Economia

PARA A EDUCAÇÃO

MS receberá R$ 240 milhões de compensação por limitação do ICMS

Estado será compensado pela perda com a arrecadação devido à lei que limitou imposto em 17%

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O Congresso Nacional garantiu ontem, quinta-feira (15/12), que Mato Grosso do Sul receba compensação de cerca de R$ 240 milhões da União para o setor educacional ao derrubar veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) a Lei Complementar 194/22, que limitou em 17% o ICMS dos combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte público.

O presidente em junho vetou pontos na lei que protegeriam os recursos para os estados usarem na manutenção dos pisos constitucionais de Saúde, Educação e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

A perda de arrecadação com o tributo deve chegar a R$ 1,2 bilhão no Estado.

Com a derrubada do veto, o texto do projeto de lei aprovado pelos deputados e senadores, que previa a compensação financeira a estados e municípios em caso de perda de arrecadação, passa a valer.

De acordo com o texto, a União deveria transferir dinheiro suficiente para que os estados atingissem os percentuais mínimos exigidos para as áreas de educação e saúde. O ICMS é a principal fonte de financiamento para essas despesas.

O dispositivo vetado previa uma compensação para perdas, sendo que o repasse seria interrompido quando as alíquotas do tributo retornassem aos patamares vigentes antes da publicação da lei complementar.

No veto, Jair Bolsonaro afirmou que a medida geraria impacto fiscal para a União e ampliaria “possíveis desequilíbrios financeiros”

O texto restabelecido pelos parlamentares afirma que: “Em caso de perda de recursos ocasionada por esta Lei Complementar, a União compensará os demais entes da Federação para que os mínimos constitucionais da Saúde e da Educação e o Fundeb tenham as mesmas disponibilidades financeiras na comparação com a situação em vigor antes desta Lei Complementar”.

Com a derrubada do veto, Mato Grosso do Sul será compensado em cerca de R$ 240 milhões pela União, considerando estudo técnico do Comitê Nacional de Secretários de Fazenda (Comsefaz) divulgado este mês, que apontou perdas de R$ 1,2 bilhão para o Estado com ICMS em 17%.

Esse valor é assegurado porque 20% dos R$ 1,2 bilhão que Governo do estado e prefeituras deixarão de arrecadar teriam de ser obrigatoriamente investidos no ensino fundamental, de acordo com estudos da ONG Todos pela Educação.

A mesma constatação foi feita pelo Comsefaz, que ressaltou a importância de garantir que os gestores estaduais tenham condições de repor as perdas na arrecadação causada pela Lei Complementar 194 e restabelecer os serviços públicos oferecidos à população.

A falta de recursos pode comprometer o piso dos professores e atrasar obras no setor.

Votação


Da bancada federal sul-matogrossense votaram pela derrubada do veto os deputados federais Dagoberto Nogueira (PSDB), Rose Modesto (União), Dr. Luiz Ovando (PP), Fábio Trad (PSD), Loester Trutis (PL), Tereza Crstina (PP) e Vander Loubet (PT). O deputado Beto Pereira (PSDB) não votou.

Também foram favoráveis a derrubada do veto os senadores Nelsinho Trad (PSD), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronick (União).

Economia

Desenrola Pequenos Negócios renegocia dívidas de 120 mil empresas

Renegociações começaram em maio e atingiram R$ 7,5 bilhões

12/02/2025 22h00

Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Em sete meses de atuação, o Desenrola Pequenos Negócios renegociou R$ 7,5 bilhões de dívidas de mais de 120 mil microempreendedores individuais (MEI), micro e pequenas empresas, divulgou nesta quarta-feira (12) a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. O programa oferece descontos de 20% a 95% nos débitos bancários, permitindo que os negócios de menor porte recuperem o acesso ao crédito.

As renegociações começaram em maio e o prazo de adesão acabou em 31 de dezembro.

Segundo o Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, em 2024 os programas de crédito para pequenos negócios injetaram R$ 39 bilhões em 600 mil empresas. Parte desse desempenho, ressalta a pasta, deve-se à versão especial do Desenrola para MEI e empresas de menor porte.

Pelas regras, o refinanciamento é concedido diretamente pelo sistema financeiro, com incentivos tributários do governo para estimular os bancos a renegociar dívidas com empresas inadimplentes. Essa abordagem permite descontos significativos nas dívidas.

O Desenrola Pequenos Negócios é um dos eixos do Programa Acredita, que pretende ampliar o acesso ao crédito na economia.

Procred 360

O Acredita também inclui o Procred 360, que oferece linhas de crédito exclusivas com juros até 50% mais baixos que os de mercado aos MEI e às microempresas com faturamento anual de até R$ 360 mil. O prazo de adesão ao Procred também acabou em 31 de dezembro.

Para permitir as concessões de crédito com juros baixos, o governo destinou R$ 1,5 bilhão em garantias para os bancos. O montante veio de recursos remanescentes do Fundo Garantidor de Operações (FGO) do programa Desenrola, que renegociou dívidas de mais de 15 milhões de pessoas físicas em 2023 e 2024.

Os recursos do FGO cobrem eventuais calotes dos tomadores de crédito, o que reduz o risco para os bancos e permite a concessão com juros mais baixos. O método é semelhante ao aplicado na versão original do Desenrola.

Dos R$ 5 bilhões oferecidos em crédito, o Procred 360 emprestou R$ 1,4 bilhão para 47 mil empresas. A expectativa é que novos recursos sejam alocados para ampliar ainda mais a oferta de crédito.

