Os problemas climáticos – que provocam perdas nas safras de hortaliças e leguminosas, e fazem oscilar os preços dos produtos – e também as férias escolares inflacionaram o custo de vida dos campo-grandenses no início do ano. Depois da alta de 1,34% na inflação em janeiro, foi a vez de a cesta básica familiar subir 1,21% e ficar mais cara na Capital. No mês de dezembro de 2009, o somatório de preços dos 44 itens que compõem a cesta foi de R$ 958,93, enquanto que em janeiro o valor saltou para R$ 970,54. O aumento é justificado pelo excesso de chuvas no mês e pelo alto consumo no período de férias. De acordo com pesquisa feita pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento da Ciência e Tecnologia (Semac), 18 produtos colaboraram significativamente com a alta da cesta básica alimentar, entre eles a cenoura, que apresentou o maior índice de elevação de preços no mês, de 25,76%, e a alface, com 23,03%. “A alface, entre os hortifrútis, tem sido a principal prejudicada pelas chuvas. Como o legume estraga muito, fica escasso no mercado e os preços sobem”, explica Ana Claudia Lopes Mandu, analista de planejamento e orçamento da Semac. A importação da alface de outros estados, como de São Paulo, por exemplo, também colaborou para o acréscimo nos preços, segundo a analista. Inflacionaram a cesta no mês, ainda, a laranja (9,22%), por causa do alto consumo no calor; e o açúcar cristal (8,64%), por conta da demanda no mercado internacional, após queda nas safras brasileira e indiana. Houve também aumento de preços da batata (6,88%); couve (5,05%); margarina (2,99%); e mandioca (2,98%). Nos produtos de higiene, ocorreu variação positiva de 1,62%. Os itens que registraram altas foram: dentifrício (5,38%) e papel higiênico (4,63%). Nos de limpeza, apresentaram aumento de preços: detergente (2,30%); desinfetante (1,55%) e cera em pasta (0,92%). Conforme o economista Fábio Strang Ciasca, em geral, a elevação dos preços dos produtos da cesta básica, é justificada pelo maior consumo no período. “Essa época pós-festas de final de ano, associada com o período de férias, onde as crianças e pais ficam mais tempo em casa, acaba aumentando a demanda por alimento, reduzindo a oferta no mercado. E pela lei de oferta e demanda é assim: quanto menor oferta e maior demanda, mais caros ficam os produtos”, explica. Quedas E comprovando a lei da oferta e demanda citada pelo economista, os preços de produtos como o tomate, por exemplo, registraram queda, segundo a pesquisa. Ele ficou 15,69% mais barato em janeiro. O fato ocorreu justamente por causa do período de safra – época em que estão disponíveis em quantidades maiores nos supermercados. Ainda por causa da safra, caíram também os preços da cebola (14,06%), do mamão (12,56%), e do óleo (5,99% - associado a supersafra da soja). A arroba em baixa fez com que as carnes ficassem 5,58% mais baratas. O leite registrou queda de 1,35% pela boa produção. Apresentaram decréscimo também o macarrão (1,29%), fubá (1,22%), trigo (0,86%) e o arroz (0,81%). O pão francês, queijo e peixe manteram seus preços inalterados. Nos produtos de higiene houve queda de preços na lâmina de barbear (1,07%). Sabonete e absorvente não registraram alteração de preço. Cesta individual Já a cesta básica alimentar, composta por 15 itens para a alimentação diária de um trabalhador adulto, ficou 3,02% mais cara em janeiro deste ano. Em dezembro de 2009, ela custava R$ 199,85, enquanto que no mês passado R$ 205,89.