Economia

DOURADOS

Venda da Usina São Fernando
poderá ser retomada neste ano

Indústria falida está operando para cobrir despesas

DANIELLA ARRUDA

04/03/2019 - 06h00
Continue lendo...

Após duas tentativas infrutíferas, o processo de venda da Usina São Fernando, em falência desde junho de 2017, poderá ser retomado a partir deste ano. De acordo com informações da Vinícius Coutinho Consultoria e Perícia (VCP), que administra a massa falida da unidade sucroalcooleira desde junho de 2017, a Justiça concluiu o julgamento de embargos que barravam a operação, a ser realizada por meio de contratação de uma empresa especializada. Com a autorização judicial, a consultoria poderá dar continuidade ao procedimento de venda.

Uma vez fechado o contrato, a empresa responsável pela venda da São Fernando fará levantamento da situação do patrimônio e também a atualização do valor de avaliação. Pelo último trabalho, realizado pela própria consultoria à época em que a Justiça decretou falência da Usina São Fernando, o montante estava em R$ 716.192.500,00. Ainda não há prazo estimado para a conclusão do processo de venda, já que a decisão judicial é muito recente, segundo a VCP.

“Atualmente, a Usina São Fernando está funcionando para manter as despesas, para o pagamento dos funcionários, que está em dia, e para evitar que o maquinário, equipamentos e demais bens sejam degradados”, informou a administradora judicial. 

CREDORES

Ainda conforme a VCP, a venda dos bens e o pagamento dos credores da Usina São Fernando ainda não foi realizado porque a empresa não tem valor arrecadado e está com processo de venda suspenso. Dois editais chegaram a ser realizados entre 2017 e 2018 para proposta de compra do empreendimento, mas não houve resultados positivos. 

No ano passado, a administradora judicial sugeriu a contratação de uma empresa especializada para cuidar do processo de venda da unidade e o pedido chegou a ser deferido pelo juiz, mas embargos apresentados à Justiça suspenderam o trâmite do processo, até o julgamento dos recursos, que ocorreu no início deste ano. 

DECLÍNIO

Considerada a maior geradora de empregos de Dourados até entrar em recuperação judicial em abril de 2013, a Usina São Fernando chegou a empregar, em seu auge, cerca de 3.800 funcionários, situação muito distante da realidade atual. Até o primeiro semestre do ano passado, a indústria operava com apenas 30% de sua capacidade, empregando 900 trabalhadores, de acordo com informações repassadas à época pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Açúcar, Etanol e Bioenergia de Dourados e Ponta Porã. 

O empreendimento pertencia à família do empresário José Carlos Bumlai, envolvido em escândalos de corrupção apontados pela Operação Lava Jato, e teve a falência decretada pelo juiz da 5ª Vara Cível de Dourados, Jonas Hass, em junho de 2017. A São Fernando passou a ser controlada por um administrador judicial até ser definido um destino para a indústria.

O maior credor da usina é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financiou o projeto. No primeiro leilão, em setembro de 2017, o valor mínimo fixado para a venda da usina era de R$ 716 milhões, mas não apareceram interessados.  

Já no segundo certame, não foi estabelecido valor. Na ocasião, foi apresentada apenas uma proposta feita pela empresa Pedra Angular Açúcar e Álcool Participações e Administração no valor de R$ 825 milhões. Na época, o juiz Jonas Hass julgou a Pedra Angular “incapaz de assumir tamanho compromisso” e afirmou que o capital social da empresa “é ínfimo ante o tamanho das dívidas, do capital da massa falida e do fluxo de caixa diário da massa falida”.

Reação do Agro

"Absurdo", diz governador de MS sobre veto do Carrefour à carne do Mercosul

Eduardo Riedel condena decisão da multinacional francesa e defende a imagem do agronegócio sul-mato-grossense no cenário internacional

21/11/2024 17h23

Eduardo Riedel criticou decisão do Carrefour

Eduardo Riedel criticou decisão do Carrefour Bruno Rezende/Divulgação

Continue Lendo...

