Um clássico com cara de decisão. Assim pode ser encarado o duelo entre Vasco e Botafogo, que se enfrentam neste domingo, às 19h (de Brasília), no Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ), em confronto válido pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro. As duas equipes sabem que um tropeço pode custar o término de seus sonhos na competição, ainda mais que no fim de semana foram derrotadas. Os vascaínos perderam de 2 a 0 para o Santos, fora de casa, enquanto que o Glorioso, como anfitrião, caiu por 1 a 0 diante do Figueirense.
Atualmente o Vasco soma 58 pontos e, ganhando, pode se isolar na liderança. Para isso basta que o Corinthians, que tem a mesma pontuação, tropece, em casa, no Atlético-PR. Já o Botafogo, com 55 pontos, precisa somar mais três para seguir no páreo pelo título e se aproximar ainda mais da vaga na próxima Copa Libertadores, que não disputa desde 1996.
O duelo apresenta um Vasco bem mais motivado, já que no meio de semana o time conseguiu golear o Universitario, do Peru, por 5 a 2, conseguindo uma histórica classificação para as semifinais da Copa Sul-Americana. Já o Alvinegro entrou em crise após a derrota para o Figueirense, com o trabalho do técnico Caio Junior sendo muito questionado. Porém, o Glorioso tem a seu favor o fato de, no primeiro turno, ter goleado esse mesmo Vasco por 4 a 0.
A busca pela vitória realmente deve ser a marca das duas equipes neste dulo, pois os dois treinadores admitem que a conquista do título é a prioridade.
- O Vasco só tem esse objetivo por lutar no Campeonato Brasileiro, já que conquistou a vaga na Copa Libertadores com o título da Copa do Brasil. Portanto, estamos dispostos a levar o nosso sonho até a última rodada. Cada partida é uma decisão e contra o Botafogo não é diferente. Estamos superando o desgaste de uma maratona de jogos justamente porque acreditamos que é possível que o clube ganhe este Brasileirão - disse Cristóvão Borges, técnico do Vasco.
Caio Junior também projeta o título, sem parecer muito animado apenas com a possibilidade de conquistar a vaga na Copa Libertadores.
- Não excluo o Botafogo da disputa pelo título. Apesar do tropeço contra o Figueirense, sei do potencial deste grupo e temos confrontos diretos pela frente muito importantes, a começar por esse clássico contra o Vasco. Não queremos nos contentar com Libertadores, que para nós é um objetivo secundário - explicou Caio Junior.
Os vascaínos, assim como o técnico botafoguense, olham no fato de ser um confronto direto a principal motivação para a luta por três pontos.
- Se ganharmos esse jogo vamos abrir seis pontos do Botafogo e deixar esse adversário, que é forte e muito perigoso, mais distante da briga pelo título. Portanto, a partida passa a ser uma verdadeira final, até porque, em caso de derrota, eles nos passam e será mais um que teremos que torcer contra depois - disse o meia Juninho Pernambucano.
Sobre a maneira como as duas equipes devem se comportar, os botafoguenses esperam um confronto aberto, com as duas formações em busca da vitória.
- Vasco e Botafogo sempre jogaram de maneira ofensiva neste Campeonato Brasileiro e não vão mudar nesta reta final. Tenho convicação de que lutarão pela vitória neste domingo, sem temer os riscos da derrota. São equipes que têm uma boa estrutura e esquema definido, por isso podem ser ousadas. Quem for ao estádio deverá acompanhar um belo jogo de futebol - disse o volante Renato.
Em termos de escalação, o Botafogo vai contar com o meia Elkeson, que era dúvida por conta de uma tendinite no joelho direito, mas que foi liberado pelo departamento médico para atuar. Disposto a tornar o time mais ofensivo, o treinador vai barrar o volante Leo e dar sua vaga ao atacante argentino Herrera, que vai formar dupla de frente com Loco Abreu.
No Vasco, o meia Felipe, recuperado de lesão no músculo adutor da coxa esquerda, reaparece na lateral esquerda, assim como o volante Jumar, recuperado de edema na coxa direita. Os dois serão titulares e permitirão que Cristóvão Borges possa escalar força máxima. O treinador, porém, prefere manter a formação principal para o clássico sob segredo para não dar armas aos botafoguenses.
Vale destacar ainda sobre o clássico que a escolha do Engenhão como sede do confronto desagradou os vascaínos, que por terem o mando de campo queriam atuar em São Januário. A CBF, porém, fez prevalecer acordo feito entre os clubes cariocas antes do Brasileirão começar.