Economia

sem repasse

MSGás imita postos e barra queda de preços anunciada pela Petrobras

Mesmo após redução de 14% no valor do gás natural, consumidores residenciais e comerciais de Mato Grosso do Sul seguem pagando o mesmo; o GNV também permanece custando R$ 4,74 nas últimas semanas

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A exemplo do que ocorreu recentemente com os postos de combustíveis em Mato Grosso do Sul, que demoraram mais de duas semanas para repassar aos consumidores a redução nos preços da gasolina anunciada pela Petrobras, a Companhia de Gás do Estado de Mato Grosso do Sul (MSGás) ainda não reduziu as tarifas cobradas dos consumidores residenciais e comerciais.

A estatal anunciou corte de 14% no valor do gás natural a partir do dia 1º, o que deveria impactar os 23 mil clientes ativos da distribuidora.

A demora da MSGás em aplicar a redução nos preços já motivou reação por parte do governo federal. A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, notificou todas as distribuidoras de gás canalizado, incluindo a empresa sul-mato-grossense, cobrando esclarecimentos sobre a possível prática de preços abusivos. 

A Senacon quer saber os motivos que levaram as concessionárias a manterem os valores cobrados, mesmo após a queda expressiva no custo da molécula anunciada pela Petrobras.

Enquanto isso, os consumidores continuam pagando o mesmo valor nas contas de gás canalizado, tanto para o consumo residencial quanto para o comercial. O gás natural veicular (GNV) também não sofreu alteração nos preços. 

Segundo um levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço permanece custando R$ 4,74 por metro cúbico nas últimas semanas. 

O segmento industrial foi o único que registrou recuo nas tarifas, conforme dados disponibilizados no site da MSGás.

Justificativa

Em nota enviada ao Correio do Estado, a MSGás informou que acompanha os procedimentos adotados pelas demais companhias do País e está em consonância com a nota oficial divulgada pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), que representa as concessionárias estaduais.

A entidade afirmou que a redução de 14% no preço da molécula de gás natural, anunciada pela Petrobras no dia 28 de julho, “não se traduz diretamente na mesma proporção na tarifa final ao consumidor”. 

De acordo com a Abegás, essa tarifa é composta por diversos itens além da molécula de gás, incluindo a tarifa de transporte por gasodutos, a margem das distribuidoras e os tributos incidentes.

“É fundamental ter a compreensão que, dependendo dos contratos de suprimento mantidos com as concessionárias de gás canalizado de cada estado, a molécula de gás natural representa mais que 50% da tarifa de gás natural”, diz o comunicado da Abegás, destacando que cada estado tem autonomia para regular o serviço de distribuição.

A Abegás também ressaltou que algumas distribuidoras mantêm contratos com outros fornecedores além da Petrobras, o que pode impactar na proporção da redução repassada. “As eventuais alterações no preço da molécula são refletidas na tarifa apenas na parcela de volume correspondente ao contrato com a Petrobras”, informou a associação.

Sobre o GNV, a Abegás fez questão de esclarecer que o preço final nos postos de combustíveis não é de responsabilidade das distribuidoras. 

“As distribuidoras de gás canalizado não interferem no preço final do gás natural veicular cobrado ao consumidor. O preço final do metro cúbico de GNV é de total responsabilidade das empresas que administram os postos de combustíveis”, alegou a entidade.

Ainda assim, em Mato Grosso do Sul, o preço do GNV também não apresentou queda. 

Senacon

Diante desse cenário, a Senacon notificou as distribuidoras de gás canalizado em todo o Brasil, exigindo informações detalhadas sobre os critérios utilizados para a manutenção dos preços. A secretaria informou que vai apurar se há prática de preços abusivos, o que pode configurar infração aos direitos do consumidor.

“O cidadão comum assiste no noticiário que haverá redução dos preços, mas fica perplexo ao saber que essa redução não chegará para ele”, declarou o secretário nacional do Consumidor, Wadih Damous, em nota divulgada no site do governo federal.

A Senacon, vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, quer saber, por meio da notificação, quais critérios levaram as empresas a não repassarem essa redução ao consumidor final.

“Sabemos que há outros fatores que influenciam o preço final, como transporte e impostos, mas é preciso transparência: uma redução de 14% que chega com tão pouco impacto ao consumidor final exige explicações. Transparência é um direito do consumidor e o nosso papel é garantir que esse direito seja respeitado”, reforçou Damous.

A Abegás informou que vai se reunir com a Senacon para prestar esclarecimentos sobre o processo de formação de tarifas e os mecanismos de repasse de preços.

Redução

A decisão da Petrobras de reduzir o preço do gás natural comercializado com as distribuidoras, anunciada como forma de aliviar a pressão sobre as tarifas e estimular o consumo em meio ao período de estagnação econômica, até o momento não teve efeito prático para a maioria dos consumidores em Mato Grosso do Sul.

A redução, de acordo com a estatal, tem como base a aplicação de fórmulas contratuais ligadas ao preço do petróleo tipo Brent e à taxa de câmbio.

Segundo a empresa, os contratos com as distribuidoras preveem revisões trimestrais dos preços, o que permitiria o repasse da queda para as concessionárias a partir deste mês.

Estratégia

O caso traz à tona uma situação semelhante à denunciada pelo Correio do Estado no setor de combustíveis, quando os postos de gasolina de MS seguraram, por pelo menos duas semanas, a redução de preços, mesmo após a Petrobras anunciar corte nas refinarias. 

À época, o consumidor sul-mato-grossense continuou pagando valores inflacionados, mesmo com a queda do custo da gasolina, enquanto os empresários justificavam a demora no repasse com base em estoques antigos e margens operacionais.

