Economia

Levantamento

Para evitar perdas de R$ 1,2 bilhão, ICMS da gasolina deveria subir para 20,7%

Estudo do Comsefaz aponta que o aumento da alíquota ocasionaria reequilíbrio fiscal em 2023

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Para que o governo de Mato Grosso do Sul e prefeituras tenham condições de oferecer os mesmos serviços públicos no próximo ano, o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a gasolina teria de subir dos atuais 17% para 20,7%, de acordo com estudo do Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz), apresentado este mês.

Esta nova alíquota ocasionaria reequilíbrio fiscal ao repor perdas estimadas de R$ 1,2 bilhão em Mato Grosso do Sul em 2023, provocadas pela redução do imposto adotada em junho deste ano.

A diminuição da alíquota ocorreu com a aprovação pelo Congresso Nacional das Leis Complementares 192/2022 e 194/2022, que promoveram reduções estruturais nos orçamentos estaduais e municipais, retirando, por exercício fiscal, mais de R$ 124 bilhões de arrecadação de ICMS.

De acordo com nota do Comitê, “são recursos fundamentais para manter o funcionamento de seus serviços públicos e, sem medidas de reequilíbrio fiscal, os entes subnacionais enfrentarão um cenário preocupante a partir de 2023”.

Este estudo foi apresentado aos governadores de todo o País, que compõe em fórum nacional, na terça-feira (13). No encontro, o governador Reinado Azambuja e Eduardo Riedel (eleito para a gestão 2023-2026) defenderam alterações nas regras para que os serviços sejam mantidos.

ACORDO

Um primeiro passo para ajustes nas alíquotas de ICMS dos combustíveis e energia elétrica foi dado na quarta-feira (14), conforme adiantado pelo Correio do Estado, com a homologação, por unanimidade, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do acordo firmado entre os estados e o governo federal por meio da Comissão de Conciliação e Mediação criada pelo ministro Gilmar Mendes, relator da ADPF 984 e da ADI 7191, em busca de uma solução para os impasses criados pelas Leis Complementares 192/2022 e 194/2022.

O acordo estabelece que haja mudanças na legislação de forma a garantir que os estados e o Distrito Federal, por meio do Confaz, são os entes competentes para definir temas referentes ao ICMS dos combustíveis indicados pelo Código Tributário Nacional, podendo definir a alíquota a ser adotada.

Também define que os estados renunciem a cobrança de diferenças não pagas pelos contribuintes em virtude das regras da Lei Complementar 194/2022 e os governos estaduais também se comprometem a reconhecer imediatamente a essencialidade do diesel, do gás natural e do GLP e que manterão a alíquota de 17%. 

Contudo, as alíquotas da gasolina e sobre a energia elétrica serão discutidas em um grupo de trabalho, com prazo de até 120 dias e com representantes de ambas as partes, para definir formas de compensar as perdas de arrecadação dos governos estaduais com as alterações feitas na cobrança do ICMS sobre combustíveis e a incidência tributária sobre Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão de Energia Elétrica (Tust) e Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (Tusd).

COMPENSAÇÃO

No caso de Mato Grosso do Sul, o Comsefaz aponta que a alíquota de 17% incidente sobre a gasolina teria de subir para 20,7%, como forma de compensar perdas previstas de R$ 1,2 bilhão. Estas perdas foram estimadas inicialmente em R$ 790 milhões pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

O Comitê afirma que “diante destas contingências, que resultaram em mudanças estruturais das receitas no arranjo orçamentário dos estados”, o Comsefaz fez o levantamento com o “dimensionamento de nova alíquota modal que neutralize as reduções de recursos infligidas pelo Legislativo federal”, de forma a recuperar o equilíbrio fiscal com o restabelecimento da arrecadação anterior a junho para manutenção dos serviços públicos.

O novo porcentual tem objetivo de “disponibilizar igual volume de recursos dos exercícios anteriores, ou seja, sem aumento de carga tributária bruta”.

