A Vier Indústria e Comércio do Mate, fundada em 1944 em Santa Rosa (RS), teve a falência decretada pela Justiça após encerrar as atividades em setembro de 2024. A empresa havia solicitado a recuperação judicial em 2021, mas acumulou dívidas de R$ 49,743 milhões, enquanto seu patrimônio somava apenas R$ 11,884 milhões.
O juiz Eduardo Savio Busanello determinou também o lacramento da sede e nomeou a Estevez Guarda como administradora judicial. Entre os fatores que levaram à falência, estão a escassez de matéria-prima causada pela expansão da monocultura da soja, que substituiu ervais, além do aumento nos custos de insumos e frete para filiais em Rio Negrinho (SC) e São Mateus do Sul (PR).
A decisão judicial ainda citou problemas financeiros relacionados a financiamentos anteriores, um incêndio na sede em 2012 e questões de saúde do sócio-administrador ocorridas em 1998, que se agravaram até seu falecimento em 2020.

Preservação da marca e impacto no mercado
Um dos principais ativos da empresa é a marca Vier, atualmente arrendada à empresa Rei Verde, de Erechim. A administração judicial pretende preservar a marca e acelerar a venda do patrimônio para quitação das dívidas com credores.
Apesar do encerramento das atividades, o impacto no mercado gaúcho de erva-mate deve ser limitado. O Rio Grande do Sul possui cerca de 240 processadoras, responsáveis por mais de 1,5 mil marcas, garantindo a continuidade da oferta de produtos no estado.
A falência da Vier simboliza o encerramento de um ciclo de mais de 80 anos, marcado pela tradição no setor de erva-mate e presença histórica junto à população gaúcha. A trajetória da empresa demonstra como fatores externos, como mudanças no uso da terra, custos logísticos e problemas internos, podem afetar até companhias consolidadas.




