O Estado do Amazonas é considerado um dos mais exuberantes em termos de biodiversidade. No entanto, a vasta possibilidade de extrair riquezas naturais colocou em evidência atrito entre os governos da Colômbia e do Peru. O detalhe curioso é que a região faz parte da fronteira com o Brasil, contando com aproximadamente 3 mil nativos.
A Ilha Santa Rosa está localizada em frente à cidade colombiana de Leticia, na tríplice fronteira amazônica entre Peru, Colômbia e Brasil. Diante do interesse diplomático, soldados dos exércitos peruano e colombiano passaram a patrulhar a região nos últimos dias. Embora faça parte do Amazonas, o Itamararty e o Ministério da Defesa ainda não se manifestaram publicamente.
A título de curiosidade, o entrave entre Colômbia e Peru é antigo, tendo em vista que a linha de fronteira no rio Amazonas muda seu leito com frequência e cria novas ilhas. Em suma, o governo colombiano defende que a Ilha Santa Rosa está em seu território e que seus habitantes são peruanos. Por sua vez, o Peru oficializou a criação de um novo distrito em Santa Rosa, com envio de funcionários públicos.
Diante do retaliação, a Colômbia protestou e exigiu uma negociação bilateral. Por intermédio de nota, os colombianos afirmaram que a ilha surgiu naturalmente após a assinatura do acordo de 1929. Em contrapartida, o Ministério das Relações Exteriores do Peru rebateu as acusações, demarcando que exerce soberania “de forma legítima e legal, pública e contínua há mais de um século” sobre o território.
Brasil se mantém inerte diante de ilha no rio Amazonas
A título de curiosidade, a Ilha Santa Rosa foi fundada em 1970 e desde então foi administrada por Lima, recebendo serviços públicos peruanos. Fazendo parte do rio Amazonas, a região não é cobiçada pelo Brasil, que tem deixado Colômbia e Peru discutirem em meio à carência de infraestrutura básica e abandono, mesmo com potencial turístico.
“O colombiano quer que uma nova convenção seja feita, já que, por se tratar de uma ilha “nova”, Santa Rosa não consta no tratado que demarcou a região. “A ideia do tratado era justamente que todos os países fossem contemplados com margens para o rio Amazonas”, disse o presidente colombiano, Gustavo Petro, em entrevista ao jornal espanhol “El País”.





