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Defensor de MS começou como atacante antes de sub-20 na seleção

Campo-grandense Arthur Dias, de 17 anos, já atuou como zagueiro e lateral-esquerdo neste Sul-Americano, e é o "homem de confiança" do treinador, mesmo sendo o mais novo do elenco

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Com apenas 17 anos, o campo-grandense Arthur Dias integra o elenco da seleção brasileira no Sul-Americano Sub-20 e foi titular em todos os jogos até aqui. Porém, mesmo sendo um defensor, o jogador começou como atacante na base do Athletico (PR).

Em entrevista à CBF TV, o sul-mato-grossense contou um pouco sobre sua curta carreira até ser convocado pelo técnico Ramon Menezes para disputar a competição.

Durante os jogos em que atuou, ele fez os dois primeiros como zagueiro, sua posição original, e o restante participou como lateral-esquerdo. Porém, ele relatou que essa mudança de função não é uma novidade em sua jornada, tanto por clube, quanto pela seleção.

"Comecei como atacante, depois fui ponta e, no Sub-15 desci para a lateral-esquerda. Em 2022, fiz alguns jogos de lateral-esquerdo e sei jogar ali, me acostumei porque aos 15 anos comecei a jogar bem. Em 2023, virei zagueiro e gosto de jogar de zagueiro, mas faço a lateral-esquerda e, se precisar, faço outras funções também”, afirma Arthur.

Rodrigo Bellão, treinador que fez parte do desenvolvimento do campo-grandense na base do Athletico (PR), explicou como foi feita a mudança de atacante para zagueiro.

"Eu não podia colocar direto como zagueiro. Puxei para ponta, depois lateral e depois zagueiro. Até lateral foi indo bem, para virar zagueiro ele pediu para ir embora. Aí sentei sozinho com ele e conversei. Ele conta a história: 'não sei que o Bellão falou para mim, mas aquele dia ele mudou minha vida'", disse Bellão ao portal UmDois Esportes.

Além disso, ex-treinador de Arthur afirmou que Luiz Felipe Scolari, que comandou o time principal da equipe paranaense durante 2022, ano em que Arthur chega ao clube, gostou do futebol do menino.

“Foi o ano [da mudança de posição] que o Felipão estava e começou a gostar muito dele. Falei brincando: 'imagina treinadinho mesmo'. Ele cresceu, explodiu e foi convocado no mesmo ano", lembra Bellão.

Ainda, no decorrer de sua entrevista à TV da Confederação Brasileira de Futebol, Arthur falou sobre a sensação de ser o mais novo dentre os 23 convocados para representar a amarelinha no Sul-Americano Sub-20, além das brincadeiras que “sofre” dos demais justamente pela “pouca” idade.

“Fico muito feliz por ser o mais novo e representar o meu país, (quero) agradecer a confiança que os colegas, o treinador e a comissão têm em mim. É normal (brincarem comigo), sempre pegam no meu pé, Pedrinho e Wesley estão toda hora na minha cabeça. Na hora do rondo (jogo reduzido em que um grupo tenta manter a posse de bola enquanto outro busca roubá-la), eu sempre tenho que ser o primeiro a marcar. Quem é o mais novo, só se ferra”, reforça o campo-grandense.

No último jogo da "canarinho" na competição, Arthur ficou de fora por ter sido expulso contra o Uruguai na estreia do Brasil no hexagonal final. Mesmo assim, a seleção brasileira venceu os colombianos pelo placar de 1x0, e o defensor contou como foi assistir ao jogo e sofrer do lado de fora do campo.

"Foi muito difícil olhar meus companheiros jogando, sentindo a apreensão por não estar dentro de campo para ajudar. Mas graças a Deus, a gente conseguiu sair com a vitória, eu estava torcendo bastante. Foi um jogo muito difícil, a equipe da Colômbia é muito boa".

Nesta segunda-feira (10), a seleção volta a campo contra o Paraguai, às 16h (horário de MS), e pode selar a classificação ao Mundial da categoria, que acontece entre os dias 27 de setembro e 19 de outubro, no Chile. Com a suspensão já cumprida, há grandes chances de Arthur voltar ao time titular, atuando novamente pela lateral-esquerda.

Em caso de vitória, o Brasil chega aos 9 pontos em 3 jogos nesta fase final do torneio. “Se Deus quiser, a gente vai sair com o título e vai terminar todos os jogos com um grande desempenho."

Após a partida contra o Paraguai, a seleção ainda tem mais dois compromissos a serem cumpridos no Sul-Americano Sub-20: contra a Argentina, na quinta-feira (13), às 22h; e diante do Chile, no próximo domingo (16), ainda sem horário definido pela Conmebol.

