Economia

REGISTRADOS

Número de veículos convertidos a GNV no Estado dobra em 2022

De janeiro a julho de 2020, foram homologados 56 carros, 80 no ano passado e 134 neste ano

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Foram homologados 134 veículos com gás natural veicular (GNV) em Mato Grosso do Sul de janeiro a julho deste ano, de acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MS). 

Na comparação com o mesmo período de 2020, a alta é de 139,28%. Naquele período, foram homologadas 56 conversões. Em 2021, foram 80 registros.  

A frota atual homologada no órgão estadual é de 1.673 veículos totais. Segundo a Companhia de Gás de Mato Grosso do Sul (MSGás), são atendidos cerca de 2.100 veículos em MS. Apesar da alta na homologação, profissionais da área comentam que há muito mais veículos convertidos em MS.

Com o preço médio para conversão na casa dos R$ 5,3 mil, além de encargos e taxas que custam R$ 1,5 mil, muitos proprietários se assustam com o investimento e alguns acabam até mesmo deixando de lado a regularização do sistema.

Conforme Dalila Duarte, sócia proprietária da GNV Tech, custa R$ 1,5 mil para deixar tudo em dia no órgão estadual. “Primeiro, você tem de pagar R$ 200 para fazer o serviço. Depois de instalado, é necessário pagar R$ 430 para uma vistoria do Inmetro. Para alterar a documentação do veículo, são mais R$ 680 no Detran, que depois ainda faz uma última vistoria, de R$ 200”, disse Dalila.

Atendente comercial da Sertec Gás, Mário Márcio diz que a conversão pode ser prejudicada se feita em um estabelecimento sem a qualificação necessária.  

“O custo para homologar um GNV e fazer a conversão em empresas não homologadas pode ser muito alto. Nesses lugares, o condutor pode não ter a noção de que o cilindro tem um prazo de validade. Nós costumamos dizer que essas oficinas fazem conversão de fundo de quintal”.  

Ele ainda afirma que, por estarem utilizando serviço não regulado, a regulamentação no Detran também fica prejudicada. “O condutor é obrigado a fazer requalificação do cilindro a cada cinco anos. E para isso ele precisa de um lugar apto para a requalificação”.  

Esse trabalho, de acordo com o atendente, é praticamente o restauro do equipamento. “Muitas vezes, você vê o cilindro bonitinho, pintado e firme, mas não tem ideia de que está fora de uso. O condutor que tem o cilindro dentro do veículo precisa de vistoria para que o licenciamento seja liberado. Sem ela, o veículo não transita em segurança”, finaliza.  

De acordo com o Instituto de Pesos e Medidas (Ipem), é fundamental que não sejam utilizadas peças de outros automóveis nas instalações. Os componentes de origem desconhecida podem apresentar problemas sérios, como vazamentos e falta de adequação ao tipo do veículo.  

Conforme o Ipem, a única exceção permitida é a do cilindro de GNV, que pode ser novo ou requalificado, desde que tenha o respectivo certificado de requalificação.  

MERCADO

De janeiro de 2021 a junho de 2022, Mato Grosso do Sul comercializou 208,7 mil metros cúbicos de GNV. Em junho de 2022, a MSGás comercializou 12,8 mil m³ de GNV, 47,12% a mais que os 8,7 mil m³ de janeiro de 2021. Na comparação com o mesmo período do último ano, a alta é menor, 20,75%, mas ainda assim expressiva.  

A empresa distribuiu 25,24% a mais GNV em 2022 em relação a 2021 na comparação semestral. Foram 76,4 mil metros cúbicos negociados, contra 61 mil, respectivamente.  

De acordo com Alfredo Barros, proprietário do Posto Mil, um dos oito estabelecimentos que comercializam o combustível em Mato Grosso do Sul, a queda do GNV foi motivada pela redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).  

“O preço baixou por causa do ICMS nos últimos meses, o mesmo aconteceu com a gasolina e o álcool, mas a cada quatro meses ele aumenta. O Estado repassa o que é firmado em contrato pela Petrobras. Também fazem comparações em nível nacional, de consumo e volume, isso é tudo o que sabemos”, revela.  

Barros comenta que a tendência, que era de alta, pela comparação entre o preço do combustível líquido e GNV, agora deve se inverter.  

