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Convocado pela primeira vez, Luan aposta em sua versatilidade para ir à Rússia

Convocado pela primeira vez, Luan aposta em sua versatilidade para ir à Rússia

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Há um ano, Luan, 24, conquistava o título mais relevante de sua carreira: o ouro na Olimpíada do Rio. Hoje, o atacante tem mais uma chance na seleção brasileira, desta vez na equipe principal.

Ele foi convocado por Tite para os jogos contra Equador, na quinta (31), e Colômbia, em 5 de setembro, pelas eliminatórias sul-americanas da Copa do Mundo de 2018.

Considerado um dos melhores jogadores em atividade no futebol brasileiro, o atacante aposta na sua principal característica, a versatilidade, para convencer o treinador de que pode ser um dos convocados para o Mundial.

"Não tenho preferência [pela posição]. Procuro fazer o que é pedido e sempre tive liberdade para me movimentar", disse o jogador à reportagem.

Na Rio-2016, ele começou como reserva, mas ganhou a titularidade porque conseguia atuar tanto como meia-atacante como atacante.

"Pela intensidade do futebol hoje, você precisa saber executar mais de uma função, independentemente da sua posição de origem. Então, para mim é tranquilo atuar avançado, por dentro ou pelo lado", afirmou.

O camisa sete do Grêmio foi convocado para brigar por uma vaga na linha de quatro do meio de campo do time, que hoje tem como titulares Paulinho, Renato Augusto, Philippe Coutinho e Neymar.

"Espero que as minhas características possam ajudar nessa briga. São grandes nomes, jogadores de nível internacional e consagrados, nem é preciso falar sobre eles. Estou chegando agora, vou buscar meu espaço e aprender com quem já tem essa experiência maior de seleção".

Neste ano, Luan fez 14 gols e deu dez assistências pelo Grêmio. Ele tem contrato com o clube até setembro do ano que vem. Já recebeu propostas de Sampdoria (ITA) Spartak Moscou (RUS).

A janela de transferência fecha no próximo dia 31, mesmo dia em que a seleção enfrenta o Equador na Arena do Grêmio. Com 29 gols, Luan é o maior artilheiro do estádio, inaugurado no fim de 2012.

"Sempre me mantive tranquilo, focado em fazer meu trabalho. Isso para mim é o mais importante. Jogar futebol é o que eu gosto de fazer. No momento certo, as coisas vão se resolver da melhor forma pra todos os lados. É o que eu penso", disse o atacante.

 

VELOCIDADE

Aos 6 anos, Helena já é piloto de kart e não tem medo de acelerar nas pistas

A pequena campo-grandense mostra que, com coragem e habilidade, o céu é o limite para as meninas no automobilismo

24/12/2024 09h45

A piloto de 6 anos treina feito gente grande, mas ainda não tem idade para competir: só a partir dos 8 anos ela passa a participar de provas

A piloto de 6 anos treina feito gente grande, mas ainda não tem idade para competir: só a partir dos 8 anos ela passa a participar de provas Fotos: Mariana Moreira

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Na vida, há quem encontre a felicidade nas linhas de um livro, em cima dos palcos ou no campo durante uma partida de futebol. A campo-grandense Helena Moreira, aos 6 anos, descobriu que a sua alegria está no ronco do motor e no vento que corta o capacete.

Entre tantas opções para brincar e sonhar, ela escolheu o kart – e com ele encontrou na velocidade uma maneira de ser criança de forma plena, desafiando curvas, tempos e até os próprios medos.

O amor de Helena pelas pistas não surgiu por acaso: ele está no DNA da família. Inspirada pela paixão da mãe, a cirurgiã-dentista Caroline Moreira, 33 anos, a pequena piloto encontrou todo o incentivo necessário para acelerar em busca de seus sonhos.

Caroline sempre acreditou na importância da prática esportiva na infância e estimulou Helena a explorar diferentes atividades.

“Tentamos balé, mas a Nena [apelido dado à filha] não achou interessante. Com a ginástica artística foi a mesma coisa. Então, por amar acompanhar a Fórmula 1, sugeri para ela o kart. Mostrei vídeos de como seria, e ela topou na hora”, conta.

O primeiro contato de Helena com o kart ocorreu em agosto de 2023, durante o curso de pilotagem infantil dos Fittipaldi Brothers, em Blumenau (SC).

“Fomos sem colocar nenhuma pressão. Se ela gostasse e se sentisse confiante para pilotar, seria ótimo. Caso contrário, já tínhamos o plano reserva: uma visita ao Beto Carrero para ela brincar”, conta a mãe.

No início do curso, Helena percebeu que era a única menina, o que trouxe à tona pela primeira vez a barreira de atividades ainda “separadas por gêneros”. Caroline relata que esse foi um momento importante para a filha. 

“Os professores foram muito acolhedores desde o início, respeitaram a forma de como ela estava se sentindo e reforçaram que o essencial era ela aproveitar a experiência. Helena estava acompanhada de sua madrinha e da minha irmã, e conversamos bastante com ela e explicamos que ela podia ser o que quisesse e fazer o que desejasse”, disse a cirurgiã-dentista.