Classificação de momento

  • 1º - Argentina (6 pontos - 2 PJ)
  • 2º - Brasil (6 pontos - 2 PJ)
  • 3º - Colômbia (3 pontos - 2 PJ)
  • 4º - Paraguai (3 pontos - 2 PJ)
  • 5º - Uruguai (0 pontos - 2 PJ)
  • 6º - Chile (0 pontos - 2 PJ)

*PJ = Partidas Jogadas
** Em negrito = aqueles que, por enquanto, estão se classificando ao Mundial Sub-20 (Chile já está classificado por ser país-sede da competição)

JOGOS DESTA RODADA

  • Paraguai x Brasil - às 16h
  • Argentina x Colômbia - às 18h30
  • Chile x Uruguai - às 21h

Sul-Americano Sub-20

Ao todo, 10 seleções participam da competição. Elas foram divididas em dois grupos com cinco seleções cada. Nesta edição, o grupo A foi formado por Chile, Paraguai, Uruguai, Peru e Venezuela. Já o grupo B foi composto por Brasil, Argentina, Bolívia, Colômbia e Equador.

Os três melhores de cada grupo (Brasil, Argentina, Uruguai, Colômbia, Chile e Paraguai) foram à próxima fase, do qual é formado um sexteto com essas seleções classificadas. Diante disso, todos se enfrentam e aquele com maior pontuação é o campeão.

O primeiro, segundo, terceiro e quarto colocados garantem vaga no Mundial Sub-20, que será disputado em setembro e outubro deste ano, no Chile. Obviamente, por ser país-sede, a seleção chilena já está garantida na competição.

Saiba

A seleção brasileira é a maior e atual campeã do Sul-Americano Sub-20. Ao todo, já foram 12 taças da competição conquistadas (1974, 1983, 1985, 1988, 1991, 1992, 1995, 2001, 2007, 2009, 2011 e 2023).

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Esportes

Leila vai à Fifa contra dirigente da Conmebol: 'Não sabem sobre racismo, como vão combatê-lo?'

A ação ocorre após Alejandro Domínguez, mandatário da Conmebol, usar a expressão "Tarzan sem Chita"

18/03/2025 23h00

Foto: Reprodução

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Leila Pereira, presidente do Palmeiras, afirmou nesta terça-feira que, juntamente com a Libra (Liga do Futebol Brasileiro) e a Liga Forte União (LFU), enviou uma carta à Fifa pedindo providências e apontando a necessidade de penas mais rigorosas em episódios de racismo no futebol.

A ação ocorre após Alejandro Domínguez, mandatário da Conmebol, usar a expressão "Tarzan sem Chita" ao comentar a possibilidade de os clubes brasileiros boicotarem a Libertadores e se filiarem à Concacaf por causa dos frequentes casos de discriminação contra os times do País em competições sul-americanas, sugestão da executiva palmeirense.

"Não é possível que, mesmo após o caso de racismo do qual os atletas do Palmeiras foram vítimas no Paraguai, o presidente da Conmebol faça uma comparação abominável como a que ele fez. Parece até uma provocação ao Palmeiras e aos demais clubes brasileiros", disse Leila, em nota enviada ao Estadão.

"A declaração do presidente Alejandro demonstra, mais uma vez, a dificuldade da Conmebol em compreender o que é racismo. Se as pessoas que comandam o futebol sul-americano nem sequer sabem o que é racismo, como serão capazes de combatê-lo?", continuou

A fala acontece uma semana depois do caso de racismo contra Luighi, do Palmeiras, em partida da Libertadores sub-20. Alejandro Domínguez falou sobre o tema em discurso na Conmebol, durante evento que definiu os grupos da Libertadores e Copa Sul-Americana. O dirigente afirmou que a entidade não é indiferente ao tema e toma todas as medidas que estão ao seu alcance para inibir casos de discriminação.

O Estadão apurou que o dirigente preferiu discursar em português em vez de espanhol ao falar sobre o tema como uma maneira de se dirigir ao público do Brasil. Por questões de agenda, ele não se encontrou com membros da comissão palmeirense para tratar especificamente do assunto, assim como não se reuniu separadamente com qualquer membro de outro clube. Leila Pereira, em forma de protesto, não compareceu ao evento. O clube foi representado pelo vice Paulo Buosi.

