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Os prós e os contras da criação de um imposto sobre operações digitais

Governo Federal apenas sinalizou intenção, mas novo tributo já causa polêmica

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A criação de um imposto sobre transações digitais foi ventilada pelo Governo Federal, mas ainda não passa de uma ideia. A intenção do Ministério da Economia é investir primeiro na Contribuição sobre Bens e Serviços, primeira etapa da reforma tributária que já está nas mãos do Congresso. Porém, somente a possibilidade da taxação de vendas ou operações financeiras online já causa polêmica. 

O Correio do Estado ouviu especialistas para entender os prós e os contras da medida, que não tem data para ser implementada e já é chamada de CMPF digital.

Para a advogada Alice Adolfa Miranda Plöger Zeni, a comparação é equívoco. “Imposto é diferente de contribuição”, esclarece. 

Ela afirma que ainda não está totalmente clara a intenção da nova cobrança, mas “como pró eu poderia citar o aumento de receita para a União, já que, a princípio, o novo imposto será federal e não estadual”. 

Contudo, a lista de revezes é longa, na opinião da tributarista. O maior deles é o impacto nas empresas que viram na rede uma forma de sobreviver em meio à pandemia.

“Muitos encerraram os estabelecimentos físicos e passaram a operar vendas online. Para isso, lembro que eles continuam pagando ISS, um tributo municipal, e não têm como escapar do ICMS, porque têm que emitir nota, além do que a própria mercadoria gera o tributo quando entra no Estado, mas enquanto isso, elas se livraram do IPTU, aluguel, custos com funcionários”, pontua.

Dessa forma, os custos dos negócios aumentariam em um momento de crise, quando já está difícil equilibrar a balança das receitas e despesas. 

“Penso que o governo viu que ali tem um galinha dos ovos de ouro. É o que está se desenhando na mina opinião. O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a instituição desse imposto vai aumentar o número de empresas, mas não vejo como. É barato manter o site do que uma loja física. Se aumentar mais um tributo, esses sites vão sumir”, diz a advogada.

Alice também acredita que as grandes companhias que trabalham com vendas online serão as beneficiadas, porque os clientes terão menos opções e acabarão recorrendo a elas quando desejarem comprar algum item.

NEGATIVO

Para a advogada tributarista Luana Godoi da Costa, não há benefícios na criação desse imposto. “O que se sabe até o momento é que o Governo pretende tributar em 0.2%, com objetivo de recuperar a perda da desoneração da folha de pagamento. O ministro sinalizou que o imposto incidirá sobre pagamentos com cartões, compras online, somente transações em dinheiro não seriam tributadas”.

Contudo, os empresários que teriam que pagar esse novo imposto se colocaram contra a criação, o que é um revés a ser considerado, já que pode aumentar a evasão fiscal, favorecer o uso de dinheiro em espécie e, consequentemente, operações ilegais.

“Uma alternativa seria aproveitar a reforma para regulamentar imposto sobre grandes fortunas que desde a promulgação da nossa constituição, em 1988, nunca saiu do papel. Essa semana, na última quarta-feira, o ministro disse que na frente veríamos a base de incidência sobre uma base ampla. Agora nos resta aguardar a apresentação do projeto para avaliarmos com mais clareza”, conclui.

PREPARE O BOLSO

Estados aumentam ICMS e compras internacionais ficarão mais caras em 2025

Secretário de fazenda de MS e dos outros 26 estados e DF acordaram aumento de 17% para 20% no ICMS das compras feitas em sites como Shein, Aliexpress e Shopee, dentre outros

06/12/2024 17h44

ICMS para compras online internacionais terá aumento em 2025

ICMS para compras online internacionais terá aumento em 2025 Divulgação

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A partir de 2025, as compras feitas em sites como Shein e Shopee irão ficar mais caras. Isso porque os secretários de Fazenda de Mato Grosso do Sul e outros dos 26 estados e do Distrito Federal acordaram em aumentar a alíquota de ICMS de 17% para 20% sobre as compras importadas.

A decisão foi tomada durante a 47ª Reunião Ordinária do  Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e DF (Comsefaz), realizada nesta quinta-feira (5), em Foz do Iguaçu (PR).

De acordo com o Comsefaz, "a nova alíquota também busca alinhar o tratamento tributário aplicado às importações ao praticado para os bens comercializados no mercado interno, criando condições mais equilibradas para a produção e o comércio local".

Isto porque, ainda segundo o comitê, há uma ampla concorrência dos comércios locais com as plataformas de comércio eletrônico transfronteiriças.

"A crescente utilização de plataformas de comércio eletrônico transfronteiriço, precipuamente para a aquisição de itens como vestuário, eletrônicos, acessórios e artigos de uso pessoal, impõe a necessidade de ajustes periódicos que protejam a competitividade do comércio interno e da indústria nacional", diz manifestação do Comsefaz.

Desta forma, os estados pretendem estimular o consumo de produtos produzidos no Brasil e, assim, fortalecer o setor produtivo interno e ampliar a geração de empregos.