Após o impacto inicial, Helena conseguiu fazer amizades e deixou de lado o peso de ser a única menina, tornando-se apenas mais uma criança pronta para acelerar. 

“Todos nós da família temos a consciência de que essa é uma barreira que ela terá que enfrentar constantemente no automobilismo, uma vez que ainda há pouco incentivo para que as meninas entrem nesse esporte, e isso se reflete em todas as competições”, reitera Caroline.

Responsável pelo curso de pilotagem infantil e campeão em várias categorias e provas no kartismo brasileiro e americano, Pedro Jacobsen, 41 anos, avalia que Helena sempre foi muito atenciosa em todas as aulas teóricas e que, no decorrer do curso, ela foi se desenvolvendo na prática em cima das quatro rodas.

“Ela nos chamou atenção, e notamos muito o controle de pedais e de mão. A Helena havia esquecido os óculos [durante a prática], e no fim, quando descobrimos que ela tinha um grau altíssimo de miopia e ainda tinha ido muito bem, [isso] nos despertou o alerta de que seria possível desenvolver ela muito rápido [no esporte]”, salientou o treinador.

PRIMEIRO KART

De volta à cidade de Campo Grande, o entusiasmo de Helena pelo kart se tornou ainda mais evidente, e a família decidiu investir para manter a pequena nas pistas.

“Eu achei nas redes sociais o piloto Fabinho Bianchi, e a família dele nos ajudou a achar o Michel, hoje responsável pelos treinos da Helena no kartódromo nas Moreninhas”, explicou a mãe.

Com o pé no acelerador e as mãos no volante, Helena rapidamente mostrou que coragem e habilidade não têm idade.

“Quando eu piloto, parece que estou voando, sinto muita adrenalina! É a coisa que 
eu mais gosto de fazer”, conta a pequena, com o entusiasmo de quem encontrou na velocidade o seu espaço de liberdade e felicidade.

A dedicação da família foi além da busca por treinos. 

Todos se uniram para garantir os equipamentos necessários, e o maior presente chegou em fevereiro deste ano, quando Helena completou seis anos: o primeiro kart, o qual foi comprado pela mãe.

“Ela ficou radiante quando viu o seu próprio kart. Foi o início de um sonho que estamos construindo juntas”, diz Caroline. Com o novo equipamento, Helena passou a treinar regularmente, mostrando cada vez mais vontade de dominar as curvas da pista.

PRIMEIRA MENINA

Ao Correio do Estado, o presidente da Federação de Automobilismo de Mato Grosso do Sul (Fams), Wagner Coin, relatou que o Estado ainda não teve nenhuma representante feminina em competições de kart durante as disputas nacionais.

“A Fams já teve muitas mulheres piloto, mas nas áreas de rali arrancada e algumas até em velocidade no asfalto. Especificamente no kart, tivemos algumas pilotos que correram de motor quatro tempos e dois tempos [em competições locais], e agora temos a Helena, que tem um grande futuro pela dedicação que vem demonstrando”, destacou Coin.

Ele reiterou que a Fams tem interesse em incentivar e prestigiar a participação feminina no kartismo.

“Estamos agora com uma nova direção no Kartódromo [Ayrton Senna] e que vai dar uma ênfase especial a todas que quiserem ingressar e participar do kart”, disse.

Treinador de Helena em Mato Grosso do Sul, Michel Mesquita pontuou que um dos grandes destaques da menina é o seu lado competitivo.

“Quando colocamos algum outro aluno para treinar junto, ela se transforma. Quer acelerar e não aceita ser superada na pista por nenhum deles. Ela não gosta de perder de jeito nenhum, e isso é muito bom, pois acredito que todo piloto que tem isso dentro de si tende a ir longe”, salientou.

Atualmente, Helena treina com mais dois meninos, um de 9 anos e outro de 10 anos.

DESAFIOS

O automobilismo, especialmente o kartismo, ainda é predominantemente masculino, e as meninas enfrentam diversos desafios para se destacarem nesse ambiente competitivo.

Além de lidar com a barreira do gênero, elas frequentemente se deparam com a dura realidade da falta de apoio e incentivo para ingressar nesse esporte que demanda um grande aporte financeiro.

No entanto, ações estão sendo tomadas para mudar esse cenário, como o apoio de federações e cursos especializados que visam promover a participação feminina. 

A exemplo disso, o curso de pilotagem infantil do qual a jovem Helena participou busca acolher meninas e incentivá-las a desenvolver suas habilidades no esporte, mostrando que, com bastante dedicação, elas têm espaço nas pistas e um grande futuro pela frente.

Jacobsen destacou que a entrada de meninas no esporte deve ser cada vez mais incentivada e que a Federação Internacional de Automobilismo (FIA), em conjunto com Susie Wolff – ex-piloto e ex-chefe de equipe da Venturi na Fórmula E –, desenvolveu uma categoria para formar jovens pilotos mulheres, a F1 Academy.

