Economia

em 11 meses

Setor sucroenergético do Estado exportou US$ 380 milhões

Países Baixos, Canadá e Geórgia são os principais destinos das exportações da produção estadual

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O setor sucroenergético de Mato Grosso do Sul já é responsável por 5% de todas as exportações entre janeiro e novembro deste ano.

Os números divulgados pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) mostram que o açúcar e o etanol estão no top 10 das exportações. 

O açúcar gerou US$ 303,2 milhões com 747,7 mil toneladas e uma participação de 3,99%. Já o etanol gerou US$ 76,9 milhões com 78,9 mil toneladas e uma participação de 1,01%. Juntos, açúcar e etanol acumularam US$ 380,1 milhões em exportações. 

Em 2021, as exportações só de açúcar renderam US$ 345,8 milhões, um valor 12,3% superior aos números deste ano. Em compensação, o etanol sequer figurava entre os produtos exportados. 

Dados do Sistema Famasul dão conta que, até outubro, o açúcar bruto respondeu por 72,7% das exportações, totalizando US$ 227 milhões.

Em seguida aparecem o álcool etílico, com 22,3%, e o açúcar refinado, com 4,9%. Por esses dados é possível perceber que os principais importadores sucroenergéticos foram os Países

Baixos, com 17,9%, o Canadá, com 11,7%, e a Geórgia – ex-república soviética –, com 11,5%.

“Nós ocupamos a quarta posição quando se fala em valor de produção de cana-de-açúcar. Mesmo tendo um baixo custo de produção, o Estado se destaca também como o quarto maior produtor de cana-de-açúcar. A região centro-sul é a maior produtora no Brasil”, explicou a consultora técnica do Sistema Famasul Eliamar Oliveira.

Hoje, Mato Grosso do Sul é o quarto maior estado em área plantada, com 673 mil hectares, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No parque industrial, o Estado conta com 11 usinas mistas – com álcool e açúcar – e outras sete destilarias de álcool, totalizando 18 unidades em operação. 

De acordo com a analista técnica do Sistema Famasul Regiane Miranda, o setor sucroenergético de Mato Grosso do Sul emprega diretamente aproximadamente 25 mil pessoas, sendo cerca de 5 mil na produção a campo e 20 mil nas usinas ativas.

Ela afirmou que o Estado possui um sistema de produção mista cada vez mais desenvolvido, contemplando tanto açúcar quanto etanol. 

Quanto aos números, Regiane detalhou que a produção de cana-de-açúcar no Estado foi de cerca de 42 milhões de toneladas este ano, rendendo 1,3 milhão de toneladas de açúcar bruto. Já a produção de etanol foi de cerca de 2,7 bilhões de litros.

No mercado nacional, ambas as produções têm o estado de São Paulo como principal destino no Brasil.

 “Quanto ao mercado externo, o principal destino do açúcar bruto é a Geórgia, e do etanol são os Países Baixos. É possível acompanhar o mercado e as demais informações sobre a produção de cana-de-açúcar nos boletins sucroenergéticos, que são publicados trimestralmente”, reforçou a analista.

PRODUTORES

Atualmente, os 10 maiores municípios produtores de cana-de-açúcar em MS são: Nova Alvorada do Sul, Rio Brilhante, Costa Rica, Nova Andradina, Angélica, Ivinhema, Ponta Porã, Aparecida do Taboado, Paraíso das Águas e Jateí.

“O plantio de cana-de-açúcar está em expansão no Estado, com a notícia de que novas usinas estão chegando, e isso já pode ser observado no município de Paranaíba. As exportações do setor sucroenergético estão em expansão no nosso estado e, com a chegada de novas usinas, a tendência é de que haja o aumento da comercialização dos nossos produtos. A produção exportada aumentou 16 vezes, assim como o valor também aumentou em 19 vezes quando comparado com os últimos cinco anos”, detalhou Regiane.

Para o próximo ano, a analista técnica diz que as perspectivas para a próxima safra – chamada de 2023/2024 –, que será iniciada em abril, são otimistas. A estimativa é de que só na região centro-sul sejam processados cerca de 587,6 mil toneladas de cana-de-açúcar, aumentando a estimativa em 5,4% em relação à safra 2022/2023.

A atenção especial está voltada para o fenômeno La Niña, que afeta as condições climáticas. 

