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Mesmo acumulando queda de 10% nas refinarias, gasolina custa R$ 4,54 na Capítal

Petrobras anunciou duas reduções consecutivas na semana passada, que somadas chegam a 10%

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A Petrobras anunciou duas reduções seguidas nos preços dos combustíveis em suas refinarias. A primeira, no dia 9 de setembro e a segunda passou a valer nesta sexta-feira (11), totalizando a queda de 10% em uma semana. 

Apesar da queda nas refinarias, nos postos de combustíveis a diferença não é perceptível. Conforme pesquisa da reportagem do Correio do Estado, nesta sexta-feira os preços variavam entre R$ 4,37 e R$ 4,54, em Campo Grande.

Os preços médios do diesel em suas refinarias terão queda de 12% com as duas reduções. Com os novos reajustes, a gasolina nas refinarias da Petrobras acumula queda de 16,7% em 2020. Já os preços do diesel acumulam redução de 30%.

Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos (Sinpetro-MS), a gasolina deveria apresentar uma redução de R$ 0,10, em média, com as consecutivas quedas registradas nas refinarias. 

“Assim como quando sobem os preços, os postos têm a liberdade de repassar ou não, pois o mercado é de livre concorrência, portanto, temos de aguardar, até porque a maioria dos postos está com estoque alto por causa da queda no volume de vendas”, justificou o diretor do Sinpetro, Edson Lazarotto.  

Pesquisa da reportagem, realizada em Campo Grande, nesta sexta-feira, aponta que o preço médio do litro da gasolina nos postos da Capital é de R$ 4,40 – mínimo de R$ 4,37, máximo de R$ 4,54.

O diesel comum é comercializado em média a R$ 3,59 na Capital. O mínimo encontrado foi a R$ 3,49 o litro, e o valor máximo a R$ 3,69. Já o diesel S-10 variou entre R$ 3,59 e R$ 3,79, média de R$ 3,64 por litro.

Combustível mais eficiente

De acordo com as informações do Sinpetro, 95% dos postos de combustíveis de Campo Grande já receberam a chamada “nova gasolina”.

A Resolução 807/2020 da ANP, cuja primeira fase entrou em vigor no dia três de agosto, estabelece critérios específicos para a gasolina comercializada nos postos.  

“Cerca de 95 % dos postos já receberam a nova gasolina, e não houve alteração de preços [por parte das refinarias e distribuidoras] até o momento. Ainda estamos no prazo da resolução, que é até três de outubro para as distribuidoras e para os postos até três de novembro”, disse Lazarotto, que ainda reforçou que não há obrigação dos postos sinalizarem a mudança.

“A resolução não cita que tem dee colocar aviso, isso fica a critério do posto. Estamos sugerindo que coloquem, mas é opcional”, reiterou.

A nova gasolina tem três pontos de mudanças principais. O primeiro é o estabelecimento de valor mínimo de massa específica, de 715,0 kg/m3, o que significa mais energia e menos consumo. 

O segundo é a temperatura mínima de 77°C para a destilação de 50% da gasolina. Os parâmetros de destilação afetam questões, como o desempenho do motor, a dirigibilidade e o aquecimento do motor.

O terceiro ponto é a fixação de limites para a octanagem mínima de 92 pelo método de pesquisa (Research Octane Number-RON), já presente nas especificações da gasolina de outros países.

“A fixação de tal parâmetro mostra-se necessária por conta das novas tecnologias de motores e resultará em uma gasolina com maior desempenho para o veículo”, justificou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na época.

De acordo com a nota técnica da Petrobras, na prática, o novo padrão traz a possibilidade de redução de 5% no consumo de gasolina por quilômetro rodado, dependendo das características de cada motor.

“Além de proporcionar a melhora no desempenho do motor, melhor dirigibilidade e menor tempo de resposta na partida a frio e aquecimento adequado do motor”, explicou a estatal.

Etanol fica atrativo

Na contramão dos outros combustíveis, o consumo de etanol dá sinais de recuperação em Mato Grosso do Sul. 

No mês de julho, foram consumidos 9,1 milhões de litros do biocombustível, volume 8% maior com relação ao mesmo mês em 2019 quando registrou 8,4 milhões de litros. Os dados são da ANP.

“A reação do mercado de etanol é uma boa notícia para o setor, depois de muita apreensão”, avalia o presidente da Associação de Produtores de Bioenergia de Mato grosso do Sul (Biosul), Roberto Hollanda Filho.

Segundo a Biosul, o preço mais competitivo com relação à gasolina é um dos fatores para a recuperação nas vendas do biocombustível.

O consumidor chega encontrar em alguns postos de combustíveis o etanol hidratado com valor abaixo de 70% em relação ao preço da gasolina.  

Conforme a pesquisa da reportagem do Correio do Estado, o litro do etanol é vendido por R$ 3,10, em média. Variando entre R$ 2,98 e R$ 3,24. 

