No fim de novembro, a Gaviões da Fiel, maior torcida organizada do Corinthians, lançou uma campanha de doações para ajudar a equipe paulista a quitar a dívida de R$ 700 milhões referente a seu estádio. Até a tarde de ontem, domingo (12), 779.809 contribuições haviam sido feitas, e um douradense de 44 anos era um dos “intrusos” na lista de maiores doadores.

César Augusto Lopes, advogado, empresário e produtor rural, concedeu entrevista exclusiva ao Correio do Estado e falou sobre como surgiu sua paixão pelo Corinthians. 

“Desde que nasci, como diria a canção, ‘doutor, eu não me engano, meu coração é corintiano’. É de família, pai, mãe e irmãos, todos corintianos”, reforçou.

Mesmo morando em Dourados a vida toda, a mais de mil quilômetros de distância da capital paulista, ele disse que já foi a vários jogos na Neo Química Arena, a casa do Corinthians, desde sua inauguração, em 2014, e que hoje tem até cadeira cativa no estádio. 

Inclusive, entre estes jogos em que ele estava presente, está o histórico 6 a 1 contra o São Paulo, pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2015, jogo em que foi erguida a taça de campeão do clube alvinegro.

Sobre a ação, César disse que, mesmo sendo “obrigação dos dirigentes o cumprimento” da dívida, ele vê o movimento com a cara de todos os corintianos. Até a publicação desta edição, a torcida havia doado cerca de R$ 35 milhões, ou seja, aproximadamente 5% do montante pleiteado.

O tempo de duração da campanha será, inicialmente, de seis meses, encerrando-se no fim de maio. Em função disso, César acredita que a torcida conseguiria alcançar o valor pretendido, mas que precisaria de mais tempo para que isso acontecesse.

César Augusto é o único sul-mato-grossense no top 100 da lista

O advogado é o 28º maior doador da campanha em lista disponibilizada pela Gaviões da Fiel, atualizada de minuto a minuto. Porém, ele não quis revelar quanto doou para alcançar esta colocação, mas disse que foi “como prometido”.

“Na verdade, foi feito em duas parcelas iguais, conforme planejado. A princípio, não foi pensando no ranking, mas, sim, conforme quanto eu havia pensado em doar”, afirmou César. 

O douradense é o único sul-mato-grossense no ranking dos 100 maiores doadores e está na frente de nomes ilustres da história corintiana, como o ídolo do clube Emerson Sheik, que ocupa a 38ª posição, e do funkeiro MC Hariel, atual 33º colocado.

Mesmo que ele não tenha revelado quanto doou, Sheik publicou em suas redes sociais que contribuiu com R$ 10 mil. Ou seja, o douradense superou esse valor no somatório de suas duas doações e já disse que está avaliando a possibilidade de ajudar ainda mais.

Ademais, está bem próximo de outros dois conhecidos da torcida na lista: o goleiro Cássio, que hoje está no Cruzeiro (24º), e o apresentador Serginho Groisman (20º).

“Realmente, eu nem esperava por isso. Fico feliz por poder ajudar o Corinthians de alguma forma, amo muito esse clube, que acompanho desde que me entendo por gente, são 1.000 km de distância até a arena, mas o coração está sempre com o clube”, destacou.

Sobre o atual momento do clube, César disse que, caso o Corinthians afaste essa crise política que prejudica a instituição há anos, este ano pode ser vitorioso para o time, que não é campeão de um título nacional desde 2017, quando conquistou o Campeonato Brasileiro.

SOBRE A CAMPANHA

A campanha para quitação da dívida da Neo Química Arena foi assinada no dia 18 de outubro, entre a Caixa Econômica Federal, o Sport Club Corinthians Paulista, os gestores da arena e a Fiel Torcida. No site oficial, a Gaviões da Fiel responde algumas questões sobre a vaquinha.

“A Fiel Torcida sempre esteve presente em momentos importantes na história do Corinthians, dentro e fora de campo. Nós acreditamos que, ao contribuirmos com a quitação da dívida com a Caixa, o clube ganha mais saúde financeira para gerir o estádio e resolver os demais desafios de gestão que enfrenta atualmente”, afirmou a torcida organizada sobre o motivo para a criação da campanha.