Outra boa perspectiva está voltada para o setor de biocombustíveis, principalmente com a atenção que o governo do Estado está dando ao RenovaBio, que é uma política para garantir a segurança energética, a previsibilidade do mercado e a mitigação de emissões dos gases no setor de combustíveis.

SETOR

O presidente do Conselho Deliberativo da Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), Amaury Pekelman, explicou que, em 2021, o total de área destinada ao cultivo de cana-de-açúcar somou 797.596 hectares, o que representa 2,2% do território do Estado.

Hoje, a média salarial na indústria da cana-de-açúcar é de R$ 3.149,73, com mais de 10 mil funcionários. Já os salários na agricultura têm média de R$ 3.032,35, com mais de três mil colaboradores, de acordo com os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O setor sucroenergético em Mato Grosso do Sul produz açúcar, etanol e bioeletricidade a partir da cana-de-açúcar. Neste ano, conta com um incremento de produção de etanol de milho. 

Quanto ao etanol produzido no Estado, cerca de 90% é destinado ao consumo de outros estados, como São Paulo e Paraná. Já a bioeletricidade é produzida por todas as 18 unidades em operação em MS para consumo próprio. 

Dessas, 12 exportam o excedente para o Sistema Interligado Nacional (SIN), responsável pela distribuição de energia em todo o território brasileiro. Para 2023, as perspectivas do setor são pelo menos se manter como quarto maior produtor de cana-de-açúcar do País e quinto maior produtor de açúcar e de etanol. 

“Com 18 usinas em operação no ciclo 2022/2023, os investimentos do setor estão concentrados na renovação dos canaviais, na melhoria da produtividade da matéria-prima, na eficiência industrial, na diversificação dos produtos e na capacitação de pessoas”, detalhou o presidente do Biosul.

“Apesar das condições climáticas serem bastante desafiadoras para a cultura da cana no Estado, as empresas do setor têm buscado alternativas para se manterem constantes em investimentos que fortaleçam suas operações e continuem gerando emprego de qualidade e contribuindo para o desenvolvimento do Estado”, completou Pekelman. 


 

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Economia

Mercado projeta inflação em 5,58% para 2025; PIB fica em 2,03%

Expectativa para taxa básica de juros foi mantida em 15%

10/02/2025 12h00

MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

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O mercado financeiro aumentou a projeção da inflação e do crescimento da economia para este ano. Segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (10) pelo Banco Central, a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 5,58%, ante os 5,51% da semana passada.

O boletim também trouxe nova redução na projeção do Produto Interno Bruto (PIB) - a soma dos bens e serviços produzidos no país, para 2025. Agora, os agentes do mercado financeiro projetam o crescimento de 2,03% para 2025, ante os 2,04% da semana anterior.

A pesquisa Focus é feita com economistas do mercado financeiro e divulgada semanalmente pelo BC. Para 2026, o Focus mostra projeção de crescimento do PIB de 1,7%. Já para 2027, a projeção é de 1,96% e, em 2028, expansão de 2% da economia.

Em relação à inflação, o boletim projeta índice de 4,3% para 2026, ante os 4,28, da semana passada. Para 2027, o mercado financeiro tem a projeção de IPCA de 3,9% e, de 3,78% em 2028.

No ano passado, o IPCA, que leva em conta a variação do custo de vida de famílias com rendimento de até 40 salários mínimos, fechou o ano passado em 4,83%, acima do teto da meta, que era de 4,5%.

Taxa de juros

Em relação à taxa básica de juros, a Selic, o Focus manteve a projeção da semana passada, de 15%, para 2025, a mesma das últimas quatro semanas. Para 2026, a projeção do mercado financeiro é que a Selic fique em 12,5%, também a mesma projetada na semana passada. Para 2027 e 2028, as projeções são de que a taxa fique em 10,5% e 10%, respectivamente.

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

No final de janeiro, o colegiado aumentou a Selic em 1 ponto percentual, com a justificativa de que a decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta.

O Copom destacou que os preços dos alimentos se elevaram de forma significativa, em função, dentre outros fatores, da estiagem observada ao longo do ano passado e da elevação de preços de carnes, também afetada pelo ciclo do boi.