Após a repercussão negativa, Alejandro Domínguez se manifestou publicamente pedindo desculpas e reforçando o compromisso da entidade na luta contra a discriminação. "Em relação a minhas recentes declarações, quero expressar minhas desculpas. A expressão que utilizei é uma frase popular e jamais tive a intenção de menosprezar nem desqualificar ninguém. A Conmebol Libertadores é impensável sem a participação de clubes dos dez países membros", disse Domínguez.

"Sempre promovi o respeito e a inclusão no futebol e na sociedade, valores fundamentais para a Conmebol. Reafirmo meu compromisso de seguir trabalhando por um futebol mais justo, unido e livre de descriminação", concluiu o dirigente.

*Com informações de Estadão Conteúdo

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RACISMO

Presidente da Conmebol diz que Libertadores sem brasileiros é 'Tarzan sem Chita'

Na última semana, Leila Pereira, presidente do Palmeiras, sugeriu a saída dos clubes brasileiros da Conmebol para se juntarem à Concacaf, motivados pelos recentes casos de racismo que ficam impunes

18/03/2025 12h00

Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol

Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol Foto: Divulgação/Conmebol

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Uma fala de Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, gerou polêmica no Brasil nesta terça-feira. O dirigente afirmou que a ausência de brasileiros em na Libertadores é algo impossível, como "Tarzan sem Chita". A fala ocorreu após o sorteio dos grupos da competição continental, nesta segunda, na sede da entidade, em Luque, no Paraguai. O vídeo do momento viralizou nas redes sociais. A entidade deve se manifestar sobre o assunto ainda nesta terça.

"Em relação a minhas recentes declarações, quero expressar minhas desculpas. A expressão que utilizei é uma frase popular e jamais tive a intenção de menosprezar nem desqualificar ninguém. A Conmebol Libertadores é impensável sem a participação de clubes dos dez países membros", disse Domínguez.

"Sempre promovi o respeito e a inclusão no futebol e na sociedade, valores fundamentais para a Conmebol. Reafirmo meu compromisso de seguir trabalhando por um futebol mais justo, unido e livre de descriminação", concluiu o dirigente.

Domínguez usou a expressão ao questionado pelos repórteres na zona mista sobre a sugestão de Leila Pereira, presidente do Palmeiras, de os clubes brasileiros se filiarem à Concacaf em resposta às ações da Conmebol contra o racismo. "Isso seria como Tarzan sem Chita. Impossível", disse Domínguez, em tom descontraído.

A fala acontece uma semana depois do caso de racismo contra Luighi, do Palmeiras, em partida da Libertadores sub-20. Alejandro Domínguez falou sobre o tema durante o evento desta segunda, afirmando que a Conmebol não é indiferente ao tema e toma todas as medidas que estão ao seu alcance para inibir casos de discriminação.

O Estadão apurou que o dirigente preferiu discursar em português em vez de espanhol ao falar sobre o tema como uma maneira de se dirigir ao público do Brasil. Por questões de agenda, ele não se encontrou com membros da comissão palmeirense para tratar especificamente do assunto, assim como não se reuniu separadamente com qualquer membro de outro clube.

Tarzan é um personagem fictício, criado por Edgar Rice Burroughs, em 1912. Ganhou popularidade na década de 1930, com a série televisiva, no qual contracenava com Chita, um chimpanzé macho, mas que interpretou uma fêmea na série.

Na última semana, o Palmeiras, clube de Luighi, iniciou o movimento dos clubes brasileiros contra o racismo, logo após o episódio envolvendo o jovem na disputa da Libertadores sub-20, em partida contra o Cerro Porteño. Além disso, o time alviverde entendeu que as punições aos paraguaios foram brandas.

O Cerro Porteño foi multado em US$ 50 mil (cerca de R$ 289 mil em conversão direta) e penalizado com portões fechados, medidas que, segundo o Palmeiras fazem a entidade ser "conivente" com as agressões. Além da nota contra a decisão da Conmebol, Leila Pereira se recusou a ir ao sorteio nesta segunda-feira. Paulo Buosi, vice-presidente, representou o clube no Paraguai.

O discurso de Domínguez se referiu à luta contra o racismo e ao caso de Luighi.

"Não posso seguir sem falar de racismo. Um problema muito grande que o futebol enfrenta. Gostaria eu também de abordar uma questão que nos desafia. O racismo é um flagelo que não tem origem no futebol, na sociedade. Mas afeta o futebol A Conmebol é sensível a essa realidade. Como pode não ser? À dor do Luighi", disse o mandatário antes do sorteio.

O discurso foi realizado em português. Esta foi uma forma que o presidente da Conmebol encontrou para se dirigir aos brasileiros, em especial após os movimentos contra a Conmebol e o racismo ao longo da última semana.

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