A previsão de aumento nos preços do leite já começa a se confirmar no topo da cadeia produtiva. Dênis Vilela, produtor e diretor do departamento de leite do Sindicato Rural de Campo Grande, comprova a estimativa do Nepes, de reajustes nas cotações do alimento a partir de fevereiro. “Em dezembro eu recebi R$ 0,45 pelo litro. Agora, em fevereiro, já tenho confirmado o preço de R$ 0,65 pelo laticínio”, afirmou. Segundo Vilela, a explicação pelo melhor preço pago por seu produto hoje está nas exportações brasileiras, que vivem um cenário atual mais favorável que nos últimos seis meses. O de caixinha integral foi o que apresentou maior queda no início deste mês, de 13%, cotado em média a R$ 1,78.“Dependendo da localização e da indústria é um valor. Com isso, existe produtor tendo prejuízo”, explica Vilela. Conseleite Para apresentar uma alternativa aos problemas de preços do litro de leite que envolvem indústria e produtor, há seis anos a classe produtiva briga pela implantação do Conseleite, e agora, finalmente, ele começou a entrar em funcionamento. Trata-se de um conselho que já existe em outros estados, como Santa Catarina, por exemplo, e que indica um preço médio a ser praticado na praça. “Ele não obriga a indústria a pagar aquele valor, mas o sugere, comprovando que é um preço viável às duas partes”, explica Edgar Rodrigues Pereira, presidente do Conseleite de Mato Grosso do Sul. O conselho já começou a verificar os custos de produção dos produtores e das indústrias do Estado. Dessa forma, a estimativa é de que, até o final de 2010, um preço médio e possível de ser praticado seja divulgado, podendo ser utilizado sem gerar prejuízos a nenhum elo da cadeia. (AM)