Para saber se vale a pena substituir a gasolina por etanol é possível fazer uma conta simples, sem considerar todas as nuances envolvidas no processo. Basta multiplicar o preço da gasolina por 0,7. O resultado apontará o preço máximo que o etanol deve custar para valer a pena.  

Se considerarmos o preço médio da gasolina a R$ 4,40, com o litro do etanol abaixo de R$ 3,08, a troca vale a pena.

Economia

Câmara prorroga benefício a setor de eventos ao custo de R$ 15 bi até 2026

Na reta final das negociações, o Ministério da Fazenda conseguiu incluir no texto uma cláusula de segurança que garante o fim do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos) caso o custo do programa supere o limite de R$ 15 bilhões

23/04/2024 20h00

Projeto foi aprovado na noite desta terça-feira Divulgação

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O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira (23) o projeto de lei que trata de benefícios para o setor de eventos com 30 atividades beneficiadas e teto de R$ 15 bilhões de renúncia fiscal, após negociação do Ministério da Fazenda e líderes partidários da Casa.

A votação foi simbólica, ou seja, quando não há contabilização dos votos. Agora, o texto seguirá para o Senado.

Na reta final das negociações, o Ministério da Fazenda conseguiu incluir no texto uma cláusula de segurança que garante o fim do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos) caso o custo do programa supere o limite de R$ 15 bilhões.

O valor não será corrigido pela inflação —mudança que foi feita a pedido do governo pouco antes de o projeto ser votado no plenário. Por outro lado, o Executivo teve que ceder na tentativa de reduzir ao máximo o alcance dos segmentos que poderão ter acesso ao benefício fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, queria limitar o programa a apenas 12 atividades.

Na primeira versão do parecer, havia a possibilidade de o governo enviar um projeto de lei acabando com o programa assim que o teto fosse alcançado e comprovado pelo Executivo. Mas o texto não previa nenhuma segurança de que a proposta seria aprovada pelo Congresso, tornando, na prática, inócuo o limite.

Contrária desde o início à extensão do Perse, a equipe econômica adotou a estratégia de reduzir danos diante da resistência dos deputados em acabar com o incentivo fiscal –um embate travado desde o início do ano e que gerou trocas de farpas entre parlamentares e Haddad. O ministro vocalizou que o programa era uma janela para fraudes e lavagem de dinheiro, o que irritou deputados.

A saída para fechar brechas foi garantir dispositivo que determina que todas as empresas beneficiárias do Perse deverão ser habilitadas pela Receita Federal. Passado o prazo de 30 dias após o pedido de habilitação sem que tenha havido a manifestação do Fisco, a empresa será considerada habilitada. A exigência da habilitação sofreu muitas críticas dos deputados da oposição.

O projeto estabelece que as empresas que estão no regime de lucro real (com faturamento superior a R$ 78 milhões por ano) não terão mais a desoneração do IRPJ e da CSLL a partir de 2025. Esse grupo das maiores empresas do país continuará, no entanto, se beneficiando da alíquota zero do PIS e Cofins.

A proposta do governo previa inicialmente uma reoneração gradual dos impostos federais para as empresas do setor, o que foi excluído pela relatora da matéria. Criado na pandemia e originalmente temporário, o Perse garante alíquota zero dos tributos federais (IRPJ, CSLL e PIS/Cofins) a empresas do setor.

A votação do projeto em plenário nesta terça ocorreu após acordo firmado em reunião mais cedo nesta terça com o ministro Haddad e o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e lideranças. Os detalhes do acordo foram fechados com o secretário-executivo, Dario Durigan.

De acordo com a matéria aprovada, serão beneficiadas 30 atividades da lista de CNAES (Classificação Nacional das Atividades Econômicas). Pela lei aprovada no Congresso no ano passado, eram beneficiados 44 CNAES. A Fazenda, no entanto, tentou restringir o Perse, reduzindo para 12, em proposta apresentada em março. A relatora, Renata Abreu (Podemos-SP), por sua vez, retomou o número inicial em seu primeiro relatório, divulgado no sábado (20).

“O Perse não é um benefício, é um ressarcimento de um setor que foi impedido de funcionar na pandemia”, disse a relatora durante a sessão.

Após a reunião de líderes, ficou acordado que seriam 29 CNAES. Em plenário, no entanto, Renata anunciou que foi acrescentado na matéria o setor de apart-hotéis.

Após a reunião, mais cedo, Haddad havia indicado que garantido o teto, a quantidade de CNAES era “menos importante”. “Agora, quanto mais foco o projeto tiver, melhor, porque você vai beneficiar quem realmente precisa. Não faz muito sentido abrir demais o espectro de beneficiários”, afirmou.

Na Câmara nesta quarta, o Novo, a minoria e a oposição orientaram contra a medida. O deputado Gilson Marques (Novo-SC) afirmou em plenário que votaria contrário ao texto apresentado porque defendia o projeto original.