O estudo aponta que em 17 estados pesquisados (AC, CE, DF, ES, GO, MS, MT, PA, PB, PE, PI, PR, RN, RR, SC, SE, TO) a arrecadação de ICMS com combustíveis, energia elétrica e comunicação caiu de R$ 17 bilhões para 10 bilhões nos primeiros meses de aplicação da alíquota de 17%.

 Em relação ao total do ICMS arrecadado pelos estados pesquisados, energia elétrica passou a corresponder a 7% da arrecadação e comunicação a 2%. Gasolina corresponde a 6% da arrecadação e etanol a 0,7%. O diesel passou a responder por 5,6% da arrecadação e os demais combustíveis a 3,4%.

Saiba: O governador eleito de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), afirmou que a alíquota do ICMS sobre os combustíveis permanecerá reduzida quando assumir seu mandato, a partir de janeiro de 2023.

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Ações

Tesla tem queda de 39% no lucro no 1º tri 25 a US$ 934 milhões com política comercial adversa

O lucro ajustado por ação foi de US$ 0,27, abaixo da expectativa do mercado, que era de US$ 0,41.

22/04/2025 23h00

Tesla tem queda de 39% no lucro no 1º tri 25

Tesla tem queda de 39% no lucro no 1º tri 25 Divulgação

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A Tesla viu seu lucro despencar no primeiro trimestre de 2025, com resultado líquido de US$ 934 milhões, uma queda de 39% na comparação anual. O lucro ajustado por ação foi de US$ 0,27, abaixo da expectativa do mercado, que era de US$ 0,41. A receita total recuou para US$ 19,3 bilhões, uma queda de 9% ante igual período de 2024, pressionada principalmente pela queda de 20% nas vendas automotivas, seu principal negócio.

"A incerteza nos mercados automotivo e de energia continua aumentando à medida que a política comercial em rápida evolução impacta negativamente a cadeia de suprimentos global e a estrutura de custos da Tesla e de nossos pares", diz a empresa em seu balanço.

O lucro diluído atribuído aos acionistas detentores de ações ordinárias, pelo padrão US GAAP, caiu 71%, a US$ 409 milhões.

Apesar do tombo no lucro, a empresa mostrou sinais positivos na operação: o fluxo de caixa livre cresceu 126%, atingindo US$ 664 milhões, impulsionado pela forte geração de caixa das operações (alta de 791% no ano). O caixa total também subiu, somando US$ 36,9 bilhões, um crescimento de 38%. Os investimentos (Capex) caíram 46%, para US$ 1,49 bilhão.

A Tesla também reportou US$ 595 milhões em receita oriunda de outras montadoras que compram créditos de carbono da empresa para compensar a venda de veículos a combustão - um aumento expressivo em relação ao ano anterior.

O núcleo do negócio automotivo da Tesla está claramente sob pressão. As entregas globais de veículos caíram 13% no trimestre, em parte devido à reação negativa de consumidores à associação de Elon Musk com o governo Trump, onde ele atua como "czar" dos cortes de gastos. A empresa enfrentou protestos nos EUA e na Europa, e algumas de suas lojas e estações de recarga foram alvo de ações de vândalos ou incendiadas.

Às 17h45 (horário de Brasília), as ações da Tesla subiam 0,47% no after hours de Nova York.

