Silenciosa e extremamente perigosa: a depressão é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) o grande "mal do século 21". As taxas de pacientes no mundo aumentam com frequência e trazem preocupação aos governantes - em países na Europa já existem políticas exclusivas para diminuir esses índices. No cenário de alerta, até o esporte, considerado uma atividade para aliviar as tensões, apresenta os seus casos.
Nos últimos dias, dois jogadores brasileiros chamaram a atenção e foram relacionados com problemas psicológicos. O zagueiro Breno, do Bayern de Munique, da Alemanha, viu um incêndio misterioso em sua casa e é considerado suspeito por ter praticado o ato. Já o lateral direito Mário Fernandes, do Grêmio, desistiu, de forma surpreendente, de uma convocação para a Seleção Brasileira em virtude de problemas particulares. Em ambos os casos, pessoas próximas aos atletas citaram dificuldades relacionadas à depressão.
"A depressão surge em atletas por diversos motivos. Em primeiro lugar, é porque se abandona a escola, a família, uma vida social saudável, questões importantes para o desenvolvimento humano. Depois, existe também o desnível da origem sócio-econômica. Em pouco tempo, há um salto absurdamente grande de realidade. Isso gera dificuldades de autoconhecimento e identidade, que pode gerar desequilíbrio emocional. Além disso, a depressão pode surgir até em períodos prolongados de lesões", comenta o psicólogo João Ricardo Cozac, presidente da Associação Paulista da Psicologia do Esporte.