Economia

ESTIMATIVA

Turismo de MS cresce acima do esperado e projeta arrecadação recorde em 2023

Representantes e empresários da área estimam momento ainda mais promissor no segundo semestre deste ano

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Acompanhando a movimentação e o faturamento elevado do setor turístico no País, Mato Grosso do Sul também registra bom desempenho neste ano. Com estimativa de movimentação ainda maior no segundo semestre, a expectativa é de superar a arrecadação do ano passado.

Conforme a Alumia, plataforma de inteligência turística de Mato Grosso do Sul, em 2022, o setor gerou R$ 62,602 milhões aos cofres estaduais. O montante é 12% maior que os R$ 55,846 milhões angariados no período pré-pandemia (2019). 

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que o turismo brasileiro apresentou faturamento recorde para o mês de maio neste ano, com receitas para o período de R$ 36,1 bilhões. Apesar de não haver recorte regional de quanto o segmento movimentou em MS, os principais representantes do setor confirmam que Mato Grosso do Sul segue a tendência nacional.

Em 2022, o turismo no Estado movimentou cerca de R$ 21,6 bilhões, conforme dados do Observatório do Turismo de MS.

Um dos indicadores que apresentaram alta foi a taxa de ocupação: nos primeiros seis meses do ano, houve aumento de 3% na lotação para os destinos Bonito, Campo Grande e Dourados.

Diretor-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur), Bruno Wendling reforça o desempenho positivo do segmento. “Desde o ano passado, nós estamos tendo recorde de visitação, especialmente na região de Bonito, Serra da Bodoquena e também em Corumbá, com a pesca esportiva”, detalha.

O titular da Fundtur afirma que Campo Grande não fica atrás e acumula movimento considerável no primeiro semestre deste ano, com destaque para o mês de maio.

“Os dados apontam para um maio melhor do que o mesmo mês de 2022, que, inclusive, foi um excelente ano para as três principais regiões”, frisa o diretor-presidente da Fundtur.

Wendling ainda destaca que a expectativa é de um fechamento de ano acima do esperado, com aumento de fluxo em relação a 2022, tendo como base números da pré-pandemia. 

“A expectativa é de que a gente viva nos próximos anos o crescimento da oferta, da demanda e da diversificação dos destinos que oferecem atividades para os turistas dentro do Estado”, conclui.

PERSPECTIVAS

A perspectiva otimista do setor hoteleiro também reforça a afirmação do representante do governo estadual. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Mato Grosso do Sul (Abih-MS), Marcelo Mesquita, confirma que o reflexo da atividade turística para o ramo hoteleiro foi positivo no Estado no primeiro semestre deste ano. 

“Apresentou melhores números em relação ao mesmo intervalo do ano anterior, motivado também pelo bom desempenho do agronegócio no Estado, seguido pelos investimentos em infraestrutura”, indica o representante do setor.

Mesquita ainda acrescenta que outro ponto positivo é a retomada dos shows e eventos técnicos e científicos, que ocorrem principalmente em Campo Grande, gerando como resultado aquecimento do setor.

Para a economista do Instituto de Pesquisa Fecomércio-MS (IPF-MS) Regiane Dedé de Oliveira, o primeiro semestre deste ano foi muito positivo para o turismo local, mantendo movimentação similar à nacional.

“Nós temos a pesquisa da CNC divulgando o quanto houve de aumento nesses primeiros seis meses do ano. No Estado, o que se apresenta não é diferente”.

Utilizando como parâmetro o número de desembarques nos primeiros quatro meses deste ano (últimos dados disponíveis no Estado), ela frisa que é possível verificar que ocorreu um aumento médio de 20% na Capital, em relação ao ano passado.

“Isso reflete na demanda de todo o setor, na cadeia produtiva do turismo. Seja um passeio, contemplação ou turismo de negócio, isso tem um impacto muito positivo. Aí nós temos as cidades como Bonito, Corumbá e a própria Capital tendo uma demanda maior também pelos serviços de hotelaria, espaços de evento, sendo isso muito importante para a economia de MS”. 

Regiane ainda ressalta que a atividade turística injeta dinheiro novo no Estado, “uma vez que recebe pessoas de fora, que contribuem para a movimentação econômica local”.