“Até abril e maio, estava estabilizado por tendência de alta do consumo e a gasolina ter disparado de preço. A tendência dos últimos 30 dias foi de redução da demanda, porque o carro com GNV também abastece gasolina, e com a queda do preço o condutor escolhe o mais vantajoso”.  

Segundo a pesquisa semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do GNV teve leve queda nos últimos três meses.  

Em maio, o preço do gás natural veicular era vendido, em média, a R$ 5,31 o metro cúbico em Mato Grosso do Sul. O preço médio caiu R$ 0,11 em junho e mais R$ 0,30 em julho. No último mês, o valor médio praticado foi de R$ 4,90, retração de 7,72% no período.  

O mesmo não pode ser dito se a comparação for feita com os valores de outubro de 2021. Naquela época, anterior à invasão da Rússia à Ucrânia, o GNV era comercializado a R$ 4,35 em MS, alta de 22,06% até maio.  

COMPARATIVO

Para o diretor de Estratégia e Mercado da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), Marcelo Mendonça, os aumentos recorrentes nos preços dos outros combustíveis fizeram com que o consumidor buscasse alternativas para equilibrar o orçamento e, dessa forma, o GNV se tornou uma opção.

“Ele rende muito mais e é muito mais econômico que os combustíveis líquidos. Um metro cúbico de GNV pode render mais de 13,2 quilômetros, enquanto com gasolina o rendimento é de apenas 10,7 quilômetros, e com etanol, apenas 7,5 quilômetros”, disse o diretor.

Conforme publicado no Correio do Estado na edição desta sexta-feira (5), tanto a gasolina quanto o etanol apresentaram queda nos preços após a redução dos impostos federais e estaduais sobre os combustíveis.  

Apesar da redução, para quem utiliza bastante o veículo ainda compensa a conversão, de acordo com a empresária Dalila Duarte.

“Quando a gasolina estava R$ 6,20, para quem roda acima de 50 km por dia era vantajoso. Hoje, para pessoa ver vantagem, tem que rodar 100 km por dia, para que ela tenha em economia os R$ 450 da parcela do da instalação na hora de abastecer. Porque em dez meses ela teria o retorno do valor investido sem tirar dinheiro extra do bolso”.  

Ainda segundo Dalila, a conta agora ficou mais pesada por causa dos valores atuais do litro da gasolina, que caiu para R$ 5,09 em Campo Grande, por exemplo, e do etanol, que já é encontrado a R$ 3,89.

“Mesmo com o metro cúbico a R$ 4,95 e a gasolina a R$ 5, ainda vale a pena por causa da autonomia de 30%. Um carro que roda 10 km/l, no GNV faz pelo menos 13/m³. Quem converte vê a vantagem na autonomia, mesmo com os preços dos combustíveis tão próximos”, finaliza. (Colaborou Súzan Benites)

INVESTIMENTO MILIONÁRIO

Atvos dá mais um passo para implantação de usina de biometano em MS

Empresa do setor sucroalcooleiro entrou com pedido de licença para ampliação e instalação da unidade produtora de biometano a partir de resíduos de cana-de-açúcar, que terá investimento de R$ 350 milhões

19/09/2024 17h29

Indústria de Nova Alvorada será ampliada para produção de biometano

Indústria de Nova Alvorada será ampliada para produção de biometano Reprodução/Divulgação

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A Atvos, usina sucroalcooleira com três unidades em Mato Grosso do Sul, entrou com pedido de uma licença de ampliação e instalação do projeto de uma unidade produtora de biometano da Usina Santa Luzia, situada em Nova Alvorada do Sul.

Será o segundo projeto de implantação de biometano do setor sucroenergético a partir dos resíduos de cana-de-açúcar e vinhaça, com investimento previsto de R$ 350 milhões, segundo o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck.

Ainda segundo o secretário, a capacidade instalada de produção seria de 28 milhões de metros cúbicos de biometano.

A diretoria da Atvos se reuniu nessa quarta-feira (18) com Verruck, com o assessor de investimentos e secretário-executivo de Qualificação Profissional, Esaú Aguiar, e o diretor-presidente do Imasul, André Borges, para tratar sobre a licença.

Inicialmente, o biometano é utilizado para a conversão das frotas da usina Santa Luzia e da usina Eldorado.

"É um projeto robusto, e será o maior projeto deste tipo já instalado no Estado, que irá permitir inclusive a colocação de produtos de venda de biometano para o mercado. Então, é um volume significativo para em termos de produção do biometano e que pode ser colocado à venda", explicou o secretário.