“Nós sabemos que a Fórmula 1 é um esporte de alto desempenho, rendimento físico e técnico do ser humano, e como diversos outros esportes é difícil as mulheres terem a chance de chegarem lá. Mas, essa é uma realidade que eu acredito que vai mudar. Aqui na escola, temos sete pilotos mulheres, o que enriquece muito as nossas aulas. Sou um dos apoiadores e faço de tudo para levar elas para as grandes competições de kartismo do mundo”, frisou.

Piloto desde os 6 anos e com mais de 23 anos de experiência na formação de jovens no kart, Jacobsen complementou que, “sem dúvidas, uma piloto como a Helena tem todas as chances de chegar à categoria máxima do automobilismo internacional”.

“Ela tendo desenvolvimento, apoio e estrutura, com certeza conseguirá trazer muitos incentivos e diferenciais para o nosso esporte”, descreveu o instrutor de kart.

Para o próximo ano, o Brasil contará com uma representante da F1 Academy, a jovem piloto de 19 anos Rafaela Ferreira. A catarinense disputará a F1 Academy 2025 pela Visa Cash App RB Formula One Team (VCARB).

A piloto se tornou a primeira mulher a vencer na F4 nacional e será a segunda brasileira a pilotar na F1 Academy. Na temporada deste ano, o País contou com Aurélia Nobels, que faz parte da academia de pilotos da Scuderia Ferrari.

Saiba

Helena compartilha os treinos nas pistas e na academia e as aventuras da vida de pequena pilota em seu perfil no Instagram @racerhelena.

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Esportes

Racismo: prisão de 4 atletas do River Plate é convertida em preventiva

Jogadoras foram detidas por injúria racial durante jogo contra Grêmio

23/12/2024 23h00

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Quatro jogadoras do River Plate detidas em flagrante por injúria racial, durante jogo contra o Grêmio na última sexta-feira (20) em São Paulo, tiveram a prisão convertida em preventiva nesta segunda (23), após audiência de custódia. De acordo com a Agência Reuters, a justiça brasileira teria decidido pela prisão preventiva para evitar que as argentinas deixassem o Brasil. As atletas Candela Díaz, Camila Duarte, Juana Cangaro e Milagros Diaz seguem presas na penitenciária da capital paulista (Carandiru).

A detenção na sexta (20) ocorreu após confusão generalizada em campo, originada por gestos racistas feitos pela jogadora Candela Díaz, do River Plate, após o Grêmio empatar em 1 a 1 com o River Plate, aos 40 minutos do primeiro tempo, no Estádio do Canindé. Vídeos publicados em redes sociais mostram o momento em que Candela Díaz aparece imitando um macaco em direção a um dos gandulas da partida. As jogadoras do Grêmio reagiram contra os gestos da atleta argentina e depois, segundo nota de repúdio do Tricolor gaúcho, também sofreram insultos racistas.

“Ao defender o gandula,  as Gurias Gremistas também foram vítimas de palavras e gestos racistas. Na confusão, a partida foi interrompida e seis jogadoras do River acabaram expulsas, dando fim ao jogo. Lamentamos profundamente o episódio e nos solidarizamos com o gandula e as atletas que foram agredidas de maneira inadmissível e intolerável. Um boletim de ocorrência foi registrado na delegacia responsável e faremos todo o possível para que o caso resulte em punição para as responsáveis”, disse o Grêmio em nota.

Agência Brasil entrou em contato com a advogada das atletas argentinas, Thaís Sankari, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

Após o incidente, o River Plate foi excluído do torneio e das próximas duas edições da Ladies Cup, torneio que encerrou a temporada do futebol feminino no país. Os organizadores do Ladie Cup classificaram os acontecimentos como "lastimáveis" e também repudiaram os insultos racistas, em nota oficial.

“A organização reforça o posicionamento antirracista e reafirma que jamais irá tolerar casos dessa natureza", diz o comunicado.

Na noite de sexta (20), o clube argentino também publicou nota oficial condenou o ocorrido. 

O River Plate manifesta o mais absoluto repúdio aos gestos discriminatórios ocorridos na partida com o Grêmio pela Brasil Ladies Cup 2024. Comunica que já está tomando as medidas disciplinares correspondentes e continuará trabalhando para erradicar esse tipo de comportamento.

Após final contra o Bahia, Grêmio é campeão da Ladies Cup

No domingo (22), Grêmio derrotou o Bahia nos pênaltis e levantou a tça da Ladies Cup,  A atacante Maria Dias abriu o marcador para as gaúchas e a meia Kaiuska deixou tudo igual. Nos pênaltis, as goleiras Vivi e Yanne brilharam, com três defesas, mas as tricolores do sul foram mais eficientes e venceram por 2 a 1, conquistando o título pela primeira vez, para orgulho da técnica Thaissan Passos.

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