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Economia

Multas do Procon podem ser pagas com desconto até 23 de dezembro

Os 45% de desconto estão previstos no programa Refis 2025, e cumpre as normativas publicadas na Lei nº 6.495/25

15/12/2025 16h30

O valor de cada parcela não pode ser inferior a R$ 529,20

O valor de cada parcela não pode ser inferior a R$ 529,20 Divulgação/Procon/MS

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O programa de recuperação de débitos, Refis 2025, permite o pagamento de multas administrativas aplicadas pelo Procon de Mato Grosso do Sul com até 45% de desconto. A medida está prevista em lei e o prazo para adesão vai até 23 de dezembro.

De acordo com o secretário-executivo do Procon/MS, Angelo Motti, a medida integra o Refis 2025, do Governo do Estado, e cumpre as normativas publicadas na Lei nº 6.495/25.

“Trata-se de uma oportunidade para a regularização de débitos, mediante a aplicação de desconto de até 45% nos pagamentos à vista, assim como parcelamento em até 60 vezes, com percentuais progressivos entre 20% e 30%”, pontua Motti.

Em caso de parcelamento, conforme a lei, o valor de cada parcela não pode ser inferior a 10 Uferms, o que representa, em dezembro, R$ 529,20.

Como funciona

Interessados em aderir ao programa devem preencher um “requerimento de adesão” e protocolar o documento junto ao Procon Mato Grosso do Sul até o dia 23 de dezembro, a fim de garantir tempo hábil para o processamento da documentação.

A entrega do requerimento pode ser realizada de forma presencial na sede da instituição, localizada na Rua Padre João Crippa, nº 3115, em Campo Grande. Uma outra forma é enviar a documentação ao e-mail [email protected], com cópias para [email protected] e [email protected].

Ficam de fora do processo apenas os débitos não tributários inscritos em dívida ativa, ajuizados ou não, cuja adesão deve ser encaminhada diretamente à Procuradoria-Geral do Estado (PGE).

Mais informações sobre o Refis do Procon Mato Grosso do Sul podem ser obtidas pelos telefones (67) 3316-9845 e 3316-9855.

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Meio Ambiente

MS tem nova empresa responsável por gerir patrimônio ambiental do Estado

A MS Mineral passa agora a ser chamada de MS Ativos Ambientais, uma sociedade regida pelo Estado, responsável por gerir o patrimônio ambiental de MS

15/12/2025 16h15

MS Ativos Ambientais passa a ser responsável pelos ativos de MS

MS Ativos Ambientais passa a ser responsável pelos ativos de MS Divulgação/Bruno Rezende - Governo do Estado

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A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul aprovou na última quinta-feira (11) a transformação da Empresa de Gestão de Recursos Minerais (MS-Mineral) em uma sociedade de economia mista controlada pelo Estado, passando a ser chamada de Companhia Gestora de Ativos Ambientais de Mato Grosso do Sul Sociedade Anônima (MS Ativos Ambientais). 

O projeto já estava em movimento desde o dia 25 de novembro na Assembleia e, agora que foi aprovado, vai para sanção do governador do Estado, Eduardo Riedel. 

De acordo com o político, a MS Ativos será a estrutura responsável por converter o patrimônio natural do Estado em oportunidades econômicas e ambientais para toda a sociedade sul-mato-grossense”, seguindo um modelo empresarial sólido e alinhado “às melhores práticas nacionais e internacionais”.

Além disso, a Companhia terá condições de desenvolver e comercializar ativos ambientais, além de estruturar parcerias com o setor privado e captar investimentos nacionais e internacionais voltados à conservação, restauração e uso sustentável dos recursos naturais. 

Ao mesmo tempo, deve permitir uma ampliação da capacidade de inovação do Estado, bem como o monitoramento e gestão territorial, fortalecendo políticas para redução das emissões de gases de efeito estufa e de adaptação climática que já vêm sendo implantadas. 

O que muda?

O diferencial da MS Ativos Ambientais sobre a MS Mineral é a abrangência da atuação. A antiga empresa estava focada em jazidas minerais e no aproveitamento econômico de minérios. 

Já a atual, além de gerir as jazidas minerais, tem competência de monitorar os recursos hídricos superficiais e subterrâneos em qualidade e quantidade, gerir e fiscalizar os bens ambientais, incluindo crédito de carbono e de biodiversidade. 

Entre os objetivos da MS Ativos Ambientais, destacam-se a promoção, estímulo, coordenação e execução de atividades de pesquisa, desenvolvimento, inovação, prospecção, além da preservação e aproveitamento econômico de ativos ambientais e dos recursos minerais do Estado. 

“Será através dela que o Estado vai poder receber recursos oriundos dos esforços de preservação que tem, valorizar e ser pago por ativos ambientais como o crédito de carbono, podendo desenvolver cada vez mais projetos para o fortalecimento da política ambiental do Estado”, explicou o secretário adjunto da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). 

Do ponto de vista da pasta, a constituição da nova empresa coloca o Estado em um novo patamar do ponto de vista dos ativos ambientais, bem como da sua valoração. 

“Temos a meta de ser Estado Carbono Neutro até 2030, mas tínhamos ainda uma deficiência organizacional que era não ter uma empresa de ativos ambientais onde é possível fazer o registro e comercialização dos créditos de carbono que serão gerados pelo crédito jurisdicional. Trouxemos elementos da MS Mineral, mas agora transformando em ativos ambientais”, explicou o secretário da Semadesc Jaime Verruck. 


 

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