Economia

MUDANÇA

Marco do gás deixará Mato Grosso do Sul mais competitivo, afirma secretário

Objetivo da proposta discutida na Câmara Federal é aumentar o número de empresas atuantes no mercado

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O novo marco regulatório do gás natural está sendo discutido no Congresso. Conforme o texto do projeto, a principal intenção da nova diretriz é fomentar a indústria. 

As principais alterações que o Projeto de Lei (PL) nº 6.407/2013 traz são a mudança no regime de exploração de gasodutos no Brasil, que passará de concessão para autorização, e o fim do monopólio dos estados na distribuição do gás natural.

Na prática, a nova norma atende dois objetivos, puxar investimentos para o setor e baratear os preços, já que os valores cobrados no Brasil atualmente estão bem acima do padrão internacional. 

Para o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, a proposta traz desenvolvimento para o Estado.

“Não existe crise do gás, existe uma necessidade de uma mudança brutal no sistema que era um monopólio no País, que impediu o Brasil de crescer. Além disso, os preços praticados no Brasil estão fora de padrão mundial de fornecimento de gás. A ideia da desregulamentação do gás é ampliar investimentos e reduzir preços para tornar a indústria e a produção de energia no Brasil mais competitiva”, disse Verruck em entrevista ao Correio do Estado.  

Com a aprovação do marco, o objetivo é aumentar o número de empresas atuantes no mercado de gás, rompendo assim o monopólio da Petrobras. 

A ideia é que, com mais empresas competindo no mercado, o preço seja reduzido.

A urgência para a votação do marco regulatório do gás foi aprovada pela Câmara no fim de julho. De acordo com a proposta, as empresas com sede no Brasil poderão atuar nesse mercado por meio de autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). 

Na legislação vigente, há a necessidade de que as empresas se submetam a um leilão de concessão da ANP para atuar no setor.

Com a normativa, as empresas poderão atuar a partir de um processo de chamada pública em serviços de transporte, importação, exportação, estocagem subterrânea, acondicionamento, escoamento, tratamento, liquefação, regaseificação e atividades de construção, ampliação de capacidade e operação de unidades de processamento ou tratamento de gás natural. 

“Gostaríamos que fossem estendidas outras questões que hoje envolvem a concessão, mas esse dispositivo é mais um elemento da desregulamentação do gás”, afirma Verruck.

Fica extinta ainda a exclusividade dos estados na atividade de distribuição de gás natural, além de permitir a exploração desse serviço pelas concessionárias privadas de energia elétrica.

Atrativo

A arrecadação com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o produto é uma receita importante para os cofres públicos do Estado. 

Ainda de acordo com o projeto, a regulação com os valores e reajustes do gás natural será de competência do governo federal por uma decisão interministerial.

“Hoje, o gás da Bolívia em Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul custa a mesma coisa. É diluído o custo de transporte. Com a mudança, nosso Estado pode ter como atrativo um dos produtos mais baratos, além da quebra do mercado internacional. Mato Grosso do Sul coloca na sua matriz energética essa opção de desenvolvimento”, explica o titular da Semagro.

Verruck ainda frisa que, com a ampliação da quantidade de gás que passa pelo gasoduto, o Estado ganha. Mesmo que a compra seja feita diretamente com a Bolívia, como passa pelos dutos de MS, a arrecadação do ICMS fica no Estado. 

“O que a gente espera é o gás como instrumento de desenvolvimento de MS, o Estado podendo oferecer o gás mais barato do País, em virtude da mudança na estrutura em termos de lógica de formação de preços, e que os players com a desregulamentação façam as suas importações e aquisições diretamente da Bolívia, utilizando o gasoduto”, contextualizou o secretário.

Resistência

O principal foco de resistência está no segmento de distribuição de gás canalizado, setor que é monopólio estadual. 

Conforme informações das agências de notícias, as distribuidoras alegam que o projeto não traz incentivos ao investimento na expansão da rede de transporte, que hoje abastece principalmente estados do litoral brasileiro.

A Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), que representa as estatais estaduais, defende que o governo licite usinas térmicas em pontos onde hoje não há infraestrutura disponível, para que os projetos funcionem como âncoras para viabilizar novos gasodutos. 

Atualmente, os principais projetos térmicos no País estão no litoral.  