Com relação aos bens industrializados, o comitê apontou que movimento recente de aumento do dólar pressiona preços e margens, sugerindo maior aumento em tais componentes nos próximos mes, o que tornou o cenário inflacionário mais adverso, demandando uma política econômica contracionista.

Ainda de acordo com o Copom, o cenário mais adverso para a convergência da inflação à meta para 2025, de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5% pode demandar aumento de 1 ponto percentual na Selic na próxima reunião do comitê nos dias 18 e 19 de março.

Câmbio

Em relação ao câmbio, a previsão de cotação do dólar ficou em R$ 6,00 para 2025. Nesta segunda-feira a cotação da moeda está em R$ 5,75. No fim de 2026, a previsão é que a moeda norte-americana também fique em R$ 6,00. Para 2027, o câmbio também deve ficar, segundo o Focus, em R$5,93 e para 2028, a projeção é de R$ 5,99.

CARONA

Postos aproveitam alta da gasolina e elevam preço do etanol

Pesquisa da ANP indica que preço médio do etanol subiu seis centavos depois da alta 10 centavos no ICMS sobre a gasolina

10/02/2025 11h15

Pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP) mostra que etanol subiu, em média, seis centavos na semana passada em Campo Grande

Pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP) mostra que etanol subiu, em média, seis centavos na semana passada em Campo Grande

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Além de elevarem o preço da gasolina acima dos dez centavos previstos, os proprietários dos postos de combustíveis aproveitaram para aumentar também o preço do etanol ao longo da primeira semana de fevereiro, conforme comprova pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP) concluída no último sábado (8). 

No dia 1º de fevereiro aumentou em dez centavos o ICMS que os governos estaduais cobram sobre a gasolina, valor que automaticamente seria repassado aos consumidores. Porém, conforme mostra o levantamento da ANP, o valor médio da gasolina aumentou em 15 centavos, passado do valor médio de R$ 5,78 para  R$ 5,93 nos 23 postos pesquisados pela Agência em Campo Grande. 

E, apesar de o imposto não ter sofrido nenhuma alteração no caso do etanol, o valor nas bombas também teve alta.  Na pesquisa encerrada no dia 1º, o custo médio era de R$ 3,88. Uma semana depois, estava em R$ 3,94, embora ainda houvesse posto oferecendo o produto por R$ 3,72. 

Os proprietários dos pontos de revenda podem até alegar que já havia uma tendência de alta, uma vez que na penúltima semana de janeiro o valor médio já havia subido quatro centavos, passando de R$ 3,84 para R$ 3,88. Porém, o ritmo do aumento foi bem maior depois da alta da gasolina, subindo   seis centavos, em média. 

Mesmo assim, Campo Grande tem ainda o menor preço do etanol entre as capitais brasileiras, sendo a única onde é possível abastecer por menos de quatro reais. Em segundo lugar aparece Cuiabá, onde o valor médio está em R$ 4,17. Em seis capitais o preço está acima dos cinco reais, tendo Macapá como campeã, com R$ 5,47. 

Mas apesar do aumento dez centavos nas últimas duas semanas, ainda compenha abastecer com o combustível renovável, principalmente por que a gasolina subiu 15 centavos. O litro do etanol equivale a 66% do preço da gasolina. E, conforme especialistas, quando este percentual está abaixo de 70%, é vantagem rodar com etanol. 

No caso da gasolina (R$ 5,93) a situação é parecida e o valor médio praticado em Campo Grande é o menor entre as capitais. Somente em duas outras cidades (Teresina e Macapá) o custo médio do combustível segue abaixo dos seis reais. Donos de postos de Rio Branco, no Acre, praticam o maior valor entre todas as capitais, R$ 7,54.

RANKING ESTADUAL

Se forem levados em consideração os preços médios pesquisados em todos os Estados, incluindo as cidades do interior,  Mato Grosso do Sul também aparece com o menor preço do etanol, com R$ 4,07. Neste caso, o custo médio também subiu seis centavos na primeira semana de fevereiro, depois da alta do ICMS sobre a gasolina (10 centavos) e o diesel (06 centavos)

Quando o assunto é gasolina, Mato Grosso do Sul cai para o terceiro lugar quando são computados também os preços do interior do Estado. O valor médio é de R$ 6,13. No Amapá e no Piauí é possível obter o produto a custos melhores, R% 5,99 e R$ 6,04, respectivamente. 

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