A fusão entre a Gol e a Azul, que já está sendo tratada entre as duas companhias aéreas, vai reduzir a concorrência em Mato Grosso do Sul, indica a base de dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
A fusão deixaria apenas duas companhias aéreas oferecendo voos em todo o País, o que eleva a concentração de serviços por uma mesma empresa em algumas praças.
Por isso, especialistas ouvidos pelo Correio do Estado falam em aumento no preço das passagens aéreas.
Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, a empresa que resultar da fusão das duas companhias aéreas terá 56% dos voos em Mato Grosso do Sul. Em praças como Corumbá, Bonito, Três Lagoas e Ponta Porã, 100% dos voos serão operados pela nova companhia aérea.
Concorrência mesmo haverá apenas na praça de Campo Grande, onde além destas duas companhias também há serviços oferecidos pela Latam.
Para o economista e professor do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), José Roberto Afonso, a concentração de mercado aumentará o poder das compahias.
“Quanto mais um mercado for concentrado, maior será o poder do ofertante e maior a possibilidade de aumento de preços. É uma regra da economia que vale para qualquer caso, não apenas passagem aérea. Por isso, é naturalmente esperado um viés de alta se a fusão de duas das três aéreas for levada a frente”, afirma.
A fusão
Mesma empresa com marcas separadas, uma cobertura de até 90% das rotas áreas do Brasil e um domínio absoluto como a maior operadora área da região.
Se confirmada esse será o resultado da fusão entre Gol e Azul, que já está em estudo entre as duas companhias.
No dia 15 de janeiro, o grupo Abra, controlador da Gol e da Avianca, assinou com a Azul um memorando de entendimento para união dos negócios.
No documento, a empresa que controla a Gol informa que o acordo não vinculante tem “objetivo de explorar uma combinação de negócios no Brasil”.
Segundo o documento, trata-se apenas uma “fase inicial de um processo de negociação entre a Abra e a Azul para explorar a viabilidade de uma possível transação”.
Se concretizado, o acordo prevê que ambas empresas deverão manter suas marcas e certificados operacionais de forma independente.