NACIONAL

Pesquisa da CNC aponta que o turismo brasileiro apresentou faturamento recorde para maio neste ano, segundo dados compilados desde 2014. O registro volumoso de receitas para o período foi de R$ 36,1 bilhões, uma elevação de 8,6% no comparativo com o mês de maio de 2022. Ao comparar com abril deste ano, a diferença positiva é de 4%. Não obstante, a CNC projeta um crescimento de 9,3% neste ano, em relação a 2022.

O levantamento identificou aumento no fluxo de aeronaves nos principais aeroportos do Brasil. De acordo com a CNC, isso é um indicativo da melhora no turismo. 

Outro ponto que pode ser atribuído ao avanço é o volume de turistas estrangeiros no Brasil. Segundo o Ministério do Turismo, até maio deste ano, o País tinha recebido 2,97 milhões de turistas de outras nacionalidades, volume 108% maior do que o registrado de janeiro a maio do ano passado.

Destacando os principais fatores para a retomada do segmento turístico no País, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, afirma que a atração de novos negócios que geram empregabilidade está contribuindo para o aumento no faturamento. 

“Viajar para o exterior está muito caro, e a oferta de produtos turísticos brasileiros está em alta, fortalecendo o turismo interno. Além disso, o câmbio favorável e a infraestrutura voltada ao turismo internacional tornam o Brasil uma opção atrativa para viajantes estrangeiros”, finaliza. 

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Empreendedorismo

Governo lança cartão de crédito e débito para MEIs

Iniciativa atinge mais de 14 milhões de microempreendedores

19/09/2024 10h30

Novo cartão MEI reúne crédito, capacitação e incentivos para formalização de novos negócios

Novo cartão MEI reúne crédito, capacitação e incentivos para formalização de novos negócios Foto: Gerson Oliveira

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O governo federal lançou, na última segunda-feira (16), o Cartão MEI, uma novidade que promete oferecer uma série de benefícios para os Microempreendedores Individuais (MEIs). 

O Cartão MEI foi inicialmente disponibilizado pelo Banco do Brasil, mas o governo pretende ampliar a oferta do serviço com a adesão de outras instituições financeiras em breve. O objetivo é garantir que os mais de 14 milhões de microempreendedores do país tenham acesso a essa solução, que reúne crédito, capacitação e incentivos para formalização de novos negócios.

Com a iniciativa, o governo federal busca promover o crescimento sustentável dos pequenos empreendimentos, uma ação que se alinha às políticas de recuperação econômica, especialmente no cenário pós-pandemia.

Vantagens do Cartão MEI

Sem cobrança de anuidade, o novo cartão combina funcionalidades de crédito e débito. Além disso, o cartão conta com um design exclusivo e um QR Code que facilita o acesso ao Portal do Empreendedor, onde é possível obter informações e realizar serviços essenciais.

Entre os principais benefícios do Cartão MEI, estão:

  • Isenção de anuidade;
  • Parcelamento de compras à vista;
  • Opção de parcelar faturas;
  • Centralização do pagamento de contas e boletos.

Como se tornar MEI

Para quem deseja formalizar seu negócio como MEI, é necessário atender a alguns requisitos básicos:

  • Não possuir sócios na empresa;
  • Não ser proprietário de outra empresa;
  • Não participar como sócio ou administrador em outro empreendimento.

O processo de abertura do MEI é simples e pode ser realizado de forma online, através do Portal do Empreendedor. Confira o passo a passo para formalizar o seu negócio:

  1. Acesse o Portal de Serviços do Governo Federal (Plataforma gov.br);
  2. Se ainda não possuir, crie uma senha para acessar o sistema;
  3. Verifique se a atividade exercida é permitida para MEIs;
  4. Se a atividade for elegível, clique em "Quero ser MEI" e, em seguida, "Formaliza-se";
  5. Preencha o cadastro online.

Documentos necessários para abrir um MEI

Para abrir um MEI, é necessário ter em mãos os seguintes documentos:

  • CPF;
  • Título de eleitor;
  • CEP residencial e do local onde a atividade será exercida;
  • Número das duas últimas declarações do Imposto de Renda;
  • Número de celular ativo.

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AGROPECUÁRIA

Produtores rurais de MS contabilizam prejuízos de R$ 1,2 bilhão com queimadas

De acordo com pesquisadora da Embrapa, os próximos ciclos produtivos também podem ficar comprometidos

19/09/2024 08h30

Foto: Bruno Rezende/ SEGOV

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O avanço das queimadas em território sul-mato-grossense já registra como consequência um impacto bilionário ao setor produtivo. Estimativa da Federação da Agricultura e Pecuária Mato Grosso do Sul (Sistema Famasul) indica que os incêndios em áreas destinadas à agropecuária já gerou prejuízo de R$1,2 bilhão entre janeiro e o início deste mês.