O diretor-presidente da Companhia de Gás do Estado de Mato Grosso do Sul (MSGás), Rui Pires dos Santos, concorda com o posicionamento e explica que as termelétricas terão incentivo de serem implantadas no litoral do País, “com isso, o processo de interiorização do gás natural sofrerá com a falta de investimentos.

“O importante é a inclusão de térmicas inflexíveis nos centros de carga [onde necessário] que servirão de âncora para desenvolvimento da infraestrutura do gás no interior do País”, disse.

Privatização

O governo também vai incentivar os estados a privatizarem suas empresas e atualizarem os marcos regulatórios próprios, já que a competência para legislar sobre distribuição de gás é dos governadores.  

O projeto para vender a MSGás foi aberto no ano passado. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) conduz os estudos, que incluem avaliação da empresa, perspectivas de mercado, entre outras variações. A venda de empresas estatais é uma das condições para os estados aderirem a um pacote de benefícios aprovado pelo governo federal, o Plano Mansueto.

supemercados

Rede local ativa 'atacarejo' para enfrentar gigantes nacionais e mundiais

Grupo Pires, que investiu R$ 50 milhões na loja de atacado, já é a rede de supermercados com o maior número de lojas de Mato Grosso do Sul

28/11/2024 14h30

Com a bandeira Frama, loja é a 37ª unidade do grupo Pires, que em junho completou 44 anos de atividade no Estado

Com a bandeira Frama, loja é a 37ª unidade do grupo Pires, que em junho completou 44 anos de atividade no Estado Marcelo Victor

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Nascida há 44 anos em Mato Grosso do Sul, a rede de supermercados Pires inaugurou nesta quarta-feira (27) e nesta quinta-feira (28) em Vicentina e em Campo Grande suas primeiras unidades do chamado "atacarejo". Com isso, aumenta sua concorrência com as gigantes nacionais e mundiais do setor, como as redes Fort Atacadista, Atacadão e Assaí, que já oferecem este tipo de loja há anos. 

Com investimento de R$ 50 milhões, a loja de Campo Grande, na Avenida Guaicurus, ocupa uma área de 40 mil metros quadrados. Em 2017 o terreno chegou a ser alvo de invasão por cerca de 200 famílias. Cerca de 50 chegaram a construir casas de alvenaria, mas meses depois foram despejadas. 

A loja, que aparece com a logomarca de Frama Atacadista, tem cerca de 12 mil metros quadrados e está gerando 135 empregos diretos. Com mais esta unidade, o Grupo Pires chega à 37ª loja e 2,8 mil empregos diretos nas cidades de Campo Grande, Dourados, Rio Brilhante, Maracaju, Deodápolis e Vicentina. 

E foi nesta última cidade, com apenas 6,4 mil habitantes, que o grupo inaugurou nesta quarta-feira (27) sua primeira atacadista no Estado, com investimento de R$ 25 milhões. “A gente não costuma falar em enfrentar is gigantes nacionais e mundiais. A gente fala que está oferecendo mais uma oportunidade para o consumidor”, afirma Vagner Lacerda, diretor de expansão do grupo e neto do fundador. 

Como responsável pelos novos investimentos, Vagner antecipa que para o próximo ano estão previstas outras quatro lojas em Campo Grande. Por questões de concorrência, prefere não divulgar os locais e nem se elas serão “supermercados normais” ou atacadistas, como as duas lojas inauguradas nesta semana. 

E ao ser questionado sobre a concorrência, Vagner diz que as 37 lojas do grupo colocam o Pires como a maior rede de supermercados de Mato Grosso do Sul, maior inclusive que o grupo Comper/Fort Atacadista em número de unidades.  Embora o presidente deste grupo resida em Campo Grande, ela é uma empresa de origem e matriz catarinense.

No quesito faturamento, contudo, o Pires ainda é segundo colocado entre os chamados supermercados locais, ranking no qual não entram os concorrentes do Grupo Pereira ou Atacadão e Assaí. Mesmo assim, destaca Vagner, o Pires já está entre as cem maiores redes de supermercados do País. Neste ranking, o Comper-Fort está em sétimo lugar. 

Até agora, o grupo tinha apenas duas unidades com a bandeira Frama em Campo Grande e ambas localizadas em bairros chamados nobres, como Vilas Boas e Chácara Cachoeira. As lojas com bandeira Pires estão praticamente todas espalhadas em regiões periféricas de Campo Grande.