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, condenou a decisão da matriz do Carrefour, na França, de banir a importação de carnes de países do Mercosul. “Esse é o tipo de coisa que a gente quer combater, esses absurdos comerciais que transportam a relação para algo negativo”, disse o governador.

O comentário foi feito durante o lançamento de uma parceria com a Nuffield, uma organização internacional voltada ao fomento de estudos em outros países. O convênio será firmado por meio da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect).

A Nuffield tem como foco a agricultura sustentável e promoverá o programa em parceria com a Fundect, a Federação de Agricultura de Mato Grosso do Sul (Famasul) e a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). O objetivo é fortalecer práticas de agricultura sustentável no Estado. Segundo a organização, a agricultura é a base de um futuro sustentável, e iniciativas como essa ajudam indivíduos a adquirir confiança, conhecimento e a construir redes que aprimoram suas habilidades de liderança. O programa permitirá aos participantes conhecerem as práticas mais inovadoras e modernas em empresas e propriedades rurais de referência global.

“Eu acredito que o Nuffield não é só uma oportunidade de ver e aprender lá fora, mas também de colocar um pouco de Mato Grosso do Sul no mapa do mundo”, afirmou o governador. Ele destacou que, recentemente, recebeu uma comitiva internacional de observadores, que puderam verificar como os agricultores do Estado trabalham. “Eles levaram de volta a percepção muito positiva da nossa atividade, que muitas vezes é diferente da ideia pré-concebida que se tem lá fora”, completou Riedel.

Foi nesse contexto que o governador criticou a decisão do Carrefour de proibir a compra de carne do Mercosul. “Esse tipo de coisa que a gente quer combater. Esses absurdos comerciais que trazem algo negativo para essa relação”, reforçou.

Entenda o caso

Na quarta-feira, dia 20, o CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, anunciou que a empresa deixará de comercializar carnes provenientes de países do Mercosul, como Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

Em uma carta destinada a Arnaud Rousseau, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores (FNSEA), e compartilhada em suas redes sociais, Bompard explicou que a decisão foi motivada pela insatisfação dos agricultores franceses. Eles protestam contra a proposta de acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.

 

Assine o Correio do Estado

OLHO NOS PREÇOS

Black Friday em MS deve movimentar R$ 406 mi na economia

Segundo pesquisa, os produtos com maiores intenções de compra pelos sul-mato-grossenses são móveis, eletrodomésticos e eletrônicos, seguido por roupa, notebook e computadores

21/11/2024 16h15

Promoções da Black Friday atraem consumidores e economia do estado deve movimentar

Promoções da Black Friday atraem consumidores e economia do estado deve movimentar Foto: Arquivo / Correio do Estado

Continue Lendo...

Cada vez mais popularizado entre a população brasileira, a Black Friday começa  oficialmente a partir da próxima semana e grandes marcas prometem descontos descritos por elas mesmas como imperdíveis. Com isso, o Sebrae/MS e o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio MS, realizaram uma pesquisa que afirma que o “feriado comercial” deve movimentar mais de R$ 400 milhões na economia do estado.

Segundo resultados do levantamento feito, móveis, eletrodomésticos e eletrônicos são os produtos que mais atraem os olhares dos sul-mato-grossenses durante esse período de liquidação, com 47,32% dos entrevistados com intenção de compra. Em seguida, aparece as vestimentas (roupas, calçados e acessórios), com 29,19%, e, fechando o “Top-3”, notebooks e computadores, com 9,06%.

Ainda, a pesquisa revelou que 82,38% dos entrevistados preferem realizar as compras de forma presencial, ou seja, em loja física. Ao todo, 1.981 pessoas foram entrevistadas nos municípios de Campo Grande, Dourados, Ponta Porã, Coxim, Bonito, Corumbá, Ladário e Três Lagoas, entre 4 e 11 de novembro.