* Com informações da Dow Jones Newswires

 

Economia

BNDES esclarece: Banco não entra no esforço do governo de voltar às bases

O lançamento nesta terça-feira, 22, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, de dois editais denominados BNDES Periferias Fortes é para todo o Brasil

22/04/2025 20h00

Fernando Frazão / Agência Brasil

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A assessoria do BNDES esclarece que, na nota publicada às 13h35, a fala da diretora de Sustentabilidade, Tereza Campelo, saiu incompleta. O correto é que os projetos do BNDES não entram no esforço do governo Lula de voltar às bases, ao contrário do que havia sido publicado. Segue o texto corrigido:

O lançamento nesta terça-feira, 22, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, de dois editais denominados BNDES Periferias Fortes é para todo o Brasil. Embora reconheça que a iniciativa tem foco nas regiões Norte e Nordeste, ela não é, de acordo com a diretora Socioambiental do banco, Tereza Campello, uma forma de ajudar o governo do presidente Lula a voltar às bases. Hoje foram lançados dois editais pelos quais serão disponibilizados R$ 35 milhões, sendo R$ 17,5 milhões para o Norte e igual quantia para o Nordeste.

Além destes valores, o banco de fomento lançou um edital para a terceira chamada, no valor de R$ 100 milhões, para instituições cujos projetos apresentados foram selecionados e aprovados pelo BNDES. O banco já vem atuando para apoiar projetos sociais nas periferias, favelas e comunidades desde março de 2024.

"É voltar para as bases. Identificamos que o BNDES tinha uma atuação muito forte com recursos não reembolsáveis para a área ambiental. Então nós temos já uma tradição, se olhar o espectro de trabalho do banco, ele se volta muito para o rural e para o ambiental. Então, se olha a história do banco, todo recurso não reembolsável nosso ou é para essa área ou para uma área bem interessante como a Lei Rouanet, que é para patrimônio histórico, que também é marca do banco. Mas a maior parte da população é urbana", observou Tereza Campello.

O banco, disse a diretora do BNDES, trabalha com alguns fundos grandes, como é o Fundo Amazônia, que está na área rural e viu a necessidade de também fortalecer seu trabalho onde está a maior parte da população brasileira, que é no meio urbano e nas periferias onde o banco tem uma atuação praticamente inexistente

"Então o banco ousou tomar essa iniciativa. Todo mundo quando olha para o BNDES, olha para um banco voltado para a indústria, voltado para a inovação e a gente está inovando agora, mostrando que a gente pode chegar às periferias. Está ampliando o raio de ação, de atuação que é muito importante para o banco, porque passa a ser também conhecido e reconhecido nesse território", disse a diretora, acrescentando que o BNDES quer mostrar que tem um papel a cumprir nessa camada mais desfavorecida da sociedade, servindo de exemplo para o setor privado, que tem muita coisa a fazer e dar sua contribuição.

Nestes editais, porém, os recursos - vale lembrar que estes programas são voltados para instituições inscritas no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) - serão disponibilizados e acessados diretamente junto ao BNDES. Ou, seja, não terão repasses feitos pela rede bancária do setor privado.

"Estamos tratando de recursos não reembolsáveis do banco para essa agenda social. Criamos o BNDES Periferias e nessas chamadas públicas as instituições entram, apresentam projetos, a gente mesmo analisa o projeto, o projeto é aprovado, faz um contrato com o banco. Então não é através de outras instituições. Então, o BNDES Periferias, a gente já está com o processo de seleção da primeira chamada e da segunda, estamos abrindo agora essa terceira chamada que nós anunciamos hoje", disse Tereza Campello, emendando que as grandes novidades são o Periferias Verdes, o BNDES Periferias e que as duas primeiras chamadas foram para organizar a parte mais institucional.

"Então tem o Polos BNDES Periferias, que pode ser usado para construção, pode ser usado para reformas, para ampliação desses espaços que as entidades têm, o Empreendedores, que pode ser usado para capacitação, para qualificação de empreendedores nas periferias e agora o Periferias Verdes, que entra com toda uma agenda climática, uma agenda que pode fazer horta, pode fazer ações de prevenção do ponto de vista de mudanças climáticas, telhado verde, então acho que vai ser uma novidade super importante", disse. As instituições que queiram se inscrever podem apresentar projetos no BNDES até 30 de maio, e depois concorrer diretamente a esses recursos.

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