O Comsefaz esclareceu que a decisão levou em conta as alíquotas modais já praticadas pelos estados. Nos casos em que a alíquota modal seja inferior a 20%, a implementação dependerá de aprovação pelas respectivas Assembleias Legislativas estaduais.

O reflexo da medida só terá efeito a partir de 1° de abril de 2025 em razão dos princípios tributários da anterioridade e da noventena.

"Essa mudança reforça o compromisso dos estados com o desenvolvimento da indústria e do comércio nacional, promovendo uma tributação mais justa e contribuindo para a proteção do mercado interno frente aos desafios de um cenário globalizado", finaliza o órgão, em nota.

Leia o manifesto do Comsefaz na íntegra

Manifestação do Comsefaz sobre o Regime de Tributação Simplificada

O Comsefaz, reunido na sua 47ª Reunião Ordinária, realizada nesta quinta-feira (5), em Foz do Iguaçu/PR, deliberou sobre a tributação do ICMS incidente sobre importações realizadas pelo Regime de Tributação Simplificada (RTS).

A crescente utilização de plataformas de comércio eletrônico transfronteiriço, precipuamente para a aquisição de itens como vestuário, eletrônicos, acessórios e artigos de uso pessoal, impõe a necessidade de ajustes periódicos que protejam a competitividade do comércio interno e da indústria nacional.

Diante desse cenário, o Comsefaz acordou, por ampla maioria, em uniformizar as alíquotas estaduais aplicáveis ao Regime de Tributação Simplificado (RTS) em 20%. O objetivo central é resguardar os empregos e a renda dos brasileiros, que enfrentam os desafios de um mercado global cada vez mais integrado, alinhando o tratamento tributário dos produtos importados ao aplicado aos bens produzidos e comercializados no mercado interno.

A definição considerou as alíquotas modais aplicadas nas unidades federadas.

Os Estados que possuem a alíquota modal ou alíquota específica para o RTS inferior a 20% dependerão de aprovação de suas respectivas Assembleias Legislativas.

Acordo Comercial

Após acordo entre Mercosul e UE, Tereza Cristina espera avanços na implementação

Em anúncio nas redes sociais, a senadora de MS (PP) destacou a qualidade dos alimentos brasileiros e expressou expectativa pela implementação do acordo

06/12/2024 17h00

Ex-ministra da Agricultura e senadora, Tereza Cristina (PP)

Ex-ministra da Agricultura e senadora, Tereza Cristina (PP) Agência Senado

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A ex-ministra da Agricultura e senadora de Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina (PP), afirmou nesta sexta-feira (6), em suas redes sociais, que espera que o acordo comercial entre a União Europeia (UE)"realmente caminhe" 

"Estamos prontos no Senado Federal para examinar o anúncio de Montevidéu, que contempla as negociações de 2023", disse a senadora em publicação na rede social X, antigo Twitter 

A declaração da ministra nas redes sociais ocorre após o acordo entre a União Europeia e o Mercosul, firmado em 2019, não avançar para as fases seguintes.

O tratado comercial assinado nesta sexta-feira (6), durante a Cúpula do Mercosul em Montevidéu (URU), ainda precisa ser traduzido e, posteriormente, revisado juridicamente. Em seguida, o tratado deverá ser ratificado pelos parlamentos dos países do Mercosul e da União Europeia (UE).

Na época, Tereza Cristina participou ativamente das negociações e ficou visivelmente incomodada quando o acordo comercial não avançou. 

"Nunca é tarde para se ouvir a verdade - os europeus admitem que o Acordo Mercosul-UE é bom para a Europa e nenhum padrão na qualidade de alimentos será quebrado. É um ganha-ganha. Sabemos desde 2019, quando fechamos em Bruxelas a parte comercial do tratado, traduzido e revisado durante dois anos - e que depois ficou emperrado pelo que chamo de protecionismo verde", afirmou a senadora. 

 
Após 25 anos, Mercosul e União Europeia fecham histórico 


Após 25 anos de negociações, o Mercosul e a União Europeia concluíram um histórico acordo de livre comércio para redução de tarifas de exportação entre os países dos dois blocos. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (6) durante a 65ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, em Montevidéu, Uruguai.  

Estavam presentes os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Javier Milei (Argentina), Luis Lacalle Pou (Uruguai) e Santiago Peña (Paraguai), além da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. A medida, que envolve mercados com mais de 750 milhões de pessoas, é considerada um marco nas relações econômicas entre os blocos.

Apesar da conclusão das negociações, o acordo ainda precisa ser assinado e aprovado internamente por todos os países envolvidos. Após a revisão jurídica e a tradução dos textos, cada nação deverá submeter o pacto aos seus respectivos órgãos legislativos. No Brasil, por exemplo, o Congresso Nacional será responsável pela aprovação antes da ratificação final.  

“O acordo é um ponto de partida. Ele representa uma oportunidade para os países envolvidos”, afirmou o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou.  

*Informações com Jornal Estadão

 

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