Com o término da colheita das culturas de segunda safra, os preços de frete de grãos registraram queda nas cotações em agosto. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) analisou os serviços de transporte de grãos em importantes rotas de estados produtores de cereal, como Mato Grosso, Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás. Os dados foram divulgados no Boletim Logístico.
Apesar da redução dos preços em boa parte das rotas estaduais em agosto, o patamar de valor do frete é superior ao registrado no mesmo período na safra passada, em uma conjuntura de aquecimento logístico.

No Mato Grosso do Sul, enquanto a colheita do milho segunda safra atingiu seu pico na primeira quinzena do mês, demandando um volume massivo de caminhões para transporte local, os preços dos fretes para rotas de longa distância rumo aos portos registraram queda em algumas praças observadas, principalmente a partir da segunda quinzena de agosto.
As exportações de soja sul-mato-grossense caíram, consideravelmente. Em compensação, registrou-se aumento dos embarques de milho para exportação. Tal situação é explicada pelo aquecimento das demandas no mercado interno e pelo grande volume de mercadoria produzida pela safra de inverno em MS, que intensificou a necessidade de veículos para escoamento interno.

No cenário nacional, os embarques de milho em agosto deste ano atingiram 17,9 milhões de toneladas, em comparação com 15,7 milhões em igual período de 2024.
Movimentação dos principais eixos de escoamento do cereal:
Portos do Arco Norte - 39,8%
Porto de Santos - 29,6%
Porto de São Francisco do Sul - 11,6%
Porto de Paranaguá - 11,4%
Porto de Rio Grande - 5%
Já as exportações de soja em grãos atingiram 86,5 milhões de toneladas no período de janeiro a agosto de 2025, em comparação com 83,4 milhões de toneladas em igual período do ano passado.
O percentual das exportações da soja nos portam foram:
Arco Norte - 37,5%
Santos - 34,2%
Paranaguá - 12,9%
São Francisco do Sul - 5,2%
De acordo com o superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth, a tendência é de persistência de um certo suporte aos preços para os próximos meses, como decorrência deste cenário de oferta elevada e demanda dinâmica e mais cadenciada ao longo dos meses, com a atuação de players tanto externos quanto internos, na área de alimentação animal e bioenergia.
Mato Grosso do Sul
No Mato Grosso do Sul, enquanto a colheita do milho segunda safra atingiu seu pico na primeira quinzena do mês, demandando um volume massivo de caminhões para transporte local, os preços dos fretes para rotas de longa distância rumo aos portos registraram queda em algumas praças observadas, principalmente a partir da segunda quinzena de agosto.
Isso acontece por causa da mudança na dinâmica de exportações de soja e milho no estado, conforme dados da plataforma Comex Stat do MDIC.
As exportações de soja sul-mato-grossense caíram, consideravelmente. Em compensação, registrou-se aumento dos embarques de milho para exportação. Tal situação é explicada pelo aquecimento das demandas no mercado interno e pelo grande volume de mercadoria produzida pela safra de inverno em MS, que intensificou a necessidade de veículos para escoamento interno.
Apesar da aparente escassez de caminhões para fretes de longas distâncias causadas pelo milho, a queda no volume de soja para exportação foi a força preponderante no mercado, criando um excesso relativo de oferta de caminhões para algumas rotas, permitindo preços menores por parte dos demandantes do serviço de transporte.
Outros estados
De acordo com o boletim da estatal, as cotações para a remoção de grãos caíram no Maranhão em agosto. O mercado, no entanto, manteve-se com movimentação regular no Piauí, registrando demanda ainda em níveis satisfatórios, mas com movimentação já bem menos aquecida em relação aos meses anteriores, reflexo de redução significativa no escoamento do milho, principalmente, refletindo em estabilidade nos preços.
Na Bahia, o valor dos fretes registrou estabilidade a alta, variando conforme a região produtora de grãos e a rota de transporte. "A elevação nas cotações foi verificada na praça de Luís Eduardo Magalhães, por causa da alta na demanda de transporte de grãos e fibra", comentou a Conab.
Já no Distrito Federal, houve aumento generalizado nos preços em agosto em relação aos valores de julho, com destaque para as rotas com destino a Imbituba, em Santa Catarina; Uberaba e Araguari, em Minas Gerais; e Guarujá, em São Paulo, apresentando variações positivas na ordem 12%,11%,10% e 10%, respectivamente


