 mil toneladas. Movimentamos aproximadamente apenas 10% do total comparado com 2023”, detalha o gerente.

Dados da Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq) mostram que, somente até o primeiro semestre deste ano, a movimentação do transporte hidroviário no trecho caiu 50% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram movimentados 4,51 milhões de toneladas pela principal bacia hidrográfica do Estado, resultando em queda de 2,28 milhões de toneladas transportadas.

NÍVEL

O nível atual do Rio Paraguai é o mais alarmante já registrado desde o início do monitoramento. De acordo com a régua de Ladário, que é administrada pela Marinha do Brasil e serve como referência para avaliar as condições do rio, o nível estava 30 centímetros negativos na sexta-feira. Esse é o menor número registrado nos últimos quatro anos.

Para efeito de comparação, no mesmo período do ano passado, a régua indicava que o nível era 3,46 metros de profundidade. Nos demais anos, a situação também variou, mas sem chegar às condições deste ano, sendo 1,33 m em 2022; -0,06 cm em 2021; 0,38 cm em 2020; 3 m em 2019; 3,98 m em 2018; e 3,67 m em 2017.

Já em Porto Murtinho, em um mês, a régua caiu de 1,35 m para 0,84 cm. Com isso, a barragem da Usina Hidrelétrica de Manso, em Mato Grosso, segue liberando água na tentativa de amenizar a situação do Rio Paraguai, que continua minguando, em razão da longa estiagem e da chuva abaixo da média.

“O que está claro, de acordo com os dados apresentados, é que a situação sinaliza para um aumento do nível crítico. Só teremos chuvas a partir de outubro, ainda assim, abaixo do esperado. Isso já traz consequências graves para atividades econômicas importantes, como a agropecuária e o transporte hidroviário, sobretudo de minérios, que está praticamente suspenso e com restrições para outros setores”, aponta o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck.

Vale destacar que a última seca histórica no Rio Paraguai ocorreu em 1964, quando o nível alcançou 61 cm negativos, fato que, conforme especialistas, pode ser superado caso as condições climáticas permaneçam. O prognóstico foi observado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), por conta do monitoramento atual.

O pesquisador em geociências do SGB, Marcus Suassuna, complementa destacando que os prognósticos geram alerta.

“Mesmo que até setembro chova a média para o período, o ano hidrológico [outubro de 2023 a setembro de 2024] vai acumular menos chuva do que em 2021, quando aconteceu a segunda pior seca do histórico e o rio chegou na cota de -60 cm. Em 1964, o Rio Paraguai chegou à cota de -61 cm”, disse Suassuna.

Em média, a hidrovia é navegável por sete ou oito meses por ano. Neste ano, por causa da estiagem, o transporte de cargas ficou limitado a pouco mais de quatro meses – e, mesmo assim, a meia carga.

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EXPORTAÇÕES

Principal produto escoado pela hidrovia, o minério de ferro apresentou queda nas exportações no período de janeiro a agosto deste ano. Enquanto em 2023 foram enviadas 4,5 milhões de toneladas (ou US$ 232 milhões) ao mercado externo, entre janeiro e agosto deste ano foram 3,008 milhões de toneladas (US$ 204 milhões).

A soja, principal produto da pauta de exportações do Estado, com 36,97% do total exportado, também obteve queda, tanto no volume enviado ao exterior quanto em valores negociados. No ano passado, foram US$ 3,245 bilhões negociados de janeiro a agosto, com um volume de 6,283 milhões de toneladas, enquanto no mesmo período deste ano foram 5,915 milhões de toneladas e US$ 2,568 bilhões.

Por conta da escassez de chuvas desde outubro do ano passado, o Rio Paraguai demorou a subir no começo do ano e ficou abaixo de um metro já no fim de junho. Sendo assim, os volumes transportados pela hidrovia despencaram.

O volume total exportado teve um baque ainda mais expressivo (14%), sendo 15,551 milhões de toneladas atuais contra as 18,215 milhões de toneladas no ano passado.

DRAGAGEM

Ao mesmo tempo em que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) preparava a dragagem, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários está desenvolvendo estudos para “privatizar” a hidrovia, tirando do Dnit a responsabilidade pela manutenção.

Depois dessa concessão, prevista para ocorrer até o fim do ano que vem, empresas que transportam minérios, combustíveis, grãos e fertilizantes terão de pagar pedágio. Barcos que transportam turistas ficarão livre dessa cobrança, conforme a Antaq. 

Em meados de agosto, o governador Eduardo Riedel, acompanhado do comando da Antaq, visitaram o Uruguai para acompanhar de perto os trabalhos de remanejamento, no país vizinho, do minério que desce pela hidrovia em barcaças pequenas para navios maiores. 

A visita ocorreu em meio aos preparativos da dragagem que, em tese, deixaria a hidrovia navegável o ano inteiro. Agora, esse cenário está descartado, pelo menos, pelos próximos dois anos. 

Após anunciar que os estudos de impacto ambiental não seriam necessários para autorizar a dragagem do chamado Tramo Sul do Rio Paraguai, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) recuou e agora está impedindo o início das obras.

Segundo Joanice Lube Battilani, superintendente estadual do Ibama, na conclusão dos estudos durante a visita do presidente Lula a Corumbá, em 31 de julho, Rodrigo Antonio de Agostinho Mendonça, presidente do Ibama, informou ao secretário Jaime Verruck que não seria necessário realizar os estudos de impacto ambiental.

Com base nessa informação, a superintendência estadual do Dnit, responsável pela hidrovia, já estava se preparando para iniciar as obras.

De acordo com o Dnit, no tramo sul, entre Corumbá e Porto Murtinho, foram identificados “18 passos críticos e 15 passos potencialmente críticos” que necessitam de intervenção. E, o melhor momento para fazer esse trabalho seria agora, durante o período de estiagem.

Porém, segundo Joanice, a equipe técnica do Ibama entendeu que, apesar de a dragagem ser em uma hidrovia que já existe há séculos, existe a necessidade de estudos de impacto ambiental mais aprofundados. 

“A não ser que venham ordens superiores, da alta cúpula, envolvendo outros ministérios, o que está valendo agora é a decisão da Coordenação de Recursos Hídricos do Ibama, lá de Brasília. O Dnit terá de fazer esses estudos amplos e isso não deve sair em menos dois anos”, explica Joanice. (Colaborou Súzan Benites)

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