Importante ressaltar que o valor doado pelos torcedores é depositado em uma conta escrow (ferramenta bancária que funciona como uma garantia em acordos comerciais) da Caixa e só poderá ser movimentada após o encerramento da campanha para abatimento/quitação da dívida da arena.

Caso o valor arrecadado até o fim da campanha, que ficará aberta por seis meses, for menor que R$ 700 milhões, a Gaviões se compromete a realizar uma negociação com a Caixa para abatimento e/ou quitação total da dívida. São embaixadores da campanha:

• Alessandra Negrini (atriz);
• Fernanda de Freitas (atriz e apresentadora);
• Sabrina Sato (atriz e apresentadora);
• Fernando Badauí (vocalista do CPM 22);
• MC Hariel (funkeiro);
• Rappin' Hood (rapper);
• Rodrigo Mato Seco (cantor);
• Benjamin Back (jornalista esportivo);
• Alfinete (apresentador e comediante);
• Ángel Romero (jogador);
• Tamires (jogadora);
• Basílio (herói do Campeonato Paulista de 1977);
• Craque Neto (ídolo e atualmente apresentador do "Os Donos da Bola" na Band TV);

Até agora, vários famosos já demonstraram sua paixão pelo Timão e também contribuíram. É o caso do cantor Thiaguinho, do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, da atriz e apresentadora Maisa e de Alexandre Borba Chiqueta, mais conhecido como Gaules, um youtuber dedicado a games muito conhecido. Alguns ex-jogadores e atletas do atual elenco corintiano também doaram.

Caso queira doar, acesse o site doearenacorinthians.com.br e escolha o valor com o qual deseja contribuir. A doação mínima é de R$ 10.

SAIBA

Atualmente, Mato Grosso do Sul é o oitavo estado que mais contribuiu com a campanha, com R$ 509.007, mais de R$ 86 mil à frente do nono colocado, o Distrito Federal, e menos de R$ 10 mil atrás da Bahia, atual sétimo colocado.

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O ginasta Arthur Zanetti, medalhista de ouro na Olimpíada de Londres, no Reino Unido, em 2012, anunciou, neste domingo (12), a aposentadoria como atleta profissional. O paulista de 34 anos, a maior parte deles no esporte, continuará ligado à modalidade, agora como treinador de ginástica em São Caetano do Sul (SP), onde nasceu e vive.

Antes dos Jogos de Paris, na França, no ano passado, Zanetti já dizia que aquele seria o último ciclo olímpico da carreira. Em reportagem da Agência Brasil publicada em junho de 2023, o agora ex-ginasta relatou que, após 16 anos treinando e competindo em alta intensidade, "às vezes a mente quer fazer [o movimento], mas o corpo acaba não correspondendo".

Outra razão, segundo o paulista, era passar mais tempo com o filho, Liam, que completa cinco anos em 2025.

Por conta de lesões, Zanetti perdeu eventos importantes do ciclo de Paris, como o Mundial de Antuérpia, na Bélgica, e os Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile, ambos em 2023.

A contusão derradeira foi um rompimento agudo do tendão do bíceps distal do braço esquerdo, em maio do ano passado, quando ainda buscava vaga para os Jogos da capital francesa.

A aposentadoria rendeu homenagens de personalidades esportivas. O presidente do Comitê Olímpico do Brasil, Marco Antônio La Porta, disse que Zanetti "é a prova de que é possível, de que podemos chegar lá com muito treino, dedicação e talento" e que será um privilégio tê-lo "na formação de grandes cidadão e novos campeões" como técnico.

O grego Eleftherios Petrounias, grande adversário de Zanetti, também se manifestou. Pelo Instagram, o ginasta tricampeão mundial e medalhista de ouro nas argolas nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016, afirmou que o paulista o tornou "um atleta melhor, uma pessoa melhor", que acredita ter um grande amigo no Brasil e que ele deveria pensar o mesmo. Petrounias ainda disse que o brasileiro terá sempre seu "respeito e amizade".

Além do ouro de Londres, o primeiro da ginástica brasileira em Olimpíadas, Zanetti foi prata na Rio 2016, também nas argolas. Nos Jogos de Tóquio, no Japão, em 2021, tentou executar uma apresentação que lhe garantiria um lugar no pódio do aparelho, sem ter sucesso.

Ele ainda obteve quatro medalhas em Campeonatos Mundiais, sendo uma dourada na edição de Antuérpia, em 2013, e três prateadas.