Verruck informou que o Estado já manifestou interesse em adquirir biometano através da MSGás, que lançou um edital de aquisição de biometano.

"Eu tenho destacado que o biometano, na verdade, pode ser distribuído na mesma estrutura de gás natural e também ser usado para substituição de veículos a diesel", afirmou.

O secretário ressaltou também que há planos de substituir os caminhões que hoje operam com diesel e podem passar a operar com biometano.

Como forma de estimular a produção de energia limpa, o governador Eduardo Riedel (PSDB) anunciou, em abril deste ano, a redução do ICMS do biometano, de 17% para 1,8%.

Usinas

Atualmente, a Atvos têm  três empreendimentos em Mato Grosso do Sul, sendo:

  • usina Eldorado, localizada no distrito de Ipezal, em Angélica;
  • usina Santa Luzia, no município de Nova Alvorada do Sul;
  • Unidade Agroindustrial de Costa Rica.

Juntas, as usinas são responsáveis por esmagar aproximadamente 11 milhões de toneladas de cana-de-açucar por safra.

Em Nova Alvorada do Sul a planta da Atvos opera com capacidade para moer 5,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, dos quais são produzidos 498 milhões de litros de etanol, suficiente para movimentar 9 milhões de carros compactos, aponta a companhia. 

Ainda, a Atvos ressalta que essa capacidade cogera o equivalente a  376 GWh de energia elétrica limpa, sendo que a companhia ainda possui os seguintes polos: 

Com a implantação da nova unidade no município, em uma área de 150 mil metros quadrados, a fábrica usará os resíduos que sobram na cadeia produtiva da cana (vinhaça e torta de filtro).

Empreendedorismo

Governo lança cartão de crédito e débito para MEIs

Iniciativa atinge mais de 14 milhões de microempreendedores

19/09/2024 10h30

Novo cartão MEI reúne crédito, capacitação e incentivos para formalização de novos negócios

Novo cartão MEI reúne crédito, capacitação e incentivos para formalização de novos negócios Foto: Gerson Oliveira

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O governo federal lançou, na última segunda-feira (16), o Cartão MEI, uma novidade que promete oferecer uma série de benefícios para os Microempreendedores Individuais (MEIs). 

O Cartão MEI foi inicialmente disponibilizado pelo Banco do Brasil, mas o governo pretende ampliar a oferta do serviço com a adesão de outras instituições financeiras em breve. O objetivo é garantir que os mais de 14 milhões de microempreendedores do país tenham acesso a essa solução, que reúne crédito, capacitação e incentivos para formalização de novos negócios.

Com a iniciativa, o governo federal busca promover o crescimento sustentável dos pequenos empreendimentos, uma ação que se alinha às políticas de recuperação econômica, especialmente no cenário pós-pandemia.

Vantagens do Cartão MEI

Sem cobrança de anuidade, o novo cartão combina funcionalidades de crédito e débito. Além disso, o cartão conta com um design exclusivo e um QR Code que facilita o acesso ao Portal do Empreendedor, onde é possível obter informações e realizar serviços essenciais.

Entre os principais benefícios do Cartão MEI, estão:

  • Isenção de anuidade;
  • Parcelamento de compras à vista;
  • Opção de parcelar faturas;
  • Centralização do pagamento de contas e boletos.

Como se tornar MEI

Para quem deseja formalizar seu negócio como MEI, é necessário atender a alguns requisitos básicos:

  • Não possuir sócios na empresa;
  • Não ser proprietário de outra empresa;
  • Não participar como sócio ou administrador em outro empreendimento.

O processo de abertura do MEI é simples e pode ser realizado de forma online, através do Portal do Empreendedor. Confira o passo a passo para formalizar o seu negócio:

  1. Acesse o Portal de Serviços do Governo Federal (Plataforma gov.br);
  2. Se ainda não possuir, crie uma senha para acessar o sistema;
  3. Verifique se a atividade exercida é permitida para MEIs;
  4. Se a atividade for elegível, clique em "Quero ser MEI" e, em seguida, "Formaliza-se";
  5. Preencha o cadastro online.

Documentos necessários para abrir um MEI

Para abrir um MEI, é necessário ter em mãos os seguintes documentos:

  • CPF;
  • Título de eleitor;
  • CEP residencial e do local onde a atividade será exercida;
  • Número das duas últimas declarações do Imposto de Renda;
  • Número de celular ativo.

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