“Nosso voto será não, porque nós preferimos a lei original do Perse com todos os benefícios, com tudo o que foi combinado e assegurado até 2026, sem nenhuma retirada, sem nenhuma exceção, sem nova habilitação em órgão público, mantendo-se a segurança jurídica daquilo que foi combinado para, pelo menos, auxiliar minimamente o que sofreu o setor de eventos na época da pandemia”, disse Marques.

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Economia

Bolsa fecha em queda pressionada por minério; dólar cai após dados dos EUA

Investidores aguardam novos números de inflação e atividade americanos

23/04/2024 19h00

Arquivo/Agência Brasil

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Apesar de ter ensaiado recuperação durante a tarde, a Bolsa brasileira registrou leve queda nesta terça-feira (23), pressionada pelo declínio do minério de ferro no exterior, que derrubou as ações da Vale, a empresa de maior peso do Ibovespa.

As perdas foram limitadas, por outro lado, pelo desempenho do petróleo, que começou o dia em queda, mas avançou ao longo do dia. O barril do Brent engatou forte alta no início da tarde e deu fôlego às ações da Petrobras, outra grande empresa do índice.

Nesse cenário, o Ibovespa recuou 0,33%, fechando aos 125.148 pontos. Na mínima do dia, o índice bateu os 124.310 pontos.

Já o dólar fez o caminho contrário: começou o dia subindo, mas passou a registrar queda ante o real no fim da manhã, seguindo o movimento no exterior. Dados sobre atividade empresarial mais fracos que o esperado nos EUA mostraram queda na demanda e desencadearam uma queda global da divisa.

Nesta terça, a S&P Global informou que seu Índice de Gerentes de Compras (PMI) Composto de produção dos EUA, que acompanha os setores de manufatura e de serviços, caiu de 52,1 em março para 50,9 neste mês.

"Os dados acabaram vindo piores do que o esperado e trouxeram ânimo para o mercado americano, alívio nos treasuries [títulos do Tesouro americano]. Esses dados de PMI mais fracos mostrando talvez um recuo parcial da atividade econômica nos Estados Unidos, então o mercado americano está reagindo bem forte no dia de hoje", Pedro Moreira, sócio da One Investimentos.

O desempenho do real também é favorecido pela subida do petróleo, que auxilia moedas de países exportadores, como é o caso do Brasil.

Com isso, o dólar registrou baixa de 0,77% ante a moeda brasileira, cotado a R$ 5,129, enquanto o índice DXY, que mede a força do dólar ante outras divisas fortes, recuava 0,38% no fim da tarde.

Nesta semana, investidores aguardam novos números sobre inflação e atividade econômica americanos para alinhar apostas sobre o futuro da política de juros do país.
"O mercado global já havia precificado a economia norte-americana aquecida, esticando muito a piora do cenário, comprando dólar. Como esticou muito, para [a cotação] continuar subindo têm que surgir surpresas de forma recorrente", comentou Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.

"Mas hoje os PMIs vieram mais fracos que o esperado", acrescentou Borsoi, ao justificar a continuidade do movimento de correção de baixa do dólar em relação ao real. "Como os preços de mercado esticaram demais, vemos um alívio."

Na quinta-feira (25), também serão divulgados os dados do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA referentes ao primeiro trimestre.

No Brasil, analistas consultados pelo Banco Central passaram a ver menos afrouxamento monetário este ano e no próximo, mostrou a pesquisa semanal Focus, com as estimativas para a Selic ao final de 2024 e 2025 subindo a 9,50% e 9,0%, respectivamente.

Os economistas mantiveram perspectiva de novo corte de 0,5 ponto percentual nos juros na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), mas probabilidades implícitas em contratos futuros de juros mostram mais de 90% de chance de haver redução menos intensa, de apenas 0,25 ponto.

"A edição mais recente do Focus confirma o que vinha circulando há dias entre os investidores: uma Selic de um dígito no fim deste ano está muito menos garantida do que há cerca de duas semanas", disse a Levante Investimentos em relatório a clientes, citando, para além de incertezas externas, a percepção de risco fiscal doméstico elevado.

"Nas últimas semanas, a interlocução entre Executivo e Legislativo piorou bastante, o que aumenta o risco tanto de aprovação de pautas-bomba pelo Congresso quanto reduz a probabilidade de o governo emplacar medidas que elevem a arrecadação", completou a Levante.

Um ritmo mais lento de afrouxamento monetário no Brasil, em teoria, seria positivo para o real, uma vez que isso preservaria melhor a rentabilidade do mercado de renda fixa, atraindo investidores estrangeiros.

Por outro lado, esse impulso poderia não ter efetividade caso fosse motivado por deterioração do risco fiscal, já que esse também é um fator levado em consideração por agentes financeiros na hora de escolher destinos de investimento.

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