Além do Procred 360, os pequenos negócios podem procurar os bancos para acessar o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que beneficia MEI e empresas que faturam até R$ 4,8 milhões por ano. No ano passado, o governo criou uma versão especial do Pronampe destinada ao Rio Grande do Sul, que financiou a recuperação econômica de 36 mil empresas afetadas pelas enchentes que atingiram o estado em maio e junho. 

As estatísticas do Pronampe em 2024 não foram divulgadas.

três lagoas

Juiz nega pedido da Paper e mantém veto a transferência da Eldorado Celulose

Paper tentava anular decisão do TRF-4, que impediu a transferência das ações, e juiz federal de Três Lagoas não concedeu recurso e manteve a suspensão

12/02/2025 19h34

Eldorado Brasil Celulose, em Três Lagoas

Eldorado Brasil Celulose, em Três Lagoas Divulgação

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O juiz da 1ª Vara Federal de Três Lagoas, Roberto Polini, no Tribunal Regional da 3ª Região (TRF3), indeferiu, nesta quinta-feira (11), pedido da Paper Excellence para anular as decisões referentes à compra da Eldorado Celulose tomadas pelo Tribunal Federal da 4ª Região (TRF-4), em Chapecó, Santa Catarina.

A Paper Excellence pedia a transferência dos 50,49% das ações da Eldorado que estão com a J&F, holding dos irmãos Joesley e Wesley Batista.

A briga judicial entre as companhias se arrasta desde 2018.

Em dezembro do ano passado, o ministro Gurgel de Faria, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), havia determinado que as decisões quanto ao caso deveriam ser concentradas em Três Lagoas para que não acontecessem despachos conflitantes sobre o mesmo tema.

A determinação havia sido comemorada pela Paper, que via na ação popular em Chapecó como um dos principais entraves para a conclusão do negócio.

O juiz do TRF-3 se recusou a mudar o entendimento adotado em Santa Catarina. Mas explicou que o assunto será tratado no futuro na decisão do colegiado do tribunal.

"A despeito da invocação das decisões noticiadas pela requerente, neste estágio processual não se vislumbra alteração do quadro fático e jurídico que justifique a modificação ou a revogação das tutelas deferidas pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, cujos fundamentos adotados poderão ser ratificados por este Juízo, acaso confirmada sua competência", disse Polini.

A ação no TRF-4 trata do que se tornou o ponto central na disputa pelo controle da Eldorado: a questão da posse de terras por empresas brasileiras de capital estrangeiro. A Paper é companhia canadense de propriedade do empresário indonésio Jackson Wijaya.

A Paper alegou que as decisões do TRF-4 estavam "eivadas de nulidade" e deveriam ser revogadas. Ela sempre criticou a ação popular iniciada pelo ex-prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, porque a Eldorado não possui terras na região e, segundo a Paper, não há intenção de tê-las.

No pedido ao TRF-3, argumentou a inexistência de "provas de que a Eldorado e a Paper Excellence pretendiam adquirir qualquer propriedade e sequer que o negócio jurídico objetivaria a aquisição de terras rurais por empresa estrangeira, ressaltando que o seu interesse seria o de desenvolver a atividade econômica de produção e comercialização de celulose."

"Conquanto o Superior Tribunal de Justiça tenha sinalizado ser este Juízo Federal o competente para o processamento e o julgamento da ação popular e desta ação civil pública, ante a conexão e o risco de decisões conflitantes, deve-se considerar que as decisões concessórias das tutelas de urgência antecipatória e cautelar já foram questionadas e mantidas pelo órgão recursal, de modo que permanecem válidas e eficazes", escreveu Polini em sua decisão.

Em nota, a Paper diz que a compra da Eldorado não pode ser vista como ameaça à soberania nacional, como alegam as ações iniciadas em Chapecó e Três Lagoas.

"A questão da venda de terras para estrangeiros é mais um argumento infundado criado pela J&F para tentar impedir a concretização do negócio firmado em contrato em 2017. A Paper, inclusive, num ato de boa-fé, já propôs às autoridades a alienação das áreas rurais de propriedade da Eldorado Celulose, que representam apenas 5% das terras utilizadas em sua operação - o equivalente a 0,67% do total do negócio de R$ 15 bilhões. Quase 95% das terras que fornecem matéria prima para a fábrica da Eldorado são de propriedade de brasileiros, que mantêm com a empresa contratos comerciais", diz a empresa.

ENTENDA O CASO

A J&F aceitou vender a Eldorado para a Paper por R$ 15 bilhões, em setembro de 2017. Meses depois, o comprador entrou na Justiça por alegar que o vendedor não colaborava para a liberação das garantias, o que concluiria o negócio. Foi o pontapé inicial na ramificação de processos, arbitragens, inquéritos criminais e outras disputas que ainda seguem após sete anos. E sem perspectiva de fim.

Desde o início da disputa já houve, além do processo inicial e de três arbitragens: pedidos de anulação, ações populares, inquéritos criminais, condenações por litigância de má-fé; ações por difamação, múltiplos pedidos de suspensão, liminares, questionamentos a respeito de terras e pareceres do Incra.

A Paper solicitou, no início deste ano, a abertura de uma nova arbitragem, desta vez em Paris. Pede indenização de cerca de R$ 18 bilhões.

Aconteceram repetidas tentativas de conciliação, algumas a pedido da Justiça. A última ocorreu em novembro do ano passado, solicitada pelo ministro Kassio Nunes Marques, do STF (Supremo Tribunal Federal) e está em aberto. Nenhuma resultou em acordo até o momento.

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