De acordo com a federação, a conjectura tem como base o mapeamento de focos de calor, revelando os valores médios de receita bruta de produção por hectare. 

“A estimativa de impacto econômico dos incêndios nas áreas destinadas à agropecuária do Estado está em torno de R$ 1,2 bilhão, considerando a estimativa em relação ao mapeamento de focos de calor entre junho e início de setembro, sem considerar ainda os prejuízos em infraestrutura”, destaca o Departamento Técnico do Sistema Famasul.

Afetado fortemente pelas inconstâncias climáticas registradas nos últimos anos, que contribuíram principalmente para uma seca severa que resultou em um aumento dos focos de incêndio, o Estado vem enfrentando desafios para manter suas principais atividades, como a pecuária de corte, o processamento de cana-de-açúcar para produção de açúcar e etanol e o processamento de eucalipto para produção de celulose.

FOCOS

De janeiro até agora foram quase 185 mil focos de queimadas registradas em todo o País, sendo 11 mil deles distribuídos em diversas regiões de MS, em especial na região do Pantanal.

Dimensionar perdas causadas pela crise ainda em andamento é um desafio, segundo analistas, uma vez que seus efeitos ainda não são totalmente conhecidos. De acordo com o economista-chefe da consultoria MB Associados, em entrevista à Folha de São Paulo, ressalta que o mundo precisa de ações mais concretas para evitar cenários catastróficos nos próximos anos. 

“A questão climática estar afetando a agricultura é a maior preocupação [econômica]. Vai demandar projetos de irrigação e seguro. E seguro rural é uma coisa relativamente mal desenvolvida no Brasil”, afirma. 

O economista do Sindicato o Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG), Staney Melo Barbosa, acrescenta que MS vem enfrentando muitos problemas no interior, com destaque para a região pantaneira.

“Tivemos relatos de incêndios ao lado de estradas importantes, gerando perigo real para os automóveis que transitam nessas regiões. Em decorrência dos incêndios, o Estado está sendo ameaçado pela contaminação do ar e da água da chuva, tudo isso deve mexer com a economia. É um desastre, os prejuízos econômicos são incalculáveis e estão impactando tanto a fauna e a flora quanto a produção agrícola e industrial no Estado”, comenta.

No cálculo anual, entre os dez estados brasileiros com maior número de focos de queimadas registrado pelo Banco de Dados de Queimadas (BDQueimadas), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Mato Grosso lidera o ranking, com 28.796 focos. Em seguida aparece o Pará (22.076), o Amazonas (16.305), Mato Grosso do Sul (10.286), o Tocantins (9.162), o Maranhão (8.300), Rondônia (7.161), Minas Gerais (6.191), São Paulo (5.700) e Roraima (4.672).

IMPACTO

Os danos já causados ao solo tornam mais graves os efeitos das queimadas sobre a produção futura da agropecuária no Estado. Segundo a pesquisadora Michely Tomazi, da Embrapa Agropecuária Oeste, o acúmulo de palhada na superfície do solo é muito importante, não só durante o ciclo, mas durante um longo prazo que o solo acumula material que mantém atividade biológica.

“Quando ocorrem queimadas, isso tudo é perdido na parte mais superficial do solo, afetando diretamente a biota do solo, que é muito importante na ciclagem de nutrientes e outros processos”, detalha e completa.

“As queimadas afetam diretamente a qualidade do solo e impactam o ciclo produtivo futuro. A recuperação disso vai depender de como é feito esse próximo manejo, depois da queimada”, destaca a pesquisadora.

Para a pecuária, a Michely diz que as áreas de pastagem terão uma rebrota, porém, com uma grande perda do material que estava protegendo a camada superficial do solo. 

“Para quem vai realizar plantio logo após a queima, é importante colocar alguma cultura de ciclo rápido, para fazer uma palhada e proteger o solo, reduzindo a perda de água por evaporação, aquecimento excessivo do solo, evitar erosão e maiores perdas”, alerta Michely.

62,8%

Nos primeiros três dias deste mês, o País contabilizou 12.252 focos de queimada, aumento de 62,8% em relação ao mesmo período de agosto.

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