Uma delas inclusive está a poucos metros do atacarejo inuaugurado nesta quinta-feira. “Vão funcionar as duas. São opções para os consumidores”, diz Vagner. Por dia, informa o site da empresa, eram atendidos em torno de 60 mil consumidores quando o grupo tinha 31 lojas. 

O fundador da rede nasceu em Deodápolis, no sul do Estado, cidade natal de dois dos três sócios (Francisco Pires, Manoel Pires e Maria Antonia Pires) e onde a rede tem loja até hoje. E, pelo menos por enquanto, a rede está somente na região centro-sul do Estado. Na Capital são 27 lojas, em Dourados, seis e as outras quatro em Rio Brilhante, Maracaju, Douradina e Vicentina. Mas, a previsão é ampliar ese número também no interior. 


 

JUSTIÇA FISCAL

Isenção no IR por motivos de doença será limitada a quem ganha até R$ 20 mil, diz Haddad

Ministro ressaltou que os ganhos com a medida vão ajudar a compensar a perda de arrecadação com a ampliação da isenção do IR para quem ganha até R$ 5.000

28/11/2024 10h37

Pela proposta do ministro Fernando Haddad, contribuintes com renda de R$ 50 mil por mês terão de pagar uma alíquota mínima de Imposto de Renda

Pela proposta do ministro Fernando Haddad, contribuintes com renda de R$ 50 mil por mês terão de pagar uma alíquota mínima de Imposto de Renda

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O ministro Fernando Haddad (Fazenda) anunciou nesta quinta-feira (28) que o governo vai limitar a isenção de IR (Imposto de Renda) por motivos de saúde a quem ganha até R$ 20 mil por mês.

Ele ressaltou que as despesas médicas dos contribuintes continuarão a poder ser deduzidas integralmente; mas, no caso de quem tem renda acima do teto, não haverá 100% de isenção. A mudança, diz o ministro, busca corrigir distorções.

"Todo mundo pode abater despesa de saúde na sua integralidade. Se você gastou R$ 1 milhão para fazer um tratamento de saúde, você vai poder deduzir. Esta regra não vai alterar", disse.

"Contudo, a isenção de Imposto de Renda por razões de saúde vai ficar limitada a quem tem um salário de até R$ 20 mil por mês", acrescentou.

Segundo a Receita Federal, atualmente pessoas portadoras de doenças graves têm direito à isenção no IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física). São consideradas doenças graves, por exemplo, AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), cardiopatia grave, cegueira (inclusive monocular), contaminação por radiação, doença de Parkinson, esclerose múltipla, hanseníase, entre outras.
 

Haddad ressaltou que os ganhos com a medida vão ajudar a compensar a perda de arrecadação com a ampliação da isenção do IR para quem ganha até R$ 5.000. A expectativa do governo é que a medida seja discutida e aprovada em 2025 para valer a partir de 2026.

O impacto da isenção maior será de aproximadamente R$ 35 bilhões. Outra medida que deve ajudar na compensação é a criação de um imposto mínimo para super-ricos no IRPF.

Pela proposta do governo, contribuintes com renda de R$ 50 mil por mês (R$ 600 mil por ano) terão de pagar uma alíquota mínima de Imposto de Renda.

Contribuintes com rendas elevadas no Brasil costumam ter seus ganhos concentrados em rendimentos isentos, como lucros e dividendos. Por isso, embora a tabela do IRPF preveja cobranças nominais de até 27,5%, a alíquota efetiva é bem menor no topo —às vezes, abaixo de 2%.

A cobrança sobre as grandes rendas busca equalizar essa diferença. O imposto mínimo terá uma alíquota progressiva, chegando a até 10%. Para saber se o contribuinte será alvo ou não do imposto, é preciso olhar a chamada alíquota efetiva. Ela mede o quanto foi pago de imposto em relação à renda total, que inclui tanto parcelas tributáveis quanto isentas (ou seja, salários, aplicações financeiras, lucros e dividendos, entre outros).

Caso a alíquota efetiva paga pelo contribuinte com renda maior que R$ 100 mil ao mês tenha ficado em 4%, por exemplo, ele deverá recolher uma parcela complementar equivalente a 6%, completando os 10% do chamado imposto mínimo.

(Informações da Folhapress)
 

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