Campo Grande

Segundo estimou a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Campo Grande, a Black Friday deve injetar cerca de R$ 90 milhões no comércio local

O cenário positivo aponta um crescimento de 80% em 2024, enquanto em comparação ao mesmo período no ano passado, de acordo com dados Prefeitura de Campo Grande, a cuja estimativa de gasto era de R$ 50 milhões.

Muito embora o consumidor e o comércio estejam confiantes com a injeção financeira, para o presidente da CDL Campo Grande, Adelaido Vila, a data seria melhor aproveitada pelos pequenos negócios se fosse em outro período.

“O ideal aqui no Brasil seria que a Black Friday acontecesse em janeiro e não em novembro. Em novembro, o lojista fica com apenas 30 dias para repor o estoque, mas, mesmo assim, os grandes players, aproveitando essa promoção que acontece lá nos Estados Unidos, começaram a fazer esse movimento e levaram várias outras pequenas empresas a participarem”, explicou.

Contratação

O comércio da capital deve contratar até 15 mil trabalhadores temporários para suprir aumento de demanda na venda de produtos que ocorrem no final de ano.

De acordo com Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande (SECCG), este aumento da contratação de trabalhadores temporários ocorre entre os meses de novembro e dezembro de 2024.

“Chegamos a esse número com base em uma pesquisa realizada pelo próprio sindicato, em contato direto com as grandes e médias empresas da cidade”, afirma Carlos Santos, presidente do SECCG. Ele destaca que a pesquisa reflete as necessidades do mercado local e fornece uma visão clara das expectativas para o período de vendas.

Atualmente, o comércio de Campo Grande emprega aproximadamente 35 mil trabalhadores. Com a adição dos temporários, esse número deverá aumentar para cerca de 50 mil profissionais no setor.

Black Friday ou "Black Fraude"?

Com a promessa de preços mais baixos, muitos consumidores esperam pela data para adquirir um produto que já desejam. No entanto, não é incomum encontrar falsas promoções, a chamada "black fraude", quando as lojas simulam que houve desconto ou aumentam o valor do item dias antes.

Para evitar cair nessas falsas promoções, uma das saídas é fazer o monitoramento dos preços com antecêndia, para saber se a loja não fez apenas a "maquiagem" do preço, com aumento do valor para posteriormente baixar, ou no caso, voltar ao preço original na black friday e anunciar como se fosse desconto.

Esse monitoramento pode ser feito na forma de pesquisa, olhando os preços antecipadamente nas lojas físicas ou online, para ter uma ideia do valor atual, ou com ajuda de sites e aplicativos que fazem essa análise.

Para conferir sites especializadas em monitorar preços dos produtos, clique aqui

Dicas extras

As ferramentas podem ajudar a monitorar os preços, mas há algumas dicas extras que podem te ajudar a garantir compras vantajosas na Black Friday, como:

Crie uma Lista de Desejos: Isso ajudará a manter o foco e a evitar compras por impulso.

Inscreva-se em newsletters e alertas de promoções: Muitas lojas enviam newsletters com informações sobre promoções e ofertas exclusivas para assinantes. Inscrever-se nessas listas pode garantir acesso antecipado a ofertas ou até descontos adicionais.

Siga as redes sociais das lojas: As redes sociais são um ótimo canal para ficar por dentro das novidades e promoções relâmpago. Muitas empresas utilizam essas plataformas para divulgar ofertas especiais, então vale a pena acompanhar as contas das lojas que você mais gosta.

Prepare-se para a "muvuca": No dia da Black Friday, as lojas podem ficar lotadas, e as ofertas podem acabar rapidamente. Esteja preparado para agir rápido, mas sempre tenha em mente os preços monitorados anteriormente para não cair em armadilhas de preços inflacionados.

*Colaborou Glaucea Vaccari, Laura Brasil e Judson Marinho

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).